Capítulo 12

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Rose Clark
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A adrenalina não deixou meu corpo. Estou completamente atordoada sobre tudo que aconteceu. Escuto tudo o que o sr. Tornelles tem a me dizer. Entendo cada palavra e sei que não terei outra chance. Em um momento estou de pé em sua sala, tentando não me desculpar demais, no outro estou sentada no sofá de couro. No mesmo sofá que estava à minutos atrás. É irônico o fato de que pensei em pedir demissão. Tinha acabado de pensar no quanto trabalhar aqui é cansativo.

Então, Timothy chega e comete o mesmo erro. Perco o emprego em um piscar de olhos. Não deveria estar aliviada. Deveria pensar em uma solução, ou implorar meu emprego de volta. Mas não levanto do sofá e bato na porta do meu antigo chefe. Porque não quero mais trabalhar aqui. Perder meus dias atendendo universitários bêbados e sem limites. Quero trabalhar com o que eu realmente gosto.

Sinto meu celular vibrar, no bolso de trás da calça. Ergo o quadril para a frente e puxo o aparelho.

Darrell

Dan expulsou Timothy. Pode sair do
esconderijo. Quer uma carona?

Mesmo confusa sobre tudo o que aconteceu, sorrio para o celular. Achei que ninguém perceberia que estava me escondendo aqui. Quando deixei o salão principal do bar, todos me encaravam. Meus colegas de universidade seguravam os celulares nas mãos, gravando cada movimento que dava. Imortalizando o soco que dei em Timothy. Não gosto de ser o centro das atenções, estou sempre fugindo das confusões e fofocas. E agora posso me tornar a mais nova fofoca do campus.

Respondo Darrell, aceitando a carona e ele logo avisa que está me esperando do outro lado da rua. A contra gosto, levanto e ando até o salão principal. Vejo Margaret sentada em um dos bancos do balcão e não perco tempo antes de correr até ela. Tudo bem, correr não é a palavra mais apropriada para descrever o que fiz. Algumas pessoas ainda me fitam. Um grupo de garotas cochicha algo antes de rir. Ignoro tudo e me aproximo do balcão. Margaret abre um sorriso quando me nota.

— Margaret, você tá bem? - Pergunto, a encarando com urgência. Quero socar Timothy mais uma vez, só por ter colocado ela e o bebê em perigo.

— Claro que sim, estou nova em folha. - Ela apoia uma mão nas costas e acaricia a barriga com a outra.

— Sério me desculpa, nada disso deveria ter acontecido...

— Ei, tá tudo bem. Eu que fiquei igual uma idiota atrás da briga. Minha curiosidade, que é a culpada. - Seu sorriso me reconforta. Ela pega minha mão e pousa sobre a barriga. - Viu, ainda tô gigante e carregando uma mini elefantinha. - Rio e faço um carinho de leve na barriga.

Ficamos em silêncio, só aproveitando o momento sem confusão.

— Ele te mandou embora? - Margaret pergunta.

— Sim. - Respondo, de forma neutra.

— E isso é bom ou ruim? - A pergunta vem de Daniel, me viro e o encontro secando uns copos. O outro barman, Miguel, cuida de alguns pedidos.

— Acho que bom. Não vou precisar chegar em casa fedendo a cerveja, porque um bêbado tropeçou ou algo do tipo.

— Mas vai ficar com saudade de nos encontrar, não é? - Ele pergunta, fingindo tristeza. Faço um sinal com a mão, indicando que 'mais ou menos' e ele ri. - Você não tem coração mesmo, hum? - Faço que não com a cabeça, me sentindo encurralada.

— Acho melhor eu ir, preciso de um descanso depois disso tudo. Vou sentir saudades. - Tiro meu avental e o jogo em Daniel. Ele sorri e, mando um beijo para os dois, antes de me direcionar à saída.

City LightsTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon