1. o petricor e a tempestade que antecede o início de outra.

14.1K 1.1K 3.4K
                                    

Mais um dia de aula acabara no colégio Santa Mônica, o céu desabava e os trovões serviam de trilha sonora para a graciosa dança das gotas da chuva

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Mais um dia de aula acabara no colégio Santa Mônica, o céu desabava e os trovões serviam de trilha sonora para a graciosa dança das gotas da chuva. Com o tempo fechado, um vento frio lambia o rosto do garoto que se esgueirava de qualquer gota de água possível. Pouco a pouco a multidão de alunos se dissipou, restando apenas alguns professores e funcionários. Logan, com seu total pavor de dia chuvosos, se recusou a ir dirigindo para casa. Parecia perigoso. Vagou pelos corredores mórbidos do colégio só até perceber o quanto o lugar parecia sombrio com a falta de luz, o vazio e a chuva. Seus pés se arrastaram até o pátio de saída.

O lugar tinha um tom amarelado nas paredes e um meio muro dividindo o piso e a grama lá fora. Sentou-se nesse pequeno muro com o maxilar travado e os punhos cerrados, repetia para si mesmo que tudo ficaria bem e que o motorista logo chegaria. Ele não podia surtar na escola, ele era Logan Marshall, afinal. A poucos metros dali, uma garota baixinha e de cabelos loiros se deliciava com as gotículas espessas de água que banhavam seu corpo. Tóquio nunca teve medo de se molhar. Seu casaco vermelho sangue jazia no chão, assim como a mochila holográfica cheia de pequenas pizzas. O cabelo dourado estava pregado em sua testa e pescoço, também a fina camiseta preta em seu corpo.

O sorriso em seus lábios era enorme, seu peito palpitava de felicidade e impulsivamente, soltou gritinhos de felicidade. Seu amor por dias tempestuosos era enorme, a garota gostava de dizer que a água da chuva podia lavar a alma. Logan se assustou com o grito estridente que soou atrás de si, finalmente estourando sua bolha para se controlar e notando a garota que pulava na chuva. Faltavam-lhe alguns miolos ou o que? O garoto ergueu a mão e a deslizou pelo cabelo castanho, umedecendo os lábios em seguida. Seu coração quase saiu pela boca quando uma estrondosa trovoada se fez audível, sendo acompanhada por raios cortando o céu. Aquilo parecia o inferno, era como ter seis anos outra vez.

Seus olhos se fecharam e ele mordeu a língua com força, apenas para ter a dor para se concentrar. Não soube bem discernir quanto tempo ficou imerso em seus próprios devaneios nada corajosos, mas quando seus olhos se abriram novamente, era uma buzina que soava atrás de si. Inspirou fortemente o ar antes de se virar de forma lenta, arregalando os olhos em seguida. Não se deu ao trabalho de olhar outra vez para a lunática que sorria na chuva, somente trilhou seu caminho até o carro negro que estava a sua espera e deslizou para dentro do mesmo. Uma pequena ruga se formou em seu nariz ao ver que o seu motorista não era quem guiava o carro, mas sim a pessoa arrogante e prepotente que ele chamava de pai.

— O que faz aqui? — Questionou intrigado.

— Apenas vim buscar meu filho na escola. Não posso? — A voz forte e grave de seu pai estava ali, bem com seu tom de superioridade que jamais o abandonava. Nem quando falava com seu próprio filho. O homem de cabelos grisalhos trajava um terno negro perfeitamente alinhado, sua barba estava por fazer.

— Poder você até pode, apenas não é do feitio de Elliot Marshall bancar o bom pai. — Logan rebateu com escárnio, recebendo uma gargalhada como resposta. O jovem abriu a boca para falar algo, mas a mão estendida de seu pai fez com que ele desistisse do ato. Um sorriso prepotente e maldoso escorria pelos lábios de Elliot, seu olhar estava concentrado na garota que recolhia seus pertences calmamente do chão.

Petricor| RETA FINALOnde as histórias ganham vida. Descobre agora