2 •Esqueça Ela - Blue Sky City

By Putzvital

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Reed Spencer é o caos em pessoa, encrenqueira, problemática até o último fio de cabelo prateado e precisa - u... More

Sinopse
Prólogo
1 - Sim
2 - Dia 1
3 - Troglodita
4 - Erro
5 - Olhos pretos
6 - Dezessete anos
7 - Um homem simples
8 - Voyeur
9 - Com ou sem?
10 - Rir
11 - Isso é péssimo
12 - Miss Simpatia
13 - Quem ceder perde.
14 - Bom homem
15 - Penhasco
16 - Sentimentos
17 - Sorte ou azar
18 - Escravo
19 - Prazer
20 - Ele
21 - Louis
22 - Caco de vidro
23 - Barganha
24 - possessividade
25 - Gentil
26 - Olhe pra mim
27 - Atrás dela
28 - Teste Drive
30 - Solidez
31 - Era só isso
32 - Peter Brooks
33 - Duas batidas
34 - Campo minado
35 - Surpresas
36 - Próximo passo.
37 - Dez anos.
Epílogo

29 - Aquela Noite

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By Putzvital

O tempo voa, o sentimento no interior atinge um nervo
E tudo ficou entorpecido
Luz branca que você me deixa tão alto
Meu desejo bloqueia o Sol.

Over - Honors

Antes.

Greg e Adam estavam ensanguentados. Ambos tinham sorrisos predatórios manchados por sangue e não pareciam se importar com isso enquanto se encaravam, calculando o próximo passo para irem um contra o outro novamente. Os olhos de ambos brilhavam diante do desastre eminente, de maneira quase sobrenatural. De longe, um dos cenários mais apavorantes que já presenciei - e sublime.

— Por que eles estão brigando?! — desço da moto em um misto de surpresa e medo. Nunca os vi assim antes. Não dessa forma.

Peter, sentado no chão com as costas apoiadas na porta do Chevette de Adam apenas dá de ombros.

Ele com certeza vai ficar com sarna na bunda se continuar no chão mais pútrido da cidade.

Os garotos estavam aonde costumavam ocorrer as rachas de carro, festas repletas de drogas e sexo publico e indecente a todo tempo. Até as "boas" pessoas de Blue Sky paravam ali quando queriam ser infiéis com discrição.

Peter poderia estar muito bem sentado em uma camisinha usada, ou uma poça de mijo, mas pela sua expressão dispersa, aposto que está tão bêbado que não se importa.

— Diga alguma coisa útil seu imbecil — chuto a coxa dele para conseguir uma resposta. O idiota geme de dor.

— Não sei. É algo sobre Adam ser um idiota egoísta, Greg ser superprotetor, bla bla bla — resmunga. —Eu tô bêbado, não enche. Já fiz minha parte e te liguei.

O ar está particularmente gelado, é inverno afinal. Consigo ver minha respiração se transformando em lufadas de ar expessas.

Encaro os dois estúpidos brutamontes que se enfrentam. Homens são burros. Burros para um caralho.

Não posso simplesmente chegar e pôr no meio, entre eles, sou uma boa lutadora mas tenho bom senso.

Me agarro a jaqueta, abraçando meu próprio corpo. Devia ter estranhado que Greg não voltara para casa no horário habitual. Mas passar uns dias na sua casa implicava em ser arrebatada por perguntas frequentes e constrangedoras de sua avó, e isso me fazia perder a noção do tempo.

Os dois idiotas ss aproximam um do outro novamente.

— NÃO OUSEM SE MEXER! — grito há uns sete metros de distância. Isso basta para atrair a atenção de ambos.

Eles viram a cabeça na minha direção, a ferocidade ainda cobrindo a face dos dois.

— Não se meta — É Gregori quem responde em tom hostíl e Adam sorri com isso. Há deboche explícito no rosto do Storm.

— É, Reed, não se meta ele age como um bêbado engraçadinho. Engraçado vai ser o hematoma que vai ficar no seu olho esquerdo que já está inchado. Bem feito.

Não sei o que levou amigos tão próximos a se agredirem de maneira tão brutal. Eles brigam as vezes, alguns socos e tapas por diversão, porém nada tão sangrento.

Ignoro Adam, porque sei que as coisas entre ele e sua namoradinha rica não vão bem, e apesar de esperar que eu gostasse disso, não gosto de quem ele se torna quando está tão pra baixo. Adam Storm sabe ser um verdadeiro filho da mãe quando fica triste.

Meus olhos miram em Greg.

Vamos para casa, agora digo, e não é um pedido.

Você não manda em mim, loirinha rechaça. Ai, essa doeu.

Estreito os olhos e dou alguns passos na direção dos trogloditas. Conforme me aproximo, o ar se torna mais pesado.

Vamos. Para. Casa repito, reduzindo a distância.

Adam ergue as mãos no ar, rindo.

Cuidado, ela pode bater em você provoca. Bêbado triste e inútil.

O olho rapidamente.

Também posso bater em você completo. E estou mesmo levando isso em consideração.

Por mais que me sinta atraída por Adam, pelos olhos e cabelos tão similares aos de Louis, e a mesma imprudência que ele carrega no olhar, as vezes lidar com ele é um saco. Lidar com Louis também era um saco, eu só não sabia disso quando tinha quinze anos.

Greg estala o pescoço, olha para o céu azul-escuro de Blue Sky, tão azul que parece negro, desprovido do brilho de qualquer estrela está noite, e então toma uma longa respiração antes de começar a caminhar até mim. De longe, parece que é a criatura mais ameaçadora que já vi. De perto, assim que a distância se reduz a míseros passos curtos, tenho certeza.

Ele é a criatura mais ameaçadora que já vi. Grande, forte, imponente.

Suas narinas estão infladas, seu queixo erguido em arrogância. Greg poderia partir homens no meio, e, ainda assim, não sinto uma gota de medo ao estar na sua frente, no entanto, uma onda de adrenalina perigosa corre pelo meu sangue provocando calafrios estranhos e sem sentido.

Quando eu falar para não se meter diz, chegando mais perto e estendendo a mão no ar. Qualquer um diria que estou prestes a levar um tapa. Não se meta Ele segura  meu rosto com a mão espalmada em minha bochecha, áspera e quente. Greg ergue meu rosto com essa mão a medida que inclina o seu e encosta a testa na minha.

Quando solto o ar percebo que o estava prendendo.

Vamos. Para. Casa repito. Ele me mantém imóvel, a cabeça na minha, como se buscasse a sanidade perdida.

concorda, e o alívio que percorre o meu corpo não pode ser disfarçado. Por você. conclui, e de alguma maneira isso fica encrustado no meu cérebro, nas laterais do meu cerne, ecoando. Por você. Só duas palavrinhas tão inúteis e despretensiosas. Por você.

Me afasto dele, o dando as costas e indo na direção da moto. Não posso olha-lo nos olhos agora.

ISSO, GREG, FAÇA O QUE ELA MANDA Adam berra. Ainda de costas, ouvindo os passos de Greg atrás de mim ao me acompanhar, ergo o dedo do meio para que o Storm veja.

*****

No meio do caminho para a volta para casa, paramos em um posto de gasolina para abastecer minha moto.

Greg esteve em silêncio durante todo o percurso até ali, e de braços cruzados ao lado da moto enquanto encho o tanque aparenta querer continuar com seu voto de silêncio.

Estou muito curiosa para saber o que deixou ele tão irritado ao ponto de querer trucidar o melhor amigo. Estou curiosíssima para saber o que diabos o tirou tanto do eixo e o fez perder completamente o controle, embora ele não seja um exemplo de temperamento estável. Mais ainda, estou curiosa porque uma voz em minha cabeça diz que Greg não me revelará o motivo.

Deve ter acontecido algo muito importante para agirem como mulas murmuro segurando a mangueira.

Greg bufa, mas não nega.

Não vai me dar ao menos uma dica?

Reed adverte. Não estou em um bom momento.

Estou vendo isso.

Pigarreio, contrariada e irritada com toda a situação.

Talvez você e o Adam sejam almas gêmeas digo. Só vocês entendem as merdas um do outro, porquê são idênticos.

A artéria em seu pescoço salta e Greg contrai a mandíbula.

Hoje, ao que tudo indica, ser minimamente parecido com Adam não soa como algo bom, e sim um insulto. Hoje, não me importo de ter que insultar Gregori se ele age como uma criança estúpida. Posso tocar seus piores pontos milhares de vezes se for preciso.

Reed, não fala besteira.

Não seja babaca replico. Fecho a mangueira e abaixo a tampa do tanque. Vamos devolvo a torneira da gasolina para seu apoio de parede e subo na moto.

Greg se aproxima e monta na maquina sentando-se atrás de mim. Suas coxas grossas e duras como rochas, cobertas pelo jeans, apertam meus quadris assim que seus braços envolvem minha cintura.

Ponho o capacete que estava repousado no guidon e dou partida. A Harley retorna para o asfalto com um assovio. É o meu som favorito no mundo. Os pneus contra o chão, derrapando a cada curva. É lindo, agressivo e perigoso, mas está totalmente sob meu controle.

Acelero, sentindo o aperto de Greg ficar mais forte conforme as ruas passam por nós mais rápidamente.

***

Quando chegamos na casa de sua avó, não vou na direção do meu quarto temporário, aonde estou dormindo como visita, sigo Greg até o dele.

O que você quer, porra? pergunta ele, bufando de costas para mim assim que alcança sua porta.

Garantir que vai pegar uma toalha e tomar banho para tirar todo esse fedor e sujeira esclareço. Antes que a vovó veja seu estado.

Ao abrir a porta, ele se vira para mim.

Vovó? indaga, arqueando a sobrancelha. Ela é minha avó.

Rolo os olhos me segurando para não esbofetea-lo.

Não venha impor limites agora principalmente quando se está bêbado como uma mula. Eu o proibo de traçar uma linha quando ele mesmo me fez ultrapassa-la. Ele, os garotos, Blair, eram meus também. Eram a família que eu tinha.

Meus.

Ele me encara, como se notasse o erro quase fatal que estava prestes a cometer e engole qualquer palavra que havia cogitado dizer.

Desistindo de adentrar o quarto, Greg passa por mim, trombando o ombro no meu ao seguir pelo corredor em direção a porta do banheiro.

Novamente, acompanho seus passos.

Pare de me seguir, droga esbraveja passando pelo batente enquanto puxa sua camisa pela gola por cima de sua cabeça. A peça de roupa sai em um único movimento.

Em segundos, estou de frente para as costas monstruosas de Greg, acompanhando a linha formada por palavras chinesas que descem por sua coluna.

Por que? Vai falar mais asneiras? digo há um passo de entrar no banheiro e o afogar no chuveiro.

Gregori me ignora, e eu borbulho por dentro, ficando mais irritada pelo seu silêncio do que pelas suas palavras estúpidas. No entanto, algo preenche a ausência de palavras: o som do ziper de sua calça descendo.

Ele não está...

Greg desce a calça jeans por seus quadris, e leva a cueca consigo até que ambas as peças caiam aos seus pés, despindo-se por completo e exibindo as pernas torneadas e nádegas de dar bastante orgulho.

Todo seu corpo é rudementar, cheio de relevos de músculos muito bem trabalhados, hematomas amarelados e surgimentos de novos roxos. É uma tela decorada, um desenho digno de minhas folhas de rascunhos.

Engulo em seco, ficando estranhamente ciente de cada poro do meu corpo e de cada partícula de espaço e da falta dele no minúsculo banheiro.

O box é composto por uma cortina de plástico, e Greg a afasta com a mão de maneira bastante rude. Ele vai até o chuveiro e alcança o registro.

Espero a água cair e molha-lo. Aguardo o som das gotas espessas encontrando a muralha de músculos. Estou em pé, parada, encarando, encarando por tempo demais o homem nu que está prestes a tomar seu banho. Descaradamente.

Estou encarando porque sou incapaz de desviar. De olhar para qualquer outro lugar.

Não.

Estou encarando porque não quero desviar, não quero dar a volta e voltar para o quarto de visitas ou a sala, e muito menos cometer o crime de bater a porta que está aberta e fingir que não estou vendo um homem que tem o físico de um lutador em toda sua glória. O físico de um vencedor. De um brutamontes.

Greg não abre o registo do chuveiro, ele ignora o fato de que não há nada cobrindo suas partes, e simplesmente vira, o semblante sério repleto de dúvidas e mau humor típico.

Sangue seco decora o seu supercílio ferido, com um pequeno corte que ele nem deve dar importância, e abaixo, os olhos negros, escuros e absolutos, me fitam em uma urgência silenciosa que não sei ao certo do que se trata. Ou sei e prefiro não admitir.

É inevitável descer os olhos pelo seu corpo, percorrer cada polegada que me exibe com tanta benevolência: O abdômen trincado e rígido, a fina linha escura de pelos que se seguem a partir de seu umbigo. Prendo a respiração.

Olho rápido, como se estivesse enfrentando um bicho muito perigoso, e definitivamente esse é o adjetivo apropriado. Bicho, animal. É a única coisa que consigo associar ao membro de dimensão impressionante de Gregori, e sinto todo meu rosto pegar fogo ao pensar nisso

Imenso.

— se continuar encarando, pode acabar me passando a impressão errada — interrompe o transe quase mítico em que me encontrava.

Pelo seu olhar, a impressão errada não soa como uma ideia ruim. Posso estar louca, mas... Greg me olha como se por dentro implorasse para que eu sucumbisse as más ideias que estão rodopiando na minha cabeça.

Ele deveria saber: eu sempre sucumbo às más ideias.

Dou um passo para dentro e fecho a porta atrás de mim.

É loucura, Reed. Uma voz sussurra em minha cabeça, talvez seja o que chamam de consciência.

— Qual seria a impressão errada? — pergunto como uma provocação, quase um desafio.

Não faça isso.

Aqules olhos negros se acedem, cintilam feito jóias.

— Reed, está olhando para mim como se quisesse que eu mostrasse de que jeito um homem deve trepar com uma mulher — faz uma pausa lenta e assustadora. — E se continuar olhando assim não vai me dar outra escolha.

Uma ameaça nunca soou tão tentadora. E sedutora.

Puxo a jaqueta pelos braços e a deixo cair no chão, em seguida ergo a camisa e me livro dela com a mesma rapidez.

Sob o olhar de Gregori, me desfaço dos sapatos, os chutando para o lado; ao me erguer, meus dedos se movem para o ziper de minha calça, e eu a desço como Greg fez há alguns minutos, exceto pelo detalhe que mantenho a calcinha preta em meu corpo.

Jogo o cabelo para trás dos ombros, expondo os seios.

— Então mostre.

Por um milésimo de segundo, ele esboça choque, porém, o que está a sua frente parece interessante e instigante o bastante para superar a surpresa.

O véu da luxúria recobre sua face e assume seu corpo. A excitação dele me deixa ainda mais ávida e curiosa.

Ele cruza o pequeno banheiro em duas passadas para me alcançar.

Você vai se arrepender.

Quando fica na minha frente, Gregori olha para baixo, as pestanas escuras fazendo sombras nas maçãs de seu rosto.

Sua mão alcança meu pescoço.

— Você gosta de dar muitas ordens.

Sorrio, com sagacidade.

— E você de as obedecer — respondo.

Péssima ideia.

Assim que ele se inclina, nossos lábios se chocam e as faíscas flutuam. É magnético. É visceral. É o encaixe perfeito.

Eu amo más ideias.

****

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