Com uma simples frase eu consigo tudo que quero. Ele me puxa pela cintura e encosta seu corpo ao meu. Sinto-o duro contra a minha barriga e uma onda de calor se concentra entre as minhas pernas. Sua outra mão puxa o meu cabelo e deixa a curva do meu pescoço exposta. O bar inteiro some. Tudo desaparece, quando sinto os lábios de Darrell em meu pescoço. A música está alta o suficiente para que ninguém escute o ruído desesperado que solto.

Porém ele afasta o rosto do meu pescoço e me encara, inclinando a cabeça para me fitar. Minha boca está seca. Ele movimenta o quadril e o pressiona na minha direção para que eu sinta sua ereção, depois sussurra perto da minha boca:

— Olha o que você faz comigo. - Abafado um gemido, quando o sinto mais uma vez contra a minha barriga. - Rose, eu estou tão duro agora... - Sua voz falha, saindo ainda mais grossa e ofegante. - Só de pensar em te foder, eu...

— Não pensa, Darrell. - Peço. Seguro seu rosto mais uma vez, para que ele me escute por cima da música. - Me fode.

Ficamos em silêncio por pouquíssimos segundos até ele colar a boca na minha. Sua língua pede passagem e encontra a minha. Solto um grunhido com o beijo quente e lento. Ele o engole e continua me beijando, como se nada mais importasse. O beijo se intensifica, conforme ele pressiona nossos corpos.

Preciso dele dentro de mim. Longe daqui. Precisamos sair daqui.

— Darrell... - Interrompo o beijo, para que ele me escute. - Vamos para sua casa, pra minha, tanto faz. Só me tira daqui. - Quase imploro. Ele abre um sorriso malicioso em resposta e deixa um selinho em minha boca antes de se afastar.

— Vou avisar para os outros que estamos indo. Me espera na escada.

Concordo com a cabeça e passo as mãos pelo cabelo, para me ajeitar. Olho ao redor para checar se alguém viu o que aconteceu entre a agente, mas estão bêbados demais. Ninguém nem nota a minha presença, só continuam dançando. Decido procurar Natalie, para avisar que estou indo. Não a encontro em lugar nenhum. Espero ter uma mensagem dela em meu celular. O procuro em meu bolso, mas esqueci no banco do carona do jeep. Merda.

Ando até a escada, onde Darrell disse que me encontraria. Está mais vazio do que quando chegamos. Todos estão perto do bar e da pista de dança. Meu corpo continua pegando fogo e não vejo a hora de sair daqui. Pelo canto do olhos, percebo que alguém está se aproximando, vindo do bar. Olho para o lado e um medo percorre meu corpo, acabando com tudo que sentia a segundos atrás. Colin se aproxima com um copo na mão e a única coisa que consigo lembrar, é dele no Riger me segurando pelo braço.

— Rose. - Ele me cumprimenta, com um sorriso exagerado. Não respondo e viro o rosto. Ele dá um passo em minha direção e eu recuo, chegando para o lado. - Ah, qual é. Estou aqui em sinal de paz, gata. Só quero pedir desculpa. - Ele afirma, levantando o copo de Cosmopolitan. Cruzo os braços e o ignoro. - Sério, eu vim pedir desculpa. Te trouxe um drink por isso. - Ele ergue o braço em minha direção esperando para que eu pegue. - Vai, é só um drink. - Pego o copo, só para me livrar dele mais rápido. Não confio nesse babaca para tomar, só quero que ele saia daqui.

— Ok, muito obrigada. Agora já pode ir. - Digo, levantando o copo em um pequeno agradecimento. Ele ergue a sobrancelha e solta uma risada abafada.

— Você é difícil mesmo em gata. Toma, eu quero saber se você gostou. Pedi que o barman fizesse especialmente para você. - O sorriso dele me dá vontade de vomitar. Antes que eu possa responder, Grace aparece ao meu lado e pega o copo da minha mão.

— Colin, por que quer tanto que minha amiga tome o drink? - Ela pergunta, como se já soubesse a resposta. Não sei a quanto tempo está aqui, mas escutou a conversa. Fico mais aliviada e endireito a postura, ficando do lado da mesma. - Por que você não bebe, pra saber se tá bom? - Ela inclina a cabeça e ergue o copo para ele.

— Não, to bem. Cosmopolitan não é muito a minha cara. - Ele desdenha, mas vejo raiva em seus olhos.

— Ah, não? Mas drogar garotas é? - A pergunta dela sai fria. Engulo seco, só de pensar que a bebida está batizada. Ele não responde, porque a conversa ganha outro rumo.

— Do que você está falando, Grace? - Darrell aparece bem ao nosso lado, cerrando o maxilar. Merda, de novo não.

— Ah, Darrell, que bom que você chegou. O Colin só estava me falando sobre como batizou a bebida que ia dar para a Rose. - Grace dá um passo para frente e inclina a cabeça. Tenho certeza que se pudesse, matava Colin aqui mesmo.

— Eu não sei do que você está falando. Ficou maluca agora, Grace? - Colin rebate, cruzando os braços. Os dois se encaram com muita raiva.

— Não sabe mesmo? Então por que não bebe o drink? - Darrell pergunta, dando um passo à frente. - Meu coração dispara, e seguro o braço dele. Não sei o que falar e nem consigo falar. Só me preocupo com o punho cerrado dele. Ele se desfaz do meu toque e dá mais um passo. - Em seu desgraçado, bebe. - Ele ordena e Grace levanta o copo.

— Não vou beber essa porra. - Colin empurra o copo e nega com a cabeça. Depois, olha para os dois lados, antes de se render a uma confissão. - Olha cara, eu só queria que ela se soltasse um pouco mais. Rose estava muito fechada. - A bile invade a minha garganta. Que garoto escroto.

Quero responder, mas Darrell não deixa. Olho para o lado e vejo que temos mais alguns olhares focados na pequena confusão. Dylan e Cal atravessam a multidão para nos encontrar e Grace respira fundo ao meu lado. Darrell pega Colin pelo colarinho e o prensa na parede mais próxima. O rosto do menino é pressionado com o antebraço de Darrell.

— Seu merda! - Ele cospe, cheio de raiva. - Eu te avisei na primeira vez. Só esqueci de falar que não haveria uma segunda. - O punho de Darrell se fecha e encontra o maxilar desenhado de Colin. Uma vez, duas vezes, três vezes...

Fecho os olhos e dou um passo para trás. Alguém me segura e me forço a abrira os olhos. Grace passa o braço por cima do meu ombro e Cal e Dylan tiram Darrell de cima do loiro. O nariz de Colin sangra, assim como os nós dos dedos de Darrell. Grace anda comigo até Colin, quase me carregando, e joga a bebida bem na cara dele. Ele grita, pelo contato do álcool com o corte.

Grace solta uma risada abafada, antes de murmurar um 'babaca' e me aperta, tentando me consolar. Darrell tira os olhos do babaca caído no chão e me fita com desespero. Ele se desvencilha dos amigos e caminha até mim.

— Ela tá bem, Darrell. Tá tudo bem. - Grace garante.

— É... Eu estou bem. - Balbucio. Não estou machucada, só confusa e preocupada. - Por que... O que aconteceu? - Pergunto para Grace, já que ela foi a primeira a aparecer.

— Eu vi ele jogando um pozinho na bebida, aí o segui até aqui.

— Filho da puta... - Dylan murmura para Colin. Ele tenta se levantar, mas Calvin o mantém no chão.

— Você só sai daí quando ela for embora. - Cal afirma. Colin não obedece e tenta se levantar. Calvin o empurra no chão causando um pequeno grito do babaca. - Tá surdo agora, porra?!

— Darrell. - O chama, tentando não prestar atenção nas pessoas ao meu redor. - Me leva embora, por favor. - Peço. Depois de um segundo me encarando, ele assente e Grace se afasta, abrindo caminho.

— Obrigada. - Digo aos três antes de sair e subir as escadas.

A todo momento, até chegarmos ao jeep, Darrell segura a minha mão. Ele aperta como se sua vida dependesse disso. Ao entrar no carro, a primeira coisa que faço é checar meu celular, em busca de notícias de Natalie.

Natalie

Ele sente a minha falta!
Vai p casa e dá para o seu namorado.

Sorrio e bloqueio o meu celular. Só Naty para me fazer rir depois de um momento desses. Darrell entra no carro e antes de dar partida, me encara com cuidado.

— Dorme no meu apartamento hoje. Eu fico na sala ou no quarto do Dylan, provavelmente ele não volta para casa. - Ele afirma, abrindo um meio sorriso. - Só fica comigo.

O pedido faz meu coração transbordar e sei que é um sentimento perigoso. Concordo com a cabeça e ele dirige até seu apartamento. Deveria prestar atenção no pulinho idiota que meu coração deu, mas não ligo. Nessas últimas duas semanas, conheci um Darrell que nem poderia imaginar que existia. Quero ficar com ele. Nem que seja por uma noite.

City LightsWhere stories live. Discover now