O Inferno de Elijah

By TWanLume

3.1K 239 113

(Gabriel's inferno Fan fiction) Perdão é o que os dois buscam, mas acham que não merecem. Um professor atorme... More

Prólogo
Segundo Capítulo
Terceiro Capítulo
Quarto Capítulo
Capítulo 5
Sobre o olhar de Elijah
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Sobre o olhar de Elizabeth
Capítulo 11 - Elizabeth
Capítulo 12 - Elijah
Capítulo 13 - Nunca é tarde para pedir perdão?
Capítulo 14 - Elizabeth
Capítulo 15 - Conheça a sra. Clarkson
Capítulo 16 - Período hospitalar parte 1
Capítulo 16 - Período Hospitalar parte 2
Capítulo 17 - O Inferno de Eliza
Capítulo 18 - Elizabeth
Sobre o olhar de Elijah
Capítulo 20 - Elijah
Capitulo 21 Pré- Encontro
Capítulo 22 - Primeiro Encontro
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26 (ainda sem correção/ supervisão)
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30 - Passado
Capítulo 31- Eliza
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo Bônus
Capítulo 34
Capítulo 35 - Eliza
Capítulo 36
Capítulo 37

Primeiro Capítulo

238 14 16
By TWanLume

Mesmo antes de terminar a leitura de um dos poemas que mais lhe agrada sobre a eterna Inês, Eliza já sabia que precisava descansar.

Então, sem pressa, deitou-se em sua pequena cama que ainda emanava parte do cheiro floral da lavagem, parte de seu perfume quase infantil.

Sua colega de quarto e melhor amiga, imperativa e comunicativa, não dormiria em casa. O que permitiu que a menina encontrava sem dificuldade a linha tênue entre paz e sossego, pelo menos por essa noite, amanhã a rotina de sua vida retornaria, como um velho e bem vindo amigo.

Do outro lado da cidade encontrava-se Elijah, acolhendo sem pudor tudo de melhor que a vida podia lhe dar.

(...)

Florença é sem dúvidas um dos lugares mais bonitos do mundo, e não só Eliza optava por ir andando estudar, mas muitos outros estrangeiros e moradores pois a cidade oferece uma visão rica da arquitetura italiana em cada esquina.

Da pensão onde Eliza mora ela gasta uns vinte minutos a pé até o curso, e hoje não faria diferente.

Há três dias que ela chegara à Itália, e pessoalmente já acha as pessoas daqui parecidas com os Brasileiros; acolhedores, carismáticos e calorosos.

Sua colega de quarto, uma italiana tagarela e amável, disse que assim que passarem dois ou três meses ela desencanta, e que "se não souber onde ir para se divertir a rotina monótona toma conta de você".

Mas o que Virgínia não sabe, é que uma vida calma e monótona é o que Eliza almeja.

Descendo as escadas da encantadora e simples pensão em que está, ela se depara com a neve que ocupa todas as calçadas de forma amena.

Vir para a cidade no inverno foi a melhor escolha, por dois motivos: no inverno a cidade não fica tão lotada quanto no verão, e o custo do segundo curso que faz, sobre a lingua italiana à noite, diminui.

Dobrando a esquina, ela observa de longe que o comércio do senhor Giuseppe Batolinni não está aberto hoje, o que significa que a máquina da Escola e suas porcarias entrarão no lugar do pão quentinho, suco natural que seu Giuseppe insiste em fazer na hora e um saquinho com um pequeno cacho de uvas verdes para o caminho.

"É sempre bom degustar um docinho vendo a beleza de Firenze, bambino!
Dio ti accompagni, va' con Dio!"

Ele era um chefe de família e um homem de caráter exemplar e bom coração.

Entrar na recepção aquecida do Instituto Internacional de Design de Florença foi um grande alívio, acostumar-se com o frio do lugar é complicado, e grazie a Dio que o clima da Itália é considerado um dos melhores do mundo e logo estaria estável para que também as aulas fossem ao ar livre.

- Ciao, buon Giorno Valentina - Eliza cumprimenta a elegante recepcionista.

- Buon Giorno signorina!

Comprimentar em italiano é uma pequena regra da escola, mas o instituto é para estrangeiros então geralmente falavam em inglês, português ou espanhol.

Eliza é fluente em inglês e intermediária em italiano, mas falar seu idioma original não era raro pois os professores eram muito qualificados e falavam três ou quatro idiomas cada um.

Entrara em sua sala que é composta por pelo menos quarenta pessoas, incluindo sua amiga Virgínia, que já estava em seu lugar e guardara um lugar para ela. Parecia inquieta, mas sendo Virgínia...

- Bom dia Lisa - Disse abrindo um sorriso ao notar a moça,Virgínia é de família tradicional do país, mas cresceu no Brasil - Vamos, sente - se! Quero te contar uma coisa.

- Buon Giorno, persone. - Antes de Virgínia falar, o novo professor que esperávamos chegou. Mas, "bom dia pessoas"? Normalmente nossos professores são bem experientes e escolhem as palavras com graciosidade, pensou Elisa. Então virou-se por educação e por sua amiga não olhar mais em sua direção.

- Boun Giorno. - Ela sibilou sobre as vozes em respostas dos outros alunos.

Ela tentou ajeitar-se na cadeira, tentando parar de ruborizar sobre o correr do olhar do novo professor pela sala, mesmo sentada ao fundo. Pois ela o conhecia. Talvez ele lembrasse assim que passasse o olhar por ela.

- Essa é a turma de brasileiros e portugueses, e alguns estavam com dificuldade com o professor asiático e seu sotaque, eu soube. Sou o novo professor, Elijah Avisatti Machiavelli. Podem me chamar de senhor Machiavelli. - Disse ao sentar-se e passar os olhos sob algumas folhas em sua mesa.

Ficaram todos em silêncio organizando seus materiais, quando ele voltou a falar:

- Senhorita Virginia? - Disse em tom de alerta para os fundos da sala.

- Sim, sim, professore, estou indo. - Ela respondeu erguendo seus 1,75 de altura, curvando-se por um momento para sussurar algo à amiga - Depois lhe explico tudo!

Assim que sua amiga desapareceu atrás da porta o nervosismo fez um hábito antigo surgir; roer unhas. Mas colocou a cabeça no lugar, ela era uma aluna, estudando, em busca de sua especialização em Designer de Interiores. Não uma adolescente tímida e fechada depois que a melhor amiga saiu de sua sala.

Pronto, passou. Foi apenas o baque inicial. Mas o que ele faz aqui? Fazem oito anos...

Eliza decidiu esperar até o final da aula para voltar a pensar nisso, e escreveu furiosamente meticulosa em seu caderno tudo o que o professor escrevia no quadro e dizia, mas sem olhar para ele.

Como posso escrever sobre esses detalhes encantadores da arquitetura italiana e não me concentrar! São fatos importantes para a conclusão do curso, e se eu quero ter êxito...

Eliza sentiu alguém cutucar seu braço esquerdo em meio aos seus devaneios, olhou para o lado e encontrou um par de olhos verdes e gentis. O homem deu um meio sorriso e fez menção para frente da classe, Eliza seguiu seu olhar e deparou-se com um par de olhos azuis eletrizantes olhando diretamente para ela, e outros de alguns alunos que se viraram.

- Então, senhorita Castro? O português é sua língua materna?

À essa altura ela já estava vermelha e com seus olhos castanhos esverdeado arregalados, então mordeu os lábios com tanta força que sentiu o gosto agridoce de seu sangue. Não travava assim desde o ensino médio...

- Já que a senhorita Castro não está disposta a participar da aula, alguém pode responder à minha pergunta? - Disse lançando o último olhar severo para Eliza.

Ela encolheu-se em seu lugar enquanto uma mulher de cabelos ruivos sentada na primeira fileira pediu para responder.

- Um exemplo de arquitetura Renascentista é a própria cúpula da Catedral de Santa Maria Del fiore aqui de Florença, por Brunelleschi. - A beldade respondeu gesticulando e usando muito bem seu italiano para pronunciar os nomes na Língua. Ao terminar deu uma rápida olhada para o fundo da sala, para Eliza, então deu um risinho e jogou os cabelos cumpridos para trás, liberando a visão de seu vasto decote.

- Obrigado, senhorita Mendez.

A aula prosseguiu como se nada tivesse acontecido, mas a cabeça de Eliza pareceria que poderia explodir a qualquer momento. Esse não era seu dia.

Um papelzinho pousou em sua mesa, ela olhou primeiro para frente e via que o professor escrevia no quadro, então olhou para os lados e encontrou outra vez os olhos gentis do rapaz ao lado. Levou o papel o colo e o desdobrou.

Machiavelli é um babaca.

Eliza deu um meio sorriso imperceptível para o bilhete e lançou um sorriso ainda pequeno ao olhar de volta para ele que lhe dava um sorriso contente exibindo seus dentes perfeitos.

- O que há de tão engraçado, senhorita Castro? - A voz que ela já havia gravado dirigiu-se a ela em alto e bom som. Seu sorriso desapareceu. Assim que ela olhou para o professor teve que piscar para os olhos não lacrimejarem com a quentura de seu rosto.

Elijah Machiavelli era um homem atraente, mas agora a expressão severa em seu rosto comprometia seriamente o agradável efeito de sua aparência.

- A culpa foi minha professor - Apressou-se em defesa dela o rapaz ao lado -Eu havia perguntado em que páginas estamos, me desculpe.

- Não é bom em uma especialização ter distrações, Marconi. Estamos na 34.

- Eu sei, me desculpe.

-E senhorita Castro? - Ele a chamou, que lutou para conseguir levantar e firmar o olhar ao dele - Vá até minha sala depois da aula.

Após a aula, El professore deslizou em seus graciosos passos para fora da sala, e Eliza já sabia que estava em maus lençóis. Jamais quis que um professor ficasse com uma impressão errada dela, muito menos ele.

A maioria dos alunos despertaram-se do ambiente, então ela caminhou devagar até a porta.

- Ei, Eliza não é? - O rapaz do bilhete estendeu a mão para ela, a alcançando no corredor.

-Sim - Disse acanhada, apertando sua mão.

-Marconi Franco, mas pode me chamar de Marcos. - Ele tomou cuidado com a pequena mão da menina que tentaria encorajar - Então o que achou da próxima senhora Machiavelli? - Como ela balançou a cabeça com dúvida ele continuou - A ruiva sentada na primeira fila, Alessandra é assistente dele, mas todos sabem que o ela quer por trás de tanta aplicação de atenção e silicone.

Eliza soltou um breve riso abafado que não conseguiu conter, ele soube ali que deveria fazê-la sorrir mais vezes.

- Hum...Você sabe onde fica a sala do professor Machiavelli? - Perguntou enquanto ele a seguia.

- No final do corredor vire a direita, suba as escadas e vire a direita de novo, você verá o nome do professor estampado em ouro - O tom de Marcos soou engraçado ao menosprezar a palavra professor, o que quase arrancou outro sorriso de Eliza, se não fosse pelo nervosismo que sentia por entrar nesse assunto.

- Ah, muito obrigada Marcos - Ela começou a subir as escadas e achar que era o fim da conversa, mas ele subiu dois degraus em um só passo.

- Posso falar com ele primeiro - Eliza levantou pela primeira vez durante na conversa os olhos aos dele - Assim ele já está mais calmo quando você for. Sinto muito, mas também é minha culpa.

Antes que ela pudesse protestar ele apressou os passos e bateu à porta, ela ouviu a voz do professor permitindo sua entrada logo quando subiu o último degrau.

Minutos depois ela ainda estava andando de um lado para o outro temendo que a intervenção de seu colega de classe piorasse as coisas. E fora o que aconteceu. Marconi saiu cabisbaixo sibilando um pedido de desculpas.

- Ele está nervoso. Vai descontar em quem for os problemas que deve ter. Vou te esperar aqui e qualquer coisa me chame.

- Obrigada Marcos, mas como adultos sabemos que pode irritar mais o professor o que resultaria em problemas para você também. Então com todo respeito, peço que vá. Ele... só chamará minha atenção por um descuido meu. Se ele passar dos limites eu tomo providências, prometo.

- Tudo bem, mas amanhã nos vemos, e espero que ele pegue leve. - Disse ainda para baixo por não conseguir ajudar Eliza, mas descendo as escadas reparou que mesmo ela parecendo ser frágil algo em sua essência era forte.

Ela respirou fundo e bateu à porta. Ouviu outro "pode entrar", só que bem mais rude. Abriu a porta o suficiente para passar e a encostou olhando de esguio o semblante de um professor mal humorado sentado em sua mesa.

O lugar era maior do que parecia com paredes cor de gelo, a falta de móveis e a sofisticação dos poucos que tinham, a mesa dele feita de madeira escura, um pequeno armário também de madeira com detalhes esculpidos e duas poltronas de veludo negro em frente ao móvel, davam ar severo ao ambiente.

Ela ficou parada por uns instantes, observando o professor mexer em seu laptop usando seus elegantes óculos de armação escura.

De súbito ele jogou o olhar na direção dela que assustou-se.

- Vamos, sente-se não tenho todo o tempo do mundo.

Ela obrigou suas pernas a andarem até a cadeira à frente a mesa do professor, respirou fundo e balançou a cabeça em positiva, não para ele, mas para ela saber que precisará de toda sua maturidade agora.

Tirou a velha mochila que a acompanha desde os tempos de caloura, e a segurou em frente ao peito como um escudo, então à passos lentos caminhou até o lugar indicado: uma cadeira de madeira que apenas olhando percebia-se ser desconfortável.

- Senhorita Castro, sou treinado para distinguir os tipos de alunos em minha primeira aula. E sua total atenção é o mínimo que pode me dar nela. - Começou tirando os óculos e a encarando sem qualquer compaixão com seu olhos intimidadores - Em toda instituição que trabalho, tenho total direito de desligar quem eu quiser do meu curso. E para se formar você precisa das aulas de História da Arte Castelhana e Italiana, e como eu sou o único professor na área aconselho que haja como uma estudante aplicada, que está claro que não é. Só aprovo alunos excepcionais.

- Só não estava em um bom dia, professor. - Ela tentou se explicar.

- Acha que suas razões pessoais são são de meu interesse? - Rosnou franzindo as sobrancelhas.

- Não senhor, mas doutor Machiavelli eu... - Fora interrompida por ele:

- Senhor ou professor Machiavelli, doutores você encontra em qualquer lugar. Olha, sinceramente, um profissional tem que saber ao menos falar senhorita Castro, me pergunto como conseguiu entrar em um instituição como esta com esse nível de uma adolescente, uma colegial . - Ele fez um gesto com a mão indicado a menina, abusando do desdém.

Ela abriu a boca - Senhor Machiavelli, sinto muito por não estar no nível das pessoas que o cercam, mas mesmo com minha humilde capacidade racional, sei que não devo tratar alguém com tanta arrogância quanto está me tratando por não responder à uma pergunta.

Ele a observou por uns instantes sem nenhuma expressão ao recostar-se em em sua cadeira . Ele rebateria se soubesse o que responder para aquela jovem juntando suas forças para se defender.

- Pode retirar-se senhorita, mas antes me passe seu email profissional, para eu lhe enviar um material de avaliação individual. - Foi a forma dele de dar uma segunda chance dela melhorar sua imagem com ele e não ser expulsa do curso.

Ela o encarou surpresa mas pegou rapidamente um papel aleatório e uma canteta em sua mochila, escreveu seu email e o empurrou sob a mesa.

- Agora me dê licença. - Finalizou o assunto colocando os óculos e seu tom rude no lugar.

Eliza saiu da sala sem perceber que prendia a respiração, então ao fechar a porta inspirou e expirou o ar de seus pulmões, e tratou de andar depressa caso o professor lembrasse de falar outra avocação ou desaforo naturais de sua natureza egocêntrica. Não era desse Elijah que ela se lembrava.

Saiu do prédio pronta para mergulhar em seus pensamentos e mais uma vez relembrar seus breves momentos com ele, sem entender como o Elijah daquela noite se tornou um homem repugnante e insensível, mas uma mulher jovem de cabelos loiros claros e olhos gentis como os do pai, acenava incessantemente do outro lado da rua.

Ela tentou erguer as bochechas com um sorriso, e atravessou caminhando até o banco em que a amiga estava.

- Virgínia, o que houve mais cedo? - Disse mantendo-se em pé em frente a amiga que se levanta a convidando para andar em direção à pensão.

- Precisamos conversar. - O tom da da amiga nunca soou sério como agora.

Continue Reading

You'll Also Like

40.7K 4.1K 52
Rosalie Hale, uma vampira excepcionalmente bela e elegante, conhecida por sua aparência impecável e cabelos loiros. Rosalie é membro da família Culle...
10.8K 381 31
Alice uma menina linda que ama trabalhar e estudar que não baixa a cabeça pra homem nenhum Lucas um homem cruel frio e impiedoso faz parte da máfia t...
30.3K 2K 39
Fiquem com a segunda temporada dessa história Depois que Coringa e Duda foram embora, Arthur vulgo Perigo, assumiu o morro e mora com sua irmã Maytê...
23K 1.1K 30
Maria Júlia Queiroz , se mudou a pouco tempo pra São Paulo por conta do trabalho do seu pai , já q ele faz parte da comissão do Palmeiras , eai ela a...