— Nada disso, ele é todo seu. - Respondo, mesmo sabendo que Dan curte mulheres. Nunca cheguei a perguntar se sai com homens também, então Max ainda tem chance. Pelo menos alguém merece se divertir um pouco.

Max não teve tempo de responder, a banda logo apareceu sobre o palco e todos começaram a gritar. Darrell subiu acompanhado de dois caras e uma menina. Todos de preto. Os caras além dele vestem camisas de banda dos anos oitenta e a garota uma blusa surrada. Já Darrell veste uma camisa social preta esticada nos braços e um pouco aberta no peito.

Há um contraste com os outros integrantes. Está mais social. Me repreendo mentalmente por achá-lo ainda mais atraente. As mangas da blusa foram empurradas desleixadamente para cima dos braços, que por outro lado, seguram uma guitarra vinho. Cada um se posiciona em seu devido instrumento, para que ele finalmente falasse algo. Abrindo um sorriso conquistador antes, é claro...

— Boa noite, The Riger! - Ele grita ao mesmo tempo que a bateria soou atrás. Todos - principalmente as mulheres, vão ao delírio. - Estão preparados para a estreia dos Skull Bows? - Na mesma hora, a menina ao seu lado dá início a um solo de guitarra.

Tudo bem, pode ser que eu goste um pouco da banda.

Quando ele recebe um sim acalorado da plateia, começa a tocar. Devo admitir, eles são incríveis. Uma combinação perfeita de The Red Hot Chili Peppers e Guns N' Roses. E até Natalie, que odeia rock, está pulando e cantando. Eu, então, não me controlo. A voz grave e meio rouca de Darrell combina perfeitamente com tudo, principalmente com a guitarra que às vezes ele toca. Meu corpo começa a suar por conta do suéter e da calça e, principalmente, com o atrito da multidão.

Fazia tempo que não experimentava um show tão intenso. Me pergunto como não escutei nada deles antes. Tenho que segurar a língua para não admitir que virei fã. E não é só Darrell que é lindo. Todos os integrantes ocupam esse papel. A garota toca sua guitarra e os cabelos loiros voam por toda parte. Parece a Nicole Row do Panic! At The Disco. Sem falar no baixista. É de tirar o fôlego. O baterista...

Tá bem, estou ficando com mais calor. Talvez tenha uma pequena queda por membros de banda. Mais um ótimo motivo para Darrell fazer sucesso com as mulheres.

E por um momento, não me sinto mal por pensar em sexo. Esqueço completamente de tudo que passei o dia me crucificando. Me sinto à vontade com a música e isso me tranquiliza.

Todos estão em êxtase. A suposta pista de dança está lotada e cada vez fica pior para se mexer sem esbarrar em alguém. Após não sei quantas horas de show, quando a banda anuncia a última música e o relógio em meu pulso marca meia noite e meia, Naty me arrasta até o bar.

— Meu Deus, eu nunca pulei tanto na minha vida. - Ela afirma, sem fôlego. É incrível como ela permanece impecável. O que no momento, acredito que não seja o meu caso, já que prendi meu cabelo em um coque muito bagunçado. E pior ainda, alguns fios estão arrepiados, enquanto outros se grudam em minha testa por conta do suor.

— Eu disse que você iria gostar do barulho. - Me escoro no bar e logo escuto a risada de Daniel. A música não parou de tocar, mas o bar está vazio e reconheço o som abafado.

— Então temos mais uma fã de velhos barbudos tocando guitarra e gritando. - Ele comenta, enquanto prepara um drink da única pessoa que está no bar com a gente.

— Nada disso. Eu gosto desse vocalista gostoso. - Ela aponta para Connor e depois torce o nariz para mim. - Não dos velhos que essa doida curte.

— Em minha defesa, Bon Jovi é um velho gostoso. - Brinco abanando o rosto com as mãos, sem conter a risada.

— Nossa, Rose, não sabia que curtia caras mais velhos. Não sei se fico decepcionada ou orgulhosa. - Naty responde, parecendo genuinamente confusa. Ela às vezes não bate muito bem da cabeça e é isso que eu gosto na minha amiga. Pelo menos uma de nós pode se dar ao trabalho de não pensar.

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