Capítulo 35

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Darrell Connor
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Entrar pela porta chique da entrada do hotel Plaza Jersey me causa arrepios. Não do tipo bom. É como se um vento de infelicidade percorresse o meu corpo e a minha única confiança, agora, é Rose. Já estive no Plaza diversas vezes, em vários eventos iguaizinhos a esse. Achei que aquela primeira noite de jantar com o Christopher seria ruim, mas estava enganado.

Estar aqui, próximo dos amigos riscos do meu pai e seus filhos mimados e drogados, é pior que o inferno.

— Ei, não pensa muito, tá? - A voz de Rose reverbera pelo elevador. Ela diz em um sussurro e aperta a minha mão. Mesmo tendo, consigo sorrir.

Ela está com o meu paletó, pois rasguei sua blusa no carro. Não tinha muita necessidade de arrancar a blusa daquela forma, mas eu com certeza tinha necessidade de vê-la sem ela.

No entanto, não posso negar que ela, aqui, me deixa morrendo de medo. Fico com a pessoa que ela vai encontrar aqui. Na casa do meu pai foi fácil esconder, porque não precisei ser diferente. Mas aqui, com todos os olhares desses abutres, é uma grande merda. Terei que fingir ser o filho perfeito e fingir que está tudo bem, para não preocupá-la.

— Tudo bem, vou ficar pensando em você. - Digo e deixo um beijo em sua bochecha no momento em que a porta do elevador se abre.

— Melhor... - Ela responde com um suspiro e sorri, orgulhosa.

Duas palavras surgem a minha cabeça. A certeza do que sinto por ela é muito grande. Eu amo estar com Rose. Amo quando ela sorri ou fica emburrada, quando nota meu nervosismo ou quando está nervosa. Eu a amo...

— Não vai entrar? - Noto que estou parado na porta do quarto, olhando para seus olhos verdes acesos na escuridão da suíte.

Esse sentimento, esse amor, me assusta. Da última vez que disse isso para alguém. Brooke. Mas seria injusto comprar Rose com Brooke, não porque ela perderia. Para mim isso nem existe. A comparação seria inútil, pois elas são totalmente diferentes. Rose me faz bem, mesmo sem perceber. Rose merece muito mais do que uma comparação e muito mais do que eu posso dar.

Merda.

Odeio pensar nisso.

— Preciso usar o banheiro, aí pego o palito e vou para a coletiva. - Informo, um pouco mais seco do que deveria, entro no banheiro e pego meu celular no bolso.

Várias mensagens de Christopher enchem a tela. Já estou no hotel à sua espera. Cinco minutos depois: Está atrasado. Deveria saber que não posso contar com você. Depois segue mais algumas instruções e a última: Espero que saiba o que está fazendo.

Tenho o impulso de jogar o aparelho na parede, mas isso assustaria a Rose. Acabei de perceber que a amo e já fui seco. É o meu recorde. Uso o banheiro, lavo as mãos e respiro fundo. Abro a porta e vou até minha namorada. Ela está observando o vestido que a assistente do meu pai arrumou. Seu cenho está franzido enquanto seus dedos alisam o vestido de cetim vermelho. Sei que está nervosa. Ainda não entendi por qual motivo, mas tenho a noção de que tem a ver com a minha família. Não ligo se fico estressado ou nervoso, só não quero que isso afete Rose de alguma forma.

Me aproximo calmamente, sem fazer barulho, e encosto minha mão em seu ombro. Está mais tenso do que parece. Sinto uma pontada no coração ao notar. Quero tirá-la daqui e protegê-la...

Protegê-la de quem? Da minha família? De mim?

— Agora, você é quem está pensando demais. - Digo, forçando-me a esquecer os meus pensamentos. A viro para mim, e no mesmo momento ela me envolve em um abraço.

City LightsWhere stories live. Discover now