cinquenta e seis

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O quarto estava escuro, exceto pela fresta na janela que permitia que um tímido feixe de luz adentrasse o cômodo e pairasse sob o olho direito de Ágata Dummont. Não foi imediato porque começou fraco, mas a medida que o sol aparecia e isso se tornava mais forte, Ágata despertou. Mas ela não estava com total consciência de si; a menina se sentia anestesiada. Seus olhos permaneciam fechados, e o calor que a envolvia a fazia querer permanecer para sempre como estava, ainda que não soubesse de onde vinha.

A sua cabeça estava repousada em alguma superfice confortável e extremamente aconchegante. Ela moveu o seu corpo levemente, e as suas mãos deslizaram sob uma área lisa, macia e quente como o calor que cobria o seu corpo. A menina puxou ar para os seus pulmões e o soltou de maneira calma, aproveitando o silêncio e tranquilidade que aquela manhã dava.

A luz do sol contra o seu rosto trazia calor e uma formigação gostosa, e era parecido com o que os seus dedos tinham encontrado instantes atrás; quente, aconchegante. Ágata entreabriu os seus olhos e afastou o rosto da luz que os atravesssava e fazia arder. Com o pescoço pendido para o lado, ela analisou onde estava, encontrando um corpo masculino e grande debaixo do seu, braços envolvendo a sua cintura e, acima da sua cabeça, o rosto angelical que Ryan Flynn assumia quando estava dormindo.

Levou um segundo até que isso fizesse sentido em sua cabeça, então ela se lembrou de como chegou ali, e cada pedaço da noite anterior bombardeou a sua memória.

Ela estava deitada ao lado de Ryan Flynn, mais especificamente em cima dele, com a cabeça apoiada em seu peito. Como os braços dele a envolviam, Ágata acabou deslizando a mão pelo braço direito do loiro, e os olhos dela desceram para o toque que ainda persistia, percebendo que aquela era a tal superfice quente e macia.

O seu coração reagiu dentro do peito, e Aggy se sentiu totalmente desarmada. Ela sabia que estava, e ao contrário do que a sua dureza de antes mandaria, Ágata não quebrou o toque. Ela não tentou se afastar, ela não quis mais nenhum muro entre eles, mesmo a mínima distancia parecia demais.
A simples ideia de tê-lo longe a fez apertar Ryan contra si, aconchegando-se mais em seu corpo, tentando quebrar a distancia entre os átomos mesmo que soubesse que era impossivel existirem no mesmo espaço.

O Flynn tambem se remexeu, mas não despertou ainda; Ryan fez o mesmo que ela, mas inconscientemente. Ele a ajeitou sob o seu corpo e a apertou contra si o suficiente para fazer o coração da menina pular mais forte,e continuar reagindo a ele.
Ela o amava. Com cada pedaço que a fazia, Agata amava Ryan Flynn, ela soube disso muito antes de deixá-lo saber.

E ela teve mais certeza que nunca enquanto o permitia segura-la contra si, a envolvendo para o encaixe perfeito dos seus corpos. Ággy ergueu a cabeça devagar, e os seus olhos encontraram o rosto sereno do Flynn. Ele parecia um anjo. Suas bochechas estavam rosadas e a sua respiração era tão leve que a fez acreditar que aquele foi o sono mais tranquilo que Ryan teve durante meses, e ela não estava errada sobre isso.

Ele nunca dormiu tão bem quanto naquela noite ao seu lado.

Aggy sentiu a ponta dos dedos formigar ao passo que seus olhos descobriam os detalhes dele, correndo pelo pescoço, subindo pelo máxilar e as poucas sardas nas bochechas que ela nunca tinha visto tão bem. Era adorável. Ela não conseguiu se conter, não quis se conter, e finalmente ergueu a mão direita. Aggy a levou em direção ao rosto do loiro, e demorou um segundo analisando-o para decidir onde tocaria primeiro.

Gostava de cada parte dele, mas as bochechas coradas pareciam macias demais para não serem acariciadas. Timida e delicadamente, a menina de pele negra roçou o indicador na pele rubra, e o que sentiu foi ainda melhor do que pensava que seria. Era mais quente do que imaginou. Mais macia que previu.

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⏰ Last updated: Jun 24, 2023 ⏰

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Petricor| RETA FINALWhere stories live. Discover now