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Lurdes colocou sua bolsa sobre os ombros e disse, cuidando para não esquecer nenhum detalhe:

Lurdes- A salada está na geladeira. Viu, querida?

Any, que colocava a mesa, organizando os pratos e os copos da maneira que achava melhor, ergueu o olhar e sorriu, agradecendo:

Any- Obrigada, Lurdes. Você me salvou! Tem certeza que não quer ficar?

Lurdes- Eu até gostaria, mas meu filho está lá em casa com o meu neto e... Sabe como é, né? Amanhã, eles vão voltar para São Paulo e eu quero aproveitar ao máximo.

Any- Claro! Você está certa.

Lurdes- Bem, então... Boa noite, Any.

Any- Boa noite, Lurdes. E obrigada mais uma vez.

A mulher, cujo sorriso quase nunca saía do rosto, tocou de leve o ombro de Any e, na sequência, deixou a casa. No mesmo instante, Cauê entrou na sala de jantar com os cabelos desgrenhados e com os olhos fixos no iPad, onde jogava um joguinho qualquer.

Any- Filho, você ainda não tomou banho? (perguntou Any quando Cauê se sentou em uma das cadeiras da enorme mesa de vidro)

Cauê- Já tomei. (respondeu ele, sem desviar o olhar do jogo)

Any- Então por que está descabelado desse jeito?

Cauê- Eu fiquei com preguiça de pentear, mãe. Penteia pra mim? (Cauê ergueu o rosto, ostentando um sorriso amarelo)

Any- Agora, eu não posso, filho. Estou correndo aqui pra ajeitar tudo. Além do mais, você já tem 9 anos, né? Não acha que está na hora de fazer isso sozinho.

Cauê- Mas é que eu não consigo, mãe! Meu cabelo tá muito duro.

Any riu e, aproximando-se do filho, puxou para trás a franjinha que caía sobre seus olhos e beijou-lhe a testa, perguntando logo em seguida:

Any- Se está tão difícil cuidar do seu cabelo, por que não o corta?

Cauê- Não! (Cauê quase gritou, colocando as mãos sobre a cabeça)

Outra vez, a morena riu. Por alguma razão, Cauê tinha horror a ideia de cortar seus cabelos.

Any- Você ia ficar lindo com a cabeça raspada. (provocou Any com um sorriso brincalhão estampado no rosto)

Cauê- Para, mãe! (choramingou Cauê)

Any- Mas é sério...

Cauê- PARA!

Any- Não grita... (murmurou a morena sem conseguir evitar o riso baixo)

Cauê- Mas foi você que começou.

Any- Tudo bem. Eu assumo. Me desculpa, tá? (Any beijou a testa do filho outra vez e acrescentou:) Você fica lindo de qualquer jeito.

Então, quando a morena saiu para a cozinha, Cauê passou uma mão pela testa, limpando o lugar onde Any o havia beijado. Não era de carícias.

[...]

Luca entrou na cozinha abraçado a duas garrafas de refrigerante, as quais deixou dentro da geladeira antes de sair praticamente correndo em busca de Cauê, mas, logo à porta da cozinha, encontrou Any, que trazia Letícia de uma soneca.

Luca- Ei, tia! Eu já cheguei. (disse Luca, sempre alegre) Cadê o Cauê?

Any- Deve estar lá em cima. (respondeu Any, achando graça da empolgação de Luca que parecia inesgotável)

O Malabarista✓Where stories live. Discover now