City Lights

Capítulo 2

Rose Clark
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Trabalhar em um bar tem seus privilégios. Ou pelo menos eu gosto de pensar no lado positivo de ficar de um lado para o outro servindo bebidas. Esse lado bom é que posso aproveitar todos os shows de graça. Às vezes preciso fazer um trabalho ou outro, mas normalmente em dia de show não precisam de uma garçonete.

Claro que tem a parte ruim. No Riger, a maioria dos clientes estudam na NYU, assim como eu. É como um ponto de encontro deles. Na maioria das vezes não posso sentar com meus amigos para conversar e beber. Hoje esse não é o caso. Meu chefe dispensou os garçons e deixou dois caras no bar. Tenho o resto da noite para aproveitar com meus amigos. Só preciso limpar uns copos antes e deixar próximo do balcão, na parte mais baixa. E depois vou aproveitar tudo com Natalie. Pelo menos foi o que ela me prometeu no caminho pra cá.

— Vai, anda logo, Ross! Eu quero encher a cara antes que essa banda comece a tocar. - Natalie, súplica do outro lado do balcão. Reviro os olhos e sorrio. Ela estava toda animada e me perturbou no caminho todo, como não está ansiosa para o show?

— Se você não me pressionasse tanto, já teria terminado. - Respondo, levantando as sobrancelhas. - E você já tá ofendendo a banda sem ao menos escutar Naty, que feio... - Faço que não com a cabeça fingindo decepção.

— Primeiro: você é lerdinha, admita isso e seu trabalho ficará mil vezes mais fácil. - Levo a mão no peito como se estivesse ofendida, mas logo caio na risada da sua cara debochada. - Segundo: você é a única que gosta desse tipo de... Barulho, para ser exata.

— Você está numa noite de rock, acha mesmo que eu sou a única que gosta desse barulho por aqui? - Pergunto, secando meu último copo e organizando no balcão.

— Espero que isso realmente valha a pena. Nunca vi tanta gente da NYU babar ovo de uma banda. - Ela comenta ao me encontrar do outro lado do balcão. Tiro o avental e jogo por cima do balcão, no meu colega de trabalho que não recebeu folga hoje, Daniel.

— Acho que estão puxando mais o saco do vocalista, do que da própria banda. - Ele comenta enquanto guarda o avental preto. Eu e Natalie o encaramos, confusas. - Não sabem quem é o vocalista dessa banda? Darrell Connor.

Ah, está explicado do por que de tanta mulher em um bar só. O molha calcinha da universidade não poderia se contentar com a fama no campus? Agora tem até banda para conseguir mulher. Talvez o meu mau humor esteja afetando o meu julgamento. O que não anula o fato dele ser um pouco babaca.

— Então é por isso que Noelle insistiu tanto em vir. Ela tá cercando ele faz dias. Acho que fazem umas duas matérias juntos e passei o dia escutando como ele é gostoso e tudo mais. - Me surpreende o fato dela nunca ter ficado com Darrell. São perfeitos um para o outro.

Ela faz exatamente o tipo dele: gostosa e que faria sexo com ele em qualquer lugar desse bar. Tudo bem que qualquer garota que veio aqui atrás dele faria sexo em qualquer lugar de Nova York com ele. Sua beleza exagerada ajuda muito.

— Tô sentindo que perdemos nossa carona para casa. - Respondo com um tom de brincadeira, mas não fiquei nem um pouco contente em ter que pagar um táxi hoje.

Natalie fala mais algumas coisas que não presto atenção, porque ligaram o som e a música ficou absurdamente alta. Depois andamos até o meio do salão, onde seria a pista de dança da noite, e encontramos Noelle com mais alguns amigos. Para ser sincera, estava muito animada para o show de hoje. Gosto de rock e escutei muita gente falando bem da banda. Mas só de descobrir que o vocalista é o Connor, minha animação desaparece.

Nada contra o cara. Apenas não suporto o seu ego e a sua arrogância. No fim das contas, um pouco babaca é eufemismo.

— Finalmente a senhorita parou de trabalhar um pouco. - Maxwell, nosso amigo, diz ao me cumprimentar com um abraço. - Aposto que hoje os drinques são por conta do seu amigo barman gostoso. - Ele aponta com a cabeça para Dan, que separa as bebidas com uma concentração bizarra.