𝟶𝟸𝟷

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15
Luna Oliveira

Era uma segunda-feira à noite e eu estava voltando do trabalho quando notei uma movimentação estranha em frente à minha casa. Dois vapores armados estavam na porta, fazendo a segurança.

Antes mesmo de passar por eles e entrar na minha casa, eu já sabia que o Russo estava lá dentro.

— Meus vizinhos vão começar a desconfiar se os encontrarem na minha porta. — Falei assim que vi Russo sentado no sofá, mexendo no celular, sem sequer erguer o rosto para me olhar nos olhos. — Não quero que descubram sobre nós.

— Não existe "nós", se ligou? — Ele bufou e se levantou, enquanto eu começava a acender as velas. — O que tem é uma dívida do caralho que você está me pagando.

— Eu sei, você entendeu o que eu quis dizer. — Encolhi os ombros quando ele me encarou com raiva, mas caminhou até a porta e dispensou os rapazes.

— Que porra é essa? — Ele resmungou olhando para a cozinha. Fiquei em silêncio e também pude ouvir: era minha vizinha ouvindo música extremamente alta, que fazia as paredes da minha casa tremerem com as batidas.

— É a vizinha, ela gosta de ouvir música alta à noite. — Expliquei.

— Ela é maluca ou o quê? — Ele perguntou, e eu dei de ombros. Às vezes, todo esse barulho me atrapalhava, mas eu estava me acostumando a dormir assim. — Tomar no cu...

Engoli em seco quando ele tirou o radinho do bolso. A barra de sua cueca box estava toda à mostra por conta da bermuda caindo na cintura.

— Oh, encosta aqui no beco atrás da Praça da Loira, tem uma filha da puta com som alto. Dá uma prensa nela e pode ameaçar no meu nome, se eu pegar de novo vou levar para o desenrolo. — Ele disse bolado e ouvi quando o garoto do outro lado concordou.

— Não precisava disso... — Eu comecei a dizer, mas ele levantou um dedo e foi o suficiente para me calar.

— Fica na moral. — Disse e se aproximou, tocando na minha cintura. Prendi a respiração e me afastei um pouco.

— Não... — Sussurrei, levantando a cabeça para conseguir encarar Russo nos olhos. Vi quando sua expressão se fechou ainda mais, como se fosse possível, e ele se preparou para me xingar. — Preciso tomar um banho antes, trabalhei o dia inteiro e estou suada.

— Firmeza, só não demora. — Falou simplesmente.

Balancei a cabeça e subi as escadas até o meu quarto, que também estava escuro. Puxei as cortinas de lado e deixei uma fresta aberta na janela.

Tomei um banho gelado, mais demorado do que deveria, mas fiquei enrolando embaixo do chuveiro para adiar o máximo possível o encontro com Russo.

Quando voltei a descer com os cabelos úmidos e a pele cheirando a sabonete de lavanda, encontrei ele sentado de qualquer jeito no sofá da sala.

Russo, como sempre, não falou muita coisa enquanto possuía o meu corpo e transamos em silêncio, somente sendo quebrado pelo barulho dos nossos corpos se movendo um contra o outro.

Dessa vez, ele demorou um pouco mais para chegar no limite, mas novamente não alcancei o meu. Aquilo começava a me irritar de um jeito novo e inesperado. Mas o que eu poderia fazer? Estava fazendo sexo com aquele homem só para pagar uma porcaria de dívida que nem era minha, não podia cobrar prazer.

Tentei me levantar para vestir minhas roupas, mas Russo impediu espalmando sua mão grande na minha coxa pálida. Continuei deitada, imóvel, sentindo os seus dedos descerem por todo o comprimento da minha perna, só para voltar a subir pelo mesmo caminho e parar próximo a minha virilha.

Sombras do Amor [M]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant