Juventude à flor da pele

By Kalliel

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É difícil dizer o momento exato em que se ama ou mesmo explicar exatamente como acontece. No minuto em que to... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
5 anos depois
Epílogo

Capítulo 29

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By Kalliel

As últimas provas do período chegaram, e as aulas estavam quase no fim. O verão havia se estabelecido finalmente e o calor de verdade chegara trazendo o cheiro quente e adocicado da estação, tornando um sacrifício simplesmente sair na rua em horários de pico. Embora a região era conhecida por conservar um clima mais agradável e propício a uma grande leva de turistas, em alguns dias era impossível sair de casa devido ao tempo quente demais. A primavera havia sido mais quente que o normal naquele ano, talvez por isso o verão tenha dado uma pequena trégua não aquecendo demais a maior parte do tempo. As férias estavam se aproximando e nós só pensávamos no quanto as queríamos. 

Cada prova acabou sendo um martírio, as disciplinas foram em sua maioria bastante exigentes e eu tive que virar algumas noites estudando, tendo ficado com olheiras escuras e fundas, e como tanto eu quanto meus amigos e minha namorada precisávamos nos dedicar, ficamos o período inteiro sem sair dos nossos quartos e eu voltei a minha pavorosa abstinência sexual, o único momento que vimos as luzes exteriores fora para ir para o colégio. Alison havia contado com a Tamara durante todo o período, pois ela precisava estar apar de tudo que era necessário e quem poderia culpá-la por chegar no meio do semestre? Embora a cada prova que encerrávamos sentindo que nos saímos bem, era dado um belo sorriso para o sol. O céu estava azul, com poucas nuvens brancas salpicando seu esplendor no horizonte e fazia muito calor. Alison apareceu atrás de mim na saída com uma expressão aliviada.

— Graças a Deus, acabou a semana... — ela disse.

— Segunda feira tem mais... — Lamentei.

— Mas será a última... — ela respirou fundo e girou o pescoço de um lado para o outro para aliviar a tensão. — E não vai ser tão difícil quanto a de hoje.

Massageei sua nuca para ajudar a desatar os nós musculares e ouvi como ronronava prazerosamente e logo se apoiava de costas contra mim. Envolvi meus braços ao redor do seu corpo e a levei para o carro. Alison mordia o lábio inferior e esticava os lábios num sorriso relaxado, rindo pelas cócegas provocadas pelo meu queixo se esfregando na curva do seu pescoço e eu sentia a grossa ereção se formando nas minhas calças. 

— Minha nossa... — disse pressionando os quadris contra os meus e apoiando as mãos nas minhas pernas — É o seu celular me cutucando?

— Sabe exatamente o que é...

Ela riu antes de abrir a porta do carro e entrar no lado do carona e eu dei a volta pela frente, para entrar do outro lado. Sentindo a excitação vibrando nos meus músculos, me virei para o lado e afastei o banco para trás, para ter mais conforto e beijar minha namorada decentemente. Alison limitou minha ação afastando também o banco e logo pôs as mãos na minha nuca, devorando meus lábios com os seus e me hipnotizando com seu sabor. Esticando os dedos pelo meu rosto e segurando minhas orelhas, mordendo com seus dentes pelos meus lábios antes de lamber gentilmente por eles. Movendo a loucura dentro de mim.

Logo o carro começou a ficar quente, muito quente, e eu não podia deixar minhas mãos paradas. Porém, aquela parte consciente atrás da minha cabeça começou a gritar que não devíamos simplesmente ignorar as regras e as leis e transar no estacionamento da escola!

E no entanto, ao contrário de parar, cavei uma mão por baixo do tecido de sua camiseta de algodão roxa e segurei seu seio, esfregando o polegar em seu mamilo excitado e sentido Alison ofegar contra a minha boca. Sua pele estava colando um pouco por causa do calor excessivo do dia e da tensão das provas. Seu cheiro da baunilha estava bem mais fraco, dando lugar ao cheiro da nossa excitação e ela ficava cada vez quente, gemendo contra minha boca, demonstrando que também sentiu minha falta.

Aquela altura estávamos frenéticos. Ignorando a minha parte mais racional, desci minha outra mão mão até o elástico de sua saia longa de tecido leve e a encaminhei por baixo dele. O elástico da calcinha passou pelo mesmo e deixei meus dedos vagarem mais para baixo, pelos lábios molhados daquela conchinha doce. Seus dedos apertaram meus ombros e os gemidos contra minha boca ficaram mais intensos. Às vezes era inacreditável o quanto ela respondia ao meu toque. Estava empapada, molhando meus dedos com seus líquido quente, lisa e suave. Cavalgando sobre o meu polegar que rodeava e esfregava seu clitóris e se movia para fazer meus dedos escorregarem para dentro.

— Josh... — ela gemia num sussurro contra meus lábios antes de capturá-los de novo e deixar seus gemidos vibrarem na minha boca.

A adrenalina alavancava nossa excitação, fazia as coisas irem muito mais rápido e somada ao meu atrevimento, o prazer em provocá-la se intensificava, meu dedo médio e o anelar cavavam pela entrada da sua vagina e invadiam por ele, minha língua, entrava e saía pelos seus lábios fazendo os mesmos movimentos que meus dedos. Ao mesmo tempo que meu polegar insistia em atacar seu clitóris, deixando-o inchado e pulsando sob a minha pele.

Alison se ajoelhou ligeiramente sobre o banco, aprofundando o beijo e cavalgando sobre os meus dedos e esticando um braço para tocar a ereção escondida sob a minha calça, minha outra mão permanecia provocando e atiçando seu mamilo apenas para ouvi-la gemer mais alto. Temi pelos vidros do carro, se o ar condicionado ligado conseguia combater o calor que produzíamos e se não estavam embaçados, mas a preocupação foi momentânea, pois graças ao estímulo direto sobre seu clitóris, Alison gozava brandamente sobre meus dedos, deixando-os completamente melados, e estremecia agarrando suas mãos nos meus ombros.

— Fácil agora, neném... — Eu tentava acalmá-la — Eu peguei você...

Uma leve batida do punho do Eric no vidro atrás de mim soou quase como se alguém houvesse ligado um alarme de incêndio, Alison se afastou como se houvesse levado um choque, permanecendo sentada, encolhendo a cabeça sobre os ombros enquanto seu rosto adquiria um tom de chiclete de morango. Respirei profundamente, recostando no banco do motorista, e chupei a umidade dos meus dedos antes de abrir as janelas e me voltar para melhor amigo do outro lado.

— Josh, vamos comer uma pizza para aliviar a tensão das provas, 'tá afim? — Eric perguntou pausadamente, esticando as sobrancelhas e provavelmente se dando conta de que algo acontecia ali e que ele não era um convidado, tendo a sensibilidade de fingir que não percebeu nada.

Terminei de limpar a umidade dos meus dedos molhados e lambi os lábios cheios do gosto doce da Alison. Olhei para minha namorada envergonhada, que de jeito nenhum erguia a cabeça para nos encarar, e depois para o meu melhor amigo.

— Foi mal, Eric... Mas eu tenho que comer outra... coisa. — girei a chave da ignição e o carro roncou sob meus pés como um bom gatinho.

— Ah... Falou. — Ele sacudiu a cabeça em compreensão — Até mais então... —dei adeus com uma mão e saí com o carro do estacionamento.

— Para sua casa? — perguntei pousando uma mão em seu joelho e fazendo um caminho para cima.

— É. — Ela respondeu com a voz trêmula, carregada de excitação sexual e embaraço.

— Ele não viu nada. Se é que te preocupa.

— Eu sei.

Foi o caminho pra casa mais rápido que já fizemos. Mal estacionei no quintal e descemos aos beijos, tendo que parar logo na porta em nome do pudor do Robert e dos outros criados.

— Senhorita Heart. — ele nos cumprimentou com sua voz que destoava do seu tamanho — Senhor Rayder.

— Oi, Robert. — eu retribuí.

— Olá, Robert... — Alison cumpriu o costume diário de recolher informações do mordomo para ficar a par do que havia acontecido enquanto esteve fora — Alguma correspondência ou recado?

— A senhorita Roxane Losieur a espera no escritório.

— Como é? O que ela faz aqui?

Robert pareceu constrangido e começou a gaguejar.

— M-me desculpe, senhorita, mas a família Losieur já esteve por aqui algumas vezes e sei que a senhorita e ela estudam na mesma instituição, e-e... 

— Robert, você não se lembra do que aconteceu comigo há um mês?!

— Mas ela disse... — Ele hesitou. Uma grande apreensão começava a dominar pelo meu corpo, a excitação havia desaparecido dando lugar ao nervosismo. E logo aquele conhecido pulsar na minha nuca me causando ainda mais tensão.

— O que ela disse, Robert? — Insisti para que ele falasse de uma vez. 

— D-disse que queria se retratar por tudo o que houve, senhorita. Eu pensei que, como o pai dela esteve aqui antes pela mesma razão então, bom... 

Alison me dirigiu um olhar apreensivo e comprimiu os lábios, eu desejei que ela simplesmente dissesse que não iria atender. A sensação na minha nuca me aterrorizava e eu não sabia porque estava sentindo-a. Mas ela partiu em direção a biblioteca e eu só pude segui-la até lá.

— Robert, não tem ninguém no escritório... — Ela expôs o mesmo pensamento que passou pela minha cabeça, o escritório estava vazio, uma das gavetas estava aberta a força enquanto as outras não estavam bem alinhadas e havia balas de um revolver dentro dela, mas a arma não estava ali. 

Vi como o mordomo se empertigava caminhando pelo cômodo e depois voltava até a porta parecendo confuso.

— Talvez tenha ido embora sem que eu percebesse, senhorita Heart. — Ele sugeriu desde a porta.

— Não. — Eu disse completamente alarmado. Eu sabia que Gideon tinha pelo menos uma arma em casa e que não a deixaria longe das balas. — Eu acho que ela ainda está aqui. Alison?

Alison tinha um olhar apavorado, ela sabia que faltava alguma coisa na gaveta e eu podia pressentir o perigo contido nisso. A gaveta era fechada com chave, mas a tranca foi torcida e, a julgar pelo amassado do grande abridor de cartas jogado sobre a mesa, foi forçada com ele.

— Robert, — Alison parecia tremer inteira, completamente tensa e aflita — chame os seguranças e liga para a polícia. — eu pudia ouvir o cérebro dela trabalhando — Robert, há quanto tempo foi isso?

— Há meia hora, senhorita.

— E por que não ficou de olho nela?

— Bom... A moça pediu para ir ao banheiro e eu precisava informar o que deveria ter no jantar à cozinheira e cumprir com muitas obrigações hoje. Eu a avisei que deveria voltar à biblioteca e esperar a senhorita. Eu lamento de verdade por tudo isso, senhorita, mas eu não sabia que ela faria qualquer coisa.

— Por que não damos uma olhada pela casa? Ela só pode sair se Robert abrir o portão ou se acionarem a garagem pelo botão eletrônico do seu pai e ele não está em casa, e tem câmeras por aqui, ela ainda deve estar na mansão.

— Sim, vamos fazer isso. — Alison concordou, pouco antes de arregalar os olhos com um pensamento cruzando seu rosto.

— Alison? — Chamei — O que foi?

— Tommy. 

Seu rosto instantaneamente ficou branco. Alison disparou do escritório e seguiu pelas escadas na direção do quarto do filho. Eu só pude segui-la sentindo meu coração pulsando ao redor da minha cabeça.

— Alison! — Gritei no caminho, tentando fazê-la lembrar que Rox possivelmente estava armada. — Alison, espera!

Eu não pude pará-la, só pude segui-la até me congelar na porta do quarto do Tommy e ampará-la para que não desmaiasse. Roxane estava andando de um lado para o outro, segurando o revólver com a mão trêmula e com o rosto vermelho e cheio de lágrimas, antes de parar e me encarar. Tommy dormia tranquilamente dentro do berço.

  — Roxy... — Eu a chamei — Por favor, não faça nenhuma besteira.

Ela olhava diretamente para nós, eu estava posicionado atrás da Alison e tudo na minha expressão corporal se preparava para protegê-la instintivamente. Um arrepio subia pela minha coluna e minha nuca dava espasmos. Na Rox, eu só podia enxergar dor.

— Roxane, deixa me pegar o Tommy... — Alison pediu, chorosa — Por favor.

— Você nunca soube, não é?— Sua voz soou quebrada, me enviando uma sensação de pesar no estômago— Você nunca se sentiu como eu me sinto... Nunca soube o que é ser odiada. Se sentir sozinha...

— Rox, por favor... — Eu pedi, temendo cada uma das possibilidades que apareciam ali.

— Eu implorei a você, Josh... Eu disse que sem você eu não tinha mais ninguém, mas você me deixou sozinha mesmo assim. — As lágrimas desciam pelo seu rosto copiosamente, mas eu duvidei que Roxane deixaria qualquer um de nós chegar perto dela. — Por que, Josh? Por que as coisas nunca são boas para mim? Por que eu sempre estrago tudo?

— Roxy, por favor... — Insisti — Já devem ter chamado a polícia. Larga isso, por favor.

— Isso podia acabar agora... Eu só queria não ficar sozinha, só queria que você me amasse, mas isso não vai acontecer. Isso nunca vai acontecer.

Cautelosamente coloquei Alison atrás de mim, me perguntei nervosamente onde estavam os seguranças que não chegaram ainda, mas acredito que só havia passado dois ou três minutos que se assemelhavam a uma eternidade. Rox não se mexia de onde estava.

  — Roxy, seja lá o que estiver pensando, eu estou pedindo a você que solte a arma. — Jesus Cristo, meu corpo todo estremecia de pavor. Eu não sabia o que ela queria, mas Rox estava confusa o suficiente para fazer qualquer coisa—Vamos resolver isso de outro jeito.

— As coisas saíram de controle, não é? — Dei outro passo adiante, temeroso, respirando profundamente e rezando para que tudo ficasse bem— Eu acho que não tem mais jeito para mim. Eu não tenho jeito, Josh... Eu sou inútil, me desculpe.

Aconteceu muito rápido para que meu cérebro pudesse capturar instantaneamente o que houve.

Roxy ergueu os braços e mirou a arma acima da orelha, então foi como se alguma coisa houvesse me possuído e eu simplesmente corri até ela e lutei para impedi-la. Eu segurei a arma das suas mãos e apontei para trás enquanto tentava tirá-la de seu poder. A equipe de segurança entrou no quarto chutando a porta contígua e causando um grande barulho e de repente o revólver disparou. Congelamos no ar. Tommy acordou berrando, Alison caiu no chão com um buraco na lateral da coxa, Rox soltou a arma de olhos arregalados e se soltou do meu agarre correndo até a minha namorada.

  — Não... Por favor, não!— Roxane disparava as palavras no meio das próprias lágrimas — Alison, por favor, me desculpa! Isso não era para acontecer! Eu não sabia que estava carregada, eu vi as balas na gaveta, mas não achei que havia alguma na arma, por favor, eu não queria... Por favor, me desculpa. Me desculpa. Me desculpa. 

— Fica longe dela!—  Eu gritei sentindo a fúria aquecer o meu sangue, puxei Roxane pelo ombro e a atirei no chão longe da minha namorada — Alison! — olhei a ferida aberta na sua perna e fiquei aterrorizado pelo sangue que saía a jorros dali.

— Ai... — ela gemeu — Oh,Deus! Isso dói!

  — Me desculpa! Me desculpa! — Rox dizia repetidamente enquanto a equipe dos seguranças a imobilizava e algemava — Eu sinto muito, Josh! Tem que acreditar em mim.

A polícia entrou na casa com um estardalhaço das sirenes do lado de fora e acionaram uma equipe de paramédicos imediatamente. Levaram Roxane dali diretamente para a viatura. Eu não queria vê-la outra vez, não queria olhar para ela naquele momento. Eu só pensava na Alison sendo levada para a ambulância minutos depois e de todo barulho cercando a mansão dos Heart. Tudo aconteceu tão rápido, mas pareceu levar uma vida inteira quando não foram mais que trinta minutos. Os trinta minutos mais assustadores da minha vida.

Gideon e Virginia seguiram dentro do carro hospitalar até uma clínica de emergência e eu os segui atrás. Tommy permaneceu com os empregados enquanto Tamara, em meio a lágrimas nervosas, tentava acalmá-lo. 

— Você teve sorte, moça, — O médico dizia enquanto atravessava a carne da coxa da Alison com uma agulha curva depois de ter desinfetado a ferida— O tiro pegou de raspão e a bala não acertou nenhum lugar importante. Você vai ficar bem em um mês.

— Graças a Deus. — Eu murmurei contra sua mão abrigada dentro da minha e depositei um beijo nos nós dos seus dedos. No canto do quarto do hospital, os pais da Alison respiravam aliviados.

— Você vai ficar meio grogue por conta das medicações que te deram, mas nada que vá ser perigoso.— Ele continuava — Evite dirigir e pegar peso, enquanto precisar usar os remédios e não fique de pé nem mantenha relações sexuais por até quinze dias, pelo menos, para que não abra os pontos. Espero seu retorno em vinte dias.

— Mas eu tenho aula.

— Vou lhe dar um atestado junto com a prescrição dos remédios. — Ele se voltou até sua mesa e começou a escrever numa folha de papel timbrado — Se os pontos abrirem antes do tempo, venha aqui imediatamente. Observe se começar a secretar pus, ou se parecer inflamado, me ligue ou venha para a clínica.

Depois de nos passar todas as informações e das horas intermináveis que passamos ali dentro fazendo exames e mais exames, o doutor a liberou para ir embora, assim de simples. O ferimento não precisaria de nenhuma cirurgia e não havia lesionado nenhum tecido importante também, fisicamente Alison ficaria bem. Mas eu ainda tremia.

Porra! Meu corpo inteiro vibrava como se eu estivesse congelando, por tudo o que podia ter acontecido, pela possibilidade de perdê-la definitivamente se aquela bala houvesse apenas seguido outro caminho, se houvesse acertado mais para cima e pegado uma artéria ou pior. 

"Quando você tem uma vida e ela é tirada de você assim, como poeira no vento" a voz do meu pai soou na minha cabeça como um sino. Eu quase a perdi para sempre.

Me voltei repentinamente para Alison e beijei seus lábios com toda a angústia que eu sentia, me certificando que a vida ainda passava pelo seu corpo através dos seus lábios tocando os meus. Só precisava de uma afirmação momentânea de que teríamos tudo pela frente, que nossos sonhos e o nosso amor ainda eram nossos. Senti seu rosto molhado e ergui a cabeça.

— Quase perdi você. — eu murmurei com a voz trêmula pois o maldito medo não me abandonava e ela meneou a cabeça.— Eu tive tanto medo, Alison... Meu Deus.

— Eu sei... — Sua voz soou tão assustada quanto a minha.

Simplesmente a beijei de novo esperando que isso me desse um pouco de paz, sentindo meu rosto aquecer com as minhas próprias lágrimas. 

— Eu te amo, neném... Eu te amo, ok?

— Eu também te amo...

— Quero que case comigo. 

O completo choque e espanto passou por seu rosto e logo a indignação.

— Casar? Ficou louco? — Ela disse, esticando a cabeça para trás para poder olhar nos meus olhos—Só tenho 20 anos e você, 19. E ainda tem a faculdade.

— Tem que casar comigo, neném. Quero ter certeza que vou ter você comigo pelos próximos 60 anos. Não pode me dizer não.

— Josh... Já te disse que odeio que tentem me controlar. Quanto mais tentar me comandar, mais me afastará de você. — Alison tomou um longo tempo ancorando sua testa, tentando se recobrar do efeito do analgésico — Não quero ser obrigada a dizer não, só acho que é cedo demais. 

— Não precisa ser necessariamente agora...— Esclareci—Podemos fazer isso em seis meses. 

— Me peça de novo daqui a seis meses, então, e vamos ver o que eu respondo.

— Eu vou pedir.— Avisei— E de um jeito que você não vai poder negar. 

— Sei... Mas espera, e o Tommy?

— Que que tem ele? 

— Ele é o meu filho, Josh, o que eu tenho de mais importante.

— Eu quero vocês dois. — eu estava decidido a tê-los — Eu amo os dois, Alison. Tommy é uma parte de você e eu não poderia não adorá-lo por isso. É claro que ainda estamos nos conhecendo melhor, mas eu mal posso esperar pelo que o futuro nos reserva.

Ela novamente apoiou a cabeça no meu peito e eu esfreguei seus braços tentando convencê-la de que poderíamos dar certo para todo sempre.

— Eu te amo, Josh Rayder.— Ela disse ao erguer a cabeça.— Eu vou dizer sim quando você me pedir de novo... Em seis meses.

Alison... Obstinada como só ela poderia ser.

— Eu vou esperar bastante ansioso por esse dia. 

-----

Finalmente nossas férias de verão haviam, e como eu havia pedido fomos para a casa de praia do meu pai, na ilha de Comandatuba na Bahia. Era outono na região brasileira, então o lugar não estava no auge do turismo, mas eu sabia por costume que ir até ali na alta temporada não seria uma boa ideia, a Califórnia por mais quente que fosse mantinha o seu calor suportável para os norte americanos e mesmo o outono no Brasil podia ser bastante acalorado para nós. Era o meu local favorito para tirar férias por sua beleza natural e pela receptividade do povo, sempre me senti bem-vindo ali graças as pessoas que nos recebiam.

Deitado comodamente na cama, eu fitava a Alison admirando o pôr-do-sol enrolada somente em uma coberta. Era perfeito, tudo aquilo era perfeito. Devagar, me levantei de onde estava e fui caminhando até a minha futura noiva, passando meus braços ao redor da sua cintura.

— É lindo aqui. — Ela disse suspirando ao observar todo o esplendor laranja que se estendia no céu, o mar que parecia banhado de ouro e as sombras que cobriam a natureza ao nosso redor, enegrecendo-a — Já viu algo mais bonito que esse pôr-do-sol? — conteve um arrepio sentindo meu beijo repousando no seu pescoço.

— Já... — eu disse levando meus olhos para o horizonte começando a se pintar de roxo na parte mais afastada do sol e laranja forte na linha do oceano — Você.

— É um fofo... Mas sabe que não precisa de desculpas se quer me levar de volta para cama.

Gideon e Virginia Hart levaram Tommy para uma viagem à Disneyland e avisaram que nós poderíamos aproveitar a casa de férias. Meu pai havia começado um projeto de um novo sistema de segurança então permitiu que a Mad foi à França com os Heart. O que foi maravilhoso para ela, já que só havíamos ido para o mundo Disney em Orlando e Maddie adorava.

— Não são desculpas... — Sentindo novamente meu desejo por ela rugindo no meu sistema, girei seu corpo de frente para o meu e lentamente desatei o lençol que a cobria — Bom... Só um pouco.

— Sei.— Lentamente, Alison passou os braços pelo meu pescoço e mordeu os meus lábios.

Ergui seu corpo sedutor do chão e a levei de volta para cama.


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