Capítulo 27

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Eu realmente achei que Rox sossegaria pelo menos por algum tempo, que eu não iria precisar me preocupar porque já havíamos conversado, mas eu me enganei... Muito mal se passaram vinte e quatro horas e em duas horas de distração, Alison novamente não estava me esperando no fim das aulas para levá-la para casa.

— Eric... Você teve essa última aula com Alison, certo? — Perguntei ao Eric no fim do intervalo, pois havíamos marcado de comer junto com um grupo de colegas e ela não apareceu.

Ele afirmou com a cabeça.

— O Corby deu um trabalho muito chato hoje... — Ele disse —Ela disse que ia à biblioteca, terminar.

— Ah, está bem. — Era uma droga. Porque só era permitido entrar na biblioteca a quem tinha um passe e nada de celulares, os alunos passavam por um detector de metais se não quisessem deixar o aparelho na recepção por livre e espontânea vontade — Sabe se ela vai demorar? — Quis saber.

— Deixa ela, cara! Você também sufoca a garota.

— Hum. — comecei a sentir um formigamento na nuca, mas ele passou logo que eu a esfreguei — Vocês têm aula juntos depois?

— Não... A Nina tem.— Quarta feira era um dia em que nós não tínhamos uma única aula juntos, então nós dois almoçávamos um com o outro e com alguns amigos.

— Está bem...

— O que é, parceiro? Está com cara de enterro... — Eric me dirigiu um sorriso sardônico — É só porque não vão dar uns beijinhos no intervalo?

— Cala essa boca. — mandei e em troca, Eric riu da minha cara.

— Sério, agora... O que houve?

— Minha nuca...

— Ih... Deixa disso, vai.— ele tentava me tranquilizar — Você deve estar cismado por causa do que houve com a Maddie e...

— Não. Não é isso... — Garanti e depois procurei tirar aquilo da cabeça — Olha, se vir a Alison, diz que eu estou procurando por ela.

O sino bateu e voltamos para nossas salas. Não deixei de me inquietar todo o tempo, minha nuca pinicava ligeiramente e eu não gostava nada disto. Queria sair e falar com ela. Vê-la nem que fosse a distância, só pra saber se tudo ia bem. Só para acalmar a sensação na parte de trás da minha cabeça.

Fui direto até seu armário na hora da saída e fiquei esperando Alison aparecer. E entretanto, ela não apareceu, fui até o banheiro novamente, mas ela tampouco estava ali. Então resolvi esperar no carro.

E contra todas as expectativas do clima californiano,um grupo de nuvens se reuniu no céu e o escureceu rapidamente, soaram os trovões e começou a chover, me forçando a me abrigar dentro do carro para me proteger das gotas de água que caíam do céu como pequenas facas.

Comecei a ficar agitado. Sacudindo os joelhos, e a cada vez que via que um carro deixava o colégio, eu ficava pior. Os grupos foram se dispersando rapidamente para fugirem da chuva e deixando o estacionamento quase vazio. Minha nuca dava espasmos e eu estava bastante nervoso com aquilo tudo. Agarrei meu celular tentando verificar se havia alguma mensagem e eu vi várias ligações perdidas o que só fez os meus nervos se sacudirem, eu tinha que manter o aparelho no silencioso pois não queria que nenhum professor o tomasse de mim se tocasse na aula. Todas as ligações eram da Alison!

Rapidamente diquei seu número e esperei, ouvi vários toques soando e me pondo no estado de espera, só para cair na maldita caixa postal. Repeti o processo por inúmeras vezes. 

"O número chamado está deligado ou fora da área de cobertura" A voz feminina da operadora me respondeu depois de várias tentativas e a chuva piorava terrivelmente, soando como um rugido animalesco fora do conforto aquecido do meu automóvel. Repeti os dígitos respirando muito profundamente e aguardei de novo. 

Juventude à flor da peleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora