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(NARRADORA)

Apesar de ser dia de domingo, como a rotina ordenava, Any acordou oito horas da manhã e desceu para o primeiro andar da casa logo após a sua higiene matinal. Domingo era dia de se reunir com a família, que vinha almoçar e passar a tarde.

Durante a semana, não costumava cozinhar, tarefa que correspondia à Lurdes, mas, no domingo, já era tradição: Any largava tudo e ia colocar a mão na massa. Depois da odontologia, a gastronomia era, definitivamente, a sua maior paixão.

Mas aquele domingo se apresentou ligeiramente diferente à princípio, pois, assim que a morena alcançou a cozinha, a voz de Cauê soou atrás dela, que se virou, deparando-se com o pequeno trajado com uma sunga azul e com uma máscara de mergulho pendurada no pescoço.

Any- Que isso, Cauê?

Cauê- Posso nadar?

Any- Filho, são oito horas da manhã. (respondeu Any enquanto ligava a cafeteira)

Cauê- Só um pouquinho antes do café.

Any- Tem que esperar seu tio chegar para que ele limpe a piscina, Cauê. Você já sabe.

Cauê- Mas eu quero, mãe!

A morena respirou fundo, buscando paciência. Ela conhecia Cauê muito bem e sabia que, quando ele começava, não terminava tão cedo. E a verdade é que tinha dias que o garotinho lhe tirava do sério.

Any- Tem que esperar o seu tio. Já falei!

Cauê- Mas por que você não pode limpar?

Any- Porque eu não posso, Cauê. E chega de insistir!

Intimamente, Any pensou que seria em vão tentar explicar para o filho que a sua obstetra lhe havia aconselhado a evitar esforços durante a gravidez. Achou que ele não entenderia.

Cauê Ah nem, mãe! Eu quero nadar agora.

Cauê, parado no meio da cozinha, balançou o corpo, fazendo o máximo de pirraça que conseguia, e, não medindo esforços, agarrou a blusa do pijama que Any usava, insistindo:

Cauê- Limpa a piscina, mãe.

Any- Cauê, solta a minha blusa.

Cauê- Mas você vai limpar?

Any- Eu não vou limpar nada, Cauê. Se o senhor quer nadar, vai ter que esperar o seu tio chegar. Mas, se continuar me torrando a paciência desse jeito, eu vou falar para o No não limpar coisa nenhuma.

Cauê soltou a blusa da morena com brusquidão e se distanciou, gritando:

Cauê- CHATA!

Any- Sou mesmo.

Cauê- EU TE ODEIO!

Any- É mesmo, é?

Any, que já estava acostumada com aquelas injúrias, não deu muita bola para o que o filho estava lhe dizendo, apesar de machucar no fundo. Então ouviu um assobio conhecido e sorriu, era Noah chegando. Assim como Sabina, o jovem moreno de 22 anos tinha passe livre para chegar no condomínio.

Ao ouvir o assobio, Cauê abandonou a cozinha no mesmo instante e foi correndo até a sala, atravessando-a rapidamente, a fim de abrir a porta e se jogar nos braços do tio, que o recebeu com a mesma empolgação.

Cauê- Tio! Tio! Tio! (Cauê exclamou múltiplas vezes quando Noah o colocou no chão) Limpa a piscina?

O jovem moreno sorriu e bagunçou levemente os cabelos de Cauê, dizendo:

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