Todo amor do mundo

100

Letícia 🎭

Fiquei sozinha ali por longas horas, quando finalmente me levantei pra entrar fui direto ao quarto que a Bianca estava, mas tomei um susto quando entrei e a Sofia estava ali dando beijinhos na bochecha dela e rindo.

Letícia: Eita, foi mal.- Fiz careta e elas me olharam.- Tá melhor, Bianca?

Bianca: Mais calma.- Falou balançando o cabelo da Sofia.- Pode entrar se quiser, o quarto é seu né.

Letícia: Só vim ver como você tá, até porque é uma tortura estar com quatro homens que estão jogando futebol.- Brinquei.- Mas eu vou pro outro quarto, podem ficar a vontade.

Sofia me mandou um beijo e eu sai, não tinha ouvido nem se quer a Sofia chegar. Mas fui no outro quarto e olhei a bagunça, fora o quarto do preto tinha mais dois, porém um ficava trancado porque era onde o Preto guardava as coisas importantes como muito dinheiro, muito bagulho roubado, enfim, com tudo que tinha dentro daquele quarto dava pra comprar o Rio de janeiro que ainda iria sobrar.

E o outro quarto era meio que de hospedes, só tinha uma cama de solteiro e um armário pequeno, mas era grande o suficiente pra colocar pelo menos dois colhões de casal.

Eu passei pela sala e fui pegar os materiais de limpeza, voltei indo pro quarto e fiz uma faxina rápida, quando tava terminando de ajeitar a cama de solteiro, Ryan apareceu me olhando.

Ryan: Qual a da vez? - Falou entrando no quarto.- Preto pediu pra perguntar se já pode trazer os colchões?

Letícia: Pode.- Murmurei.

Ryan: O que tá rolando?

Letícia: Que eu saiba nada. Vai buscar as coisas pra poder organizar o quarto, eu quero terminar de arrumar isso pra poder dormir.- Apontei e ele negou com a cabeça saindo do quarto.

Ele trouxe juntamente com o Preto que saiu assim que deixou o colchão e o Ryan ainda me ajudou, foi no quarto pegar os lençóis e ajeitou comigo, quando terminei tudo, fui tomar banho e voltei pro quarto, me deitando na cama de solteiro.

Patrão: Que viadagem é essa de dormir os três no chão, que casa de pobre do caralho. Num tem nem uma cama, tá falido filho da puta? - Eu tava deitada olhando o celular, mas os quatro entraram no quarto zoando e eu olhei pra eles.

Preto: Só compro cama se tu me der o dinheiro, maior besteira gastar dinheiro com isso.- Falou se sentando no colchão.

Ryan: E por que a pessoa mais feia dorme na única cama que tem? - Falou se deitando do meu lado e eu afastei pra caber.

Peixe: Mulher né cara, nem adianta pedir explicação.- Brincou.- Pô, eu vou dormir bem tranquilo no sofá.

Ryan: Tô quase trocando contigo, prefiro dormir no sofá do que com esses manos.- Eu ri fraco, olhando pro celular.

Preto: Tu não abriu o outro quarto não, Letícia? - Falou seco e eu nem olhei pra ele.

Letícia: Não achei motivos, nesse dá todo mundo.- Falei da mesma maneira.

Preto: No outro tem cama de casal, bagulho é que deve tá sujo só, mas só passar uma vassoura.- Me sentei na cama e vi que ele falava pro Patrão.- Vai querer dormir lá pô? Só é fechado porque tem uns b.o.

Ryan: Limpa lá que eu vou dormir lá então, tem ar condicionado? - Revirei os olhos.

Preto: Tu usar minha energia vai pagar depois.- Me deitei novamente.- A chave tá aonde, Letícia?

Letícia: A última vez foi você que guardou.- Falei olhando pro celular.

Preto: Não foi, eu dei pra tu guardar. Tu foi buscar o cordão lá dentro.- Revirei os olhos.

Letícia: E eu entreguei a você.- Respondi seca.- É só procurar, em algum lugar deve estar.

Ele levantou saindo e o Patrão se jogou no colchão, peixe saiu dizendo que ia tomar banho e eu fiquei quietinha minha, olhando as fofocas.

Ryan: Brigaram? - Falou baixo.

Letícia: Ele ficou inventando coisa quando eu fui falar de outra, nada a ver.- Murmurei.- Mas se ele acha que tá certo...

Ryan ficou calado e eu me levantei, fui até a cozinha tomar água e fiquei sentada na bancada balançando as pernas igual criança em lugar alto, logo o Preto passou balançando a chave sem me olhar e segundos depois o Peixe apareceu, se deitando no sofá.

Letícia: Se quiser mais lençol fala logo ein, aproveita que eu ainda tô aqui.- Falei virando pra olhar pra ele.

Peixe: Que nada, o que tem tá suave.- Balançou a cabeça.- Mas me conta aí pô, tem intriga com a garota do restaurante é? Ela me chamou pra sair.

Letícia: Surpresa não estou.- Debochei.- Intriga que por mim não existiria cara, sério! Desde que cheguei nesse morro que ela me provoca, o nome do Andrey é doce na boca dela.

Peixe: Imaginei, ela tem cara de ser amante que paga de fiel mermo, provoca até o fim.- Encarei ele rindo fraco, de nervosa ao ouvir.

Letícia: Pelo menos do meu namorado não é amante, isso eu tenho certeza.- Olhei pra ele que riu.- Eu acho.

Peixe: Não quis dizer do Preto, foi mal.- Apontou rindo.- Tô falando do tipo, tá ligado?

Letícia: Eu acho ela perfeita dos pés a cabeça, mas de boca fechada.- Dei os ombros.

Peixe: Ainda não troquei ideia com ela de verdade, foi só aquelas coisas rápidas.- Balancei a cabeça.

Letícia: Não acho que você mereça a tortura de sair com ela, mas...- Brinquei.- Talvez assim ela deixe o meu relacionamento em paz, então eu acho que dou uma força pra você.

Peixe: E como ela tem essa banca toda pra tá atrás do teu relacionamento se não tem moral, como tu falou? - Falou sem perceber e eu encarei ele, parando pra pensar que isso fazia sentido, acho que ele percebeu e coçou a cabeça.- Mas o Preto nem olhou pra ela quando a gente tava lá, aliás.

Letícia: Realmente, peixe.- Sorri fraco descendo da bancada.- Estranho como nesse morro tem várias meninas querendo pegar o Preto, só de olhar o instagram dele eu fico louca com as mensagens. Mas incrível como só a Brenda age no maior deboche.

Peixe: Ei mana, eu não falei nada disso, tu tá criando coisa na cabeça.- Riu nervoso.- Como eu te falei, num acho que o mano ali dá moral, vi maior postura nele! Acho que ela é só mais uma emocionada e a única que te provoca porque tá na cara que mexe contigo.

Sorri falso e o preto passou pra área de serviço, eu caminhei até o quarto que os meninos nem estavam mais e deixando o Peixe sozinho lá na sala. Eu me sentei na cama olhando pro nada, enquanto estava pensativa sobre o mais uma paranóia entrava na minha mente.