Capítulo 136 - Ínfima Esperança

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Pietra viu as três crianças cercada por três demônios quadrupedes. Sem pensar muito, ela passou seu braço esquerdo pela cintura de Lau e saltou em direção as crianças.

Antes que o primeiro demônio pudesse reagir, Pietra o acertou com chute na cara, e a criatura foi jogada distante dali.

Ela jogou Lau para as outras crianças.

Pietra golpeou o segundo demônio com um forte soco de direita vindo de baixo para cima, e a besta voou tão alto que se chocou contra o teto da caverna. O terceiro demônio avançou, mas Pietra bloqueou a mordida em seu pescoço colocando seu braço esquerdo na frente. Os dentes afiados da besta perfuraram a carne facilmente, e o sangue rubro escorreu. O selo da Peste manteve sua expressão serena. Ela ergueu o braço e agarrou a garganta da criatura, o aperto foi tão forte que houve o eco do estalar do pescoço recém quebrado do demônio. Os dentes nos braços se afrouxaram, e Pietra atirou o demônio para longe das crianças.

Lau, Olivier, Bia e Pock estavam abraçando entre si. Eles tremiam, não de frio, mas de medo. Seus olhos estavam arregalados e suas íris tremiam levemente e cintilava com o brilho das lágrimas – o medo que sentiam era tanto que os impedia de chorar. Pietra olhou para eles, retirou seu manto de pele e cobriu-os.

– Não tirem o manto de cima de vocês ou saiam daí até eu mandar – disse Pietra com uma voz rígida e autoritária.

Quando voltou seu olhar para frente, mais demônios se aproximavam: um que empunhava uma espada larga, dois quadrupedes e um gordo que segurava um porrete.

Pietra não sabia como ela foi capaz de acabar com dois demônios tão facilmente. Além disso, mais quatro se aproximaram, e ela sentiu nenhum temor. Sentia algo diferente... como superioridade. Sim, a única coisa que ela sentia era superioridade a eles e... desprezo, nojo. Alguma coisa dentro dela dizia para combatê-los – não só para salvar aquelas crianças, mas para algo muito além.

E ela estava disposta a escutar esse instinto assassino pulsando por todo o seu corpo.

O demônio de espada larga avançou.

Pietra olhou para seu braço esquerdo: já havia parado de sangrar e os buracos se fechavam.

O demônio ergueu a espada.

Agora, pensou Pietra sem mesmo que percebesse.

O selo da Peste saltou e agarrou o pulso do demônio com a mão esquerda. Com a direita, arrancou a espada dele a força, decapitando-o em um só golpe forte com a espada.

A cabeça do demônio rolou até os outros três. Os demônios de andar quadrupede se entreolharam, avançando em seguida – as unhas afiadas causam um barulho fino a cada passo.

As pessoas capturadas observavam a mulher ruiva no qual eles tinham acabado de salvar do frio. Vê-la lutar trazia esperanças para eles novamente. Seus olhos acompanhavam os movimentos dela, todos vidrados. Eles queriam sair dali e ajudá-la a proteger as crianças, mas, se fizessem qualquer movimento brusco, os demônios poderiam matá-los facilmente, e mortos não podiam fazer nada. Então esperavam o momento certo.

Pietra aguardou os demônios se aproximarem – sua postura estava completamente aberta e relaxada. Quando eles saltaram para um ataque em conjunto com suas garras, ela rolou, e os demônios atingiram o chão. Com um golpe forte, a espada se cravou lateralmente na costela do demônio em seu alcance – ele grunhiu de dor. O segundo saltou por cima de seu parceiro e recaiu sobre a Pietra, que por sua vez caiu de costas no chão. O demônio tentava cravar seus dentes no rosto dela, mas Pietra o impedia com empurrões. O selo da Peste acertou uma joelhada no estômago da criatura, e ele grunhiu de dor e perdeu as forças por um instante – tempo o suficiente para Pietra ficar por cima, descravar a espada do primeiro demônio e finalizar o segundo enterrando a lâmina pelo seu único olho.

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