2 •Esqueça Ela - Blue Sky City

Por Putzvital

105K 13K 5.4K

Reed Spencer é o caos em pessoa, encrenqueira, problemática até o último fio de cabelo prateado e precisa - u... Mais

Sinopse
Prólogo
1 - Sim
2 - Dia 1
3 - Troglodita
4 - Erro
5 - Olhos pretos
6 - Dezessete anos
7 - Um homem simples
8 - Voyeur
9 - Com ou sem?
10 - Rir
11 - Isso é péssimo
12 - Miss Simpatia
13 - Quem ceder perde.
14 - Bom homem
15 - Penhasco
16 - Sentimentos
17 - Sorte ou azar
18 - Escravo
19 - Prazer
20 - Ele
21 - Louis
22 - Caco de vidro
23 - Barganha
24 - possessividade
25 - Gentil
26 - Olhe pra mim
27 - Atrás dela
28 - Teste Drive
29 - Aquela Noite
30 - Solidez
31 - Era só isso
32 - Peter Brooks
33 - Duas batidas
34 - Campo minado
36 - Próximo passo.
37 - Dez anos.
Epílogo

35 - Surpresas

2.3K 268 40
Por Putzvital

Eu quero ver você deitada
Nua como meus pensamentos quando você mergulha
Você é um trovão cheio de tragédia sexual.

So Damn into you - Vlad Holiday

Atualmente.

— Ser um homem comprometido tem satisfações que nenhuma vida de solteiro pode proporcionar — declaro após tomar um longo gole da minha long neck.

Sentado ao meu lado na mesa de um bar esquisito que Peter nos trouxe, Adam toca meu ombro em compreensão.

— Eu avisei — diz. — sexo com sentimento é muitoooo mais gostoso.

A nossa frente, esboçando nojo e repúdio, Peter arregaça as mangas longas de sua blusa cinza.

— É sério? Vão ficar mesmo esfregando seus relacionamentos bem sucedidos na porra da minha cara? — revira os olhos.

Entendo a sua revolta, se convivesse comigo nas duas últimas semanas consecutivas, também me odiaria. Estar con Reed era... Nossa, transavamos o tempo todo, como coelhos.

— Só está com raiva porque não sabe como é a sensação — replico com um sorriso pendurado no rosto.

Adam ri de nosso amigo amargurado antes de continuar a zombaria.

— Não é culpa nossa que você é totalmente incapaz de sentir algo além de tesão por uma mulher — retalha. — e por homens — retorce o nariz. — Você simplesmente não se apega a ninguém, é como a porra de um cigano sexual.

Cigano sexual. Aonde Adam tira essas merdas?

Dou outro gole na minha bebida e dessa vez lanço um olhar preocupado para meu amigo casado.

— O que diabos Samantha Fontaine viu em você? — sério, a mulher poderia estar casada com um filantropo ao invés de  alguém que diz "cigano sexual".

Ha ha ha — força uma risada. — É melhor que eu não responda isso.

Peter assovia para chamar nossa atenção.

— Podemos fingir que vocês ainda possuem um pouco de dignidade?

Suspiro.

— Okay, nada sobre relacionamento está noite — lhe dou um sorriso amarelo.

Apesar de tudo que eu quero é sair dessa mesa de bar, dirigir até o apartamento de Reed e descobrir que ela está só de calcinha desenhando no chão da sala.
Adam olha em volta.

Não sei como ele consegue agir tão bem quando se trata de estar com a mulher que ama. Tudo que consigo fazer é pensar em Reed, querer falar dela e do quanto somos incríveis juntos, de como nossas almas parecem se fundir quando nossos corpos se chocam.

Não sei como Adam consegue não falar sobre Sam. No entanto, levando em consideração o tempo que estão juntos...
Deus, assim que terminaram há sete anos atrás tudo que saia da boca dele envolvia a garota.

Quem sabe depois de sete anos eu consiga desenvolver a mesma habilidade de me conter.

— Por que estamos nesse bar? — Adam pergunta.

Também me questiono o mesmo, não faço ideia da razão pela qual Peter nos arrastou para um lugar tão distante da galeria.

— É o point dos jornalistas — diz.
Adam e eu nos entreolhamos.

— Está bebendo no lugar aonde seus inimigos se divertem? — questiono.

Ele só pode ser louco. Toda semana, sem exceção, surge uma matéria a respeito de Peter. As vezes verdadeira, as vezes tendenciosa, mas sempre relacionada ao seu alto nível de promiscuidade.

— Está dando munição a esses abutres.

Adam dá risada.

—  É exatamente esse o propósito de estarmos aqui, — estreita os olhos para nosso amigo. — Não é?

Peter nos ignora e acena para o garçom do lugar; assim que o funcionário do local se aproxima, ele pede um martini com duas azeitonas.

Não sei porque reparo nesse detalhe, mas, se não me falha a memória, todas as vezes que Peter pede um Martini (as quais são raras) ele exige duas azeitonas. Não uma, não três, duas.

Garoto estranho.

— Talvez, mas não vem ao caso. —declara. — Só achei que era o lugar ideal para dizer que estou indo para Nova York — anuncia.

— Precisa de tanta cerimônia pra dizer que vai viajar? —indago fazendo careta. Ao meu lado, Adam parece ficar tenso.

Peter tentar manter o sorriso convencido e dissimulado de sempre, no entanto, sua postura descontraída oscila.

— Não é uma viagem — solta. — Tenho tido umas reuniões com Samantha e...

— Tem? — o tom de Adam é acusatório.

Peter o ignora e continua:

— E ela decidiu investir em outros artistas sem reconhecimento como Reed, pessoas que vieram das ruas e jovens de orfanato, só que em outras cidades — parou um pouco para respirar. — Vamos abrir outras galerias, Vamos transformar o Studio Rebel Angels em algo ainda maior, uma marca de alcance global de Pintores e fotógrafos, mantendo a pegada do original concedendo tatuagens exclusivas das artes vendidas.

Porra, isso é muito grande.

— E eu serei o Gerente-chefe dessas sedes, e por Nova York ser um point ideal para um Studio Central... Estou indo para lá.

Paro, perplexo e atordoado demais para organizar os pensamentos na minha cabeça.

— Como é? — eu tô confuso pra caralho. — Você tá... Se mandando daqui? Simples assim?

É como ser apunhalado pelas costas, a diferença é que Peter está bem na minha frente e calmo como uma maldita porta.

— E a Samantha sabia disso — Adam soa bem mais traído.

O silêncio recai sobre a mesa conforme se processa as informações jogadas sobre nós. Somos adultos, e nem somos irmãos de sangue, mas... Porra, somos a droga de uma equipe, somos nós contra o mundo. E Reed. Porra, Reed vai ficar desolada.

É como ver um pacto ser quebrado. Peter indo embora.

— Adam está casado com a mulher que passou anos tentando superar, você e Reed finalmente estão indo bem e ela tem uma carreira mais do que promissora agora, — Peter desvia o olhar para um ponto distante. — E eu?

Paraliso.

— O que eu tenho? O que eu construí? — a frustração brilha nos olhos claros do garoto que não é mais um menino e nem o nosso pirralho. Peter já é um homem, e um homem inconformado com sua realidade.

Adam bate com o punho certado na mesa e as bebidas tremem.

— Você tem a gente, porra — e a dor na voz do meu amigo é cortante, porque eu nunca ouvi a voz de Adam fraquejar a não ser quando se tratava de sua mulher.

— E eu estive aqui o tempo todo, e ajudei vocês em tudo que podia, só que eu preciso que me ajudem agora e digam que pode ser uma boa ideia — Peter pede. — Essa cidade não tem mais nada pra mim além de vocês e eu vou surtar se não encontrar nada que eu ame além disso que temos — bufa exasperado. — Eu preciso de mais que isso. Preciso de um sonho, de algo que me faça lutar ou sentir alguma coisa. Qualquer coisa.

Sinto raiva, mesmo sabendo que seus motivos são coerentes e que a vida é dele para fazer o que bem quiser.

Não lembro da minha vida antes de Peter, sua idiotices e o senso de humor estupido.

Não consigo imaginar minha vida sem ele agora.

Ele esfrega o rosto com as mãos.

— Não estou morrendo, okay? — ressalta. — Só estou me mudando. Posso vir visitar vocês algumas vezes no ano e passar minhas férias aqui. Só preciso encontrar minha "coisa".

Adam e eu não rebatemos ou discordamos dele, ele merecia isso, precisava disso. Também não falamos que a "coisa" que ele procurava não seria encontrada assim. Entendiamos o que era essa ausência que ele sentia, esse espaço vazio em algum lugar dentro de si.

Sempre achei bobagem essas merdas de "alguém nos completa e bla bla bla". Ainda acho. Contudo, talvez todos nós precisassemos de alguém, uma relação diferente das demais nas nossas vidas, uma pessoa por quem matar e morrer e ser capaz de destruir o mundo por ela. Alguém que fosse o centro de toda paz, tudo ao mesmo tempo.

Adam tinha Sam. Eu sempre tive Reed, mesmo antes dela ser minha.

Só não sabia como Peter iria encontrar sua "coisa" ou pessoa quando ele parecia ter gastado suas reservas de amor conosco, sendo praticamente incapaz de nutrir algo além de tesão por outras pessoas.

***

Assim que me jogo no sofá de minha casa, meu telefone vibra no bolso do jeans, quando o pego eu atendo sem nem olhar o visor do aparelho.

— Posso ir te ver? — alcoolizado e cansado, dou um pequeno sorriso ao ouvir a voz receosa de Reed no outro lado da linha.

Ela tá muito afim de mim, com certeza.

— Claro que pode, bebê — minha voz sai um pouco arrastada.

Leva dois segundos, dois segundos para que batidas fortes e incisivas demais ressoem na porta.

Tá de brincadeira?

Levanto do sofá com mais esforço do que esperava. Ninguém coloca fé que os drinks que Peter bebe sejam capazes de embebedar alguém, porém aqueles martinis... Céus! Obrinha do capeta.

Assim que alcanço a porta, tomo uma respiração profunda e lenta. Quando abro, agradeço por ter puxado o ar.

Na soleira, Reed usa uma camisola preta, rendada nos seios e de cetim até o meio de suas coxas, a peça de alças finas mostrando o que há de melhor de seus atributos. É tanta pele visível que fico atordoado, principalmente com as tatuagens em evidência.

No braço, ela tem o capacete da sua moto pendurado. Claro.

— Oi, bebê — me cumprimenta com um sorriso presunçoso.

Eu. Amo. Essa. Mulher.

O apelido fica muito melhor saindo da sua boca do que da minha, e soa beeem mais atrativo.

— Sempre cheia de surpresas —comento, que esquecendo qualquer tópico ruim da noite e tendo a mente invadida por seus seios. Deus, eu amo seus peitos.

É difícil até me concentrar no seu rosto, ou deveria ser, por que putaquepariu, os peitos de Reed são tipo nota dez, mas a boquinha carnuda, digna do melhor boquete que eu já recebi, compete muito bem.

Alterno o olhar entre seus lábios e seus seios, refletindo sobre como a noite vai acabar.

Refletindo sobre em que parte do seu corpo eu vou gozar após fazê-la ter os orgasmos mais intensos da vida dela.

— Posso ir embora, se quiser — bate os cílios feito uma garotinha inocente. O problema é que Reed não é uma garotinha, e nada inocente.

Puxo-a pelo braço.

— A não — a trago para dentro. — desse jeito, você só sai dessa casa quando o ultimo fio de energia se esvair do meu corpo.

Então Reed entra, e dá uma risada fácil antes que eu cale sua boca pelos minutos seguintes.

Continuar a ler

Também vai Gostar

44.6K 4.1K 5
[CONCLUÍDA] Jeon Jungkook é um híbrido de lobo alfa, uma espécie rara, devo enfatizar. O lobo de dezoito anos faz sucesso na universidade, sempre tem...
3.6K 139 28
Se for pecado eu estou completamente condenada, mas como esquecer esse desejo essa paixão que me mata por dentro! Ele é gentil e as vezes um completo...
89K 8.8K 45
[ Duologia Não Conte - Livro 2] Aidan Denver estava perdido. Ele estava perdido sem Ryen, sem Elizabeth, sem Adam... Ele estava perdido no meio das...
92.9K 9.8K 77
O desejo faz você cometer loucuras para que ele seja saciado. Até mesmo ceder ao seu lado mais obscuro e se entregar a escuridão em forma de homem qu...