Capítulo 178 - Um Dedo

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Pietra saltou da casa para o que restou ainda de pé do muro de Trost e, habilmente, escalou as paredes até chegar ao topo, subindo em cima das ameias. Ao seu lado, flutuando, encontrava-se o arcanjo Amtiel.

Na área que antecede o muro, encontrava-se um grupo de demônios. Cinco deles, eram bestas grandes de andar quadrupede. Sua cabeça era um crânio longo, mas não achatado; por suas cavidades serem ocas, era possível ver um brilho laranja emanando de dentro, como se fossem chamas. A pelagem marrom e densa começava no pescoço, descendo até o meio do corpo, e o resto mantinha sua pele avermelhada descoberta. Suas pernas dianteiras eram proporcionais ao seu corpo, enquanto as traseiras tinham o fêmur mais longo e a região parecia ser mais musculosa. Em meio a estas bestas, encontravam-se oito demônios menores e de estatura ereta, que estavam envoltos em mantos negros. Estes demônios menores (tamanho padrão de um humano) flutuavam rente ao chão, e nenhum pé saia do manto. Pareciam não ter faces, porque, de dentro do capuz do manto, havia apenas escuridão. Em suas mãos de pele avermelhada e dedos longos, segurava na esquerda uma espécie de lâmpada com sua estrutura de ossos e uma chama verde queimando em seu interior, e na direita uma espada.

Por entre os chifres grandes, espessos e com ramificações de uma das bestas demoníacas, uma concentração de energia vermelha esférica surgiu. Dois dos demônios encapuzados balançaram suas lanternas e proferiram algo, e, logo a frente, um grande círculo mágico de chamas laranjas desenhou-se no ar.

— Isso não é nada bom — disse Pietra.

A besta levou sua cabeça para trás e depois para frente, e as esfera de energia viajou. Passando pelo círculo em chamas, aquela esfera aumentou em muito o seu diâmetro, e seguiu em direção ao reino de Trost.

O Selo pensou em fazer algo, mas fora ofuscado por um brilho intenso. Ora, o corpo do arcanjo ficou envolto em raios azuis que estalavam e emanavam um ruindo ensurdecedor. Amtiel levou seu braço direito para trás, que empunhava a espada de lâmina azul-metálico, os raios começaram a se concentrar na lâmina e, então, estocou para disparar um turbilhão de raios que confrontou a poderosa esfera de energia. As duas forças se confrontaram inertes por poucos segundos, até a esfera começar a empurrar o pilar de raios do arcanjo. Porém, sobre um rugido de esforço, Amtiel moveu seu braço para cima com força e rapidez. Em seguida, veio a explosão com brilho e ruído estonteante.

Quando finalmente conseguir enxergar, Pietra viu uma fenda levemente profunda que começava no limite lá embaixo do muro e seguia até onde a besta demoníaca estava, que agora estava cortado ao meio. Poder de corte comparável ao do Aiken, pensou ela.

O arcanjo pousou na ameia, ofegante. Quando se virou para falar com o Selo, viu-a saltando para fora do muro.

Pietra girou seu machado e jogou-o em direção aos demônios. A pesada arma viajou girando no ar até atingir em cheio um dos demônios que usufruem de magia, partindo o corpo dele ao meio e cravando a lâmina no chão. Um círculo mágico roxo em cada lado do Selo surgiu.

Ela estalou os dedos, assim trocando de lugar com seu machado.

Espinhos saíram do círculo mágico, mas, ao invés de perfurarem o Selo, brandiram contra o machado. Confusos, os magos demônios não perceberam que Pietra estava ao lado deles, e ela os incinerou com suas impetuosas chamas verdes. Por pouco, ela jogou seu corpo para lado e desviou da investida rápida de uma das bestas, e contra-atacou com um poderoso soco de direita, fazendo a cabeça esquelética do demônio voar e o corpo tombar, morto.

— Dante ficaria orgulhoso com esse soco.

Em seguida, Peste agarrou a pelagem da besta com as duas mãos e girou o próprio corpo, arremessando-o em uma segunda besta que investia contra ela, acertando-o em cheio. Amtiel chegou dos céus cravando a lâmina na besta viva e descarregou uma grande quantidade de raios.

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