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(Any Gabrielly)

Eu subi para pegar a minha pretinha assim que escutei seu choro. Eu havia passado boa parte da noite em claro com ela, que tinha pegado um resfriado, e estava realmente preocupada, pois doenças respiratórias é algo que parece estar em nossa genética.

Eu- Pronto, amor! (exclamei ao pegá-la no colo)

Seu narizinho estava vermelho e sua respiração, pesada. Além disso, só quando a peguei, foi que percebi a quentura de sua pele. Então apanhei o termômetro, que estava dentro de uma bolsa sobre a cômoda, pois, ainda no dia anterior, eu havia passado longas horas no hospital com ela; e coloquei debaixo do seu braço, beijando seu rosto logo em seguida, enquanto ela deitava em meu ombro, esmorecida.

Josh- Any...

Fui tirada dos meus pensamentos quando ouvi a voz de Josh. Virei-me e o vi à porta.

Josh- A Lurdes estava trazendo esse remédio para a...

Ele pausou e sorriu fraco, dizendo:

Josh- Ela realmente se parece muito com você.

Eu- O importante é que tem saúde. (brinquei)

Josh riu baixo e eu também, pois era bom vê-lo feliz.

Eu- Vem cá! (chamei-o, pois ele ainda estava na porta do quarto) Vem cá ver a minha pretinha, que, geralmente, põe essa casa de cabeça para baixo, mas que, nos últimos dias está um pouco amuada... Né, amor? (beijei seu rostinho outra vez)

Josh- Licença. (Josh, sempre educado, murmurou e entrou no quarto, enquanto a minha cota de ilusão só triplicava)

Então, quando ele chegou perto de mim, Letícia ergueu a cabeça levemente e o fitou. E bastou que Josh mexesse as sobrancelhas divertidamente para que ela deixasse o semblante amuado de lado por um instante e sorrisse.

É impossível descrever o tamanho da felicidade que eu senti naquele instante.

Eu- Olha só! Parece que alguém gostou do Josh.

Letícia me olhou, mas só por alguns segundos, pois logo voltou o olhar para Josh e esticou uma mão em sua direção.

Eu- Ela vai puxar seu cabelo. (alertei quando vi Josh mais próximo daquela mãozinha astuta)

Josh- Eu não tenho muito cabelo para ela puxar. (Josh disse de um jeito brincalhão e eu ri apenas porque... Na verdade, não há um porquê)

De fato, Josh estava com pouco cabelo se comparado a quando o conheci. Eu imaginava que a razão fosse alguns dos muitos remédios que administraram nele quando ainda estava em coma. Alguns ele ainda teria que tomar por mais algumas semanas. Mas o que são simples semanas diante de todo o tempo que já passou?

Josh- Posso segurar ela? (a pergunta de Josh me trouxe à realidade)

Eu- Claro que pode! (respondi sem hesitar)

Letícia não era de ir no colo de todo mundo, mas não me surpreendeu que ela tenha ido tranquilamente para os braços de Josh. Então o que veio em seguida serviu apenas para maltratar o meu pobre coração iludido: Letícia segurou na nuca de Josh com uma mãozinha e ficou olhando atenciosamente para ele, que fazia graça para fazê-la rir.

Eu precisava olhar o resultado no termômetro, mas eu simplesmente não conseguia parar de assistir aquela cena. Se antes eu já estava desarmada, depois do primeiro sorriso que minha filha deu para Josh, eu me encontrei completamente vulnerável.

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