Capítulo 48

1.7K 128 56
                                    

Rose Clark

"Eu juro por Deus, quando eu voltar para casa
Eu vou te abraçar tão forte
Eu juro por Deus que, quando eu voltar para casa
Nunca mais te deixarei ir embora
Como um rio, eu fluo
Para oceanos conhecidos
E você me puxa para perto
Guiando-me para casa
E eu preciso que você saiba que nós estamos caindo muito rápido
Nós estamos caindo como as estrelas
Nós estamos nos apaixonando
E eu não tenho medo de dizer essas palavras
Com você eu estou seguro
Nós estamos caindo como as estrelas
Nós estamos nos apaixonando"

Falling Like the Stars - James Arthur
___________________________

No dia seguinte em que saí do apartamento de Timothy, depois de beber demais e entregar a ele algo tão pessoal que não queria de fato oferecer, deitei em minha cama e me perguntei se romances como de livros e filmes realmente aconteciam. Lembro de estar olhando para o teto, com a mão na boca do estômago, pois tinha certeza de que se me mexesse iria colocar tudo para fora. Estava enjoada com o que tinha acontecido e sem nenhuma esperança. Já estava cansada de me encontrar com quem sempre tentava tirar algo de mim.

Queria ser inteira por alguém... Para alguém e, principalmente, para mim.

Meu primeiro namorado tirou grande parte do que eu planejava. Afinal, toda garota tinha a ideia de perder a virgindade de um jeito especial. Voltar para Seattle, toda mísera vez, me lembrava disso. Eu tinha consciência que, depois daquele ato grosseiro e impiedoso de Brian, eu não seria a mesma. Encontrei Timothy em um momento frágil. Estava sensível e quando ele se tornou meu protetor, aquilo para mim foi tudo. Gostava de ser frágil com ele. Mas o tempo passou e eu me recuperei e queria ser forte, sozinha, de novo. E o Timothy só sabia me amar se me transformasse em outra pessoa e tirasse a minha essência.

Então, na minha cabeça, todas as possibilidades da minha vida acabar como um livro de romance da Colleen Hoover, estavam extintas e destroçadas. Comecei a acreditar no que as pessoas falavam sobre o amor. Que ninguém vai te amar cem por cento, sempre tem um momento que você ficará sozinho. Ou você não vai encontrar aquela pessoa e se apaixonar de cara. Para mim era o fim do mundo escutar tudo isso e perceber que era verdade, já que cresci com livros de romance e acreditava no amor.

No instante em que vi Darrell naquele palco, rodeado de luzes, todo o meu medo caiu por terra.

Ele me mostrou, em muito pouco tempo, que eu não precisava mudar nada em mim, ou abrir mão de algo, para que pudessem me amar. Não precisei ser outra pessoa com ele. E, mesmo que no começo não gostasse muito do garoto problema, no fundo eu sabia que ele entrar no meu coração seria inevitável.

O sorriso malicioso, a jaqueta de couro, a voz rouca e grave que arrepia até a alma, aquela postura de badboy que faz qualquer garota se derreter...

Gostar dele era inevitável.

— Rose, você pode me responder de uma vez o por que de ter aparecido no telejornal ao lado daquele garoto? - Minha mãe pergunta, meio atônita, meio indignada, dispersando meus pensamentos. Ainda estou sentada no sofá, olhando para a televisão, mas meu namorado não está mais no palco. A apresentação acabou faz um tempo, deixando outra banda subir ao palco, e mesmo assim mal me mexi, apenas ignorei tudo ao meu redor.

— Filha, conta para gente o que está acontecendo. - Meu pai pede, num tom calmo e amigável. Tenho vontade de me enroscar em seu colo e dizer que estou longe demais de onde deveria estar e isso, no momento, era o meu maior problema. Quando Natalie toca meu ombro, dando um leve aperto, olho em seus olhos e vejo o incentivo para que eu reaja.

City LightsWhere stories live. Discover now