Os Cinco Selos

By TioArcanjo

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O mundo é um perfeito equilíbrio. Onde existe felicidade, sempre irá ter tristeza. Onde há vida, sempre há mo... More

Capítulo 1 - Renascença
Capítulo 2 - O Despertar
Capítulo 3 - Revelações
Capítulo 4 - A Foice
Capítulo 5 - A Floresta
Capítulo 6 - A Montanha
Capítulo 7 - Kalium
Capítulo 8 - Fúria
Capítulo 9 - Medo
Capítulo 10 - Transformação
Chapter 11 - Ser Angelical
Capítulo 12 - Dungeon
Capítulo 13 - Ódio
Capítulo 14 - Caluna
Capítulo 15 - Usurpador
Capítulo 16 - Portão
Capítulo 17 - Magia
Capítulo 18 - Esgrima da Morte
Capítulo 19 - Sádicos
Capítulo 20 - Liberdade
Capítulo 21 - Lágrima de Sangue
Chapter 22 - Tribo
Capítulo 23 - O Homem do Tempo
Capítulo 24 - Gindeon
Capítulo 25 - Nosso Propósito
Capítulo 26 - Peste
Capítulo 27 - Frio
Capítulo 28 - Garras de Dragão
Capítulo 29 - Fome
Capítulo 30 - Cinzas
Capítulo 31 - Chamas
Capítulo 32 - Inseparáveis
Capítulo 33 - Ressurreição
Capítulo 34 - Baía
Capítulo 35 - Velejar
Capítulo 36 - Ounter
Capítulo 37 - Inesperado
Capítulo 38 - Guerra
Capítulo 39 - Objetivo
Capítulo 40 - Lótus
Capítulo 41- Nephilim
Capítulo 42 -Tragédia
Capítulo 43 - Presenças
Capítulo 44 - Bosque
Capítulo 45 - Carta na Manga
Capítulo 46 - Máscara
Capítulo 47 - Bigode
Capítulo 48 - Força
Capítulo 49 - Armadura
Capítulo 50 - Mentor
Capítulo 51- Excalibur
Capítulo 52 - Morte
Capítulo 53 - Lembranças
Capítulo 54 - Desentendimento
Capítulo 55 - O Livro
Capítulo 56 - Corrompidos
Capítulo 57 - A Falsa
Capítulo 58 - Ragnarok
Capítulo 59 - Criação
Capítulo 60 - Embate
Capítulo 61 - Caos
Capítulo 62 - Último Suspiro
Capítulo 63 - Indícios
Capítulo 64 - Fenda
Capítulo 65 - A Queda
Capítulo 66 - Estrela da Manhã
Capítulo 67 - Orgulho
Capítulo 68 - Escuridão
Capítulo 69 - Armeron
Capítulo 70 - Reencontro
Capítulo 71 - Teste
Capítulo 72 - Eldos
Capítulo 73 - Conhecimento
Capítulo 74 - Despedida
Capítulo 75 - Laços
Capítulo 76 - Limbo
Capítulo 77 - Raiju
Capítulo 78 - Gelo e Fogo
Capítulo 79 - Senhor do Limbo
Capítulo 80 - Traição
Capítulo 81 - Vingança
Capítulo 82 - Templos
Capítulo 83 - Névoa
Capítulo 84 - Vibrações
Capítulo 85 - Ilusões
Capítulo 86 - Vigor
Capítulo 87 - Robustez
Capítulo 88 - Defesa Absoluta
Capítulo 89 - Precipitado
Capítulo 90 - Anjo da Luz
Capítulo 91 - Temor
Capítulo 92 - Informações
Capítulo 93 - Estratégia
Capítulo 94 - Batalha
Capítulo 95 - Muro de Gelo
Capítulo 96 - Absorção
Capítulo 97 - Flor do Inverno
Capítulo 98 - Responsabilidade
Capítulo 99 - Sadomasoquismo
Capítulo 100 - Sangue
Capítulo 101 - Personificação
Capítulo 102 - Cóleras
Capítulo 103 - Armadura Berserk
Capítulo 104 - Espadas
Capítulo 105 - Marionetes
Capítulo 106 - Feras
Capítulo 107 - Olhos
Capítulo 108 - Odin
Capítulo 109 - Imprevisto
Capítulo 110 - Angústia
Capítulo 111 - Coadunados
Capítulo 112 - Ouroboros
Capítulo 113 - Ossos
Capítulo 114 - Furor
Capítulo 115 - Eterno
Capítulo 116 - Chamas Negras
Capítulo 117 - Sombra
Capítulo 118 - Porta
Capítulo 119 - Iniciação
Especial 01 - Os Cinquenta Anos de Kleist
Especial 02 - Os Cinquenta Anos de Edward
Especial 03 - Os Cinquenta Anos de Dante
Especial 04 - Os Cinquenta Anos de Aiken
Especial 05 - Os Cinquenta Anos de Pietra
Capítulo 120 - Insídia
Capítulo 121 - Viagem
Capítulo 122 - Gêmeos
Capítulo 123 - Besta
Capítulo 124 - Arcádia
Capítulo 125 - Rainha
Capítulo 126 - Prisão
Capítulo 127 - Fuga
Capítulo 128 - Golias
Capítulo 129 - Deserto
Capítulo 130 - Covil
Capítulo 131 - Aflição
Capítulo 132 - Canibais
Capítulo 133 - Lua
Capítulo 134 - Arena
Capítulo 135 - Sobreviventes
Capítulo 136 - Ínfima Esperança
Capítulo 137 - Punição
Capítulo 138 - Chuva
Capítulo 139 - Sacrifício
Capítulo 140 - Sombrio
Capítulo 141 - Conflito
Capítulo 142 - Miserável Triunfo
Capítulo 143 - Desesperança
Capítulo 144 - Esperança
Capítulo 145 - Suspenção
Capítulo 146 - Dolorosas Memórias
Capítulo 147 - Treino
Capítulo 148 - Saudação
Capítulo 149 - Próximo Passo
Capítulo 150 - Álgido
Capítulo 151 - Cálido
Capítulo 152 - Zéfiro
Capítulo 153 - Amálgama
Capítulo 154 - Morgus
Capítulo 155 - Elliant
Capítulo 156 - Chodan
Capítulo 157 - Monmog e Manmog
Capítulo 158 - Simulacro
Capítulo 159 - Carrasco
Capítulo 160 - Melancolia
Capítulo 161 - Reino do Medo
Capítulo 162 - Senhor do Medo
Capítulo 163 - Pesadelos
Capítulo 164 - Transição
Capítulo 165 - Contenta
Capítulo 166 - Desordem
Capítulo 167 - Colisão
Capítulo 168 - Redenção
Capítulo 169 - Limites
Capítulo 170 - Arrogância e Orgulho
Capítulo 171 - Massivo
Capítulo 172 - Regresso
Capítulo 173 - Sparda
Capítulo 174 - Início do Fim
Capítulo 175 - Trost
Capítulo 176 - Briga de Taberna
Capítulo 177 - O Pilar
Capítulo 178 - Um Dedo
Capítulo 179 - Ferocidade
Capítulo 180 - Inferioridade
Capítulo 181 - Escárnio
Capítulo 182 - Derrocada
Capítulo 183 - Vida
Capítulo 184 - Incógnita
Capítulo 185 - Organização
Capítulo 186 - Pórtico
Capítulo 187 - Embarcação
Capítulo 188 - Renascimento
Capítulo 189 - Sóis
Capítulo 190 - Nagduz
Capítulo 191 - Ro'resh
Capítulo 193 - Ermo Negro
Capítulo 194 - Calabouço
Capítulo 195 - Circunstâncias

Capítulo 192 - Três Segundos

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By TioArcanjo


A energia sombria que envolvia o corpo de Ro'resh se intensificou.

Dante flexionou seus joelhos, as chamas vermelhas se concentraram em suas pernas, então disparou-se em direção ao inimigo.

A lâmina vermelha do demônio assobiou no ar antes de se encrustar na terra até o guarda-mão. A energia negra percorreu sob o solo e depois irrompeu, lançando-se para cima em meio aos fragmentos rochosos.

Quando o Selo utilizou seus braços para desviar os detritos, Ro'resh surgiu subitamente e estocou com a lâmina na altura do peito. O impacto gerou um alto estalo e uma poderosa repulsão, dissipando alguns fragmentos. Por ter sido surpreendido, Dante perdeu o equilíbrio e, consequentemente, seus pés perderam o atrito contra o chão, assim ficando completamente a mercê da força do demônio, que o projetava para trás. Ro'resh colocava cada vez mais força e energia negra em sua espada, tentando penetrar naquela armadura o mais rápido que conseguisse, mas parecia ser algo impossível.

Os pés do Dante tocaram o solo novamente. Recuperando parte do equilíbrio, moveu seus quatro braços para abraçar o demônio. Contudo, Ro'resh freou seu movimento, e o Selo prosseguiu deslizando, afastando-se alguns metros. Mais um pouco, pensava o Dedo, e minha espada teria virado estilhaços. Tenho que tentar outra forma.

Dante se recuperou e imediatamente voltou ao ataque, utilizando seus dois braços direitos, porém só atingiram o chão com ímpeto. Apesar disto, ele não parou e continuou utilizando seus punhos contra o inimigo, mas o Dedo continuava a desviar com facilidade, assim os golpes apenas assobiavam no ar e acertavam o solo. Ro'resh usufruía em muito do posicionamento dos seus pés e a movimentação leve de seu torso para evitar as investidas do Selo, e, quando possível, utilizava a ponta de sua lâmina contra a armadura.

Ainda nessa sequência, quando Dante utilizou seus punhos esquerdos para atacar, seu corpo desceu junto mais do que o esperado. Com a visão periférica, ele enxergou a espada cortando o ar em sua direção. De súbito, o nephilim jogou seu corpo para trás com força, e lâmina vermelha talhou sua bochecha direita até o nariz, mas não tão profundamente. Ele rolou pelo chão, porém se pôs rapidamente de pé, saltando para bem longe para o demônio não dar sequência a investida, todavia o Dedo ainda assim o fez.

Ro'resh avançou com saltos velozes. Sabendo que não haveria tempo nem para desviar, Dante ergueu os dois braços superiores para proteger a cabeça, enquanto utilizou os inferiores para atacar. Vendo o turbilhão vermelho ardendo em sua direção, Ro'resh imbuiu seu corpo em energia negra e estocou contra, assim passando por entre chamas com sua energia protegendo-o consideravelmente do calor. De frente para o Selo, o demônio segurou o cabo da espada com as duas mãos e a ergueu e, com toda sua força, abaixou-a, decepando os braços inferiores.

O Selo cerrou os dentes de dor.

Ainda no mesmo movimento, o Dedo deslizou para trás e estocou depositando toda sua energia negra na ponta da lâmina, que colidiu novamente contra a armadura em um alto estalo e repulsão no mesmo lugar de outrora. Com a não reação imediata por parte do nephilim, o demônio seguiu com mais estocadas.

Canalizando sua fúria, chamas e força, Dante abaixou seus braços superiores em uma poderosa explosão, espalhando suas labaredas vermelhas e fragmentos do solo. O Selo, porém, não encontrou o demônio em seu campo de visão. De imediato, ele levou seus braços para trás para proteger sua cabeça.

Vindo detrás, Ro'resh observou os braços do Dante se movendo. O demônio, porém, rolou pelo chão e ficou agachado de costas para o Selo. Ele girou a espada e a apontou para o nephilim. Com as duas mãos, Ro'resh empurrou a lâmina em direção ao inimigo, atingindo a armadura com ferocidade e, por conta dos diversos impactos sofridos no mesmo ponto, a armadura fraquejou e fora penetrada. A lâmina trespassou no corpo do Selo até atingir as costas da couraça e parar.

Ora, o Dedo desincrustou a lâmina e correu o mais rápido que pode na direção oposta. Em seguida, as chamas vermelhas explodiram exuberantemente, espalhafatando-se por metros e mais metros, e ficaram assim por poucos segundos. Repentinamente, as labaredas começaram a voltar para o ponto de origem, sendo completamente absorvida novamente pelo Selo. O corpo do Fúria estava coberto pelo revestimento escamado de coloração negra, com mais fissuras rasgando-se e cintilando intensamente. Seus braços inferiores foram completamente regenerados¹, e a armadura forjada pela Vida não mais protegia seu corpo. Em suas costas, o nimbo vermelho se desenhava até sobre a altura da cabeça. O vapor abrasivo exalava de seu corpo e seus olhos ardiam tanto quanto suas próprias chamas.

— Personificação da Fúria — murmurou.

Ro'resh estava escondido atrás de uma elevação rochosa. Partes de sua armadura de couro haviam sido queimadas, assim como sua própria pele, porém seu manto de sombras continuava ondulando. O mais complicado é atacá-lo para infligir danos significativos e sair impune, refletia ele. Meu cansaço mental está aumentando demasiadamente rápido. Talvez com a Personificação facilite derrotá-lo.

— Um... dois... três.

Com a força de seus braços, o selo da Fúria fez a elevação rochosa se transformar em diversos fragmentos. Ainda com o corpo no ar, ele procurou pelo demônio em meio ao vapor exalado e a poeira, mas não o encontrou. Em seu flanco direito, a energia negra rompeu em forma de corte, atingindo-o e cortando-o levemente. Em resposta imediata, Dante concentrou seu calor em seus braços esquerdos, incandescendo-os, e socou o ar na direção do corte, fazendo uma poderosa massa de ar quente se projetar com cólera. Houve o banque alto quando o poder atingiu algo, mas não se sabia o quê.

No momento em que seus pés tocaram o solo, Dante percebeu outro corte indo em sua direção, porém pelo flanco esquerdo. Tão rápido quanto um raio, o Selo desviou, avançou e atacou, mas novamente não conseguiu atingir seu alvo. Além disso, a lâmina vermelha surgiu e cortou horizontalmente na altura de sua barriga. Ignorando a dor, que praticamente não sentiu, girou seu corpo e golpeou poderosamente, contudo apenas dissipou a cortina de poeira e destroços. Em seguida, sentiu um talho abrir-se em suas costas. Com um grito de fúria, o Selo fez o vapor abrasivo exalar fortemente por todo seu corpo, e massa quente de ar se deslocou por todos os lados, e assim ele conseguiu ver o demônio deslizando pelo chão.

Ora, Fúria concentrou seu calor nas pernas, deixando-as incandescentes, e investiu o mais veloz que fosse possível. Ro'resh se preparou para o que lhe aguardava, e conseguiu desviar do primeiro golpe, sentido tanto calor que parecia estar na beira de um vulcão. Dante iniciou uma nova sucessão de poderosos socos, ainda mais velozes, porém, por causa de sua Personificação. Todavia, Ro'resh, que não parecia ter aumentado em nada a sua velocidade de movimento desde o início da batalha, continuava a desviar sem muitos problemas. Não só isto, mas, sem a proteção da armadura, o Selo acabava por sofrer cortes pelo corpo.

A cada acerto no ar, era uma rajada cálida que rompia; a cada banque contra o chão, um tremor que ressoava; a cada rasgar da lâmina contra a pele, um zunido que ecoava.

Vendo que atacar estava lhe punindo mais do que o aceitável, Dante fez seus punhos causarem um último tremor, e o demônio se afastou imediatamente, ofegante, demostrando estar cansado também.

O Selo sentia o sangue fervendo dentro de si e seu coração batendo muito rápido. Não estou conseguindo controlar minha fúria e os sucessivos golpes estão me esquentando muito, pensava. Desta forma, minha Personificação vai durar menos do que o mínimo que deveria. Ele sentiu o coração começar a pesar. Meu limite... está muito próximo.

As pernas se enrubesceram assim como os quatro braços, e novamente o deus da Fúria partiu para o ataque. Ro'resh se envolveu com sua energia negra em grandes proporções. Mais uma vez houve o encontro dos dois, mais intensamente ainda. Desta vez, ambos percorriam pelo terreno de maneira veloz, atacando e contra-atacando, carregando consigo a devastação.

Em um determinado momento, Dante sentiu um forte aperto em seu coração, fazendo seu corpo travar e o sangue fervido jorrar da boca. Neste vacilo, Ro'resh se aproveitou e atacou, rasgando em diagonal e profundamente o torso do Selo. Imediatamente o demônio se afastou em muito, pois os punhos do Selo romperam em sua direção e por pouquíssimo não o atingiu.

Dante caiu de quatro no chão já de volta a sua forma nephilim. Estava novamente com sua armadura, com o sangue escorrendo sob ela e por entre os lábios, e o vapor exalando por toda sua pele. Seu corpo todo latejava de dor, enquanto ofegava em muito.

Ro'resh estava sentindo o calor percorrer por seu corpo, queimando sua pele. Também estava ofegante.

— Devo admitir que isto é o mais próximo da derrota que cheguei, apesar de você só ter encostado em mim uma vez — observou o demônio. — Não fique decepcionado consigo, Fúria. Os únicos que teriam a hipótese de me derrotar era a Peste, com sua Personificação, e talvez Fome, com sua temível mente. Mas você, bem... só tem músculos... e sua Personificação só faz você bater mais rápido. Isso não ajuda em nada contra meu poder, que você não sabe qual é até agora. Mesmo se soubesse, de nada iria valer, na verdade, pois sempre estaria três passos a sua frente.

— Seu poder... — Dante parou para inspirar ar e depois exalou-o como vapor — É ver o futuro.

A máscara do Ro'resh, na região da boca, se abriu em uma expressão macabra e ele começou a gargalhar.

— Desculpe-me rir com tanto prazer, Fúria, mas você descobrir que meu poder é a clarividência é um tanto quanto surpreendente para mim. Sempre que ouvia sobre sua história, eu ria e te desprezava, pois você só parecia ser um burro que sabia bater com força. Agora eu só te vejo como um meio burro. — A espada vermelha fora imbuída por energia negra, e ele começou a caminhar lentamente em direção ao Selo. — Vê? Não importa o que você faça, eu já terei visto. Agora, em seu estado, não há hipótese alguma de vitória.

— É só isso? — disse Dante.

Ro'resh parou, e depois começou a recuar alguns passos.

Seu poder de merda... é só isso?!

Deixando a fúria apossar de seu corpo, as chamas vermelhas explodiram exuberantemente, engolindo-o por completo. Considerando a movimentação dele durante a luta, ele só pode ver alguns segundos à frente, pensou Dante.

Com a ajuda de seu terceiro olho, Ro'resh enxergou que espessos pilares de chamas vermelhas emergiriam do chão a três segundos. Logo percebeu que, devido ao seu cansaço, não reuniria força o suficiente para correr da área de ataque, mas talvez conseguiria se saltasse para cima.

Dante, com todo seu poder, acertou o chão com seus punhos.

Ro'resh flexionou os joelhos, concentrando sua energia negra nas pernas, e saltou em direção as nuvens.

A ira do Deus da Fúria rompeu do solo em devastadores pilares de chamas vermelhas. Ro'resh observou o calor subindo em seu encalço, lambendo suas botas. Quando a força de seu salto estava quase perdendo sua força por completo, as labaredas recuaram, então ele começou a cair. Ro'resh observou, lá embaixo, o Selo novamente em sua Personificação.

— Você já deve ter visto muitas vezes a própria morte, Ro'resh, mas sempre conseguiu desviar dela. Agora, suspenso no ar em uma queda livre, o que lhe impede de desviar, pergunto-me... — Os braços direitos e as pernas do Dante ficaram rubros. — O que você vê após a morte?

Ro'resh pensou em utilizar sua energia para se propulsionar para longe, mas, com sua clarividência, enxergou o futuro em que não era veloz o suficiente para fugir. Então, ele começou a gritar de fúria e, depois, de agonia.

Em menos de um piscar de olhos, os pés do Fúria pararam de tocar o chão, deixando uma profunda cratera, e seus punhos direitos acertaram o Dedo. Ora, dada a força, pressão e temperatura do impacto, o corpo do demônio Ro'resh desintegrou no mesmo instante, indo ao céu com o deslocamento de ar resultante.

Dante, de volta a forma nephilim, deixou-se cair contra o solo, encrustando-se. O vapor exalava em grande quantidade dele. Seu corpo todo estava dolorido, onde sentia seu peito queimar a cada batida do coração, que ainda estava elevada — era como seu sangue fosse tão quente quanto lava. Ergueu seu braço esquerdo e observou-o a tremer intensamente e o direito era ainda pior.

Mas estava vivo.

Havia ganhado.

Bem que Aiken me avisou sobre essa possível situação, pensou. Talvez eu deva descansar um pouco. Dante rapidamente virou o rosto e vomitou sangue escaldante e vapor. Quando ergueu os olhos, viu uma fenda rasgando-se no ar.

Levantou-se, então, o selo da Fúria e adentrou.

Continua <3 :p


Observações:

1 - Não lembro se deixei bem claro sobre isto, mas, quando Dante entra no Despertar ou Personificação, seus ferimentos NÃO CICATRIZADOS se curam. "Como assim não cicatrizados, Tio?" Ora, imagina um braço decepado. Se ele cicatrizar, só irá deixar de ficar em carne viva e parar de sangrar, assim ficando sem o resto do membro. Porém, se Dante entrar no Despertar antes disto, seu braço irá regenerar por completo. Isso acontece porque o súbito aumento de poder dele em misto a sua fúria faz com que sua regeneração atinja um pico muito elevado por um instante.


Curiosidades:

Clarividência: este poder possibilita o Dedo Ro'resh enxergar três segundos do futuro com o seu terceiro olho. Porém, ao fazer isto repentinas vezes, o cansaço mental irá se abater sobre ele. Apenas isto de segundos pode parecer pouca coisa, mas leve em consideração o patamar de velocidade entre a luta entre ele e o Selo — ou seja, imagine o quanto de socos o Dante, em sua Personificação, pode dar em um intervalo neste tempo. Não obstante, Ro'resh também não só deve se preparar para o ataque do inimigo, como também deve se preparar para a visão futura de quando desviar.

Se você refletir por uns instantes (viajar), perceberá que ver o futuro em uma batalha é muito mais complexo e delicado do que parece. Ora, até porque, a cada movimento diferente seu, fará com que o futuro se altere, e a cada movimento em resposta do inimigo, irá alternar novamente.

Como Ro'resh adquiriu o poder ficará para outro momento.

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