Feito para swyllia
Desculpem a demora, não desistam de mim
Boa leitura gays
Como gosto de ver vocês sofrerem, fiz um capítulo que é pura dor.
Boa leitura, votem e comentem
<3
AQUELA PUNIÇÃO ERA exageradamente severa, Draco pensou olhando para a garota jogada de bruços, com condolência.
Os seus olhos abriam com dificuldade por conta da dor, seus lábios soltavam ruídos desconexos e você sentia sua cabeça girar.
A maldição cruciatus fora lançada contra você cerca de quatro vezes, a dor intensa entrando por suas entranhas e fazendo seu coração bater desesperado.
— Sangue ruim imunda! — Belatrix Lestrange berrou, empunhando a varinha quando viu que você ainda tentava se levantar. — Desista e me diga onde está Harry Potter — seu silêncio irritou profundamente a mulher, que pronunciou de modo malicioso o feitiço imperdoável, a criatura com aparência reptiliana continuava sentada em uma cadeira, olhando para você com o mais profundo desdém enquanto você sentia a dor impregnar e correr pelo seu corpo, sua voz já havia desaparecido há tempos, te impedindo de gritar.
— Quem é ela? — Blaise Zabini chegou pouco depois, o rapaz olhando para a garota com curiosidade e pena enquanto Malfoy suspirava.
— Amiga da Granger, nascida trouxa — falou e Blaise apenas resmungou em resposta. — Essa é a quinta vez que Belatrix lança esse feitiço nela.
— Ela é forte — Narcisa assumiu quando se distanciou do marido e se aproximou dos dois garotos, a mulher olhou com a mais profunda pena para a cena que se desenrolava em sua frente.
— Inútil — Belatrix zombou chutando seu tórax com força, o gosto metálico nada satisfatório tomou conta de seus lábios e você tossiu, o líquido vermelho saindo de sua boca e pousando no chão.
— Draco, a leve para o porão junto com os outros convidados — a voz sombria ecoou pela sala daquela mansão tão soturna e melancólica, um véu lugubre parecendo sempre pairar pela mansão tão ostentosa, como se na Mansão dos Malfoy's não pudesse existir alegria.
Draco lançou um olhar para Blaise que se prontificou a ajudá-lo, levantando seu corpo, a segurando pela cintura. Pela primeira vez, Zabini conseguiu observar seu rosto melancólico e machucado, e uma sensação silenciosa de pertencimento apoderou-se de seu corpo.
— A quero sozinha — disse Voldemort, olhando com indiferença para a perplexidade de Belatrix. — Coloquem ela em um dos quartos vagos, e Zabini será o responsável pela garota. Malfoy, a largue.
Se seu rosto não estivesse tão dolorido como se todos os seus ossos estivessem quebrados, você olharia para o rapaz ao lado e descobriria quem Zabini era, mas apenas se manteve de cabeça baixa, pedindo a Merlin que algo suavizasse sua dor.
O garoto Malfoy permaneceu parado, ele parecia assustado, mas um olhar de seu pai fez com que o garoto cumprisse a ordem exigida
— Apenas seja comportada e os obedeça — disse Blaise, colocando a garota na cama. Ela gemeu de dor quando seu corpo entrou em contato com o colchão, por mais macia que aquela cama fosse, os lençóis de seda não pareciam tão confortáveis naquele momento. — Faça isso até que seja...
— Morta — Blaise arregalou os olhos e olhou para a garota quando ela o interrompeu, ela olhava para o rapaz com a mais pura desconfiança, Blaise engoliu em seco para a beleza encantadora coberta de sangue, os seus olhos parecendo tão opacos e vazios.
— Talvez não a matem — disse ele, sussurrando um episkey e se sentindo absolutamente burro quando percebeu que aquele feitiço não faria nenhuma diferença, era fraco demais.
— Claro que irão me matar — zombou rouca. — Meu sangue não é bom o suficiente para vocês — depois disso, Blaise não escutou mais nada, seus olhos fecharam e você desmaiou.
(...)
PELA MANHÃ, BLAISE FOI UM dos primeiros a acordar, indo em direção à cozinha pegar algumas coisas para o café da manhã. Os elfos o olharam com estranheza quando viram o garoto encher uma bandeja com o mais variado tipo de comida, mirtilos, framboesas, morangos, bagels e crossaints, um copo com suco de laranja natural e uma xícara de café também foram colocadas ali.
— Você não gosta de mirtilos — afirmou Malfoy, seus olhos cansados cruzando com o olhar de seu amigo. O loiro se aproximou, analisando a bandeja. — Blaise, você não deve...
— Não quero que ela morra enquanto eu for supervisor dela — interrompeu.
— Bem, ela vai morrer. Não sei daqui quantos dias ou até meses — Malfoy esclareceu. — E se souberem que você está tratando ela como se ela fosse uma visita estimada, vão matar você também, Blaise.
— Pegaram pesado com ela ontem — disse Blaise. — Ela meio que merece comer algo decente.
— Blaise, você é meu amigo, e se enfiou nessa merda toda pra não me deixar sozinho — Malfoy disse preocupado. — Não quero que você morra por ser imprudente.
— Eu sei o que estou fazendo — garantiu mas o olhar de Malfoy deixava claro que o loiro achava toda aquela insistência uma tentativa de suicídio. — Sabe o porquê de Voldemort ter mudado de ideia sobre a garota ficar no porão?
— Não — suspirou. — Meu pai disse que o lord sentiu algo diferente emanando da garota. E ficou curioso sobre a resistência dela. Blaise, você sabe o que isso significa.
— Vão fazer ela de fantoche para ver até onde a resistência dura — confirmou Blaise.
— Não se apegue a ela — implorou Malfoy. — Em meio a toda essa merda, nós dois sabemos que não daria certo. E vocês dois terminariam mortos.
— Eu apenas estou sendo compassivo — disse Blaise e Draco deu de ombros. — Vou ir antes que os outros comensais apareçam
Blaise saiu dali e Malfoy exalou exausto, aquilo não parecia uma boa ideia.
— Bom dia — disse Blaise, entrando no quarto e vendo a garota deitada na cama. Os ferimentos estavam com curativos e ela usava roupas diferentes da noite anterior. Blaise olhou para ela com curiosidade. — Vieram cuidar de você?
— Achei nos armários — deu de ombros. — E tinha curativos no banheiro.
— Hm, você já comeu? — perguntou e ela negou. O garoto colocou a bandeja no colo da garota e se sentou na ponta da cama, observando o modo que ela parecia faminta e ansiosa, mas ainda sim desconfiada.
— Está envenenado? — a garota perguntou e Blaise revirou os olhos, pegando o bagel e comendo um pedaço.
— Viu, nada de veneno — disse. — Estou tentando te manter viva. Então, cale-se e coma.
— Obrigada — sussurrou.
Zabini esperou pacientemente você comer quase tudo, percebendo que mesmo que você estivesse com muita fome, ele tinha colocado comida demais.
(...)
— Por que ainda não me mataram? — perguntou você a Zabini, já faziam sete meses que você estava ali. Sem chances de fuga, nas cinco vezes que tentou, foi pega e punida. Blaise parou de desenhar no caderno de couro preto que tinha em mãos e subiu os olhos para você. — Eles só me fizeram mal quando eu tentei fugir, fora isso, não parecem ligar para eu ainda estar aqui. Eu honestamente pensei que seria cobaia de algo.
— Eu e Draco também pensamos nisso — disse Zabini com sinceridade, sentado ao seu lado na cama. Vocês tinham se tornado próximos, quase amigos. Blaise estava se sentindo claramente apaixonado por você, mas ainda tinha em mente que se isso fosse deixado claro, ele seria morto e você também.
— Bom, é chato ficar aqui — com delicadeza você deitou sua cabeça no ombro dele e Blaise arregalou os olhos. — Por que toda essa confusão? Mestiço, nascido trouxa, sangue puro, não somos todos bruxos? Não entendo toda essa guerra só por causa de sangue. Todos os sangues são puros, afinal.
— Sinto muito por isso — disse Blaise, sem voz. — Mas quando essa guerra acabar, você vai ser livre da mansão, e vai poder viver sem medo.
— Eu quero ter uma família — suspirou e Blaise deixou a mente voar longe, imaginando ambos casados e com filhos, um nó se formou na garganta dele quando escutou um soluço vindo de você, a abraçando enquanto deixava você chorar. — Nós seremos próximos depois disso tudo?
— Claro que sim — Zabini afirmou e os olhos dele foram fisgados para sua boca, você estava com o rosto molhado de lágrimas e um semblante curioso, quando Blaise se aproximava levemente, esperando qualquer sinal de hesitação. Ele não resistiu, você parecia tão celestial naquele momento. Zabini colou seus lábios e sentiu o gosto salgado das lágrimas e o conforto de estar em seus braços, ele achou que nunca sentiria isso na vida, mas ali estava ali, e o calor que correu por seu corpo confirmou que era ali onde ele deveria estar. Quando se separaram, você piscou seus olhos para ele e sorriu, o garoto acariciou seus cabelos com ternura, mas o encanto foi quebrado quando o horário de reunião chegou e ele teve que sair. — Nos vemos depois.
— Zabini — você o chamou assim que ele abriu a porta. — Eu amo você.
Ele sorriu, e saiu, não podendo responde-la quando Draco o puxou com ele, assustado.
— Acho que Lorde viu — disse Draco e o coração de Blaise acelerou, tentando se soltar do amigo.
— Draco, me larga porra! — Blaise tentou mas não conseguiu, quando chegaram à mesa, Zabini observou um sorriso serpentear no rosto reptiliano de Voldemort.
(...)
— Blaise, eu sinto muito — no dia seguinte a única coisa que rompeu silêncio foi a voz de Malfoy, parado ao lado do amigo enquanto os olhos escuros de Blaise encaravam seu corpo sem vida, jogado no meio da sala.
— O amor enfraquece as pessoas — disse Voldemort. — E um seguidor meu não deve ser fraco.
Blaise se arrependeu de não ter respondido seu "eu te amo".