O Malabarista✓

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(NARRADORA)

Foi Luca que viu quando Silvio chegou ao prédio junto com Noah e Joaquim . Então, do mesmo jeito que Josh já havia lhe ensinado, o garotinho correu para abrir o portão, apertando o botão que o destrancava.

Toda aquela animação de Luca, em essência, era porque ele esperava encontrar Cauê para que brincassem juntos, mas murchou os ombros quando não o viu.

Luca- Cadê o Cauê? (perguntou a Joaquim, que foi o último a entrar)

Joaquim- Ficou na casa da minha avó. (respondeu Joaquim)

Apesar da decepção, Luca logo se animou novamente, alheio às preocupações dos adultos.

Silvio- Any, sua mãe me contou por alto o que aconteceu. (Silvio disse ao se aproximar)

Any Você tem que subir lá para ver, pai. Ela quebrou tudo! (os nervos, que já haviam se acalmado um pouco, voltaram a se aflorar)

Silvio- Mas você não tinha pegado a chave com ela?

Any- Pois é! Eu tinha. Mas, pelo jeito, a bonitona fez uma cópia sem a minha autorização.

Silvio, que há muito tempo tinha que lidar com aquela situação entre as filhas, coçou os cabelos, sem saber o que dizer ou fazer.

Any- Ela expulsou o Raul de lá, (continuou Any) como se o apartamento fosse dela. Eu já mandei uma mensagem para o meu advogado. Ela vai me pagar caro dessa vez!

Silvio- Any... (Silvio tentou opinar, mas foi interrompido pela filha:)

Any- Não me venha defender a Larissa, pai. Pelo amor de Deus!

Silvio- Eu não ia defender. Eu apenas ia te perguntar se não existe uma maneira melhor de resolver isso.

Any- A única maneira existente é ela me pagar cada centavo pelas coisas que ela quebrou. Lembra que ela estragou a lavadora e eu relevei? Mas não mais! Agora, eu não quero nem saber, ela vai se virar para me pagar.

Silvio- Sua irmã não trabalha, Any...

Any- Esse é o problema, pai! Se ela tivesse um emprego, ela não estaria por aí destruindo a minha vida.

Noah- Isso é verdade, pai! (Noah interveio, tomando partido da irmã mais velha) A Ny até colocou ela para trabalhar na clínica, mas ela ficou de má vontade.

Any- Não apenas isso. Ela quase acabou com a minha clínica, discutindo com os pacientes.

Outra vez, Silvio passou as mãos pelos cabelos e suspirou. De fato, sentia-se no meio de um fogo cruzado. Seu silêncio, porém, foi interpretado como omissão e parcialidade por Any, que não conseguiu evitar as palavras:

Any- A minha mãe e o senhor deveriam parar de passar a mão na cabeça dela...

Silvio- A gente não passa a mão na cabeça dela, Any. (Silvio afirmou com voz firme, um pouco ofendido)

Any- Ah, não passa, pai? Claro que passa! Larissa nunca assumiu as responsabilidades dos atos dela. Agora, tá aí! Uma mulher de 26 anos, vagabunda que...

Silvio- Any! É da sua irmã que estamos falando.

Any- Ué, pai? Só porque é minha irmã eu tenho que deixar de dizer a verdade? Se eu não passo a mão na cabeça nem dos meus filhos, eu vou passar na dela? Mas não vou mesmo! Ela é vagabunda, sim. E é bom que vocês parem de fazer as vontades dela, porque, amanhã, pode ser tarde demais.