Pedido de Draco_gostoso
Um dessa cobrinha
Oi gente, com estão?
QUANDO CORRI MEU OLHAR SOBRE as mesas no salão principal, me deparei com um olhar penetrante e quente, a garota tinha cabelos pretos e olhos escuros, e estava olhando para mim com um entusiasmo anormal que fez suas bochechas esquentarem quando percebeu que a peguei no flagra.
Lancei um sorriso compassivo para ela, que disfarçou e se prontificou a ignora-lo, conversando com o rapaz loiro que estava ao lado dela.
- Que garota bipolar - Fleur crispou os lábios, provavelmente ela assistiu a vergonhosa "interação". - Desde que chegamos aqui ontem à noite, essa garotinha te comeu com os olhos. E assim que você proporciona a ela um sorriso, ela ignora? - o sotaque francês repuxou e eu apenas dei de ombros.
- Está feliz por ser uma campeã? - perguntei pegando as mãos graciosas e alvas de Fleur com delicadeza, os olhos azuis profundos de Delacour cintilaram de animação, quase suspiro com a aparência da garota, os cabelos loiros prateados muito bem presos no chapéu, Fleur tinha uma aura doce e bela, a beleza quase etérea parecia exalar um brilho fraco e prateado.
- Muito! Estou animada para saber qual será o primeiro desafio, e preocupada também - disse ela e posso sentir a mistura de excitação e angústia irrompendo por suas veias.
- Não importa qual seja o desafio, você vai ser incrível, querida - planto um suave beijo em sua bochecha e a garota esboça um sorriso radiante mostrando seus dentes perfeitamente brancos e uniformes.
- A garota da sonserina quase me matou com o olhar agora - Fleur segredou em meu ouvido. - Ela acha que sou uma oponente?
- Fleur, quietinha - cutuco seu peito e ela gargalha como uma criança.
(...)
O BARULHO MOLHADO DE SAPATOS PISOTEANDO a lama fez Fleur murmurar desapontada ao meu lado. Seus olhos alcançaram os agora não tão impecáveis sapatos de boneca lustrosos, agora cheios de terra.
- Não seja uma chata, Fleur. Só lhe atingiram os sapatos, enquanto isso há lama nas minhas meias e uniforme! - disse a outra loira que estava conosco, a irmãzinha de Fleur, Gabrielle. Arregalo meus olhos para o vestido azul da garotinha repleto de lama.
- Gaby, você veio saltitando pelas poças? - Fleur reclama me olhando com desespero e busco ver se minha saia e meias não estavam tão sujas quanto as de Gabrielle. - Eles nem podem saber que a gente saiu do castelo e você é basicamente um boneco de lama ambulante, Gabrielle!
- Teremos que conversar com aqueles gêmeos Weasley, só assim para entrarmos no castelo sem suspeitas - suspiro. - A fama deles é de serem muito bons em aprontar, devem saber passagem secretas.
- Meu medo é: eles não farão nada por livre vontade, o favor não será gratuito - disse Fleur, tentando tirar a lama da barra da saia de Gabrielle que reclamou e pulou para longe.- Volte aqui!
- Você está sujando mais, o espertalhona - falo. - Merda, aqui já não podemos fazer feitiços, é perigoso atrair criaturas - olho ao redor, as árvores esquisitas parecendo me encarar. - Por que nos arrastou até a floresta proibida, Fleur?
- Quero ver se descubro alguma coisa sobre o primeiro desafio - disse. - Gabrielle, não! - a loirinha pulou mais uma vez para longe da irmã e os sapatos de boneca escorregaram, fazendo a garota cair de bunda em uma poça de lama. - Merda!
- Olha o linguajar perto da criança! - bato no braço dela enquanto ajudo Gabrielle a se levantar. - Se machucou?
- Não - ela murmurou prendendo o choro. - Tem lama por todo o meu cabelo! Meu cabelo!
- Culpa sua, fica saltitando pela lama escorregadia, esperava o quê? - disse Fleur. - Quando voltarmos você lava seu cabelo.
- A gente vai continuar?! - a garotinha perguntou lamuriosa e apenas fiquei olhando entre as irmãs. - Meu cabelo vai ficar todo duro!
- Problema seu - disse a mais velha e escutamos um uivar distante. - Acho que devemos voltar.
- Você acha? - zombou Gabrielle e a guio pelos ombros antes que ela e Fleur voltassem a discutir.
- Você sabe sair da floresta? Lembra onde está a saída? - perguntei e um vinco surgiu na testa de Fleur. - Oh, não! Delacour, eu juro que te mato!
Antes que Fleur me respondesse, escutamos som de folhas e galhos quebrando, nos encaramos com desespero enquanto a coisa se aproximava.
- Imagino que vocês não deveriam estar aqui, senhoritas - uma voz masculina rompeu em tom mordaz. O homem era alto e magro, tinha cabelos pretos e adiposos, a pele de alabastro e nariz pontiagudo deram uma aparência assustadora a ele, as vestes pretas e capa vultosa ao seu redor quase me fizeram rir com a semelhança dele com a de um morcego gigante. - Sou Severus Snape, diretor da sonserina e professor de Hogwarts, vocês devem voltar para o castelo imediatamente - acrescentou com rispidez, nos dando às costas e andando rapidamente. Eu e as meninas trocamos olhares pávidos e só seguimos o homem quando captamos outro uivar.
- Nós estamos muito ferradas - digo a elas enquanto seguiamos o branquelo.
- Dumbledore nos expulsará? - indagou Gabrielle com receio.
- Não - garantiu Fleur, mas ela indicava insegurança.
(...)
- Por que diabos vocês estavam na floresta proibida à noite? - nossa diretora, Olivia Maxime, perguntou exasperada, a mulher muito alta nos fazendo engolir em seco enquanto olhava para nós esperando uma resposta.
- Nós... Hum, acabamos nos perdendo e... - a tosse muito sarcástica de Snape me interrompe, o diretor Dumbledore olha por cima de seus óculos de meia lua para o professor e depois de volta para mim, esperando que eu continue. - paramos na floresta, não era nossa intenção.
- O que estavam fazendo fora do castelo? E olhe só, senhorita delacour mais jovem está toda suja e enlameada - fica claro pelo tom de Madame Maxime que ela não acreditou no que eu disse. Fleur se virou ao meu lado, pensando em algo para usar de argumento.
- Eu quis sair explorar, fiquei sabendo que tinha unicórnios por aqui e eu sempre quis ver um! Então decidi sair, minha irmã e S/n apenas foram tentar cuidar de mim - disse Gabrielle, pisando no pé de Fleur e sorrindo de forma cortês para todos ali da sala. - Perdão - a voz de Gabrielle soou extremamente convincente, Madame Maxime ainda estava irritada, mas pareceu entender, Dumbledore sorriu de modo compreensivo e Snape parecia mais rabugento.
- Amanhã Hagrid às levará ver unicórnios, senhorita Delacour - disse Dumbledore. - Nunca mais saiam de Hogwarts sem o guarda caças ou algum professor.
- Elas devem ser punidas, Dumbledore - Snape interrompeu e Maxime o olhou com indignação.
- Creio eu que o diretor de Hogwarts seja Dumbledore, e que ele deva decidir o que fazer enquanto estivermos aqui - contestou Olivia. - Nenhuma das minhas meninas é da sua casa, não vejo elas vestidas de traje verde e prata.
- Que seja - respondeu áspero.
- Imagino que elas não fizeram por mal - Dumbledore piscou para nós, e sorrimos. - Mas ainda sim, acho que devam cumprir uma punição. Amanhã durante o período da tarde irão para detenção, limpar a biblioteca, acham justo?
- Sim, diretor Dumbledore - respondemos em conformidade.
- Podem se retirar agora, meninas - Maxime ordenou e saímos rapidamente, levando Gabrielle até o dormitório dela e seguindo para o nosso.
- Odiei esse Snape - declarou a loira ao meu lado enquanto andamos por um corredor depois de deixar Gabrielle em segurança.
- Sujeitinho indelicado - falo abatida, soltando um bocejo a seguir. - Amanhã será um dia árduo.
(...)
CHEGO CINCO MINUTOS atrasada, Delacour mais velha ri com divertimento enquanto me observa. Gabrielle parece muito distraída com um grande livro vermelho de capa dura e seda.
- Cinco minutos atrasada - Snape me observa com desprezo e um vinco profundo aparece em sua testa. Céus, eu odeio ele. - Vocês têm até o final da tarde para tirar toda a poeira e arrumar os livros por ordem alfabética. Ah, e não entrem na seção proibida, sei que cumprir é regras é algo trabalhoso para vocês, mas não entrem na seção proibida - ele saiu em retirada e a capa preta se ergueu, o corpo magro e alto envolto pela capa escura.
- Perdi o café da manhã, quase que não consigo o almoço e ainda tenho que escutar esse tapado - lamento pegando um pano rosa desbotado e começando pela estante que falava sobre leis, havia tanta poeira ali que eu mal podia ver a cor dos livros.
- Fleur, você que nos arrastou para lá, acha bonito ficar aí sentada lendo enquanto nós trabalhamos? - disse Gabrielle, jogando a vassoura na direção da irmã que lia um livro verde e grosso, com folhas muito amareladas e aparência antiquada.
- Não sabia que você se interessava por dragões - me aproximo, lendo por cima dos ombros da loira. Gabrielle revira os olhos para nós e volta a varrer com aversão.
- É a primeira prova - falou. - Encontrei aquele menino pequeno e franzino no meio do caminho, sabe?
- O da cicatriz? - Gabrielle voltou para conversa, cansada de tentar varrer. Um "shh" ecoou pela biblioteca e a mulher que ficava no balcão nos olhou com advertência, apenas a ignoramos. - É Howard?
- Harry Potter - corrigi. - Vamos lá, depois a gente te ajuda com isso, só vamos terminar isso aqui primeiro. Não quero que o morcegão volte aqui incomodar.
- É, ele mesmo - concordou. - Ele me avisou, avisou Krum e provavelmente foi atrás de Diggory.
- Santo Potter - uma voz jovem zombou e olhamos para uma das estantes, um garoto loiro e branco estava encostado nela, dois rapazes mais robustos e de cabelos negros estavam na retaguarda, a menina de cabelos pretos e olhos profundos que me encarou no dia anterior parecia divertida enquanto o garoto negro ofereceu um cigarro para Fleur, que negou com afinco.
- Não fume aqui - indiquei o rapaz negro e fingi não escutar a fala do loiro. - Caso não tenha percebido, têm uma criança aqui - aponto para Gabrielle. - E o lugar é pouco arejado, sinto muito, não quero ser uma fumante indireta, se quer se ferrar, que o faça sozinho.
- Chata - resmungou apagando o cigarro.
- Por que estão cumprindo detenção? - o loiro perguntou, a pele de alabastro ficando um pouco mais escura embaixo dos olhos, onde olheiras apontavam. - A propósito, sou Malfoy, Draco Malfoy. Este é Crabbe, Goyle, Parkinson e Zabini.
- Fomos até a floresta proibida na noite passada e o seu querido Snape nos encontrou - disse Fleur, guardando o livro.
- Você é esquisita - disse Gabi diretamente para Parkinson e aperto seu ombro em repreensão. Os olhos negros piscaram em direção a garota e lamento frustrada.
- Como é? - perguntou asperamente e Fleur se pôs ao lado da irmã.
- Digo, eu não te chamei de feia - contestou. - Mas é que você passou o dia todo ontem desde que nós chegamos encarando a S/n, aí no jantar pareceu ignora-la, e agora tá encarando ela de novo - falou e arregalo os olhos enquanto Fleur gruda os lábios refreando uma risada.
- Não estou encarando ninguém, pirralha - retorquiu e Fleur a encarou irritada.
- Olha como fala dela - me aproximo da garota e Zabini a cutuca no quadril. - Leve seus namorados para fora daqui, nós temos o que fazer.
- Hm, acho que não - a garota me encarou e puxou uma das cadeiras, se sentando ali. O garoto loiro revirou os olhos e fez o mesmo, os dois brutamontes apenas seguindo seus passos enquanto Zabini parecia muito querer sair da biblioteca. - Estamos confortáveis aqui, não é?
- Não - retrucou Zabini cruzando os braços. - Deixe de ser infantil, Pans. Se quer pegar ela, é só pedir - o garoto falou e a garota pareceu envergonhada, a máscara de dureza caindo levemente. - Eu estou saindo fumar um cigarro, fique aí quanto tempo for preciso para admirar sua paixão idiota, até mais.
- Ele não sabe o que fala - Pansy disse quando Fleur pareceu caçoar dela. - Não me olhe assim, francesa - ela apontou os dedos magros em minha direção e arqueio uma das sobrancelhas para ela.
- Assim como? - desafio e ela se levanta, ficando frente a frente, posso até sentir o cheiro de flor de menta que exala dela.
- Não seja sonsa - ela cutuca meu ombro, se aproximando de meu ouvido enquanto vejo Fleur se distanciar rindo maliciosamente, colocando as mãos na frente dos olhos de Gabrielle que resmunga enquanto Malfoy cruza os braços com uma expressão divertida. - É o mesmo olhar que dei a você ontem - sinto sua respiração quente batendo em meu pescoço e tento me manter controlada.
- E o que significa o olhar? - questiono novamente e ela sorri, falando ao meu ouvido como se contasse um segredo.
- Eu te olhei como se fosse te arrastar para um armário de vassouras e te fazer minha - sussurrou e me arrepio, minha respiração começando a fraquejar, ela ajeita meu colar de prata e se distância. - Mas irei deixar que você mesma me mostre o que seu olhar significa - ela riu e saiu piscando um olho, Malfoy deu uma risada exagerada e Fleur ficou de queixo caído.
- Pensei que vocês fossem trepar na minha frente - ela sussurrou em meu ouvido e bati em seu braço com força, saindo dos meus devaneios.
- Ei! Eu também quero saber o que estão falando! - Gabrielle correu e me beliscou, chiando me distanciei dela.
- Nada para criança - resmungou Fleur e meus olhos capturam um papel jogado no chão, me agacho e desdobro, uma letra um pouco desforme brilhando com tinta preta.
"Dormitório B, sonserina"
- Isso foi um convite! - Fleur pulou ao meu redor enquanto continuei olhando o papel.
- Definitivamente foi.