LOVE-MALÉVOLA E DIAVAL

By RadijhaR

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LIVRO 2 DA SÉRIE MALÉVOLA E DIAVAL Malévola e Diaval descobriram o real amor entre si,e agora,podiam finalmen... More

Epígrafe
Apresentação e agradecimentos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51 -FINAL

Capítulo 13

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By RadijhaR

Uma brisa fresca balançava meus cabelos lentamente. De uma certa forma, o movimento da natureza me acalmava um pouco. Voei para tão longe com meus pensamentos distantes, que nem notei quando começou a chover, ou para onde estava indo. O céu azul deu espaço a um amontoado de nuvens, que atrapalhavam minha visão de voo, e suas águas ácidas começaram a molhar todo meu corpo, deixando minhas roupas totalmente justas a minha pele.

Me vi obrigada a pousar, por já não estar conseguindo enxergar bem por onde eu voava. Meus olhos ardiam, como se eu tivesse chorado horrores, porém nenhuma lágrima a mais havia sido derramada. Não entendi o que estava acontecendo comigo.

Senti meus pés descalços serem inundados por uma areia fria, mista a algumas pedrinhas meio pontiagudas.

Estava numa praia, constatei. As conchinhas do mar, grudadas ao chão perfuravam levemente meus dedos, porém não me incomodavam. Apenas faziam cócegas.

Apesar do tempo ter escurecido de uma hora para outra, mesmo de dia, embaçando o ambiente em uma tempestade escura, consegui identificar que lugar era aquele. Que praia era aquela. Eu conhecia onde estava.

Engraçado imaginar que um dia já estive aqui, chorando por Aurora, quando ela escolheu Ingrith a mim, me traindo a confiança e duvidando de minha índole naquele jantar . E mais hilário ainda era pensar que o mesmo motivo me trazia aqui de novo. Ela.

Lembro bem que eu havia passado um bom tempo observando o mar, e o movimento de suas pequenas e tranquilas ondas irem e virem, enquanto eu abraçava a mim mesma, tentando aplacar meu frio. Era tudo igual agora . Estava acontecendo de novo.

Jamais pensei que esse episódio se repetiria. Para mim, depois que tudo ficou bem, não me passou por um segundo que eu voltaria aqui. Na verdade, era por acaso que nesse lugar eu estava novamente. Voar sem rumo, sem direção, muitas vezes nos traz consequências e coincidências bizarras.

Mordi o lábio inferior rachado, com a intenção de hidratá-lo, e senti um forte gosto de sal, decorrente dos ventos marítimos que me cercavam, e batiam em minha face.

Fiz uma cara feia. A sensação era tão amarga quanto a situação que minha vida se encontrava.

Me perguntava o porquê. Qual o motivo disso tudo? O que fiz para merecer?

Tudo bem -constatei, esfregando minhas mãos uma na outra, para tentar aquecê-las. Não era muito funcional, já que a chuva continuava a me molhar -Eu tinha errado com Aurora dessa vez. Tinha a agredido, de todas as formas possíveis. Mas mesmo assim, por quê?

Meu nariz começou a obstruir -para variar um pouco -me informando que estava na hora de eu procurar um lugar para me esconder da tempestade, ou do contrário, pegar uma gripe bem desastrosa. Raios e trovões começaram a aparecer no céu, e meu coração errou uma batida. Admito ter um pouco de fobia destes barulhos - mesmo se fosse eu que os causasse - , inclusive estando sozinha , o que era o caso no momento. Me sentia muito vulnerável.

Se Diaval estivesse aqui, eu não sentiria medo. Mas estava na solidão por minha própria escolha.

Lembrei das palavras dele, do como queria me ajudar a voltar para minha vida normal. Aquilo foi tão bom de se ouvir. Me perguntava o que tinha acontecido comigo, para não ter aceitado.

Meu noivo oferecera a mim  sua mão, sua ajuda e sua total disponibilidade. Eu me incriminava por não ter simplesmente colaborado dando uma resposta positiva para ele, mas ao mesmo tempo, céus, por que não consegui me controlar mais uma vez? Por que não detive toda a amargura que no meu ser crescia, e que nem culpa de Diaval era ?No fundo, bem lá no íntimo, eu gostaria de ter dito um sim para ele, ter dito que queria voltar a viver , esquecer o que no castelo aconteceu, torcendo para que o tempo, por si resolvesse a questão que ficara pendente, entretanto, nisso Aurora tinha razão. A cada dia, eu perdia mais um pouco de meu bom senso.

Minhas emoções comandavam minhas atitudes. E eu não sabia como mudar isso. Um absurdo.

Sempre foi assim, desde minha infância. Era por culpa de meu amor incondicional e cego por Stefan que perdi meu par de asas. Era por causa de minha fúria, e temperamento impulsivo que os humanos me temiam. Era por eu ser problemática, que iniciei aquela discussão com Aurora. Eu, e absolutamente eu era o meu maior problema.

Encontrei, após ficar um bom tempo procurando, algo parecido com uma casa humana simples, que muito relembrava o chalé que as fadinhas usaram para criar Aurora, alguns anos atrás, só que com uma área de entrada bem extensa, que dispunha de uma cadeira amadeirada, e uma mesinha branca ao seu lado. Fui adentrando, e balancei um pouco minhas asas encharcadas, antes de sentar no chão ,contente pelo fato da água provinda das nuvens já não estar mais me atingindo.

Reparei a poça de água que eu havia criado no local, com o respingar dos meus cabelos, asas e roupa. O dono da propriedade com certeza iria ficar furioso.

Esfreguei a palma de minha mão na testa, tentando enxugar um pouco meu rosto, enquanto observava o ambiente. A porta da residência que eu adotara como guarda-chuva era preta, e tinha casas de aranha em cada uma de suas pontas e na maçaneta, mostrando que ninguém passava por ali há um bom tempo, ou então, odiava a ideia de habitar em um ambiente limpo.

Isso era nojento. 

A parede, cor de telha também estava toda deteriorada. Constatei, por fim, que aquela, era uma casa largada, onde não se vivia mais ninguém.

O ar violento e frio da tempestade soprou mais forte, e arrepiou meu corpo. Coloquei os dois braços em cima de meu peito, mas nada me aquecia. Nem mesmo um pouco de magia, que tentei liberar para construir uma chama.

-É, talvez eu não esteja com força para fazer isso -falei, frustrada após ter minha pequena labareda mágica apagada pelo vento mais uma vez.

Decidi que ficar quieta, e esperar toda aquela chuva passar era a melhor opção. Abracei as minhas pernas contra o meu torso, sentindo que havia achado a posição perfeita para diminuir o frio. Nada seria muito eficiente, afinal, eu já tinha me molhado inteira, mas ao menos, poderia ficar um pouco menos desconfortável.

Comecei a olhar para o mar, sem de fato, admirá-lo, e boas memórias inundaram minha mente.

"-Eu sei quem você é.É minha fada madrinha! -exclamou,em felicidade a moça entusiasmada. Seu sorriso doce liberava algo que me confortava em meio a minha escuridão. Uma paz.

-Como? -interroguei, em choque. Após anos me escondendo, acreditando ser invisível, eu havia sido descoberta. Aquilo era inacreditável.

-Minha fada madrinha...Você tem me observado durante toda minha vida. Sua sombra me acompanha para onde eu vou.

Nada respondi. Eu simplesmente não sabia o que dizer. Não fazia ideia.

E assim, Aurora vira meu rosto pela primeira vez. Assim foi nosso primeiro encontro frente a frente . Assim que tudo de fato, começou."

"-Mamãe,eu trouxe pra você -a bela menina de olhos amendoados me entregava uma caixinha cor de rosa,feita pelas suas próprias mãos. Era bem pequena. Um laço vermelho decorava o objeto em cima, e o desfiz, com muito dó.

-O que é isso? -perguntei, ainda abrindo o pequeno utensílio nas minhas mãos.

-Abre aí .

Me deparei com um colar lindo, que dispunha de um pingente em formato de rosa. Era dourado, e brilhava com cada raio de sol que o atravessava.

-Nossa Sophie, é... -gaguejei, sem reação.

-Lindo? -ela deduziu -Eu sei. Papai e eu que escolhemos! -prosseguiu empolgada -É pra você lembrar da gente sempre que estiver longe, triste, só...é pra você lembrar que te amamos.

-Feliz aniversário, querida -Diaval continuou a fala de nossa filha. Nos reunimos em um abraço apertado, e eu sorri. Nós sorrimos. -Amamos você.

Dentro de mim, ardia o desejo de dizer que também amava a eles. Porém, aconteceu de novo. O bloqueio que não me permitia falar aquilo para Sophie, a culpa que me consumia, por estar achando que troquei Aurora, tudo aquilo...não me deixou prosseguir.

-Obrigada -foi o único que consegui responder."

E era esse mesmo travamento que não me permitia falar um eu te amo para Sophie em específico até hoje. Até que eu falara uma vez para Diaval, quando ele se declarou para mim, e também já falara para Aurora, quando eu estava morrendo, por culpa do casamento arranjado com Borra, a alguns meses atrás. Mas com Sophie, era diferente.

Eu a amava muito. Ela era minha filha, afinal. Como Aurora também era. Só que o peso de estar deixando uma das filhas de lado ainda acabava comigo.

Segurei com uma das mãos, o colar de rosa que desde aquele dia, estava em meu pescoço e o apertei, sentindo uma dor na alma inigualável pelas coisas não terem ocorrido do jeito que deveriam .Não tive mais coragem de tirar a joia de mim. Como Sophie mesmo havia dito, ela servia de lembrança.

Aquelas lembranças...nossa, como eram boas...momentos felizes, em que Aurora, Sophie, Diaval mostravam que me amavam de verdade, independente de meu gênio, meus defeitos, meu temperamento. Ah,como aquilo fazia falta.

As nuvens começaram a se afastar. A chuva, aos poucos, parou. Eu poderia ir embora em breve, finalmente.

Ouvi um barulho estranho. Me levantei tão rápido quanto era a mim possível, e fiquei um pouco tonta. Acabei por derrubar a mesinha branca, com uma de minhas asas, fazendo um estrondo ainda maior. E como se não bastasse, a poeira que o objeto soltou, ao cair no chão me fez espirrar alto.

Parabéns, Malévola...

Um desconforto me percorreu, e minha barriga começou a ficar com aquela sensação fria de nervosismo. Tinha alguém ali comigo. Eu sabia que tinha. Podia sentir.  Não estava sozinha.

Passos fizeram mais barulho no chão da residência.

Tremi, e trinquei os dentes.

-Quem está aí? -gritei, olhando para todos os lados, enquanto me afastava da casa, em direção a areia -Não...não ouse fazer nada comigo -prossegui, tossindo logo após , por culpa do sereno que peguei ,ou qualquer outra coisa que com certeza me deixaria doente em breve.

Meus olhos arderam novamente. Ah, claro .Estavam mudando de cor. Todo meu corpo entrou em alerta, e uma fumaça verde brilhante começou a percorrer meus dedos.

Uma risada maléfica, que lembrava assustadoramente aquela que ouvi  no meu sonho invadiu o ambiente. Belisquei meu braço, tentando acordar, mas percebi que não estava dormindo.

O que estava acontecendo?

Abri a boca para falar mais alguma coisa, porém decidi que não era uma boa ideia. Se fingir de muda e simplesmente ir embora era a opção mais viável.

-Então, você está aí... -uma voz grave entoou. Não a reconheci. -Quanto tempo esperei por esse momento -riu sarcasticamente.

Não respondi. Apenas andei mais para trás, sem olhar para onde estava indo, e meus pés sentiram o mar lhes molhar. Já havia me afastado uma boa distância. Eu precisava sair agora. Devia.

Mas não tive tempo algum. Assim que abri as asas para alçar voo , uma mão com um pano tapou minha boca e nariz, e um braço musculoso segurou meu pescoço. O cheiro forte daquilo entorpeceu todos os meus sentidos, e após eu grunhir algumas vezes, tentando me sair daquela abordagem, adormeci.













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