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(Josh Beauchamp)

(Um Mês Depois)

Pela primeira vez, passaríamos o Natal estando casados. Ny já ia pelo quarto mês de gestação e eu não poderia estar mais ansioso. Depois da descoberta dos gêmeos, tudo duplicou, inclusive o nosso amor. Mas eu sabia que, apesar da felicidade, ela estava cansada. Por isso, a ideia de passarmos as festividades de final de ano na praia foi minha. Normalmente, era ela que organizava tudo - voos, hospedagens, locação de carro, etc -, porém, pela primeira vez, eu precisei tomar a frente de tudo. Era admirável a sua capacidade de lidar com tantas coisas ao mesmo tempo. Quanto a mim, eu ainda estava aprendendo.

Any- Por que demorou? (Any perguntou assim que me viu retornar da locadora de automóveis)

Eu- Eu esqueci de alugar o carro e não tem mais nenhum de oito lugares disponível.

Confessei em voz baixa, temendo o efeito que o meu esquecimento causaria. Pois, eram dez horas da noite, ainda estávamos no aeroporto e Any estava nitidamente exausta - eu sabia disso porque, quando cansada, ela ficava séria, o que não era muito comum.

Any- Você está brincando, Josh! (Ny exclamou)

Eu- Eu achei que tinha feito a reserva, mas....

Any- E agora?

Aquela era a pergunta que eu temia. Olhei para os seus braços e vi Letícia adormecida. Luca e Cauê, apesar de acordados, também pareciam exaustos. Minha avó certamente estava desejando um bom descanso. O único que parecia tranquilo era Joaquim, que estava distraído com o celular.

Any- Você olhou em outras locadoras? (Any perguntou, trazendo-me de volta à realidade)

Eu- Olhei. Nenhuma tem. (respondi com a consciência pesada)

Eu deveria ter anotado tudo que eu tinha que fazer, como Any aconselhou, mas quis confiar em minha mente, certo de que me lembraria de tudo. As coisas já não iam tão bem pelo fato de eu não ter conseguido comprar passagens para um voo mais cedo, por isso havíamos chegado tão tarde ao nosso destino - culpa de uma conexão longuíssima. E, agora, mais essa!

Eu- O jeito vai ser alugarmos dois carros de cinco lugares. (sugeri, inseguro)

Any suspirou, fazendo-me arrepender do meu esquecimento, e murmurou:

Any- É o jeito.

Ela estava irritada... Comigo.

[...]

Dizem que não há nada ruim que não possa piorar. No meio do trajeto, a caminho da casa de praia que alugamos, uma tempestade nos alcançou. O trânsito de final de ano estava caótico e eu, inexperiente, me desdobrava em cinco para conseguir acompanhar Ny, que ia numa Ranger Rover na minha frente. Ela dirigia sem piedade, quase como se tivesse se esquecido de mim, que não conhecia nada do percurso.

Comigo, no carro, estava minha avó, Luca e... Minha consciência pesada. Any não estava a fim de viajar, foi eu que a convenci com a promessa de que ela não precisaria se preocupar com nada, pois eu me responsabilizaria por tudo. No entanto, dei com os burros na água. Agora, ela que não queria tocar num volante tão cedo estava tendo que enfrentar um baita trânsito por minha causa.

Eu- Ela deve estar querendo me matar. (pensei em voz alta quando vi Any cobrir de buzinaços um carro que a fechou de repente)

Valéria- Tá não, Joshzinho. Ela só está cansada. (minha avó tentou me consolar, mas não havia nada que me convencesse do contrário)

O Malabarista✓Where stories live. Discover now