(04)

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(NARRADORA)

Any passou o restante daquela quinta-feira com a cabeça em Luca e Josh, apesar de não saber bem o porquê daqueles dois terem cativado tanto sua mente. Então, logo mais à noite, chegou em casa cansada e, por pouco, não foi pega pela chuva que despencou assim que ela colocou os pés na sala.

Any- Lurdes, me desculpa! (Any exclamou quando encontrou a empregada sentada no sofá, já pronta para ir embora) Eu agarrei na clínica e...

Lurdes- Tudo bem, querida. (a senhora que estava na casa dos 50 anos afirmou com um sorriso dócil enquanto se levantava)

Any- Não, Lurdes, mas eu faço questão de te levar até o terminal de ônibus. Se você for a pé, debaixo dessa chuva, vai se molhar toda.

Lurdes não impôs resistência, muito pelo contrário, aceitou prontamente, uma vez que o terminal de ônibus era realmente um pouco longe para ir a pé debaixo de chuva.

Então, mesmo tendo acabado de entrar, Any saiu novamente, mas, antes, beijou os filhos e assegurou que iria num pé e voltava no outro. Os dois garotos não se importaram muito, pois estavam concentrados no videogame que jogavam.

Any- Que chuva é essa, hein? (Any puxou assunto enquanto tirava o carro da garagem)

Lurdes- Você viu? E foi de repente, porque o céu estava tão claro hoje. (Lurdes comentou enquanto colocava o cinto de segurança)

Any- Sim, mas essas chuvas estão assim ultimamente.

Lurdes- Ah, Any, eu deixei a comida do Cauê no microondas. (Lurdes avisou)

Any- Ele não quis jantar de novo, né? (a morena perguntou)

Lurdes- Não. Fiz salmão, que ele gosta e tal, mas, mesmo assim, ele não quis comer. (pode deixar. Quando eu chegar em casa, eu faço ele comer. (Any afirmou firmemente)

Então, como de carro era bastante rápido, em questão de minutos, Any parou dentro do terminal de ônibus e esperou que Gilda desembarcasse.

Lurdes- Até amanhã, Amy! (a senhora se despediu simpaticamente)

Any- Até amanhã, Lurdes! Tenha uma boa noite.

Lurdes- Você também.

Sem demorar-se mais, então, pois estava pensando nos filhos que estavam sozinhos em casa, muito embora morasse em um bom condomínio, ainda assim, temia, Any apressou-se em sair do terminal. Ao sair, porém, e parar diante de um semáforo lembrou-se, assim, de repente, de Luca e Josh. Como eles estariam debaixo daquela chuva horrenda? - perguntou-se.

[...]

Luca- Josh. (abraçado ao irmão, sob o som de estrondosos trovões e clarões no céu, Luca chamou)

Josh- Oi, amigão.

Luca- Eu tô com medo.

Há tempos não caía uma chuva como aquela. Mesmo que ainda fosse o começo da noite, seis e pouco marcava o relógio, o céu estava bastante escuro, sendo clareado apenas por relâmpagos que desciam até o chão em alguma parte da cidade de vez em quando.

Josh- Já vai passar, amigão. Já vai passar.

Josh se esticou um pouco e tentou ajeitar melhor a colcha que dava forma à cabana. Mas aquela colcha já velha só impedia o olhar humano de ultrapassar além de seu limite, em contrapartida, a água invadia sem a menor cerimônia. E, apesar da chuva lá fora, dentro da cabana estava abafado e quente, fazendo Luca e Josh suarem como se o sol estivesse no alto do céu.

O Malabarista✓Where stories live. Discover now