A paz reinava dentro de mim enquanto repassava algumas melodias sozinho, no sofá do meu escritório. Tentava apenas manter minha concentração no meu violão mais era inevitável não pensar nela.
Por minhas contas faltava no minimo duas semanas para meu filho nascer e eu não fazia a minima ideia de onde a Alison está. Não é falta de responsabilidade, eu apenas cansei de tentar ser bom o suficiente e no fim ganhar uma facada nas costas.
- Não quero falar com ninguém.- disse quando bateram na porta mais mesmo assim abriram e dei de cara com Alvin, entrando.
- Bom dia pra você também.- ele disse.
- Eu juro que não fiz nada, já tem praticamente um mês que nem falo com ela.- levantei as mãos como redimento e ele revirou os olhos.
- Eu não acho você um lobo mau.- ele dei de ombros.
- Obrigado, poucas pessoas acham isso.
- Eu conheço a Alison a muito tempo e sei o dom dela de fazer merda.- não conti o riso. – E por isso que vocês foram feitos um para o outro.- até ele revirou os olhos pra isso.
- Você não veio aqui pra falar sobre isso... Meu filho está bem?
- Sim, está bem e ainda dentro dela.- ele pegou uma envelope e uma caixinha, a caixinha que eu havia dado para ela quando a pedi em casamento. – Ela me pediu para entregar isso a você.- engoli em seco.
- Isso é?...
- Eu não sei, mais de acordo com sua decisão.- ele pegou outra envelope e colocou junto a outra. – Vá até ela e veja seu filho vindo ao mundo.- era o endereço de onde ela estava.
- Obrigado.- ele assentiu e foi em direção a saída.
Abri o primeiro envelope e era uma carta, eu não sabia se lia agora ou não, mais precisava saber qual era a escolha dela ou simplesmente não ter uma escolha. Mais não importava mais, já estava lendo.
Querido Justin,
As vezes quando estamos em uma jornada própria é necessário esbarrar em pessoas que você não faz a mínima ideia que se tornaria parte de sua vida, então sua jornada sai dos eixos porque é necessário você conhecer e experimentar até você sentir que é realmente o que você quer.
Mais não é sobre esse clichê que estou escrevendo para você, é sobre uma garota de 17 anos que você pegou em suas mãos e cuidou dela, você mostrou a essa garota que sua vida valia mais além da ansiedade e da bebida, você mostrou a ela, que ela pode ser de alguém e ter alguém para si própria, você mostrou para ela notas de músicas desconhecidas para sua vida e a ensinou como fazer uma música sobre ela mesma que você chama de, amadurecimento. Você deu a ela todo o seu amor mesmo com todas as inseguranças dela, você fez ela sentir dependente de você para estar segura.
Então um dia essa garota cresce e tem que fazer duas escolhas, uma é qual será o novo rumo de sua jornada e a segunda é quem ela quer ao seu lado. Escolhas são uma merda, e nelas tem a dúvida que se no futuro terá sido uma boa escolha, ou apenas uma escolha vazia que perdeu o sentindo e é por isso que não escolherei, não haverá escolhas na minha vida além de uma óbvia.
E eu estou tão cansada de ouvir que você faz merda comigo quando nós dois sabemos que não é bem assim, eu não sou sua vítima, talvez você seja a minha. Não existe o anjinho e o demônio, existe mágoas afiadas vindo um do outro, e você sempre sai mais quebrado.
E nós nunca paramos para perguntar "porque eu?", nunca nós perguntamos e eu acho que seja necessário agora.
Porque eu? Porque logo eu esse poço de problemas e de orgulho? Porque você simplesmente não desistiu na primeira vez que não deu certo?
Mais se você me perguntar porque você, eu sei, é a única coisa concreta desse grande mundo que eu sei.
Anos atrás quando tudo estava mais difícil e você simplesmente ficava do meu lado com todas suas certeza que não batiam com minhas incertezas... Então você pediu para apenas olhar nos seus olhos, e eu soube que era você naquele olhar. Você me consertou o fez dos seus braços o meu lar e hoje eu vejo que preciso de você mais do que imaginei um dia.
Então eu escolhi minha jornada, viver tudo que a vida tem a nós dá, um filho, uma família... Fazer tudo como deve ser feito, juntos.
Mais a decisão é sua...
Aceita casar comigo?
Com amor, Alison.
Mais tarte tem os últimos💔