Vinte e cinco

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Eu estava estática

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Eu estava estática. Quando cheguei a lanchonete, não esperava nada mais do que contar a Ágata que a Megan não pôde vir e conversar com a morena por algum tempo.

Não esperava ver Lizz, a irmã de Ryan, sentada e só naquela mesa. Não esperava encontrar Ryan ali, tão pouco naquela situação e quando Ágata proferia palavras tão duras. Eu não soube o que fazer quando cheguei, eu só não achei que deveria interrompê-los.

Mas, pensando bem, estar parada e ouvir aquilo não foi uma boa escolha. Mas eu não sabia o que fazer, então eu permaneci até que fosse notada. E eu segurei a mão de Lizz até que Ryan a tomasse para si.

Senti o meu coração tremer quando vi dos olhos de Ryan uma lágrima solitária escorrer. Puta. Merda.

Ágata definitivamente havia machucado aquele garoto, e eu busquei naquela tradição de merda os seus motivos. Ele faria aquilo cedo ou tarde, ela só foi um pouco mais esperta. Mas ainda assim, a reação de Ryan e a forma que as suas bochechas estavam vermelhas me trouxeram alguma comoção.

Meu cérebro estupido queria simpatizar com o loiro.

Então, quando o silêncio reinou naquele estacionamento e Ryan não estava mais ali, eu ouvi um soluço. Meus olhos voaram até a morena e eu vi os seus ombros caídos, a sua cabeça estava baixa. De costas para mim.

— Ágata — chamei o seu nome. Levou alguns segundos até que os seus olhos caíssem sobre mim, haviam algumas lágrimas.

A morena mordeu fortemente o lábio inferior, tentava engolir o choro. Meu coração outra vez se contraiu dentro de minha caixa torácica, meus pés se moviam e eu ia de encontro com a garota. Ágata permaneceu estática, mas eu a abracei. Não tinha o que falar, eu não sabia o que fazer naquela situação.

Eu não esperava também que ela estaria chorando quando fosse a sua vez de ferir o Flynn. E eu comecei a me questionar sobre as proporções que tudo começava a tomar. Tanto Ryan como Ágata pareciam ter ganho alguns arranhões com aquela discussão. Ela me abraçou de volta, seus braços me rodearam e me apertaram contra si.

— Eu não sei que merda está acontecendo — respirou fundo, controlava as lágrimas. — Eu não posso sentir estas coisas, Tóquio. Não é certo. Não é o meu lugar.

Afastei-me um pouco, contudo, o contato não foi quebrado. Fora apenas o bastante para que eu pudesse encara-la.

— Não se culpe, tudo bem? Nós não podemos controlar nosso sentimentos, e eu sei que isso é uma merda — sorri brevemente, sem humor algum, porque era a imagem de Logan que se desenhava em minha mente — Mas não está no nosso controle. O que importa é o que você faz com isso.

— Eu não quero — sua cabeça balançava-se freneticamente em negativa — eu não quero sentir, não quero a sensação de perca. Eu não perdi nada, Tóquio. — um sorriso triste ganhou forma em seus lábios, Ágata quebrou o abraço e limpou as bochechas com as mãos — Não se perde aquilo que nunca teve.

Petricor| RETA FINALWhere stories live. Discover now