Capítulo 191 - Ro'resh

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Uma parcela do muro recaiu ao chão. Dante passou sobre os destroços com as chamas vermelhas lambendo seu corpo e adentrou na fortaleza. No pátio, havia uma grande concentração diversificada de demônios, sendo que a maioria estava sendo treinados pelo nagduz. Ele não deixou de perceber que de fato os nagduz que ali viviam eram mais magros que os livres.

Imediatamente, os demônios chiaram e investiram contra o Selo. Com indiferença, Dante utilizou suas chamas para incinerar as criaturas sombrias, e continuou seguindo pelo pátio em direção ao castelo. Sem cessar, as labaredas vermelhas coloriam de vermelho a fortaleza, levando consigo muitos demônios a morte. Ora, Dante queria matar quanto fosse possível para facilitar a fuga dos nagduz.

Os nagduz livres investiram em seguida, dispersando pelo pátio, destroçando os demônios com sua enorme força e libertando seus semelhantes um a um. Com o número crescente de nagduz se juntando a revolta, os sombrios começaram a ter dificuldades ao chegar ao Selo, e precisaram direcionar seu foco de ataque. Dahklag liderava seu exército com auxílio da Akriz e Gharol, que tinha o foco de libertá-los o quanto antes e ir embora, para não atrapalhar o Fúria.

Agora, Dante estava de frente para o castelo, que era alto, constituo por rochas marrons e detinha duas torres laterais. Quando ele retesou seu braço direito, o demônio veio de cima e pousou no chão a alguns metros à frente. O Dedo Ro'resh estava equipado com sua armadura de couro e envolto em um manto, ambos negros, e mantinha sua espada de lâmina vermelho-sangue em sua mão direita. Seu par de olhos negros e o terceiro, de esclera laranja e íris amarela, fintaram o Selo.

— Não precisa destruir meu castelo, Fúria.

— Então, você é o Ro'resh? — questionou Dante, olhando-o de cima a baixo.

— O próprio. — Ro'resh apontou sua lâmina o lado, levou a mão ao peito e fez uma sútil reverência. — Um dos Dedos do nosso orgulho Imperador, Lúcifer. Devo admitir que foi uma surpresa quando senti sua poderosa presença em meu andar. Imagino que meu imperador não saiba sobre vocês.

— Ele que nos empurrou aqui para dentro.

— Hmm, então isso muda minha percepção. — O demônio apontou a lâmina para o Selo. — Fúria, meu imperador confiou a mim a lhe dar a sentença de morte.

As chamas vermelhas explodiram intensamente. Dante as concentrou em seu braço direito e golpeou o ar, lançando a tormenta em direção ao demônio. Ro'resh, movendo-se com a leveza de uma sombra, desviou em muito para o lado, e o turbilhão passou atingindo a base do castelo, que começou a ruir.

— Isso foi desnecessário — reclamou o Dedo.

O demônio deu mais um salto para trás, e o punho do Selo explodiu contra o solo. Praticamente no mesmo instante, ele puxou um gancho de esquerda, e Ro'resh inclinou levemente seu corpo para trás, e o golpe passou rente ao seu rosto, abrasivo. Não obstante, Fúria prosseguiu com uma sequência de golpes com seus punhos envoltos em chamas, assim pressionando o demônio, que desviava e recuava a cada golpe. Em um determinado momento entre as alternações, Ro'resh girou seu corpo e deslizou seus pés, assim indo para as costas do nephilim, que estava completamente exposta. Diagonalmente, ele brandiu sua espada nas costas, mas surpreendeu-se quando a armadura do Selo simplesmente ricocheteou a lâmina sem dano algum. Dante girou seu corpo também, o seu cotovelo direto quase atingiu o demônio, que novamente inclinou o corpo para trás. Ro'resh também fora obrigado a agachar, pois o punho esquerdo do Selo acompanhou o momento e passou próximo aos seus chifres. Novamente atacou com a espada, mas a armadura aparou. Dante juntou as mãos e desceu, mas acertou o vento, pois o demônio recuou rapidamente deixando um rastro de sombras e saltou para o topo do muro.

Dante não se moveu. Ele conseguiu me acertar duas vezes em intervalos curtos, e eu nenhuma, pensava. É como Pietra e Kleist disseram... ele lê meus movimentos e reage de acordo com tais, sem um padrão definido.

— Essa sua armadura é bem surpreendente. Meu Imperador nunca havia contado sobre ela — disse Ro'resh, ainda sobre o muro, com as mãos atrás das costas. — Praticamente toda minha espada é composta por um minério que retiramos de um andar especifico, e é possível adquirir propriedades semelhantes ao aço com ele. Contudo, o fio da minha espada é composto por outro minério com propriedades muito superiores ao aço quando temperado, chamamos ele de "falso-vidro". Portanto...

As chamas vermelhas subitamente se propagaram de forma exagerada e intensa, interrompendo a fala do demônio. Ro'resh observou as labaredas ondularem e ondularem, e logo percebeu que elas passaram a deslocar em sua direção com ímpeto. Ele saltou. O muro fora atingido por esta massa quente, arrebentando a construção, fazendo com que um misto de chamas, poeira e fragmentos de rochas com variados tamanhos.

Em meio a esta amalgama, encontrava-se Ro'resh. No ar, ele conseguiu apoiar seus pés em um fragmento grande do muro e se impulsionou para o lado. Três segundos depois, os punhos de Dante atingiram a rocha em que o demônio estava, destroçando-a. Ro'resh concentrou sua energia sombria em sua espada e disparou-a em forma de corte no Selo, causando assim uma segunda explosão, dissipando os destroços.

Subitamente, Ro'resh cruzou os braços, e três segundos depois dois punhos o atingiram, projetando seu corpo violentamente para trás, que viajou com ímpeto no ar até brandir e encrustar-se contra uma colina.

Fúria, em seu Despertar, caiu sobre o solo, agachado e com seus punhos esquerdos tocando o chão. Diferente do que pensava, sua armadura se remodelou para que seu no par de braços pudesse sair. Fissuras rasgavam-se pelas partes de seu corpo descobertas, pulsando um brilho incandescente e exalando calor. Algumas finas fissuras também surgiram em sua armadura, deixando o calor sob ela se dissipar.

O Dedo se desprendeu das rochas e também recaiu sobre o solo. Seus antebraços, onde foi atingido diretamente, estavam com a carne negra, completamente queimada, pois a armadura de couro de nada servira. Por sorte, pensava, ele não conseguiu se esticar o suficiente para me atingir com tudo. Sentia a forte dor e intensa queimação, mas ainda conseguia segurar sua espada com firmeza.

— Vejo que seu renome o precede — começou a dizer o demônio —, Fúria, os braços de dragão.

— Um renome meio errôneo. — Dante se ergueu, alongando seus braços. — Seguindo esta linha de pensamento, eu deveria ser o próprio dragão. Não tenho culpa senão aguentam um único soco meu.

— Quanta arrogância.

— Desde quando demônios são tão sensíveis ao ponto de não suportar uma simples verdade?

— Então diga-me, Fúria, o dragão... — A energia negra começou a envolver todo o corpo de Ro'resh, ondulando. — Eu tenho chances de matar você?

— Você sabe que sim. — Uma fissura incandescente começou a se rasgar da bochecha e desceu pelo pescoço até se ocultar sob a armadura. — E isto me enfurece um pouco.

Continua <3 :p

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