A senhorita Gregorian podia dar aulas incríveis, procurava sempre torná-las interessantes e às vezes fazia que fossem meio polêmicas. Ela gostava quando participávamos e discutíamos os temas que ela dava, mas sempre tinha uma única coisa que ela pedia: atenção máxima dos alunos. Porque ela não escrevia a matéria no quadro e matéria falada era mais fácil de esquecer no meio de tantas outras que tínhamos ao longo da semana, e ela falava pra cacete. Mas no fundo eu sabia que ela estava não estava errada, como alunos, nossa obrigação era prestar a tenção e dar o nosso melhor para entender tudo o que eles nos davam, então não adiantava reclamar. O problema era que nem sempre nós estávamos dispostos a dar o nosso melhor para aprender.
Tentei seguir Alison saindo pelo mesmo caminhos através da porta, mas ela já havia sumido entre a multidão de alunos que ia checar os armários e já se encaminhavam para a troca de sala para as próximas aulas. Amaldiçoei o nome da professora em pensamentos por me fazer perder essa oportunidade.
- Cara... - Eric apareceu - Vamos pra aula.
Suspirei. "Talvez mais tarde" pensei. Segui Eric pelo longo e amplo corredor cinza e fomos para a aula de inglês.
Só consegui vê-la outra vez na hora da saída. Ela estava colocando os livros no armário, que curiosamente ficava a mais ou menos quinze passos do meu. Respirei fundo e fui em sua direção, era uma oportunidade que eu não podia deixar passar.
- Oi. É... Alice, não é? - errar o nome de uma garota era uma das minhas melhores táticas pra chamar a atenção dela. Sem discussão, para mim funcionava.
Ela se virou, franzindo as sobrancelhas e me encarando.
- Alison. - ela me corrigiu, com uma voz firme. Eu sorri visivelmente. - Sua caneta, certo? - Abriu a porta do armário quando já estava a centímetros de fechá-la, pegou o caderno vermelho e estendeu a caneta que estava dentro das páginas antes de colocá-lo de volta em seu devido lugar.
- Não era isso, não... - expliquei calmamente - Pode ficar com ela.
- Ah... Falou. - ela balançou a cabeça e ergueu as sobrancelhas fechando o armário e girando a chave.
- Hey, tem uma lanchonete aqui perto, está afim de ir comer um hambúrguer? Talvez um refrigerante... - Sugeri com bom humor - Curte sorvete com coca-cola?
Ela mordeu os lábios e olhou pra cima, como se medisse a proposta, depois estalou a língua.
- É muito legal da sua parte, mas eu passo essa. - deu um passo pro lado, mas eu a impedi pondo o braço apoiado na porta de um armário, a algumas polegadas diante do seu rosto..
- Qual é? - Desafiei-a - Só uma bebida.
- Não posso... - Ela jogou a mochila preta nos ombos e tirou uma mecha do cabelo loiro da boca - Preciso ir para casa.
- Ah, por favor... - Me esforçando em convencê-la, fiz minha melhor cara de cachorro sem dono - Só quero te alimentar. De qualquer forma, eu já ia para lá mesmo. Só queria uma boa companhia.
- Josh! - Roxane surgiu detrás de mim e rapidamente se pendurou no meu pescoço - Que saudade, lindo... - ela puxou meu rosto para perto de si e me deu um beijo na bochecha. Tentei tirar seus braços da minha volta, sem sucesso.
- Oi, Rox... - eu disse, puxando seus braços do meu pescoço - Espera aí... Eu estou ocupado.
- Não está, não... - disse Alison - Agora já tem sua companhia... Eu já vou. - Assim, ela me deu as costas e saiu despreocupada.
- Espera, Alison! - mas ela já tinha ido. - Droga... O que você quer, Rox?! - Inquiri impaciente.
- Ai... Só queria te ver... Grosso! - Ela me deu um tapa no ombro, como se se sentisse ultrajada de verdade, mas eu não caía mais nessa.
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Juventude à flor da pele
RomanceÉ difícil dizer o momento exato em que se ama ou mesmo explicar exatamente como acontece. No minuto em que toda sua vida, toda sua felicidade e a sua miserável existência, resumem-se somente em um par de olhos brilhantes, em uma presença que se torn...