Capítulo 5

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O que uma pessoa como Eliza faria em um sábado? Leria um livro, mas a porta se abriu e sua amiga Virgínha entrou.

- O que faz aqui?

- Assim que recebe sua amiga que veio salvar seu sábado? - disse com uma careta.

- Salvar meu sábado, heroína?

Sua amiga levantou uma sobrancelha e andou até o armário de Eliza-Você não tem nada sexy?- fez um bico-Olha, volto às 22:00 para te pegar. Mas não se arrume sem mim.- finalizou o que deve ter sido uma conversa de 40 segundos, e saiu.

Deve estar bêbada, pensou Eliza e voltou a ler seu livro. Mais tarde, ouviu um grupo de jovens de sua idade passarem gritando coisas engraçadas lá em baixo, olhou em volta e respirou fundo, precisava de um banho demorado. Assim que saiu, com uma toalha envolta do corpo deparou-se com Virgínia e seu sorriso psicopata, ela levantou da cama e andou animada estendendo uma caixa de presente.

- O que é isso,Virgínia?

- Um presente.

- Eu sei, mas pra quê?

- Pra quê,Eliza? Você... é porque sua amiga aqui passou os últimos oito anos sem comemorar seu aniversário. - ela sempre consegue convencer Eliza, o que ninguém nunca consegue, hoje ela completa 25 anos.

- Um vestido e um sapato? Eles devem ter custado uma fortuna! Não posso aceitar.

- Larga de drama, se veste no banheiro e eu faço a make. Agora, por favor. Hoje é seu aniversário,Eliza!

Eliza bufou e foi se vestir, quando voltou sua amiga deu um sorriso e a sentou numa das duas cadeiras desconfortáveis do quarto, e fez sua mágica.

- Te pegava toda. - disse ao terminar.

- Virgínia! E então, vamos para um barzinho?

- Quase isso.

- Não tem ônibus esse horário, você tem algum número de táxi?

Virgínia não respondeu a amiga e pegou sua bolsa para saírem. Elas desceram as escadas, cada um com seu jeito: Virgínia com seus passos de modelo, Eliza passando a mão pelo vestido e o olhando ao dizer que estava muito curto. Quando ela levantou o olhar deu de cara com o seu professor encostado em seu carro, que não era o mesmo da noite passada.

O professor ficou olhando de Elizabeth para a irmã, incrédulo.

Eliza puxou a amiga antes de se aproximarem mais - Você não pode estar bem da cabeça, ele é meu professor!

- E você é minha amiga e ele meu irmão, numa noite comum entre amigos. - respondeu forçando a continuarem.

- Meu irmão, essa é a amiga da qual lhe falei, Eliza.

- Oi senhorita Castro. - disse estendendo a mão para comprimenta-la.

- Oi senhor Machiavelli. - disse ao apertar a mão dele.

- O que! - Virgínia fingiu muito bem a cara de surpresa - Vocês dois se conhecem?

- Ela é minha aluna Virgínia.

O silêncio se apoderou do lugar, enquanto Eliza e ele se encaravam e evitavam se encarar.

- Está tudo certo entre vocês dois? - ninguém respondeu - Elijah você tem tratado bem minha amiga?

- Vamos? - perguntou para mudar de assunto.

- Vamos sim Elijah, e se comporte no aniversário de minha amiga.

Ele abriu a porta para a irmã e em seguida para Eliza, então entrou e seguiram para o último lugar que Elijah levaria sua irmã.
A Lobby, boate mais bem frequentada da cidade. Mas não levaria Virgínia em um lugar que não pudesse controlar, mesmo sendo o lugar de sua caçada, hoje tiraria uma folga na espera de que nenhuma das suas antigas conquistas estivessem ali.

O Inferno de ElijahWhere stories live. Discover now