Operação Luthor

By _BiaSantos

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Uma coisa é de conhecimento comum para todos os agentes do FBI: Lionel Luthor fabrica drogas ilícitas. Mas o... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39 parte 2
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51

Capítulo 39

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By _BiaSantos

Oi,

Boa leitura :)



Kara caminhou em direção às árvores que ficavam logo após a cerca de arame farpado que separava a propriedade da mata. Passou entre dois fios com cuidado e então correu para a cobertura das copas.

Ela estava assando dentro daquela blusa, dentro do galpão era frio e confortável, mas ali, mesmo com sob a sombra das folhas que ainda resistiam ao outono, era quente, como estar dentro de um forno.

As folhas mortas e secas no chão estalavam debaixo de seus pés enquanto desviava dos troncos das árvores. O solo era relativamente limpo, apenas folhas e pequenas touças de capim seco cresciam aqui e ali. Mas ainda era uma floresta, sem trilhas e ela estava sozinha.

Kara sabia que tinha que escolher uma direção e que estava procurando por construções, cabanas velhas, qualquer coisa que pudesse ser utilizado como laboratório ou deposito.

Depois que Lionel confirmou ser o poço de arrogância que ela já sabia que ele era Kara estava esperando algo grandioso, algo dentro de seu império impenetrável, intocável, mas todas as cartas haviam sido viradas e ela estava saindo perdendo.

Agora ela estava procurando qualquer coisa, literalmente.

Kara marcou os troncos das árvores com pequenos cortes discretos de canivete enquanto se aprofundava cada vez mais mata adentro.


Ela nunca antes havia tido a sensação de andar quilômetros e não sair do lugar, a floresta não mudava, pelo menos não para alguém que não a conhecia. As árvores eram quase idênticas e não havia nada que denunciasse que um ser humano tivesse sequer passado por ali. Sem lixo, sem marcas, nada.

Kara estava cansada e com sede. Ela já estava a mais de duas horas perambulando entre as árvores. Ela não poderia passar a tarde toda ali, Lena sentiria a falta dela mais cedo ou mais tarde, se já não a estivesse procurando naquele exato momento.

Ela teria que jogar a toalha.

Sem uma equipe completa, cães farejadores ou alguém que ela pudesse seguir ela estava perdendo tempo ali.

As chances haviam acabado. Eles estavam errados e nada do que ela fizesse iria mudar isso.

Lionel tinha vencido.

O máximo que ela podia tentar fazer no momento era convencer Lena a denunciar as agressões, não que ela tivesse muitas esperanças de ela que faria isso.

Ela não conseguia entender Lena Luthor. A mulher era uma incógnita.


Kara estava arrancando uma folha do cabelo próxima ao galpão quando ouviu o grito:

— Por favor! Por favor! Meu marido! Ele está passando mal!

Kara reconheceu a mãe de Winn correndo na direção dela e fez uma pequena careta ao se lembrar que Winn também estava na fazenda. Aquilo não era bom.

— Moça! Por favor, meu marido!

Kara puxou o capuz sobre os cabelos novamente.

— Onde ele está?– Ela perguntou preocupada.

A mãe de Winn apontou para o canil e então Kara começou a correr.

Ela torceu para que o homem não estivesse dentro do canil. Porque lá dentro ela não entrava sem uma arma de tranquilizante.

Ele estava sentado com as costas encostadas no muro lateral do canil, quase escondido. O homem estava com as pernas atiradas para frente e com a cabeça inclinada para trás contra o muro, os olhos estavam fechados e ele respirava ruidosamente.

Kara se abaixou ao lado dele e então procurou pelo pulso no pescoço gordo. Os olhos do homem se abriram e ele sorriu suavemente para Kara.

— Ah, meu anjo de cabelos dourados– O Sr. Scott murmurou tocando os fios loiros que escapavam de debaixo do capuz de Kara com as pontuas dos dedos.

Kara suspirou.

O homem estava delirando.

O pulso estava bom. Provavelmente uma queda de pressão.

— Sra. Scott, me ajude a levantar seu marido, vamos levá-lo a casa e fazê-lo beber água e comer alguma coisa.

A Sra. Scott não respondeu e não se aproximou.

Kara se virou para ela.

Os olhos da mãe de Winn estavam fixos no rosto dela.

— Sra. Scott?– Ela chamou novamente.

— Estou indo– A mulher murmurou piscando rapidamente e se aproximou.

Juntas, cada uma sustentando metade do peso do Sr. Scott, elas conseguiram levá-lo até a cozinha onde Kara pegou uma garrafa de água e fez um sanduíche para ele. Ela aproveitou para pegar uma garrafa de água para ela também.

— Obrigado Sra. Luthor– O pai de Winn agradeceu com a boca cheia de pão. O capuz de Kara havia caído e eles a reconheceram rapidamente. — Achei que minha hora havia chegado.

Kara sorriu.

Sempre dramático.

— Afinal, o que vocês estavam fazendo perto do canil?– Ela perguntou e bebeu um gole de água generoso.

As bochechas do homem se tornaram vermelhas e ele olhou para a esposa sentada ao lado dele.

Então Kara finalmente parou para reparar no estado dos pais de Winn.

O estômago dela se revirou.

A mulher estava com os cabelos bagunçados e com pequenas marcas vermelhas no pescoço, as bochechas dela haviam virado dois pimentões vermelhos. O Sr. Scott, Kara percebeu, tinha batom na boca e no pescoço.

Meu deus, a mente dela já havia criado acena.

Kara quis arrancar o cérebro de dentro do crânio e dar para os cães comerem.

— Ignorem a pergunta, por favor– Ela disse rapidamente com um sorriso constrangido. Ela os conhecia, e aquilo era tão constrangedor e podre quanto imaginar seus pais. — Vocês podem ficar aqui até que o Sr. Scott se recupere, eu preciso ir agora, fiquem a vontade.

— Obrigado Kira– O pai de Winn agradeceu com os olhos no chão, ainda mastigando o sanduíche, mas não tão avidamente como antes.

Kara já estava na porta quando o pai de Winn gritou de repente:

— A competição!– Ele se levantou com um pequeno cartão na mão, mas cambaleou e precisou se sentar novamente— Não vou poder competir!

— Sinto muito por isso Sr. Scott, mas preciso mesmo ir. Fale com Lena, tenho certeza que ela pode resolver qualquer coisa relacionada a competição.

— Espere! Por favor! Alguém precisa competir no meu lugar!

Merda, ela queria ir embora.

— Não acho que haja necessid-

— Mas a criança não terá com quem competir!– A mãe de Winn disse desamparada.

Kara suspirou. O coração dela um dia ainda a iria matar.

— Tudo bem– Ela resmungou e pegou o papel da mão do homem — Vou arranjar alguém. Agora, preciso mesmo ir.

Kara já estava chegando à porta quando a mãe de Winn gritou:

— Obrigada meu Sol!

Kara se virou com um pequeno sorriso e respondeu rapidamente:

— Sempre!

Depois correu para fora e entrou em meio à multidão de crianças.

Os brinquedos haviam sido abandonados e a musica não tocava mais na caixa de som.

Foi relativamente fácil encontrar Lena, ela estava sobre um pequeno palco improvisado com 240 crianças sentadas no pátio a sua frente. Os funcionários estavam ao redor com a aparência de quem tinha corrido uma maratona.

Havia um contingente de pelo menos vinte adultos esperando ao lado do palco, todos eles tinham uma folha branca com um numero imprimido em preto colada na frente da camiseta e nas costas.

Kara reconheceu apenas uma das pessoas, Louis, todas as outras eram desconhecidas para ela.

Ela avistou Rhea e o marido parados próximos ao palco conversando baixinho. Manoel estava encostado na área da casa com os braços cruzados olhando ao redor como se estivesse procurando alguém.

Kara imediatamente se escondeu atrás de um dos funcionários.

— Muito bem– Lena disse no microfone— Façam silêncio crianças, isso, muito bem. Como todos vocês sabem, números foram escondidos nos brinquedos e nas estátuas de gesso. Ao todo são vinte números e cada um desses números corresponde a um competidor adulto que irá competir com uma criança. Vou chamar os nomes deles, os números então colados nas camisetas, quem achou um dos cartões vai conferir se é seu numero, e se for vai subir ao palco com seu cartão. Vamos começar.

— O primeiro competidor é um cara incrível e nerd, muito nerd, a criança que teve a sorte de achar o numero dele vai sair daqui hoje com o conhecimento elevado sobre super heróis. Numero trinta e oito, pode subir Branic!

Um rapaz magro e alto saiu do meio das pessoas e subiu no palco. Ele tinha cabelo comprido e preto, as pontas repicadas pairavam sobre seus ombros. Um grande número trinta e oito estava colado em seu peito sobre a camisa jeans.

Branic parecia deslocado quando parou ao lado de Lena e colocou as duas mãos nos bolsos das calças jeans. Ele olhou sem jeito para as crianças que o olhavam como se ele fosse uma espécie rara e desconhecida.

— Oi– Ele disse baixinho e as crianças responderam o comprimento o mais alto que seus pequenos pulmões podiam gritar.

Branic deu um passo para trás como se a onda de som o tivesse atingido violentamente.

Kara balançou a cabeça negativamente.

Ele era pior do que ela.

Branic se virou para Lena de olhos arregalados e engoliu em seco.

Lena afastou o microfone e cochichou alguma coisa no ouvido dele, ele concordou com a cabeça fracamente e então olhou para as outras pessoas que esperavam para serem chamadas e uma mulher alta de cabelos negros sorriu para ele, o rosto do rapaz se iluminou completamente e ele sorriu fragilmente de volta.

— Conferiram seus cartões crianças.

Uma confusão de cabeças se virando e vozes se elevando dominou o centro do pátio.

Então uma garotinha negra de cerca de sete anos se levantou do meio da multidão de crianças e correu até o palco e entregou um cartão a Lena, que conferiu o numero e perguntou algo a ela.

— Muito bem!– Lena disse animadamente– A nossa primeira competidora é Tifanny!

As crianças aplaudiram enquanto a garotinha se posicionava ao lado de Branic com um sorriso enorme no rosto. O rapaz parecia angustiado.

A menininha agarrou a mão dele e Lena os guiou para um canto do palco e então fez um pequeno discurso sobre o próximo numero.

Kara esperou por um momento, uma pausa, para que pudesse falar com Lena e entregar o cartão a ela. Mas não ouve nenhuma, Lena anunciou mais dez números sem parar nem mesmo para um copo de água.

Ela estava em movimento tentando fugir dos olhos de águia de Manoel que já a havia avistado e estava vindo na direção dela como um leão.

—... Número 08!– Ela ouviu Lena chamar e se enfiou entre dois funcionários, então ela tinha uma barreira de crianças para defendê-la.

Mas a sensação de segurança foi pelo ralo quando Kara assistiu de olhos arregalados e de boca aberta Manoel disparar em uma corrida e saltar por cima da cabeça de uma criança pequena e cair a três passos de distancia dela.

Kara se inclinou para trás em reflexo.

— Onde está o Sr. Scott?– Lena perguntou subitamente e como se alguém tivesse estralado os dedos dentro do cérebro dela, Kara se virou para o palco de olhos arregalados e apalpou o bolso da calça em busca do cartão.

— Aqui! – Kara gritou— Aqui!

Centenas de cabeças se viraram para ela como em um movimento sincronizado.

Manoel parou a um passo de distancia com a mão já estendida na direção do rosto de Kara.

— Kira?– A voz de Lena chamou em um tom de voz de arrepiar os cabelos e Manoel abaixou a mão e deu dois passos para trás.

Ela encontrou os olhos de Lena e eles pareciam duas pedras brutas.

Kara indicou com um aceno de cabeça para que Lena a encontrasse atrás do palco e saiu correndo, quase tropeçando em uma criança.

— Porque você está com o número do Sr. Scott?! – Lena exigiu saber e retirou o cartão da mão de Kara bruscamente.

Ela parecia furiosa, Kara não achava que era para tanto.

— O Sr. Scott passou mal e o levei até a cozinha para comer alguma coisa – Lena pressionou os lábios firmemente — Ele me entregou o cartão e eu estou fazendo um favor a ele e entregando a você.

Kara enfiou as mãos no bolso e já estava fugindo quando Lena chamou de repente:

— Aonde você pensa que está indo?

Kara se virou.

Para um lugar bem longe Manoel.

— Para o quarto – Ela massageou dramaticamente as laterais da cabeça— Todo esse barulho está me dando dor de cabeça.

— Tudo bem– Lena concordou e Kara semicerrou os olhos — Mas primeiro, – Ah, ela sabia — preciso de sua ajuda.

— Não.

— Vai ser rápido, promessa – Lena sorriu e o cantinho direito do lábio dela se inclinou de um jeito sexy, um alerta vermelho piscou na mente de Kara.

— Eu não–

Lena avançou e simplesmente agarrou a mão de dela e então a puxou pelo pátio como uma boneca de pano.

Kara entrou em pânico quando Lena se virou na direção do palco.

Ela puxou a mão, Lena esmagou os dedos dela em um aperto de ferro, Kara podia ver as pontas de seus dedos começarem a ficar vermelhos.

Lena subiu os dois degraus para o palco ofegando do esforço de puxar 70 Kg, Kara fincou os calcanhares no ultimo degrau.

— Meu microfone! – Lena pediu quando não conseguiu fazê-la subir.

Um rapaz parado no canto do palco correu para pegar, olhando para elas por cima dos ombros de olhos arregalados.

Kara grunhiu.

Elas deviam parecer ridículas.

— Pare!– Kara pediu tentando se afastar, mas impossibilitada por Lena que estava jogando todo o peso para trás, apenas um descuido e as duas iriam para o chão— Se fizer isso entenderei como uma declaração de guerra!

Lena sorriu com uma das sobrancelhas erguida.

—Entenda como quiser!– Ela grunhiu e subitamente agarrou o antebraço de Kara com a outra mão e deu um puxão.

Kara teve que pular para não cair no palco, ela cambaleou para frente e Lena a amparou com uma mão no ombro enquanto com a outra pegava...

— Lena não–

Tarde demais.

— Aqui está o nosso numero oito, crianças! Kira Luthor! – Lena gritou no microfone — Quem teve a grande honra de achar o número oito, por favor, suba ao palco! Ela está tão ansiosa!

Os olhos de Kara se voltaram para frente.

O corpo dela ficou frio, como um bloco de gelo inanimado olhando para as crianças sorridentes com a expressão petrificada. A mão dela ficou flácida no aperto de Lena.

Pontos pretos começaram a dançar no campo de visão de Kara.

Ela iria desmaiar.

Eu tenho o número oito!

Com as poucas forças que lhe restavam Kara procurou pelo dono da voz entre as crianças.

Um garotinho gordinho e pequeno se levantou do centro do pátio e tropeçou na menina ao lado e na próxima depois dessa e na próxima depois dessa e na próxima, um ciclo sem fim até conseguir sair do meio dos colegas.

A cada criança em que ele tropeçava às forças de Kara diminuíam e o sorriso de Lena se ampliava.

O garoto entrou correndo e pulando no palco e agarrou a mão de Kara com a mão pequena e suada dele.

— Oi! Eu sou Rob!– Ele exclamou alegremente olhando para Kara com grandes olhos escuros e brilhantes.

Kara engoliu em seco e sentiu o suor frio escorrer pela testa.

Não podia estar acontecendo, não com ela.

— Boa sorte aos competidores!– Lena gritou e as crianças aplaudiram e Kara os ouviu como se estivesse de baixo d'água.

Rob arrastou o corpo sem vida de Kara até onde os outros competidores estavam.

Quando passaram ao lado de Lena, Lena sussurrou longe do microfone:

— Que cor de caixão você vai querer?

E ai? Curtiram?

O beijo está perto galera, acalmem esses coraçãozinhos! ;)

See you later!

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