Perdemos o horário. As cortinas completamente fechadas faziam parecer que ainda era noite, mas olhando o horário no celular ao lado comprovo que estamos atrasados para a aula.
- Meu anjo... - a chamo tentando não assustá-la. Mas ela tem um sono pesado e parece dormir profundamente. Rio comigo mesmo por pensar que era a primeira coisa que eu sabia sobre ela, que só alguém que ela confie saberia.
Sento-me à cama contente por tê-la comigo esta manhã, espero que assim seja em todas elas. Meu sorriso se desfaz quando meu celular começar a vibrar e na tela está o nome do delegado Gino.
Apresso o passo até o corredor.
- Alguma novidade? - pergunto.
- Apenas liguei para informar que está tudo sob controle, Machiavelli. O acusado ainda permanece no hospital, mas em observação. Sem previsão de alta.
- Obrigado. Fique de olho neste caso, Gino.
- Claro.
Retorno para o quarto e sigo para o banheiro, pois Eliza ainda estava adormecida. Ela só acordara, meio acanhada, quando eu estava terminando de pôr a mesa do café - pela primeira vez.
Fiquei feliz por vê-la vestida com suas roupas novas sem declarar guerra contra mim. Mas também estava disposto a me render em todas as que ela travar. Pronto, de conquistador noturno tornei - me um bobo apaixonado vespertino.
- Por que não me acordou? Eu podia ter te ajudado.
- Já amanhecera criticando a arte que produzi nesta mesa? - ela sorri olhando para mesa com as mãos sobre as costas de uma cadeira - Ah, vamos! Não está tão mal assim. Dê - me uma nota.
- Sete? - ela faz um bico para não rir.
- Acho que não mereço uma nota abaixo de nove. - Me aproximo - Permita-me.
Afasto a cadeira para que ela sente. Percebo que Eliza não está acostumada com gentilezas, mas estou disposto a mudar isso.
Comemos e conversamos sobre coisas aleatórias que parecem ter mais valor quando com ela, como as aulas que darei hoje ou sobre Leggur e nossa amizade. Ela pergunta sobre Marconi, que mesmo sem perceber ainda chama de Marcos como quando eram amigos, digo - lhe o que Gino informou. Percebendo que ela estava se esforçando para não estremecer diante da menção à noite passada, lhe conto a mais recente novidade:
- Sabe, aqueles irmãos do hotel, que conhecera em circunstâncias...
- Clary e Gabriel? Eles foram muito legais comigo. - ela diz, recordando. - O que tem os dois?
- Ofereci uma ajuda à Clary por ter me ajudado com as filmagens de Loren... - tomo um gole do café desconfortável por lembrar do que a fiz pensar de mim - Os dois virão estudar na universidade de Florença. E farão estágios lá no Instituto de Design, para terem uma renda por aqui. Clary deixou claro que não me deixaria pagar por tudo, a independência dela me lembra muito a sua.
- Minha nossa. Isso foi muito bom de sua parte, assim eles conseguirão ajudar os pais a melhorarem de vida.
Terminamos o café da manhã e segui rapidamente ao quarto para pegar um blazer, enquanto ela escovava os dentes de novo. Mas ao sairmos tivemos outra conversa, dessa vez mais séria.
- Não posso ir com você, Elijah.
- Se perguntarem direi que estava apenas lhe dando uma carona. - protesto.
- Elijah Machiavelli, o professor que me odeia, dando - me carona de bom grado? Quem acreditaria nisso? Não é seguro, não vou deixar que coloque sua carreira em risco, agradeço por querer ser gentil, mas eu posso ir... - ela percebeu a incerteza surgindo em suas palavras - sozinha.
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O Inferno de Elijah
Random(Gabriel's inferno Fan fiction) Perdão é o que os dois buscam, mas acham que não merecem. Um professor atormentado por fantasmas do passado. Uma aluna angelical, mas não tão pura assim, que insiste em carregar a culpa de uma morte. Ele não a reconhe...