Juventude à flor da pele

By Kalliel

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É difícil dizer o momento exato em que se ama ou mesmo explicar exatamente como acontece. No minuto em que to... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
5 anos depois
Epílogo

Capítulo 12

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By Kalliel

Existem muitas formas de seduzir alguém e muitas mais de ser seduzido, era só uma questão de ver na direção certa. A natureza deu essa habilidade aos humanos para poder perpetuar a espécie (o que eles têm feito com maestria) e ela foi lapidada de geração para geração até os dias atuais, se encarregando que levássemos esse gene especial para transmitirmos aos nossos filhos e filhas, uma troca de olhares pode ser a tudo o que se precisa para saber quando um outro ser humano tem algum significado especial na sua vida. Eu nunca fui muito religioso, mas sempre acreditei que havia alguém lá em cima controlando tudo e acreditava no destino e que algumas coisas simplesmente estão fadadas a acontecer. De alguma forma o destino colocou Alison Heart no meu caminho, por alguma razão, e eu estava curioso para saber o que ele tramou para mim.

Desta vez a deitei sobre seu estômago, mordiscando seus ombros enquanto pressionava-a contra o colchão. Antes que eu chegasse novamente à superexcitação, fui rapidamente até a mesinha em busca de camisinha. O acordo estava sendo rompido no mesmo dia, mas eu não seria o primeiro a reclamar - e quem estava reclamando? Eu tinha Alison ali, debruçada sobre o colchão e eu podia ver cada centímetro do corpo dela.

Ela tinha as costas elegantes e as mais sensuais que eu já tinha visto, femininas, suaves, sinuosas, divididas pelo sulco delicado da coluna, cobertas por uma pele levemente bronzeada. Percorri minhas mãos na linha dos ombros e serpenteando até a doce curva da cintura. A tatuagem de linhas negras contrastava com a pele das omoplatas como tinta numa tela. Sexy e adorável.

Lambi a curva do pescoço e a nuca, sentindo o ligeiro gosto do sal na pele dela, do suor. Naquele momento eu pensei "A vida não é ótima?". Nada poderia tirar o triunfo de mim, eu me sentia um campeão com super poderes, um deus exilado viciado na droga perfeita. Eu havia encontrado o meu Nirvana. E eu sabia que no minuto que ela havia aceitado chegar até ali e que a partir do próximo beijo chegaríamos em uma marca importante, aquela não seria uma única vez e provavelmente não seria ela a primeira a pedir mais (como eu brinquei no shopping), naquele momento era muito natural para mim ter Alison ali por perto, debaixo de mim, gemendo preguiçosamente de prazer, amando meu toque e pedindo por mais dele.

- Você é tão gostosa... - Eu disse num gemido mordiscando sua orelha, ela tremeu a cabeça e gemeu. - Tão doce... - Levei minha mão por baixo dela, sentindo a pele quente do ventre se contraindo e logo embaixo, entre as coxas, tão molhado e suculento, me dando água na boca - Neném, eu podia te comer inteira. Podia te comer por horas. Por dias. - Ela ofegava sentindo meus lábios beliscando sua pele - Podia te lamber até gastar sua pele.

- Josh... - Ela ia pedir alguma coisa, mas pareceu perder a voz sentindo meus dedos girando e se torcendo dentro das dobras alagadas do seu sexo. - Oh, Deus... - Eu poderia ter rido apenas pela ironia.

Não importa a sua crença, quando dizem que Deus é o homem mais citado durante o sexo é a mais pura verdade. Ela não O chamava por fé, apenas por costume.

- Tão bonita... - Com a outra mão, toquei um mamilo excitado, duro, e belisquei-o até ela perder o ar. Lambia e chupava o lóbulo de uma orelha e lhe sussurrava perversamente. - Vai gritar para mim outra vez?

"Isso, neném... Se contorce para mim, geme para mim... Grita para mim." eu pedia em pensamentos.

- Josh... - Ela choramingava ao sentir meus dedos fazendo um movimento de tesoura dentro do seu canal - Está me torturando.

Na verdade eu torturava a nós dois. Meu pênis latejava contra as coxas dela, buscando sua entrada e algum alívio, então me ergui brevemente para me preparar para ela.

É preciso equilíbrio, força de vontade e concentração para se por uma camisinha sem perder o foco, e ter esses três com Alison ansiosa e implorando debaixo de mim, presa entre as minhas coxas, era uma tarefa árdua de se cumprir, já que o meu controle não era muito forte naquela hora, mas eu consegui. Me equilibrei sobre meus joelhos e deslisei o material pelo eixo duro do meu pênis, me levantei e separei suas pernas com as minhas, firmei uma mão em seu quadril e me guiei para dentro dela.

Esse segundo onde dobras quentes abrem caminho lentamente, pele contra pele (ou quase isso), calor líquido e sensações que eu poderia passar páginas descrevendo. Era por esse segundo específico que eu buscava toda vez, durante a penetração. Por tudo que acontecia nessa segundo, ambos prendendo a respiração, deixando a sensação do calor aumentar e abrasar por todo corpo começando por um único ponto em comum, todas as terminações nervosas parecendo ficar chamuscadas e hiper sensíveis e esse grito feminino que era uma mistura de alívio e prazer ao ser preenchida e o incômodo que restava nos músculos protestando e se contraindo com mais força ao meu redor. A posição tornava a penetração mais apertada, já que minhas pernas voltavam a apertar as dela, e profunda, eu precisava ir com certo cuidado. Alison me trazia tudo aquilo, mas havia tão mais a ser descoberto entre nós e eu simplesmente ainda não era capaz de reconhecer embora sabia que havia encontrado algo importante.

- Tão quente, Neném... - Termos carinhosos não eram algo habitual para mim, mas esse simplesmente surgiu e não deixava de sair dos meus lábios ao ver o que causava nela, um ligeiro tremor em sua vagina que se alagava e escorria pelos meus dedos que voltavam a atiçar entre suas pernas - Tão doce e molhada. Assim é um pouco mais duro, não é? Pode aguentar?

- Oh, Deus! - Ela ofegava, apertando as unhas no lençol preso ao colchão e puxando o tecido - Mais... Está me matando!

Naquele momento eu já me perdia nela. Perdia meu controle sobre mim mesmo e permiti que o mundo fosse um borrão diante dos meus olhos, Alison era a única coisa que eu podia ver, cálida, curvada e vermelha. Gritando acima da música conforme meu pau se deslisava dentro do seu canal, com o cabelo loiro colado na nuca e nos ombros, embaraçado e escurecido pela umidade e pelo suor, como mel fresco. Esgueirei minhas mãos pelos fios dourados, sem poder deixar de massagear a raiz deles e estimulando cada local de terminação nervosa que eu podia lembrar.

- Merda, está me ordenhando. - grunhi sentindo como deliberadamente Alison contraía, de modo rítmico e bastante arrebatador, os músculos pélvicos e lhe dei um ligeiro beliscão na curva do bumbum. - Vai levar nós dois à loucura.

- Josh, eu preciso... - rápido, apertei as mãos em sua cintura e empurrei o quadril para frente com mais força, arrancando um grito dos lábios de Alison.

- Não se preocupe, neném, vou te dar exatamente o que precisa. - Sussurrei me curvando para deixar um beijo em seu ombro.

Levando uma mão para trás e agarrando a minha bunda, fincando as unhas na minha pele, exigindo que eu fosse mais forte, mais rápido, ela lutava pela supremacia. Agarrei sua outra mão dos lençóis sentindo que a força para prosseguir não duraria mais tempo e levei a outra até o sexo molhado que segurava o meu com tanto empenho e calor, girei meu indicador e o dedo médio sobre o clitóris inchado obrigando-o a aceitar um pouco mais de estímulo. Meu pau se inchava e torcia torturadamente dentro dela, exigindo o meu orgasmo desesperadamente.

- Tão bom, Alison... Tão quente dentro de você que poderíamos nos fundir um no outro, o que acha? - Eu ofegava pesadamente, sentia seu corpo se arqueando debaixo de mim e somente continuei roçando a gema dos dedos em seu clitóris, empurrando-a cada vez mais para a borda - Deus, adoro isso... Adoro como você se aperta e chupa o meu pau com essa vagina doce, neném, - ela gritou apertando os lábios contra a dobra interna do cotovelo e ao mesmo tempo apertando os músculos pélvicos sobre o meu pau, aquilo só fazia me levar mais ao meu limite e logo eu realizava um longo movimento para trás e voltando adiante, penetrando-a duramente e com mais força - mas adoro mais te ver gozando... Goza pra mim, neném, goza agora.

Após um ultimo longo e duro movimento de quadris, Alison gritava longamente pelo seu terceiro orgasmo do dia e de repente foi como ver uma explosão de estrelas, como seu eu estalasse por dentro um segundo antes de gozar também, em sintonia o prazer dela prolongava o meu. Me sentia esgotado, sem energia sequer para respirar e me mover não era mais uma opção viável. Senti que ia cochilar a qualquer momento, mas não sentia sono exatamente, então apenas esperei. Me deixei cair para o lado e envolvi meus braços em torno do seu corpo satisfeito, que logo se conchegou sobre o meu peito.

- Seus olhos tem cor de fumaça... Alguém alguma vez já te disse isso? - eu comentei olhando, com um olho aberto e outro fechado, profundamente aqueles olhos amendoados e cinzentos que tinham pequenas bolinhas azuis espalhadas pelo cinza chumbo e uns miúdos diamantes negros que parecia que podiam ficar incandescentes as vezes, ela negou com um murmúrio e um piscar sonolento - Conheço uma frase que diz que onde há fumaça, há fogo... Parece que acabei de me certificar disso...

Ela riu baixinho, deitada relaxadamente sobre mim com o queixo apoiado nas mãos. Desta vez abri os dois olhos depois de piscar bem devagar temendo adormecer sem notar.

- Você não vale nada, não é? Esse é o seu papo de cama? Certo... - Ela tomou uns segundos para pensar - Os seus são da cor do uísque envelhecido do meu pai... Já ouviu falar no que acontece quando se põe álcool nas chamas? - eu gostava disso nela. Não ter vergonha de estar íntima com alguém e de flertar abertamente comigo.

- As coisas explodem... - sussurrei contra sua boca - O fogo aumenta... Se alastra.

- É um estrago. - rocei meus lábios contra os de Alison ligeiramente, os dela estavam um pouco inchados e vermelhos. Ela não tirava aquele sorrizinho indulgente do rosto. Me aproximei e estava lhe dando uns pequenos e doces beijinhos antes de poder selar nossas bocas num beijo decente, mas ela se levantou de repente - Olha a hora! - e começou a pegar suas roupas do chão e a vesti-las apressadamente - Eu tenho que ir... - Eram quase 10:15 quando olhei pro relógio.

- Agora? Não pode ficar mais algumas horas? - Eu sei o que parece, acredite, também penso isso ao ver estas palavras - Temos o resto do dia...

- Não. - negou com um firme aceno de cabeça - Você tem o resto do dia... - afirmou enquanto prendia o sutiã já com a blusa sobre os ombros - Eu tenho que bancar a anfitriã num almoço importante.

- E não vai tomar um banho? Eu poderia esfregar suas costas... - Sugeri com toda pinta de menino mau e ela pôs os olhos em branco - Então me dá um beijo de despedida...

- É melhor não... - Alison mordeu os lábios como se lamentasse não poder ficar, como se lutasse contra o dever e a vontade - Senão não saio daqui... Mas foi muito divertido. Obrigada. - ela disse esse último e saiu em busca do filho no andar de baixo. Eu não tive energia para fazer outra coisa que não fosse continuar na cama.

Divertido? Foi fantástico! Foi o melhor sexo que eu já tive em cinco anos. Ainda não conseguia acreditar no bem que nos encaixávamos. No quão estranho era ter aquela sensação de certeza de que era o natural a ser feito. Até o mais óbvio. Não tinha certeza de quando o eco da sensação do corpo da Alison me deixaria, sentindo o prazer quebrando sobre ela e sobre mim.

E eu ainda queria mais!

-

Estava especialmente animado no dia seguinte. Principalmente porque Alison havia estado comigo no dia anterior, mesmo que tenha saído tão cedo, meu desejo era que houvéssemos ficado o resto do dia naquela cama talvez assim eu sentisse que teria o suficiente dela. Tentei vê-la na entrada do colégio, mas Devon e Eric já estavam lá.

- Hey, Josh! - Eric me chamou.

Eles fizeram uma cerca humana, Devon passou um braço pelo meu pescoço, me puxou para baixo e eles me arrastaram para a aula no meio de risadas.

- Caras... - Eu pedi debaixo do abraço do Devon no meu pescoço enquanto andávamos pelo corredor - Por favor, me amem menos. - Mas eu também não podia deixar de rir com eles. Fala sério, amava esses caras, éramos como irmãos.

Na sala de aula, sentamos bem atrás para não sermos vistos conversando pelo professor.

- Que sorriso bobo é esse? - Eric me perguntou e eu continuei rindo.

- Adivinha... - desafiei com aquele sorriso indulgente no rosto.

Devon levantou uma sobrancelha e fingiu assoviar.

- Jura? - ele perguntou e eu afirmei com a cabeça - Alison? - afirmei outra vez.

- Não... - disse Eric como se duvidasse, mas ele sabia que eu não mentiria pra contar vantagem - Mas ela estava só te chutando...

- Dando fora atrás de fora... - Devon completou. - Mas o nosso garoto é um poço de teimosia.

- E o que o papai aqui não consegue? - apontei para o meu próprio peito, me gabei para os meus amigos - desculpem. Eu ainda era um pouco o tipo de cara que eu não gostaria que saísse com a minha irmã, mesmo que a maturidade me fizesse ver o quão idiota podia ser o meu comportamento as vezes, aos 19 você ainda é um pouco esse poço de babaquice adolescente e quando melhores amigos se reúnem a tendência não é ser maduro. - E sou perseverante, meu querido Devon.

- E daí? - Eric perguntou.

- E daí que... - pesquei algo para dizer - Ela tem uma tatuagem na coxa. - Eric fez uma careta típica dele e Devon outra de apreciação - É tudo o que tenho a dizer, senhores.

- Algum problema, senhor Rayder? - o professor, senhor Tyson nos chamou atenção com o seu jeito enérgico e nervoso, mas educado - Senhor McCoy e senhor Scott?

- Ah... - disse o Eric - Não, senhor...

- Então podem se voltar para frente e prestar atenção. - O senhor Tyson era nosso professor de matemática financeira. Velho, rabugento e me lembrava uma versão meio rígida do Woody Allen - sem a parte dos boatos escandalosos. Acho que era por causa dos óculos de tartaruga vermelhos que faziam seus pálidos olhos verdes ficarem muito miúdos, e do paletó azul de tweedy. Ele tinha aquele cabelo grisalho e arrepiado muito parecido e era baixinho e muito magro também.

- Sim, senhor... - Eric respondeu e nós obedecemos no meio de risinhos velados.

Nos voltamos para frente e tivemos que nos calar, mas por três vezes levei um tapinha do Eric na cabeça e o ouvi me chamar de cachorrão. Todas as vezes acabei rindo baixinho, tampando a boca com a mão para o senhor Tyler não nos ouvir.

Homens são homens, não há como negar aquilo no que fomos transformados. Não dei detalhes sobre Alison por puro orgulho machista e um pouco de possessividade masculina. Não queria que eles pudessem ter ideias certas sobre qualquer parte do seu corpo ou sobre qualquer gemido que ela tivesse dado naquele quarto - esses gemidos eram só meus. O fato é que se eu fosse babaca a ponto de fazer um ranking, o primeiro lugar seria dela, mas talvez porque houvesse tido mais química com ela, aquele lance de pele. Mas isso eu não diria a alguém como Eric principalmente, por mais que fôssemos amigos. Devon era o meu guru, e além de ser gay, era fácil dizer isso à ele e pedir uma opinião sincera, mas Eric era um Casanova, um predador... Não me levaria a sério se eu explicasse que não queria que ele pusesse as mãos sobre ela... E tentaria ter a Alison assim que soubesse que não sairíamos mais. Ele tinha esse costume, mas eu nunca me importei até então. Mas imaginar outro homem pondo as mãos nela de repente me deixava doente.

Como de costume, eu não a vi no segundo tempo e nem no intervalo, eu não sabia se Alison estava com alguma colega ou sozinha, o que me lembrou de perguntar sobre isso mais tarde (saber se ela tinha feito amigos ou pelo menos alguns colegas, era bom que ela tivesse companhia), mas eu não ficava muito tempo no refeitório. Eu queria muito poder falar com ela, embora isso não fosse muito comum da minha parte. Reconhecia o meu comportamento fora do meu habitual, mas ao mesmo tempo não ligava para isso, as vezes era bom fazer algo diferente só para variar.

Como eu costumava fazer, saía uma ou duas vezes com certas garotas principalmente, se eu dizia que seria uma vez eu geralmente só saía uma vez. Quando acontecia de ter uma química maior e eu começava um relacionamento já ficava diferente, eu não fazia o tipo romântico, sempre achei perda de tempo, mas era sempre honesto com os dois. "Estamos nessa por prazer, fidelidade temporária e diversão" quase um contrato de exclusividade com validade de uma a quatro semanas. 

Eu não perdia dinheiro com bonecos, ursinhos e flores, mas gostava de sair pra cinemas ou boates ou até ir ao teatro. Acho que compromissos duradouros me assombravam e a ideia de ter algo mais sério com outra pessoa era muito assustadora para mim, a pura menção ao termo me fazia pensar que eu caminhava no parapeito de um arranha-céu sem para-quedas.

E eu não gostava de mulher melosa, que falava fininho perto do namorado ou fazia manha que nem uma garotinha. Com o tempo você cresce e aprende que não se pode categorizar as pessoas e colocá-las em caixinhas, embora você pode ter um tipo que te atrai mais que outros, o meu era das que te olham com toda censura do mundo se você vacila, cenho franzido, pé batendo no chão, língua estalando e narizinho empinado, a que sabe te excitar só com a voz, que te enfrenta corajosamente numa discussão a gritos, xingamentos e socos, não apenas sai chorando, mas sim batendo as coisas de raiva, que diz o que pensa, que não tem vergonha de dizer que está com tesão e pega no teu pau sem o menor pudor para ir para cama e diz que vai acabar com você, e pode crer que ela vai te fazer pó. Mas todas as mulheres são adoráveis a sua maneira e eu gostava delas.

As vezes me perguntava como eu seria se fosse uma mulher, se eu agiria exatamente com os pequenos aspectos que eu não compreendia do comportamento feminino ou se eu iria contra as regras, se choraria quando estivesse triste, mas diria porquê estaria triste e chateada e não resumiria a coisa emocional a um simples "nada" e pediria o colo merecido, ou buscaria o colo por mim mesma, e só sairia quando não houvessem mais lágrimas para chorar, se contaria com o meu parceiro porque ele seria a minha rocha emocional, mesmo que eu soubesse perfeitamente como me virar sozinha. Quero dizer, drama é criancice. A gente sempre quer ter alguém para rir junto depois que poeira baixa. Eu não acho que faria um escândalo se pegasse o cara com outra, simplesmente sairia da relação e iria embora dali com toda a minha classe - e depois que não quisesse mais que o cara se afogasse bebendo água, talvez voltasse para perguntar "porque você foi tão imbecil?" e deixaria claro que quero mais é que o mané se fôda e que nunca mais quero olhar na cara dele. Como qualquer garota de fibra eu não dependeria de um amor, mas gostaria de ter um e ser feliz do lado de outra pessoa. Mas eu posso estar apenas achando errado e talvez eu fosse completamente diferente daquilo que eu havia projetado e, ora, aquilo era apenas uma viagem de pensamentos que me desconcentrava das aulas.

No fim da aula do ultimo tempo, eu fui direto até os armários e fiquei esperando a Alison aparecer. Olhando entre a multidão de um lado para o outro.

- Josh... - ouvi uma voz adocicada atrás de mim e me virei pra ver quem era, mal me deu tempo de respirar.

Roxane se jogou sobre mim e me arrancou um daqueles beijos arrasadores que ela só usava para seduzir um homem e conseguir o que queria. Senti o mesmo arrepio que sentia toda vez que ela me beijava daquele jeito e cheguei a me sentir excitado pela provocação daqueles lábios de botão de rosa sobre os meus. Sim, ela sabia como fazer meu cérebro fritar e ela era uma menina linda. De repente soou esse pequeno alarme na minha cabeça, avisando que aquilo estava errado e que eu precisava pensar com clareza novamente, aquilo não era algo que eu deveria fazer. Afastei Rox bruscamente e a olhei feio.

- Roxane! - reclamei segurando-a pelos braços e lhe dando uma sacudida firme - Por que fez isso?

- Ui... Calma, só estava com saudade. - ela girou uma meia volta graciosa sobre os saltos se livrando do meu agarre e retornou com sua característica risadinha displicente.

- Mas você sabe muito bem que não pode fazer isso. - ela sabia que eu só beijava uma garota quando queria sair com ela, que eu tinha certas regras de conduta fosse para namoro ou só sexo, era meio que uma questão ética que eu tinha. Ela fazer isso de me beijar sem a minha permissão era, para mim, uma invasão física que eu não permitia e, caramba, ninguém gosta desse tipo de coisa - Não estamos mais saindo.

- Ih... Calma... Agora já foi. - De repente vi que ela não me olhava, mas sim para além de mim, como se houvesse algo atrás de mim. Olhava com um sorriso vingativo e satisfeito que me deixou com a espinha gelada.

Me virei. Alison acabava de se virar de mochila nas costas e dando pernadas pelo corredor entre os alunos que se dispersavam de pouco a pouco enquanto eram liberados.

- Ah, merda! - resmunguei e apenas fui atrás dela - Alison! - eu chamava, tentando correr entre a multidão de alunos que saía pelos corredores pegando material ou se preparando para ir embora - Alison!

Ela continuou indo e indo naquela velocidade, com pernadas duras e rápidas, e eu tive que correr de verdade quando ela saiu pelos portões do prédio escolar.

- Alison! Alison, espera! Alison! - A tempo de impedi-la de entrar no Porsche, consegui pará-la segurando seu cotovelo e puxando-a para mim.

- O que você quer?! - claro que ela foi agressiva, Rox havia dado um showzinho de patifaria no corredor e até eu estava muito puto da vida. Mas eu podia explicar.

- Alison, me escuta, ok? - Implorei-lhe.

- Para quê? Volta para lá, ué...

- Não é o que você está pensando...

- E o que você acha eu estou pensando? - Ela apertou os punhos contra os lados do corpo, tensa, não gritava comigo, mas tinha a voz um pouco alterada, demonstrando sua chateação - Que aquilo significou alguma coisa? Você não me deve nada. Não é nada meu... A gente só transou, e daí? Você disse que seria o suficiente pra aplacar o seu tesão e cumpriu com a sua palavra. Parabéns! Agora vamos seguir com as nossas vidas e pronto. - girou sobre os próprios pés e abriu a bolsa pegando a chave do carro.

- Olha... - eu ia falar, mas ela se virou de novo logo que tocou na porta do carro - Alison, me escuta! - eu a puxei outra vez na minha direção.

- Sabe o que me deixa realmente chateada? Quase desapontada? - ela me olhava no fundo dos olhos, como se quisesse que eu pegasse fogo ali na sua frente - Você nem esperou esfriar... - Lamentou - Mas quer saber? Foda-se! Fodam-se os dois! - Ela agarrou a chave com mais firmeza quando quase a derrubou no chão e desligava o alarme do Porsche - Você e ela podem ir para o fundo do inferno, eu não ligo! - Ela abriu a porta e eu fechei-a com força muitos alunos que também tiravam seus veículos do estacionamento passaram a nos observar curiosos.

- Porra, me escuta! - eu quase gritava - Foi ela quem me beijou!

Alison fez um ruído de esgar com a garganta ao soltar ar pela boca.

- E você se vinga lambendo a garganta dela?! - Ela não me olhava nos olhos, se recusava a olhar diretamente para mim e isso só me deixava mais frustrado. - Já disse que não tem que me explicar nada, Josh... Nós fizemos um acordo e você o cumpriu e eu também, agora acabou e vamos seguir em frente.

- Não, droga! Escuta! Nem que seja por três minutos, cala a porra da boca e me escuta! - Ela bufou, quer dizer bufou mesmo, nada forçado ou fingido, ela soltou o ar pelas narinas delicadas numa bufada forte, como um touro furioso.

- Tem três minutos... - eu era capaz de sentir o calor dos tiros que ela me lançava pelos olhos cinza chumbo, agora sólidos e afiados. Era capaz de sentir a pressão que seus dentes faziam uns sobre os outros e era capaz de imaginar de quantas maneiras dolorosas ela me matava em sua imaginação.

- Rox é maluca. - Eu comecei, quase me atrapalhando com as palavras - Eu não tive tempo para reagir, ela surgiu do nada e simplesmente me beijou! E fez só porque queria que você visse... Eu disse à você que ela acabou com muitos relacionamentos meus. Ela estava tentando te tirar do jogo. Entendeu? Me desculpa, tá legal? Eu sei que eu vacilei, mas não deu pra fazer nada além empurrar quando eu comecei a entender o que tava acontecendo... - inspirei profundamente sentindo o ar queimar meus pulmões pois eu não tomei fôlego par afalar e terminei com um minuto de sobra. - É isso.

- Ok. - ela me respondeu calmamente com um piscar lento de olhos e exalou fortemente.

- Ok?

- Ok.

- E o que significa?

- Significa que eu entendi... - Sacudiu uma vez a cabeça, lentamente, afirmando como se explicasse algo muito simples a um completo estúpido.

- Ah, que bom... - suspirei profundamente aliviado. - Graças a Deus.

- Agora, me dá licença... - ela se soltou das minhas mãos, abriu outra vez a porta prateada, entrou no carro e deu a partida indo embora do estacionamento. Me deixou ali plantado mais uma vez com meu alivio escorrendo pelo meu rabo e maldições sendo despejadas pela minha boca.

Merda!

Caralho!

Puta que pariu!

Aquela maldita cadela filha da puta!

Minha paciência com a Roxy estava quase no fim. Agora era Alison quem não queria me olhar na cara. Porra!

Geralmente eu sou um sujeito paciente e tranquilo, mas essa palhaçada da Roxane poderia me custar todo aquele desejo frustrado que se entalava na minha virilha, bem como a minha sanidade. Lembrando do brilho agudo daqueles olhos enquanto ela me mandava para o inferno, e eu estava muito fodidamente excitado novamente e não podia fazer nada a respeito!

Sentindo a ira latejando na minha frente eu via tudo em vermelho, montei no acento do meu carro e segui até a minha casa lembrando dos avisos que minha mãe me dava sobre agir nos momentos de raiva: "você tem que controlar seu temperamento, Josh. Não tome decisões quando estiver irritado ou vai piorar as coisas, se possível saia para uma caminhada ou tome um tempo para pensar em um lugar que você se sinta confortável." ela dizia.

Cheguei em casa batendo a porta da frente e xingando o inferno fora de mim, Mad correu do salão de jogos até seu quarto cochichando e puxando Cup Cake pela coleira antes que ele pudesse me alcançar abanando sua cauda grossa e comprida, arfando, ganindo e latindo ao meu redor com seu usual jeito bobalhão.

- Ih, não fala com ele, não, rapaz. - Ela dizia para o cachorro - Pode te morder se tentar.

Fui direto para o meu quarto, pisando duro e batendo a minha porta, fazendo barulho para expulsar a minha raiva. Agarrei meu relógio digital e puxei da tomada, lancei-o contra a parede xingando todos os palavrões que eu conhecia para expulsar a vontade de voltar lá e espancar alguém. Arranquei a roupa do meu corpo e fui direto para o chuveiro tomar um banho frio.

Eu não iria ligar ou ficar mandando torpedos, como ela disse, não eramos namorados e não podíamos fazer isso como se fosse o caso, mas eu daria um jeito de resolver aquilo mais cedo ou mais tarde, não me daria ao luxo de deixar Alison escapar das minhas mãos sem que eu pudesse impedir.

O dia estava quente demais e a água não estava fria o suficiente para aplacar todas as emoções borbulhando dentro de mim e uma ereção dolorosa se erguia entre as minhas pernas, ultrajada pelo declínio vertiginoso do meu destino em apenas vinte e quatro horas. Frustrado, enrolei meus dedos em torno do meu pau e me masturbei em busca de algum alívio para o meu estresse, debruçado contra a parede dura e fria e com a água caindo sobre os meus ombros. Ajudava, mas não era a mesma coisa que sexo com uma segunda pessoa (no caso, Alison e sua conchinha doce e estreita seria exatamente o que eu precisava) e não faria o mesmo efeito duradouro, mas poderia me ajudar a dormir.



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Yayy! Hallo pessoal! Comé que 6 tão? :)

Nosso menino experimentou emoções fortes em muito pouco tempo, to morrendo de dó aqui :/

Quero dedicar esse capitulo a @RenataCybelle que me deu uma força enorme dps de horas de aperto.... OBRIGADA, SUA LINDA!

Mais uma vez o meu muito obrigada a todo mundo que favoritou, a todo mundo que lê essa história. Como escritora eu entendo que não vou poder contatar 99,99% dos meus leitores e que eu vou ter q me contentar em morrer de curiosidade pelo que vcs estão achando... O Wattpad é uma porta que se abre e traz vcs mais perto, alguns falam comigo e controlam o meu nervosismo, outros não, mas é a vida... Eu só posso pedir que vcs se encorajem e apareçam e me deem um olá :) Eu garanto que sou legal, ngm nunca reclamou pelo menos :)

Então até o próximo capítulo, beijos!!!


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