Capítulo 14 - Elizabeth

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  Pessoal, há essa altura devem estar tipo; "Qual é "autora"? O que está fazendo com a história?" Mas se ainda conseguem, solte a música :) please e só se quiserem, beijo, boa leitura!

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O meu celular de modelo antigo não parava de tocar, mas eu ainda resistia à atendê-lo. Após duas chamadas perdidas, franzo o cenho e passo a mão no rosto de olhos inchados por minha choradeira quase desnecessária da noite passada. Jogo os pés no chão e pego o celular de baixo da cama, onde ele sempre vai parar quando durmo o usando de lanterna ao ler.

— Alô? — digo respirando fundo.

— Eliza... — era a voz de Virgínia que eu não via há um tempo desde que fora para a casa de sua mãe, Vera.

— E aí? Quando vem me ver?

— Eu preciso que você venha para cá. — ela parecia mais distante do que o normal.

— Sabe que eu não posso ver sua mãe...

— Eliza, o meu irmão está morto.

— Que brincadeira é essa, Virginia? — pergunto calculista, nenhuma célula de meu corpo ouviria nada que dissesse o contrário de aquilo ser apenas um brincadeira e de muito mau gosto, é claro.

— Ele estava vindo pra casa... Não sei o que houve! Tinha um caminhão... Não quiserem explicar! Disseram pra irmos à Florença. Estamos à caminho, meus pais estão no carro de trás.

Minha boca já seca está com os lábios semi fechados, mesmo que eu tenha perdido a firmeza de mantê-los juntos.
— Quem lhe falou que ele está... o que lhe falaram sobre o estado dele? —  pergunto abrindo a mão no ar e pisando os olhos para entender. Elijah não morreria, ele não, sabe por quê? Porque ele vai ser meu eterno professor mal humorado! O único homem a me tocar! O único por quem amei até os defeitos. Histórias não acabam na metade... nunca.

— Eles não falam porra nenhuma! E eu sei como isso termina, esqueceu que sou filha de uma médica!? Minha mãe também sabe, que quando falam de menos, aconteceu o pior! Você chegará antes de nós, quero que me diga exatamente o que encontrar lá, ainda não conseguiram tirar o corpo dele... oh meu Deus Eliza, eu... eu não posso aceitar isso! — sua voz está rouca e falha enquanto ela, pelo que posso imaginar, coloca a mão na boca para abafar o choro.

— Ele está bem. Ele tá bem Virgínia. Tenho certeza. É o senhor Machiavelli, ainda faltam cinco meses de  — soluço pela minha falta de ar — De brigas entre a gente, e proteção exacerbada com você . Ele tá bem. Me diga onde...

— A policial disse que o acidente... foi no quilômetro dezoito.

Desligo o telefone. Coloco um vestido, por ser o mais facil, sem desdenhar tanto o frio pego meu sobretudo. Corro pelas escadas de dentro e de fora da pensão, colocando o casaco, não vejo o gelo fino que faz com que eu escorregue e bata as costas sobre os degraus, a dor só me permite deixar enfim o choro vir. Tampo a boca, e a pressão me precipita para frente como impulso em meu peito. Eu queria acordar e ver que tudo fora um pesadelo, que ele ainda estaria parado ali ao falar comigo numa ligação, mas a rua está vazia. Corro eu direção ao comércio de seu Giuseppe.

Eu deveria ter descido e me atirado em seus braços ontem.

Ao me ver as prantos, seu Giu pede desculpas ao cliente que atende, tira o pano de prato de seu ombro e anda até a calçada onde estou enxugando as lágrimas para entrar. Peço seu carro emprestado e ele assente.

— Tutto Bene? Non posso permettere! Andiamo, eu te levo bambino. — disse ele agitado misturando sua língua com o português para que eu entendesse.

O Inferno de Elijahحيث تعيش القصص. اكتشف الآن