Vinte e um. 1

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A loira olhava ansiosa para o relógio em seu pulso.  Já haviam visto a placa que indicava o tempo que levaria para o parque estar totalmente fechado e desligado; eles tinham quarenta minutos. Deixaram o unicórnio num lugar seguro, não queriam ter que levar a pelúcia para onde fossem. Então, depois de deixa-a dentro do carro, voltaram para o parque. Logan ao seu lado ouvia atentamente as suas explicações para todos os brinquedos que desconhecia naquele lugar.

Ela apontou para uma estrutura enorme. Havia uma parte erguida, parecia bem resistente. Enganchada nela havia um compartimento cheio de assentos, era quase um T.

— Esse é o famoso Kamikaze. — estavam bem debaixo daquela coisa. Tóquio olhava para o topo, haviam muitas luzes ao redor de toda a estrutura.

Logan ergueu a sobrancelha.

— Kamikaze? — estava um pouco surpreso com o fato daquilo que deveria ser um brinquedo de diversões ter o mesmo nome que pilotos suicidas na guerra.

Diante da expressão de desgosto do garoto, ela riu nasalado.

— Sim. Como os pilotos. Mas isso não significa que estamos indo para a morte certa ou coisa do tipo, a menos...

— A menos...? — ele a incentivou a falar. Tóquio deixou de encarar o Kamikaze para voltar o olhar para ele.

— A menos que você tenha comido antes de entrar na cabine. Então você estará completamente fodido.

Logan deu de ombros.

— Você é completamente maluca. Que tipo de pessoa se arrisca a entrar em o que, supostamente é um brinquedo, que recebe o mesmo nome que pilotos suicidas? — indignado.

Tóquio achou graça.

— Se quiser eu posso te mostrar como é divertido, docinho. Prometo segurar a sua mão quando sentir medo — ela debochou, Logan revirou os olhos.

— Não é medo, chama-se bom senso — bateu levemente os seus ombros no dela.

Então, outra vez Tóquio estava observando o brinquedo. As luzes se apagaram, havia uma mulher fechando mais uma das atrações.

— Era o meu favorito quando criança — confessou — me fazia sentir corajosa.

Eles se apoiaram  numa cerca de metal que havia entre o espaço reservado a quem compraria ingressos e ao caminho entre todas as atrações. Logan quis rir, apenas um som nasalado lhe escapando e chamando a atenção da loira, este que tinha os olhos perdidos em nenhum ponto específico.

— Eu sempre senti medo quando criança, eu tinha medo de tudo. Talvez seja por isso que eu nunca frequentei lugares como esse — mal se deu conta de sua revelação até ter os olhos surpresos de Tóquio sobre si.

Uma brisa fina soprou, os cabelos loiros se desgrenhando. Alguns fios caindo sob seu rosto, sem notar, Logan observou um a um se soltando de trás de sua orelha, depois, o modo como os dedos da garota se infiltraram sobre eles e os puxaram de volta ao lugar. Seu cheiro viajou com a brisa e não havia nada de doce.

Era um tanto perigoso.

— Então o pequeno Logan tinha muito medo, hun?

Ele assentiu, estava um pouco constrangido com a facilidade com que as palavras haviam saído. Não conseguiu sustentar o olhar, um riso tímido brincava em seus lábios.

— É, esse foi o meu dilema infantil.

Tóquio franziu as sobrancelhas, estavam quase unidas com a declaração. Depois, como se houvesse entendido algo, elas estavam em seus lugares.  O olhou de soslaio, estalou os dedos da mão.

Petricor| RETA FINALOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz