Tóquio acabara de arrumar-se para a escola. Era sexta, e ela não poderia estar mais feliz por restar apenas mais uma semana de limpeza. Desceu as escadas de sua casa tranquilamente, preparando-se para caminhar até a escola. Arrastou-se até a cozinha, apenas para pegar alguns morangos. A loira tinha os cabelos presos numa trança boxeadora, uma saia salmão e um vans, o típico tênis de adolescente.
— Isso é um absurdo, Josefine! A minha filha não é ficha de mesa de aposta!
Tóquio ouviu os gritos de seu pai, encolhendo-se atrás da ilha ao perceber que o assunto tratava-se dela. Ergueu as sobrancelhas. Ouviu os passos de seus pais, que tão logo adentraram a cozinha, a presença da garota passando despercebida.
— A Tóquio é muita coisa, mas não é burra, Cole. — Josefine ralhou em tom de repreensão — Aquelas porcarias que ela lê, de alguma forma, ensinaram-na a procurar mais que sorrisos bonitinhos por ai, querido.
Cole suspirou exasperadamente.
— Eu não confiaria nisso.
Tóquio tinha as sobrancelhas juntas, uma pequena ruga em seu nariz e um completo ponto de interrogação em seu rosto. Mas que diabos estava acontecendo ali?
— Os Marshall não vão faze-la de troféu, Cole. Eu não permitiri...
— E o que você fará? — O homem a interrompeu, ríspido. — Você sequer foi uma mãe para Tóquio!
Josefine soltou um riso nasalado, ironia escorrendo pos seus lábios tingidos de vermelho.
— Não é com Tóquio que me preocupo, amor. É com a nossa imagem. Eu não quero jornais e sites de fofocas nos ridicularizando por ai.
Tóquio sentiu seu coração ficar apertado, errando uma batida. Cole passou as mãos entre a barba, esta que estava por fazer. Deixou que os braços caíssem ao lado do terno azul-marinho e bem passado.
— Eu preciso fazer algo. Elliot Marshal tentará de tudo para destroçar a nossa imagem. Ele quer a porra desse contrato de qualquer forma, Josefine. E eu não quero minha filha no meio do fogo cruzado. Marshall e a porra do seu filho de merda não vão fazer da minha filha um peão.
Elliot Marshal... Tóquio ja ouvira esse nome alguma vez. Mordeu fortemente o lábio inferior, esforçando-se ao máximo para lembrar.
E lá estava. Lembrou-se perfeitamente do dia em que Logan solicitou-a para que estudassem juntos.
— Sou Logan Marshall.
Lembrou-se também da reunião com seus pais que veio logo em seguida, quando houve a briga no corredor.
— Onde está Elliot? — Ryan perguntou.
— Ele foi o primeiro a chegar. — Fora Logan quem respondeu.
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Petricor| RETA FINAL
Teen FictionUma tradição, três amigos. Logan, Ryan e Joseph, amigos desde a infância, aprenderam desde cedo com seus pais que sentir não é algo relevante. Os três garotos deviam cumprir a tradição vinda de seus avós, esta que consistia em quebrar exatamente tr...