Quarto Capítulo

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Quando amanheceu, caía uma chuva torrencial em Florença. Mesmo Elisa tentando se virar para proteger-se da água com o guarda chuva, não adiantaria muita coisa, por isso o senhor Giuseppe dera uma das capas de chuva, que pertencia à sua filha, para ela.

Olhares para ela eram inevitáveis! Isso por causa da capa ser cor de rosa estampada por ursinhos.

Quando avistou a entrada correu para entrar toda atrapalhada ao fechar o guarda chuva do lado de fora com ela do lado de dentro, de costas para a recepção.

Quando conseguiu virou-se para pendurá-lo e deu de cara com Virgínia atrás do balcão atendendo o senhor Elijah; os dois encaravam a menina e sua capa.

Ó santo Dumbledore, me permita aparatar daqui!

— Boun Giorno, Eliza. —Tentou falar naturalmente a recepcionista dando um sorriso nada convincente.

Eliza curvou os ombros, sentindo as bochechas queimarem —Boun Giorno Valentina...Boun Giorno professor Machiavelli. —Ela tentou parecer menos constrangida. Afinal era só uma capa, e uma aluna desastrada.

O professor não a respondeu e voltou a conversa com a Valentina.

— Consegue resolver isso para mim, ainda hoje? — Perguntou.

— Ah, mas é claro!

Então Eliza virou-se de costas outra vez, tirou a capa, ficou feliz por não estar encharcada, e a pendurou em cima do seu guarda chuva vermelho.

Eu gosto de você capinha, não ligue para eles.

Sem falar mais nada passou e seguiu para o corredor. Quando já estava distante ouvia os passos lentos que sabia ser do professor. Sentia vontade de gritar, seu corpo inteiro estava tremendo, como se fosse o Jack estripador chegando perto com o ecoar do som de seus sapatos, mas Jack estripador não teriam sapatos que pagam seu aluguel, da Testoni fundada em 1929.

Para parecer menos estranha tirou uma alça da mochila surrada dos ombros.

Descolada e Confiante.

Assim que firmou a mão na alça pendurada no ombro, ouviu o barulho de coisas caindo. Puxou a mochila para frente e terminou de derrubar tudo.

Ó Deus das atrapalhadas me perdoe pela blasfêmia, mas me mate agora!

Ela ajoelhou-se para juntar suas coisas e viu os sapatos brilhantes passarem à sua frente sem hesitar seguindo seu trajeto. Então respirou fundo e abaixou mais a cabeça.

O professor já estava com cinco passos de distância, e não soube por que diabos foi olhar para trás. Ele passou a mão pelo rosto e bufou, voltando rapidamente.

—Levante-se. — Ele ordenou a enxotando e terminando de guardar o material dela. Enquanto ela de olhos arregalados observava O Professor Machiavelli agachado. Ele levantou e lhe entregou a mochila ainda aberta, ela sussurrou um obrigada e tentou fechar o zíper, mas ele resolveu travar. O professor já sem paciência tomou a mochila de sua mão e a fechou num só movimento.

Obrigada de novo, professor. — Disse a pegando.

Ele virou e voltou a andar — Não me agradeça ainda.

                     (...)

Era quinta feira teria aula com professor Leggur até o almoço, e após seria a aula do professor Elijah.

Sentou no seu habitual lugar na biblioteca, e a sala aos poucos ia perdendo lugares vazios. Até que o professor Leggur chegara e pediu para que seus assistentes entregassem finos livros e capa cor de vinho para todos.

O Inferno de ElijahWhere stories live. Discover now