O voto de EvyAngelocci no último capítulo sobre a escolha dos personagens foi no primogênito, Bill lindo.
Boa leitura <3
OS OUVIDOS DELA zumbiam, o barulho de copos batendo, conversas altas e risadas diversas mostraram que talvez sua ideia de usar uma taverna para relaxar foi a coisa mais estúpida que passou em sua mente.
- Posso me sentar? - a voz dele era suave, o rapaz alto e ruivo com brincos de berloque segurava a cadeira de madeira olhando para a garota pacientemente. Ela acenou, concordando, não muito confortável.
- Claro - ela sussurrou, a voz baixa e hesitante, olhando de esguelha para o resto da taverna. Certamente o rapaz não estava ali porque queria, as demais mesas e até mesmo o amplo balcão estavam cheios.
Ele se sentou, ela olhou uma última vez para o rapaz e voltou sua atenção para o copo de hidromel pela metade. Bill não pode deixar de notar a reação da garota para toda a algazarra, mas se manteve quieto enquanto a observava.
- Nós já nos vimos antes? - ele não se conteve, perguntando com curiosidade enquanto ela dava de ombros.
- Talvez não - disse. - Mas você já deve ter visto alguma foto minha. Sou a enfermeira.
- Oh, a novata - Bill suspirou como se aquilo fizesse sentido. Ela murmurou para si mesma. "Novata" não era bem o que ela queria.
- Uhum - com isso, a conversa pareceu ter acabado novamente, e um silêncio cobriu os dois como um véu. William batucou os dedos na mesa de madeira manchada. O rapaz foi convidado para um aniversário, e estava se sentindo meio idiota. Aquilo não estava nem um pouco divertido. Os olhos azuis do rapaz queimaram no rosto da garota e ele suspirou. Aquilo não parecia estar divertido nem para ela.
- Você conhece o aniversariante, novata? - ele sorriu para o modo que ela se irritou por ter sido chamada de novata, mas logo as sobrancelhas da garota franziram e ela murmurou em entendimento.
- Aniversário? Bem, isso faz sentido agora, toda essa algazarra - ela observou ao redor e voltou a olhar para as orbes azuis brilhantes de Bill.- Sou S/n S/s.
- É um prazer conhecê-la, senhorita. Sou William Weasley, mas me chamam de Bill - disse sorridente, ela observou o modo que ele gentilmente segurou a destra dela, depositando um beijo rápido no dorso. Ela conteve uma risada. Ou ele era muito cavalheiro ou era um paquerador nato. A garota não perdeu o brilho sagaz que passou pelos olhos dele. Era o tipo que tinha boa lábia.
- Você não parece conhecer o aniversariante também, senhor Weasley - ela desconversou e ele sorriu, notando.
- E não conheço. Os outros desfazedores de feitiço me chamaram e eu vim - William deu de ombros. - E você?
- Eu me senti entediada, então decidi vir para relaxar - ela suspirou pesado. - Não deu certo.
- Hm, uma taverna cheio de bêbados e prostitutas talvez não seja mesmo o melhor lugar para relaxar - ele zombou e ela arregalou os olhos.
- Prostitutas trabalham aqui? - perguntou.
- Sim. Há três atrás de você - ele apontou, três mulheres morenas e encorpadas vestidas com quase nada sorriam e acenavam para um grupo de bruxos que fumavam e discutiam.
- Oh, você deve conhecer bem - S/n zombou sorridente e Bill soltou uma risada satisfeita.
- Não precisa ficar com ciúmes, meu bem - ele sussurrou abaixando a voz dois tons, S/s revirou os olhos, sorrindo.
- Comediante - ela zombou e ele riu.
...
ALGUMAS CANECAS DE HIDROMEL depois, e ambos estavam vendo duendes verdes correndo por ali. William sentiu seu estômago se revirar, apoiando o cotovelo no ombro da garota que resmungou e se distanciou.
- Você é pesado, seu ogro - reclamou quando o rapaz saiu de cima dela para se encostar em uma das paredes. - Acho que bebemos demais.
- Você acha? - ele debochou com voz desconexa, quase caindo.
- Eu não acredito que vou ter que virar babá de um idiota - S/n reclamou para si mesma, um pouco menos desorientada do que Weasley. A garota o puxou pelos ombros, o mantendo em pé enquanto pegava em sua mão e aparatava, torcendo para não perder um membro no meio do caminho.
- Lugar maneiro - já dentro do apartamento, Bill se tacou no sofá, se virando e vomitando tudo o que tinha bebido na noite. - Ih, foi mal.
- Puta que me pariu.
(...)
OS OLHOS AZUIS BRILHANTES PISCARAM enquanto a luz do Sol penetrava através das persianas e atingia seu rosto. Bill bocejou, olhando ao redor. Aquele não era seu quarto, e era bonito demais para ser um dos quartos da taverna. O papel de parede florido meio antiquado mostrou a Bill que com certeza aquele não era o quarto dele. O rapaz se levantou, não querendo se livrar daquelas cobertas quentinhas e confortáveis. A ressaca o atingiu em cheio e sua cabeça não parava de doer.
- A gente transou? - ele perguntou quando chegou à cozinha, aceitando a xícara de café que a garota entregou a ele. Ela fez careta, constrangida.
- Não. Você bebeu demais - ela disse.
- Nós bebemos demais - Bill corrige.
- É, nós. Mas eu que tive que ser sua babá. Você é muito fraco pra bebida, Weasley. Para um cara grande, sua resistência é fraca - ela zombou o vendo se recostar sobre a bancada. - Ew, você está fedendo.
- Que gentileza a sua - ele zuniu roucamente. - O que aconteceu ontem?
- Depois que saímos de lá eu aparatei, estamos no meu apartamento. Aí depois de você ter vomitado no meu sofá novinho, aliás, você vai ter que dar um jeito nisso. Enfim, depois disso eu te levei para meu quarto e você capotou, então eu aparatei até a enfermaria e dormi lá - S/n explicou, entregando ovos mexidos e bacon para ele. - Eu deveria ter deixado você dormir no sofá vomitado.
- Desculpe pelo seu sofá - ele sentou na bancada e recebeu um olhar de reprovação. - Esse café tá forte pra caralho.
- Você tá de ressaca, é pra passar - ela disse. - Ou se preferir eu te afogo na piá, talvez isso ajude também.
- Calma, novata - se rendeu. - Eu estou atrasado, e imagino que você também. Até, foi legal te conhecer ontem.
- Seu meu sofá novinho não estivesse em uma situação deplorável neste momento, eu diria o mesmo, senhor Weasley - resmungou o escutando sair rindo.
(...)
- Você fica bem de uniforme - a voz masculina foi muito bem reconhecida por ela, que se virou rapidamente para à entrada da enfermaria enquanto segurava uma prancheta. Bill apreciou o modo que o jaleco branco contornava o busto dela, "senhorita S/s" bordado com linha preta no lado esquerdo do peito.
- Obrigada - resmungou, terminando de anotar algo enquanto ainda sentia o olhar do rapaz em suas costas. - Posso ajudar em algo?
- Como um pedido de desculpas pelo teu sofá, eu queria te chamar para sair - falou o ruivo. - Sem álcool.
- Ótimo. Não devemos ter o risco de você vomitando em mais coisas ou eu tendo que te levar para meu quarto novamente - ela zombou e ele sorriu ladino.
- Você adoraria me ter em sua cama - disse. - sobre outras circunstâncias. Não é mesmo, novata?
- Não, não é - ela sentiu o rosto esquentar por causa da ousadia do garoto.
- Claro que não - ele piscou. - E aí?
- Ah, claro. Podemos sair - ela disse não ligando muito enquanto não percebia o rapaz se aproximar, puxando uma mexa de cabelo c/c para trás da orelha dela.
- Maravilha. Amanhã às 21h? - perguntou e ela acenou. - Use palavras.
- Tudo bem, amanhã está ótimo, Weasley - disse e ele deu um beijo na bochecha dela, sorridente.
- Até mais, novata.
(...)
UM VESTIDO VERMELHO rodado contornou perfeitamente as curvas dela enquanto ela pacientemente esperava Bill em frente a seu apartamento. Um barulho de moto, um garoto vestido com camiseta de banda cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo era quase o que ela esperava ver.
A garota olhou indignada para a moto, Bill retirou seu capacete e a olhou com deslumbre.
- Limpa a babinha, garotão - S/n zombou. - Weasley, eu não posso ir de moto. Estou de vestido!
- Com medo dos bruxos do Egito verem sua calcinha, novata? - brincou e recebeu um tapa ardido no ombro como repreendimento. - Ou, desculpa. Espera, se você prender minha jaqueta na sua cintura ajuda?
- Sim. Me dá ela - o garoto entregou na mão dela, que rapidamente amarrou na cintura. - Para onde vamos?
- É surpresa - disse.
- Se você tentar me matar eu te mato primeiro, Weasley - ameaçou e ele deu uma risada singela.
- Aprecie a brisa noturna em seu corpo e deixe de ser negativa, novata - o rapaz disse enquanto prendia o capacete dela, ambos próximos demais.
- Não confio em você, garoto.
- Nem eu mesmo confio em mim - antes que ela pudesse entender a frase o garoto acelerou de propósito a fazendo ter que apertar a cintura dele para não cair para fora da moto, a garota o xingou irritada.
- Tarado.
- Você que me levou para sua cama ontem - ela não podia ver o rosto dele, mas quando o escutou, sabia que um sorriso espirituoso envolvia os lábios do rapaz.
- Dá próxima te deixo morrendo de frio durante à noite, jogado em uma valeta.
- Você é extremamente adorável, minha querida.
(...)
S/N NÃO PODE CONTER o sorriso surpreso em seu rosto quando eles chegaram até a beira de um lago, uma tenda branca havia sido montada e edredons foram jogados ao chão. Tinha uma grande variedade de bolos e sanduíches.
- Quer chocolate quente? - Bill perguntou, uma garrafa térmica mediana em mãos. S/n acenou, com o rosto agradecido.
- Alguma chance disso estar envenenado? - ela brincou e ele dramatizou, as mãos ao peito como se tivesse sido atingido.
- Oh! Não! Você me descobriu! Agora terei que te afogar no lago - zombou.
- Já deixei digitais por todos os lados, você será enviado para a Inglaterra e preso em Azkaban, espertinho - ela cutucou o rosto dele e ele gargalhou.
- Então... estou perdoado pelo lance do sofá? - os olhos dele piscaram e ela pareceu pensar.
- Não - afirmou e ele se jogou para trás.
- Ah, qual é! - resmungou. - Você não vai resistir a um rostinho angelical desses né?
- Angelical? Você não é nada angelical, senhor Weasley! - ela riu e ele fingiu estar ofendido.
- Vai voltar a pé.
- Tua bunda, dorme que amanhã é outro dia - ela provou um pedaço de bolo. - Nossa, que delícia, com certeza não foi você que fez.
- Pra quem ontem à noite estava toda hesitante você tá bem abusadinha né, novata - ele continuou deitado, a olhando sorridente. - E eu sou um ótimo cozinheiro.
- Estou vendo a embalagem da confeitaria, senhor cozinheiro - ela assumiu gargalhando e ele corou envergonhado.
- Finja que não viu, então - resmungou roubando o pedaço de bolo dela.
- Não irei, te atormentarei com isso para sempre - ela disse. - Na próxima eu prometo que irei fingir que acredito no seus dotes culinários.
- Sou muito bem dotado - ele falou malicioso e ela se engasgou com o chocolate quente, tossindo ininterruptamente.
- Nojento - ela o bateu. - Come calado, seu palerma.
- Eu disse em relação à cozinha, novata. Que mente suja - ele cutucou a testa dela. - Na próxima vez, hm? Então pretende sair comigo mais vezes?
- Eu não disse isso.
- Mas quis dizer - ele gargalhou. - Onde será a próxima vez?
- Vai se ferrar, você não tá merecendo.
- No seu apartamento então? Vai tentar me levar para a cama novamente? - zombou sorrindo.
- Sai daqui, Weasley!