Capítulo 18 (Parte 1)

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Rose Clark

" Quero que você me faça sentir
Como se eu fosse a única garota no mundo
Como se eu fosse a única que você amará
Como se eu fosse a única que conhece seu coração
Única garota no mundo"

Only Girl - Rihanna
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É a quinta vez que me ajeito no banco de couro, e faz menos de cinco minutos que entramos no carro. Gostaria muito de dizer que não estou assim por conta de Darrell. Queria muito dizer que aquele momento no elevador não significou nada. Mas seria uma grande mentira. Porque desde o momento em que senti sua respiração pesada em meu pescoço, os meus pensamentos deram curto. Ele tomou conta da minha lucidez.

Senti tanta vontade de beijá-lo, de sentir seu toque. Pareceu tão certo e faz muito tempo que não sinto isso. Não gosto de comparar as pessoas, mas com Timothy, por exemplo, eu nunca cheguei perto de... Está bem, esse assunto me deixa envergonhada demais. Volto minha atenção para Darrell, que dirige silenciosamente. São dez para as sete e pelo o que sei, nunca chegaríamos na hora certa. Nova York nesse horário fica um caos.

Um caos bem pior que a minha cabeça agora. Observo como ele está gato pra caralho nessa roupa formal preta. Meu Deus, o que está acontecendo comigo? É normal um homem ser tão sexy enquanto dirige? Sabe, quando segura o volante com a palma da mão e vira em uma curva.

Nossa, isso é tão confuso. Pior, é ridículo, porque eu me odeio por ter dito nada de sexo. E é a primeira vez em anos que eu quero sexo casual com alguém.

— No que está pensando? - Darrell pergunta, me fitando de soslaio. Balanço a cabeça, atordoada demais com os meus pensamentos. Vejo que está sorrindo, como se soubesse exatamente o que estou pensando. Como se pudesse ler cada pensamento obsceno que tive com ele nesses últimos minutos.

— Nada, só estou tendo péssimas ideias. - Digo, me forçando a me virar e encostar a cabeça na janela. É muito mais fácil se eu não prestar atenção nele.

— Gosto quando você tem péssimas ideias. - A malícia em sua voz faz minhas bochechas pegarem fogo.

Continuo observando a rua pela janela, me proibindo de sentir tudo isso por Darrell. Esse jantar é o começo do nosso fim. Não precisarei fazer isso por muito tempo. A cada minuto que passa, fico um pouco mais apreensiva. Não estamos mais perto do West Village. O Central Park se aproxima e me recomponho no banco, passando as mãos pela saia do vestido. Olho para o perfil de Darrell e tem algo diferente. Seu maxilar está contraído e seus ombros estão tensos. Quando nos aproximamos de um edifício luxuoso, ele arma a seta e entra em uma garagem subterrânea. As nãos quase espremendo o volante.

Gostaria de ficar mais calma em relação a Christopher Connor, mas Darrell me faz pensar o pior.

Desço do carro, assim que estacionamos. Ele me encontra do outro lado do carro e estende a mão para mim. Ignoro o pulinho idiota que meu coração dá, porque tenho certeza de que Darrell precisa do meu apoio. Seguro sua mão e andamos até um elevador. Ficamos em silêncio, mas aperto sua mão até o elevador parar no vigésimo andar. O apartamento fica na cobertura de um prédio clássico e luxuoso, em frente ao Central Park. É com certeza demais.

Quando a porta de metal se abre, tenho a visão mais espalhafatosa de todas. Um hall de entrada, do tamanho da sala do meu apartamento. Uma porta gigantesca branca, com ripas desenhadas, nos espera do outro lado do cômodo. Darrell hesita por um segundo e aperto sua mão mais uma vez. Quando bate à porta, uma senhora abre na mesma hora. Fico perplexa.

City LightsWhere stories live. Discover now