2 •Esqueça Ela - Blue Sky City

Galing kay Putzvital

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Reed Spencer é o caos em pessoa, encrenqueira, problemática até o último fio de cabelo prateado e precisa - u... Higit pa

Sinopse
Prólogo
1 - Sim
2 - Dia 1
3 - Troglodita
4 - Erro
5 - Olhos pretos
6 - Dezessete anos
7 - Um homem simples
8 - Voyeur
9 - Com ou sem?
10 - Rir
11 - Isso é péssimo
12 - Miss Simpatia
13 - Quem ceder perde.
14 - Bom homem
15 - Penhasco
16 - Sentimentos
17 - Sorte ou azar
18 - Escravo
19 - Prazer
20 - Ele
21 - Louis
22 - Caco de vidro
23 - Barganha
24 - possessividade
25 - Gentil
26 - Olhe pra mim
27 - Atrás dela
28 - Teste Drive
29 - Aquela Noite
31 - Era só isso
32 - Peter Brooks
33 - Duas batidas
34 - Campo minado
35 - Surpresas
36 - Próximo passo.
37 - Dez anos.
Epílogo

30 - Solidez

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Galing kay Putzvital

Nunca disse nada de ruim a ninguém
Porque essa merda é constrangedora, você era tudo para mim
E tudo o que você fez foi me deixar triste pra caralho.

Happier Than Ever - Billie Eilish.

Atualmente.

— Samantha, é só um quadro — repito pela terceira vez enquanto alterno o peso do corpo entre uma perna e outra.
Ao meu lado, ela brinca com uma caneta no canto da boca fingindo não carregar o sorriso presunçoso que paira como um fantasma em seu rosto.

— É o Greg — retruca, pela terceira vez.

Levo a mão até a testa. Malditas pinturas...

— Tenha dó, pode ser qualquer homem — aponto para a tela de dimensão quarenta por oitenta aonde pintei a lateral do rosto masculino no canto e deixei todo o fundo preto.

Só aparece apenas uma orelha, uma bochecha, a maçã proeminente e em seguida um queixo e mandíbula fortes.
Nada de olhos ou nariz. Poderia ser qualquer um. Qualquer um. Mas não é.
É mesmo o Gregori, e ele é tudo que consigo desenhar, pintar e visualizar em minha cabeça nos últimos dois meses.

— É o Greg — repete. — A galeria abre em duas horas, precisa admitir que está vendendo uma duzia de Gregoris essa noite.

Bufo alto.

— Você é tão irritante.

— E pago seu salário — cruza os braços sobre o peito. — Não esqueça isso — me lança uma piscadela levemente ameaçadora. Samantha Fontaine é tão forte e autoritaria que quase me faz esquecer que sou uns bons dez centímetros maior que ela.

Acho que até Adam esquece que tem bolas perto dela, a mulher tem o dom de ser sutilmente amedrontadora, e tudo isso sem nunca abandonar sua elegância hereditária.

Deus, ela era exatamente o que eu queria ser quando criança. Mesmo agora, ainda há uma pontinha de inveja.

Ela é tão linda... Observo seus fios negros sobre os ombros, o queixo fino e tão surpreendentemente delicado como o de uma boneca de porcelana frágil; o nariz arrebitado e definitivamente de ar aristocrático acompanhado de um par de olhos astutos demais para um rosto tão doce e suave.

Quem não gostaria de se parecer com isto? Ela é o símbolo de feminilidade que vemos os homens correndo atrás durante toda nossa vida; a imagem da garota ideal.

Passos ressoam no salão chamando nossa atenção. Viramos a cabeça ao mesmo tempo para ver Gregori entrando no recinto com as mãos nos bolsos de seu jeans claro.
Jeans claro cai muito bem nele.

— Atrapalho? — pergunta, embora seja óbvio que sim.

— Ah, não — Samantha responde. — Estavamos falando sobre você nesse instante — cantarola. Coisinha audaciosa.
A olho de soslaio, levemente apreensiva.

— É? — Greg se aproxima.

Samantha lhe da um sorriso imenso, e eu sei que ela está brincando comigo pela maneira calculada com que mexe em uma mecha de seu cabelo.

— O que acha desse quadro? — pede a opinião dele ao apontar para a obra que olhavamos.

Ele chega mais perto, passando por nós duas, entre nós, e encarando o quadro com um olhar mais analítico que o de costume.

— Acho que está bom, como todos os outros — dá de ombros. Sinto o ar retornar aos meus pulmões.

Sam parece chocada, e isso me diverte.

— Só isso?

Ele olha novamente para o quadro.

— É bem bonito? — questiona, como se temesse estar dando a resposta errada.
Poderia beija-lo por sua estupidez e desatenção neste momento como jamais beijei antes.

— Desito — nossa patroa ergue as mãos pro ar e se afasta. — Não esqueçam de trocar de roupa — avisa a caminho do corredor.

Assim que Fontaine desaparece do nosso campo de visão, Gregori vem para perto de mim, porque manter nossos corpos longe tem se tornado algo inconcebível. Dedos, braços, ombros, bocas, alguma parte nossa precisa estar em contato assim que ficamos no mesmo ambiente.

É quase uma necessidade irracional e desesperada. Uma fome da qual não precisa necessariamente de muito para se nutrir.

Ele para ao meu lado, nossos quadris e cotovelos se encostam, e esse toque reconfortante basta, é tudo que preciso para me sentir calma e relaxada. Tem um puta efeito terapêutico.

É como se isso fizesse meu corpo estar ciente de que ele está ali, comigo.

— Minha avó quer ver você — solta de supetão.

— Por que? — não que Blair precise de um motivo para me ver, mas a entonação com que ele anuncia me faz precisar de um.

— Não sei. Falei que estávamos namorando e ela disse que queria falar com você — joga os ombros para trás em descaso pela segunda vez.

Abro a boca. Fecho a boca. A abro novamente.

— Você o que?

— Falei que estávamos namorando? — franze o cenho.

Seguro minha cabeça segurando a enorme vontade de gritar com ele.

— Por que caralhos fez isso?

— Por que estamos namorando.

— Quem disse isso? — não me lembro de ter mudado de status ou de termos necessariamente nos dado um título tão sólido. Tínhamos algo, mas era isso, algo. NÃO A PORRA DE UM NAMORO.

Ele arqueia uma sobrancelha como se fosse uma navalha na minha direção.

— Reed, não me venha com essa porcaria agora.

— Que porcaria? — estreito os olhos.

— Estamos juntos faz quase três meses— argumenta. — Conheço casais que nesse período de tempo já estavam até fazendo tatuagens juntos.

Casais. Casal. Somos um casal. Somo um casal?!

— Deveria ter falado comigo antes de dizer coisas a sua avó.

— Ela é minha avó, mesmo que você tenha peitos incríveis, eu vou sempre contar absolutamente qualquer coisa da minha vida que importe para ela — seu olhar é incisivo. — Quer você queira ou não.

Pigarreio.

— Ótimo início de relacionamento... — murmuro.

— Vem cá — ri me puxando pela cintura na sua direção. Uso as palmas das mãos para não colidir contra seu peito. — Me chama de namorado.

Dessa vez, quem ri sou eu.

— Nem fodendo — tapo a boca. Só a hipótese soa bastante esquisista. — Não seja brega.

Os olhos de Greg crescem com o desafio.

— Vamos ,Reed — cutuca minhas costelas por cima da camisa. — "Meu namorado", repita — insiste. Hum... Até aonde ele estaria disposto a ir para me convencer a falar?

Olho em volta, rapidamente, para todas as entradas possíveis que levam até o salão que nos encontramos.

— Tem que ser mais persuasivo que isso — digo, esboçando toda a malícia em um olhar tanto quanto posso.

— É? — recua para trás mantendo as mãos na minha cintura e me levando consigo. Acompanho seus passos com a curiosidade aflorada. Greg anda o suficiente para que suas costas encontrem uma das pilastras do lugar.

Ele nos gira, invertendo os papéis. As mãos me largam, porém, não vão muito longe, se projetam na parede, em cada lado de minha cabeça.

Esse cenário me é bastante familiar.

— O que eu preciso fazer para você dizer em voz alta que somos um do outro? — Gregori se curva o suficiente para que a ponta do seu nariz toque o meu. Não mexo um único músculo. — Nós fizemos um teste e deu certo. Somos ótimos nisso, em estar juntos. Somos ótimos — e eu não discordo. Somos ótimos. Somos ótimos juntos.

Não sei o que dizer. Porque, sendo honesta comigo mesma, não sei o real motivo de me conter tanto para admitir o que está acontecendo. Estamos juntos, somos um casal, e mesmo que não tocassemos no assunto com ninguém, as pessoas sabiam. Fingiam que não, mas sabiam. Todos eles.

Ainda assim... Alguma coisa me puxava para longe da hipótese de solidez que ele estava me apresentando.

Solidez parecia assustador.

Estabilidade parecia assustador.

Amar parecia assustador.

Deus. Eu não podia amar Greg. Não podia. Não podia amar. E namoros envolvem amor.

Consigo sentir meus batimentos cardíacos se acelerando; A pressão subindo. Minha nuca rapidamente fica úmida, não de calor, mas um suor frio acompanhado de calafrios que geralmente antecedem um ataque de Pânico.

— Desculpa — é tudo que sou capaz de dizer. — Desculpa.

Sua mandíbula fica tensa, afinal isso não é uma resposta.

— É por causa do maldito Louis? — indaga, o nome que sai da sua boca voando na minha direção como uma flecha afiada. Louis.

Quando dou por mim, minhas mãos estão no peitoral de Gregori, o empurrando com toda força, ódio e angustia que tenho acumulado durante todos esses malditos anos.

Como ousa?! — berro enquanto observo ele cambalear para trás, atônito. — O que acha que sabe sobre ele?

Algo é acionado dentro de mim, como uma granada. Não dou tempo para que Greg se recupere de seu choque, estou indo até ele,  palmas abertas novamente em seu peito, o empurrando e empurrando, o fazendo recuar.

— Acha que sabe alguma coisa a respeito dele? Do que ele fez ou o impacto que teve na minha vida? — dou risada. Gargalho tão alto que o som ecoa por todas as paredes a nossa volta. Ele está sem reação. — Quer saber por que eu sou assim, Greg? Quer?!

Ele acena, com cautela.

— Jogue na internet "a primeira vez da órfã de Blue Sky" e vai descobrir — seguro seu queixo, sem carinho ou gentileza. — Nunca mais diga esse nome para mim. — o solto.

Pela sua expressão, posso ver que se arrepende de cada vogal e consoante que compõem o nome Louis terem saido de sua boca.

— Ele... — muitas perguntas devem rondar a mente dele, e não posso culpa-lo pela curiosidade a respeito disso. Posso culpa-lo pro trazer isso a tona.

— É, ele fez — respondo a questão implícita. — Então sim, Greg. A culpa por eu ser tão ferrada ao ponto de não sair cantando e dançando que somos um casal para o mundo é de Louis. Satisfeito?

Quero machuca-lo. Quero dizer coisas feias. Quero esquecer esse nome. Louis.

Respiro fundo.

— Sai daqui, Greg.

— Reed...

— Me deixa sozinha.

Ele hesita, olha na direção do corredor, depois para mim, e então da a primeira passada em direção a saída. O grandão caminha por todo salão, mas se detém antes de ir.

— Estou te dando espaço, por agora, sei que precisa — fala. — Não tô deixando você sozinha. Nunca vou deixar você sozinha, mesmo que me implore. Pode ter dúvidas sobre querer ser a minha mulher, mas ainda é a minha família. E eu sou sua família, Reed.

Isso dói.

— Eu não sou ele — conclui, e vai embora.

Falta duas horas para mais uma de minhas exposições glamurosas e eu estou despencando.

Sento no chão, seguro a cabeça entre as mãos e me permito afundar um pouco.

Isso dói.

Porque relações envolvem amor, e tudo que envolve amor me fere. Tudo que envolve amor sempre me feriu.

Isso dói. Dói para um caralho.

Porque eu não posso amar Greg. Eu já o amo.

Isso dói.

Agora ele também pode me quebrar caso queira, e eu não teria forças para impedir, já saiu completamente do meu controle.

Ele vê meu caos, Greg senta no meio do furacão e não se espanta, não se assusta, apenas espera que passe. E quando passa, ele está lá, sempre lá, esperando por mim com uma paciência assombrosa.

Gregori é como um pontinho de esperança a qual não quero me agarrar, embora seja inevitável.

Odeio Louis por fazer odiar amar Gregori.

Odeio Louis por fazer com que eu odeie a mim mesma.

Odeio Louis por fazer com que eu conheça o ódio e ande de mãos dadas com ele.

Odeio, acima de tudo, acreditar lá no fundo, em uma parte que me envergonho ao extremo, que talvez ele tenha mesmo me amado, apesar de tudo.

E Isso dói. Dói pra cacete.

Ipagpatuloy ang Pagbabasa

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