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(Seis meses depois)

Eram quase nove horas da noite quando Josh chegou à casa de Any. Assim que entrou, porém, se deparou com a morena sentada no sofá, com o rosto entre as duas mãos, e Cauê, ao seu lado, tinha um semblante de poucos amigos. Mas antes que pudesse perguntar qualquer coisa, viu Noah retornando da cozinha e dizendo:

Noah- Eles contaram aquela velha história de que só se pode registrar um desaparecimento depois de 24 horas.

Josh- O que aconteceu? (Josh perguntou assim que teve oportunidade)

Noah- Aparentemente, o Joaquim fugiu.

Josh- Fugiu? Como assim "fugiu"?

Preocupado e, ao mesmo tempo, confuso com a situação, Josh deixou, sobre o sofá, a mochila que trazia consigo - pois vinha de um curso de pré-vestibular - e esperou por alguma explicação. No entanto, o que veio foi apenas um desabafo de Any, que se levantou, atordoada, e exclamou:

Any- Agora, como é que eu vou encontrar esse garoto de noite, meu Deus do céu?

Josh- Mas como assim ele fugiu? (Josh segurou a morena gentilmente quando a viu passar ao seu lado)

Any- Não sei. Ele me pediu para ir ao shopping e eu deixei. Então ele pegou um Uber e foi, mas não voltou até agora. Já liguei para ele. Já fui ao shopping. Já liguei para a casa de todos os amigos dele, mas ele não está em lugar nenhum!

Any fez uma pausa repentina e passou uma mão pelo rosto, pois o desespero já se misturava com o cansaço e com a apreensão, deixando-a esgotada.

Josh- Calma, amor! (Josh tentou tranquilizar a morena quando a percebeu atemorizada)

Então a conduziu novamente até o sofá, dizendo pacientemente:

Josh- Sente-se aí. Fica tranquila. A gente vai achar ele.

Tentando pensar numa boa solução, Josh se sentou sobre o sofá, ao lado de Any, e passou uma mão pelo rosto, como ela o fizera ainda há pouco. Estava cansado, queria apenas banhar-se e descansar, mas, havia passado pela casa da namorada para vê-la. Porém, de repente, se viu na necessidade de reunir mais ânimo e resolver aquela situação.

Noah- Vou voltar ao shopping. (Noah decidiu após alguns minutos de ponderação)

Josh- Eu vou com você. (Josh se prontificou se levantando)

Any- Eu também vou! (Any exclamou e se colocou de pé sem hesitação)

Mas Josh a aconselhou imediatamente:

Josh- Não, amor. Melhor você ficar aqui.

Any- Não, Josh. Eu... (ela tentou insistir)

Josh- E se ele voltar? Você tem que estar aqui.

O jovem rapaz presenteou Any com um curto selinho e prometeu logo em seguida:

Josh- A gente vai encontrar ele. Fica tranquila, tá? (deu-lhe mais um selinho) Fica tranquila.

Em seguida, rumou os passos na direção da porta e saiu com Noah.

[...]

Any andava de um lado para o outro na sala com o celular pregado na orelha e sob o olhar de Cauê, que dividia a atenção entre os passos monótonos da mãe e a irmãzinha, que, alheia ao desespero da morena, brincava com algumas peças de lego.

Any- Alô! (exclamou Any quando, finalmente, foil atendida pela recepcionista do hospital para o qual estava ligando) Eu queria saber se...

Era dificil dizer. Todas as vezes batia aquele temor: e se ela finalmente tiver encontrado seu filho em um hospital, machucado?

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