LOVE-MALÉVOLA E DIAVAL

By RadijhaR

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LIVRO 2 DA SÉRIE MALÉVOLA E DIAVAL Malévola e Diaval descobriram o real amor entre si,e agora,podiam finalmen... More

Epígrafe
Apresentação e agradecimentos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51 -FINAL

Capítulo 7

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By RadijhaR

Por mais que eu vivesse em contato com a aparência humana a diversos anos,sendo transformado nela,e atualmente,ficando "preso" de forma definitiva,ainda não compreendia com clareza algumas sensações,e ao ver minha ama ali,naquele exato momento,comecei a perder um pouco de minha respiração,e até minha vista ficou embaçada.

Concluí que poderia ser meu nervosismo.

Certo que tudo que estava acontecendo não tinha muito a ver comigo,já que o assunto entre Aurora e Malévola,até onde eu sabia,se tratava de Sophie,nossa recém adotada filha,mas a maneira como eu era ligado aquela trevosa fazia-me sentir o que ela sentia,passar pelo que ela passava,mesmo que fôssemos criaturas completamente diferentes,com gostos nada parecidos,e personalidades com nenhuma semelhança.

Comecei a perguntar-me se aquelas preocupações em mim eram provenientes de minha ama,que agora,eu visualizava a alguns quilômetros de distância,ou se tratava-se de ansiedade para saber as boas (ou más)novidades.Resolvi acreditar que a segunda opção era mais conveniente.

Minhas paranoias insistiam em sussurrar na minha cabeça que nada estava bem,porém procurei ser o mais otimista possível.Comecei a dizer para mim mesmo que as coisas estavam em seu devido controle e que Aurora havia entendido perfeitamente o que quer que sua mãe lhe dissera naquele palácio.

O problema maior era que eu não conseguia ter convicção disso.Nem um pouco.

Mesmo sabendo que nossa primogênita era uma garota muito doce,e compreensiva,eu ainda tinha meus receios de como ela havia reagido ao saber de Sophie,afinal,nós escondemos muitas coisas dela nos últimos meses.Muitas mesmo.

Acontecimentos felizes,festas,pedidos de casamento,tudo.Eram assuntos para serem compartilhados a todos aqueles que dizíamos amar,e Aurora estava no meio dessas pessoas.Na verdade,sempre esteve,e tinha total direito de ser informada sobre cada novidade.Mas,infelizmente,não fizemos da maneira certa.Não a notificamos de absolutamente nada.

Olhei para Malévola,que se aproximava cada vez mais,e meu coração acelerou,com uma pontada no peito inexplicável.Sophie,por sua vez,estava bem ocupada,se divertindo,e não notou minhas mudanças corpóreas drásticas.Suspirei de alívio.Assim,pelo menos,eu saberia que ela não iria se preocupar comigo.

Minha ama ainda não havia voltado seu olhar em minha direção.Perguntei-me o porquê ela não tinha retornado de Ulstead voando,já que odiava andar,mas lembrei que,depois dos traumas que o casamento fajuto dela com Borra,armado por Zeyn,tinham sido causados,minha noiva usava suas asas com menos frequência.Isso porque elas não tinham mais a mesma força de antes.Eu até tratei dos ferimentos que todo aquele sofrimento a causara,mas ainda assim,flutuar nos céus continuava doloroso para ela,e talvez,ficasse desse jeito por mais um bom tempo.

Algumas vezes,se arriscava alcançar as nuvens assim mesmo,sem importar-se com a tortura que isso a causava ou com o incômodo e cicatrizes,que horas,ou outras,abriam novamente.Como se não bastasse a ferida que Stefan a causara,e que ia permanecer tatuada na sua pele para sempre,agora,havia mais outra,criada por uma dor bem semelhante.

Eu só tinha a certeza de que iria cuidar daquelas marcas nela enquanto vivesse.

Com todo amor,faria isso.Nem que tivesse de refazer os enfaixados,e as pequenas cirurgias,todos os dias.

Tudo para não vê-la sofrer mais.Tudo para não vê-la sentir dor.

Olhei uma terceira vez para a fada das trevas,e fui correspondido.O rosto dela aparentava estar mais pálido,com a luminosidade que aquele dia de céu azul,sem nuvens estava nos proporcionando,e as suas pupilas em cor de verde,vívidas como as folhas de uma árvore forte e saudável resplandeciam.Ela já estava perto o suficiente para que eu pudesse notar esses detalhes,mas não o bastante para me conceder um abraço.

Ao me ver,a fada arregalou o olhos,e pude notar que seu corpo afastou-se um pouco para trás,quase imperceptivelmente.Não pude decifrar sua expressão facial de primeira,pois os raios de luz que o astro diurno estava a liberar não me permitiam.

A cumprimentei,com um aceno de mão,como se fôssemos apenas conhecidos distantes,que não possuíam nenhuma relação especial entre si.Ela não foi recíproca no ato.

Dei uma breve olhada em Sophie,que por hora,estava entretida demais,brincando com suas colegas trevosas.A garotinha sorria,com os arremessos de lama em seu rosto,enquanto ela revidava.

Diria que,se a menina estivesse usando o vestido que ganhara de mim ontem,no seu aniversário,numa ocasião como esta,eu estaria tendo um mini ataque cardíaco.

Agradeci mentalmente por a criança ter ao menos um pingo de senso.Porém lembrei-me que sua mãe não ia gostar nada de vê-la suja daquele jeito.

Como um pássaro em busca de um ninho desesperadamente,apressei o passo para próximo de Malévola,louco por notícias.Por muito pouco,não caí no chão,ao bater meu pé em uma pedrinha,que estava meio enterrada na relva.A dor era insuportável,mas optei por deixá-la para depois.Tinha coisas mais importantes a tratar.

-Malévola...Malévola,e.... -ofeguei de cansaço.A corrida de alguns metros que fiz me mostrou que talvez,eu estivesse me tornando uma pessoa sedentária -E então...como..como foi?

-Diaval,eu não quero conversar,agora -ela falou estressada.

Ainda sem ar,a encarei,e pude notar o como seus olhos estavam mais verdes que o normal.Tinha uma pequena ferida disposta na sua testa,parecida com um arranhão,e questionei-me se aquilo foi feito no castelo,ou já estava ali há um bom tempo.

Aquela cor em suas íris,aquela raiva que sua face,agora debaixo de uma sombra fresca,que nos protegia do sol,me transmitia...não parecia ser boa coisa.Tremi um pouco

-Você...você tá bem? -questionei,mesmo sabendo previamente uma conclusão.

Ela não me respondeu,apenas suspirou,fechando os olhos.Parecia que estava reprimindo um choro.Pude ouvir um pequeno gemido saindo de seus lábios avermelhados.

-Já disse que não quero conversar,me deixe sozinha,por favor -sua voz,que sempre emitia poder e autoridade,agora apenas trazia medo,e insegurança,vacilando por culpa de lágrimas sendo retraídas para dentro.

-Não deu certo,não é? -resolvi não obedecê-la,pouco me importando para o que aconteceria comigo depois,caso a mesma tivesse algum ataque de fúria.A propósito,eles estavam se tornando menos cotidianos -Eu deveria ter ido com você,Malévola.Por que será que nunca me escutas?

-Você pode me deixar em paz? -persistiu a fada,gritando,as mãos indo de encontro a sua cabeça.Abri minha boca para contrariá-la novamente,mas atentei ao risco de como isso a faria se sentir pior e mais irritada.

A única certeza que eu possuía,era que algo de errado havia acontecido.Se estivesse tudo realmente bem,Malévola não se encontraria dessa maneira,e muito provavelmente,as coisas estariam diferentes,começando por suas reações emocionais.

-Só...promete que vamos conversar depois.Eu quero ajudar você.

-Não sou uma criança,já estou farta de suas preocupações,tudo isso me sufoca!Estou cansada,Diaval!Cansada! -gritou,bufando -Se nós somos praticamente quase casados,por que não confia em mim? -suas mãos gesticulavam rapidamente -Será que dá pra você parar de querer me proteger por tudo nesse mundo?

Ela estava agitada,como a muito tempo não ficava.Percebi sua respiração ofegante,e o ódio que sua face transmitia.

A minha vontade era de dizer que talvez,eu não confiasse nela por conhecê-la o suficiente para saber que as coisas não estavam bem.Porém não tive tempo de proferir essas palavras,pois atrás de mim,ouvi uma voz,que sinceramente,era a que eu menos queria escutar naquele momento.

-Mamãe,papai,o que está acontecendo? -Sophie apareceu duma vez,sem que nenhum de nós dois notássemos.Era o que faltava para completar nosso dia. -Eu ouvi vocês gritando,está tudo bem?

É.Não estava tudo bem.E agora,havia piorado mais ainda.

-Sophie,por favor,saia daqui,isso não é assunto de criança! -me exaltei.Arrependi-me de meu ato em seguida,ao ver a expressão de medo que o rosto da garotinha assumira.Ela olhou para baixo,contorcendo os dedos das mãos,entre si.

Eu só queria preservá-la de todos aqueles problemas,mas não foi bem isso que fiz,já que a única coisa que consegui foi assustá-la.

-Não grite com ela! -Malévola confrontou-me,com os olhos já derramando algumas lágrimas avulsas,e íris avermelhadas -Ou então,eu acabo com você!

Paralisei com a ameaça.Que eu me lembrasse,minha ama nunca havia sido tão rude.Não comigo.

A fada rapidamente tirou a garota de perto de mim,e pôs seus braços envoltos no peito da criança,pouco se importando para as manchas de lama que haviam ali.

-Vocês estão brigando,é isso? -Sophie nos olhou,com um clamor de tristeza no rosto,pegando nos pulsos da sua mãe,que se encontravam próximos ao seu pescoço.Suspirei.

-Não,querida,olha... -tirei minha atenção de minha ama,furiosa,e a coloquei na pequena garotinha,que agora,por algum motivo qualquer,estendia sua mão para segurar a minha,ao passo que estremecia seus braços. -Me desculpe,não quis gritar com você,é só que...eu e sua mãe estamos com um pequeno problema...

-Pequeno? -Malévola se enervou,soltando a criança -Nós estamos com um grande problema,Diaval!Grande! -intensificou sua última palavra -Para ser mais clara,eu estou com um grande problema,e não há nada que você possa fazer.

-O que está acontecendo? -Sophie choramingou.Era eu que havia gritado com ela,porém não era de mim que a criança estava com medo.

-Está assustando ela,Malévola,é isso que você quer?  -berrei.

Não obtive resposta para minha pergunta.

A trevosa se retirou de perto de mim e de sua caçula,e alçou voo,provavelmente para seu esconderijo,no pico mais alto de Moors,onde passava sempre que estava emburrada com alguma situação.Notei que sua agilidade não era mais a mesma,e suas asas batiam com dificuldade,mas mesmo assim,o vento que causavam continuava sendo fortíssimo.

Antes de perdê-la completamente de vista nos céus,pude ouvi-la chorar.Sim,era um choro leve,e sutil,mas ainda assim,escutei.Minha alma foi despedaçada.

Eu não tinha a menor ideia do que poderia ter acontecido no castelo entre Malévola e Aurora,porém meus sentidos me alertavam para uma possível discussão das feias,que deixavam minha amada péssima por dias.

-Papai...

-Sophie,meu anjo... -me agachei,para olhar nos olhos da menininha apavorada. -Sua mãe não está muito bem hoje.Não é nada com você,não se preocupe.Ela é assim,algumas vezes. -apressei-me para consolá-la.

-Eu achei que vocês dois nunca brigavam -ela baixou sua cabeça,e arrastou um dos pés no chão.

Parei para refletir o como o coração e ser de uma criança podem ser sensíveis,e como não é fácil lidar com isso.

Uma brisa forte passou sobre nós,assanhando os cabelos claros da menininha,e também bagunçando um pouco dos meus fios escuros.

-Você sentiu isso? -a questionei. -Sentiu esse vento,que acabou com nossos penteados estilosos?

Ela riu assentindo.Descobri,naquele momento,que ser pai,também nos custa tentar parecer bem,mesmo em momentos inconvenientes

-Sabe,discussões,brigas,tudo isso faz parte da vida,independente de onde ela aconteça.Aqui em Moors não é diferente,por mais que seja o lugar mágico que você sempre sonhou em viver. -prossegui -Mas como toda ventania,forte ou fraca,elas passam.Nada de ruim dura para sempre -peguei na bochecha dela,e sorri -Vai ficar tudo bem,eu prometo a você,filha.

Como resposta,não ganhei palavras,e sim gestos.Um largo sorriso,e um apertado abraço.Eles já me diziam tudo.

***

Ela estava me evitando o máximo possível.Nós não nos esbarrávamos desde que a mesma voltou do palácio de sua filha.Isso era bem desconfortável,pois só me fazia ter mais certeza que alguma coisa,Malévola escondia de mim,e não fazia a menor questão de contar.

Eu ainda me sentia mal pelo que havia acontecido.Não sabia como consertar.

Sophie me perguntava várias vezes quando sua mãe ia aparecer para que tudo voltasse ao normal,mas eu não tinha como respondê-la.Deve ter sido traumático para a garota presenciar toda aquela discussão.

Nós dois éramos seu símbolo de felicidade.Felicidade esta,que ela nunca teve em seu antigo lar,o orfanato,se é que podia chamar aquele lugar de casa.A menina nunca me vira tendo um desentendimento com Malévola.Nem sequer uma vez.

Tudo bem que uma hora ou outra,isso poderia acontecer,mas tinha que ser assim,tão de repente?

Por que será que existiam desavenças?Por que será que as coisas tinham de ser assim?Por que quando tudo parece bem,algo dá errado?

Por alguns momentos,tive vontade de ter poderes,como minha ama,e usá-los para afastar o mal que existe no mundo.Se eu fosse poderoso,como ela,talvez tivesse essa capacidade.

Ou não.Vai saber.

-Eu queria que a mamãe aparecesse... -queixou-se a menina,brincando com uma flor da espécie dente-de-leão em suas mãos,que despedaçava suas delicadas pétalas,a medida que a garotinha mexia e rodopiava seu caule entre os dedos.

-É,eu também. -disse,por fim.

O clima de Moors já estava começando a escurecer.Vagas e tristes lembranças assolaram meu coração.Tudo de ruim parecia estar se repetindo.

E eu não fazia ideia de quando isso ia mudar.









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