Operação Luthor

By _BiaSantos

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Uma coisa é de conhecimento comum para todos os agentes do FBI: Lionel Luthor fabrica drogas ilícitas. Mas o... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 39 parte 2
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51

Capítulo 16

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By _BiaSantos

Oi,

Boa leitura :)


A gota de água escorreu lentamente pelo copo gelado de cerveja e se achatou no balcão de madeira.

Alex bufou talvez pela vigésima vez. Ela não sabia por que simplesmente não bebia logo aquela porcaria. Já estava a pelo menos há uma hora observando o copo de bebida como a idiota que era.

Ela sabia que se bebesse tudo iria ir embora, toda a merda que vinha a atormentado desde o encontro com Kara desapareceria duas garrafas depois. Todo o medo e vazio que a mantinham a um passo do precipício iram se enterrar tão profundamente dentro de seu cerne que por pelo menos algumas horas ela não se lembraria que eles existiam.

E o que suas promessas significariam então? E se suas promessas não valessem nada, quem seria Alex Danvers? Porque ela não tinha muito mais a oferecer.

Alex suspirou sentindo a garganta apertar e os olhos arderem. Ela se remexeu na cadeira.

Ela não tinha sido justa com Kara.

Não era sua intenção fazê-la se sentir culpada, Alex se odiava naquele momento.

Todos já tinham recebido sua porcentagem de merda durante o ultimo ano e alguns, alguns como ela, ainda estavam submersas completamente nela.

A sensação estava gravada em seus dedos para sempre.

O toque frio da pele de Meg.

Seu peito havia sido esfaqueado continuamente por um punhal de ponta quebrada.

De algum modo ela conseguia mentir até para si mesma, ela fingia que ainda estava se debatendo na superfície, quando na verdade já havia afundado há muito tempo.

Às vezes Alex achava que seria melhor se tivesse quebrado como Kara fez, se tivesse se permitido sentir alguma coisa, parecia melhor do que viver anestesiada a cada segundo de sua vida, estar ali e ao mesmo tempo não estar.

Mas ela tinha medo, medo de que para ela não houvesse uma parede para escalar.

Ela sabia que algo ainda estava partido e sangrando dentro de Kara, mas dentro dela não havia mais nada.

Meg levou tudo com ela quando se foi.

Ela engoliu em seco com a garganta repentinamente seca e áspera.

Ela não deveria pensar em Meg, seus pensamentos ficavam sombrios e assustador demais para enfrentar sozinha e tudo de repente parecia que a engoliria.

Alex balançou a cabeça suavemente para limpar a mente da sensação escura e pegajosa que estava se arrastando lentamente como uma cobra por sua consciência.

Ela agarrou o copo de bebida e apertou o vidro gelado entre os dedos.

Tudo aquilo era culpa de John, se não fosse por ele Kara nunca teria entrado naquela armadilha, se não fosse por ele aquela missão estúpida nunca teria saído do papel.

Kara havia entrado de boa vontade em uma jaula de cobras famintas e a culpa era de John, ele havia se aproveitado da fragilidade de sua irmã!

E tudo bem, ela admitia que talvez estivesse sendo um pouco mandona, querendo controlar e tudo mais, mas ninguém podia a culpar por cuidar das únicas pessoas que ela ainda tinha, Kara e sua mãe eram as únicas que haviam restado, e ela lutaria com garras e dentes para não perdê-las.

Alex saiu pela porta do pub dez minutos depois com o bolso mais leve e deixando um copo de cerveja intocado sobre o balcão.

Ela enfiou as mãos nos bolso da jaqueta enquanto caminhava pelas ruas.

O tempo estava ficando mais frio, o outono sempre havia sido sua estação preferida. Seu pai fazia pilhas de folhas no quintal e ela adorava empurrar Kara dentro delas e não a deixar se levantar, Kara ficava tão irritada que seu rosto todo ficava vermelho e Alex tinha que passar pelo menos duas horas se escondendo dela.

Ela parou junto com a multidão que esperava o sinal abrir na esquina de uma loja e esperou entediada ao lado de uma garota de cabelos castanhos.

—Desse jeito a gente só vai chegar à casa do papai na hora do jantar– A menina disse chateada para a mulher ao lado dela.

— Eu só preciso ir ao cartório Ruby– A mulher respondeu finalmente levantando o rosto da papelada que lia e Alex gemeu baixinho quando viu quem era. — Além do mais ele não pode reclamar de nada, ele devia ter vindo te buscar.

Samantha Arias. Serio mesmo? Podiam ser trolls, ogros, lobisomens.

— Ele deve estar ocupado– A menina respondeu olhando para a rua a frente e Alex viu Samantha suspirar e abaixar os papeis que tinha na mão.— De novo.

— Ruby– Samantha chamou tocando o ombro da filha— Max pode ser um grande pé no saco, e acredite eu sei disso, afinal eu tive uma filha com ele, mas-

— Grande incentivo – Alex murmurou baixinho, mas a advogada parecia ter um ouvido biônico porque sua cabeça se virou para Alex em um piscar de olhos.

Você – Ela latiu depois de alguns segundos encarado Alex de um jeito estranho— Se não reparou, Srta.Danvers, estamos tendo uma conversa particular, então cuide da sua vida.

Alex bufou.

— Eu provavelmente estaria cuidando se uma certa mulher não tivesse roubado meu apartamento e eu estivesse no momento procurando por outro.– Ela tinha ligado para a Sra. Brown, e Samantha Arias havia ficado com o seu apartamento.

— Não tenho culpa se você é uma irresponsável Srta. Danvers– Samantha murmurou.

— Você se aproveitou de uma pessoa ocupada. – Alex murmurou. — Foi trapaça.

— Se não tivesse quase nos atropelado talvez a Sra. Brown arranjasse outro apartamento para você, mas depois daquilo esqueça.

— Mas eu queria aquele.

— Sabe, não consigo me compadecer de pessoas que quase me atropelaram. Venha Ruby– Sam olhou ao redor tentando se afastar, mas a pequena multidão não cedia espaço.

— E eu não costumo esquecer uma ladrona.

Sam se virou.

—Acho que já mencionei a palavra particular para você, mas se você não entendeu posso dizer de outro modo: confidencial, pessoal, íntimo, não meta o nariz aonde não foi chamada.

Alex revirou os olhos e olhou para o farol.

Aquele negócio estava quebrado? Ela não iria aguentar a maluca por muito mais tempo.

— Terminou?– Ela arqueou a sobrancelha.

— Tenho mais umas vintes maneiras se estiver interessada, querida.

— Não me chame de querida– Alex grunhiu— Não somos amigas e muito menos amigas falsas.

— Chamar alguém de querida é ser falsa?– Ruby perguntou olhando de uma para a outra.

— Sim!

— Não!

Alex e Sam se entreolharam com os olhos semicerrados.

— Não fale com a minha filha!

— Ela que perguntou!– Alex se defendeu— E além do mais todo mundo sabe disso, é querida para cá, querida para lá, e quando você vai ver ela já roubou sua namorada!

Sam riu:

— Traumas da adolescência, agora vejo.

— Não sou traumatizada, não é trauma desconfiar de pessoas que te chamam de querida, é apenas precaução.

— Contra futuros traumas– Sam zombou.

— Não seja irritante– Alex reclamou esticando as mãos dentro dos bolsos — Apenas mantenha em mente Ruby, querida é uma palavra que te permite prever o futuro.

— Claro– Sam revirou os olhos.

As pessoas na frente de Alex começaram a se movimentar e ela suspirou aliviada murmurando um agradecimento a deus quando o sinal abriu.

— Adeus Ruby— Alex se despediu ignorando completamente a presença de Samantha antes de seguir a pequena multidão.

—Ela é legal mãe– Alex ouviu a criança murmurar.

— Legal? Essa mulher é a cruz que por algum motivo estou tendo que carregar.

Um sorriso se desenhou no rosto de Alex enquanto ela atravessava a rua.

— Luna!– Lena gritou desesperada e Kara observou enquanto a mulher se apressava pelo gramado de salto alto, era desastrado no mínimo.

— Mãe!– A criança que Kara ainda mantinha nos braços gritou alegre.

— Coloque minha filha no chão!– Lena exigiu soltando fogo pelos olhos quando tropeçou na frente de Kara— Agora!

Kara engoliu em seco e então muito lentamente como se estivesse colocando um balão sobre um chão de pregos ela abaixou a criança e a soltou completamente quando os pés de Luna tocaram o chão e por instinto ergueu as mão em frente ao corpo.

— O que você tem na cabeça?!– Lena gritou segurando o rosto da filha e o virando para os lados procurando por ferimentos— Você podia a ter derrubado!

Kara confessava que nem tinha pensado nessa possibilidade, mas de qualquer forma ela teria preferido a morte a deixar a criança cair, porque ela tinha certeza que se a menina tivesse um misero aranhão ela iria perder todos os dentes da boca.

— Mãe!Mãe!– Luna saltitou em frente à Lena enquanto ela terminava sua vistoria cuidadosa pelo restante do corpo da criança.

—Kira te machucou, meu amor?– Lena perguntou tão suavemente para a criança que Kara arregalou os olhos com a mudança radical de voz e exclamou ofendida:

Eu machucar ela?!– Kara apontou para a criança saltitante— O anão das trevas que quase me arrancou os dedos do pé!

— Já falei para parar de dar apelidos para minha filha!– Lena latiu com aquele tom ameaçador e Kara resmungou baixinho contrariada.

— Não – Luna negou sorridente— Mas ela joga muito mal, mãe! Kira deve ser pior que tio Lex, não, a pior do mundo!

— Ei!– Kara reclamou— Você roubou anã... Criança fofa.

— Não roubei não!

Kara semicerrou os olhos.

— Roubou sim! Jess viu, não...? – Kara se virou e então percebeu que Jess não estava mais ali, tinha fugido da fúria de Lena Luthor.

— Pare com isso– Lena disse olhando apenas para Kara, e a agente bufou.

— Você – A mulher disse agarrando a mão de Luna— Precisa de um banho, está parecendo um porquinho e tenho certeza que deve estar cheirando pior que um. E quanto a você– Lena olhou para Kara— Vamos ter uma conversinha depois.

Lena se virou e começou a caminhar em direção a frente da casa, quase arrastando Luna enquanto perguntava se ela já tinha feito o dever de casa e recebendo um silencio culpado como resposta.

Kara suspirou e então caminhou em direção aos tênis que havia jogado na beira do gramado.

— Pelo amor de cristo, Luna!– Lena resmungou— Você tem grama e terra até na orelha!

— Eu cai– A filha resmungou esfregando os braços dentro da banheira, cuja a água havia ganhado uma coloração amarelada.

— Foi Kira quem te derrubou?– Lena perguntou imediatamente, seus nervos já inflamados se inflamando ainda mais.

— Não – A menina respondeu e olhou estranhamente para ela— Kira não me machucou mãe.

— Tudo bem – Lena suspirou esfregando os cabelos escuros da filha suavemente, ela retirou uma folha de grama de entre os fios negros— Mas porque você estava brincando com ela?

Lena ainda não tinha se recuperado e não se recuperaria tão cedo da imagem que vira depois de estacionar o carro na garagem e ouvir a voz da filha no campinho. Ela tinha ido até lá com o intuito de saber o que Luna estava fazendo a àquela hora do lado de fora. E então ela se deparou com a cena de Kira jogando sua filha para o alto como se ela fosse um urso de pelúcia e não uma criança e por um segundo ela perdeu completamente o controle de seus membros, quando deu por si já tinha cruzado metade do caminho até elas enquanto sua mente a bombardeava com imagens de pelo menos dez cenários onde a filha caia e iria para o hospital e ela iria para a delegacia por assassinato.

Luna estava rindo, o porquê ela não sabia, mas por mais esperta que Luna fosse, ela ainda era uma criança e inocente demais para ver por trás das artimanhas de Kira.

— Eu já não havia dito para evitar-la? Feche os olhos. – Lena pegou o chuveirinho e lavou o xampu do cabelo da filha passando os dedos entre as mechas de cabelo.

— Disse – Luna respondeu afastando a água dos olhos e inclinando a cabeça para olhando para ela— Mas você disse que eu não podia chegar perto dela, mas foi ela quem se aproximou de mim, então está tudo bem.

Lena paralisou no ato de pegar o sabonete e seus olhos se arregalaram.

Quem te disse isso?– Sua voz saiu muito mais cortante do que ela pretendia e ela sentiu a criança se encolher dentro da banheira.

Mas Lena não voltou atrás, ela conhecia a criança que tinha a carregado durante nove meses, de quem tinha trocado fraudas, alimentado, corrigido e feito sorrir e ela confiava nos valores que passava para Luna, confiava o suficiente para saber que por mais inteligente e rebelde que a filha pudesse ser, aquele tipo de pensamento jamais viria dela.

Quem, Luna?– Ela repetiu.

— Kira– A filha sussurrou baixinho.

Lena esmagou o sabonete entre os dedos.

Aquela vadia.

Lena soltou o sabonete e deu a volta na banheira para fica de frente para a filha.

Luna não olhou para ela.

— Quando lhe pedi para ficar longe dela foi porque ela não é um bom exemplo, olhe para mim Luna – A criança a olhou por baixo dos cílios— Não estou brigando com você, mas quando peço para que faça alguma coisa é por que me importo com você, quero sua segurança, meu amor– Lena esticou a mão e afastou uma mecha molhada de cabelo dos olhos da filha— Kira não é uma pessoa legal, por isso quero que me prometa que vai ficar longe dela da próxima vez, tudo bem? Mesmo que seja ela quem tente conversar com você.

— Tá bom – Luna murmurou baixinho e Lena suspirou e a beijou a testa antes de pegar a esponja que estava flutuando na banheira e começar a esfregar as manchas verdes de grama do cotovelo pálido.

O peso que Lena sentia todos os dias sobre os ombros se tornou esmagador. Ela se sentia a pior mãe do mundo.

Que mãe permitia que a filha convivesse com aquele tipo de pessoa?

—Foi você que pediu para brincar com ela?– Lena perguntou baixinho.

— Não – Luna fez uma careta inclinando o rosto— Eu estava indo jogar, mas então ela me chamou na cozinha, e Will também estava lá e então ela começou a contar para ele que nos tínhamos combinado de jogar bola, mas não tínhamos.

Lena apertou novamente o sabonete, dessa vez o transformando em uma maça irreconhecível.

A vadia havia usando a filha dela.

— Maldita!– Lena grunhiu e arregalou os olhos quando Luna se virou assustada para ela— Desculpe.

— Escapou?– Luna sorriu hesitantemente.

— Escapou– Lena concordou com um pequeno suspiro— Você pode terminar sozinha agora?– Luna concordou um pouco ansiosa demais— Vou voltar daqui alguns minutos e vou conferir se tomou banho direito, então nem pense em tentar me enganar. – Lena já estava na porta do banheiro quando se virou novamente— E lave entre os dedos dos pés!

Luna bufou levemente e Lena deixou a porta do banheiro entreaberta quando saiu do quarto.

Ela marchou os poucos metros até a pesada porta de madeira e adentrou o quarto sem bater.

Kira soltou um grito e tentou cobrir o corpo seminu com a camiseta.

— Não te ensinaram a bater?– Ela grunhiu irritada.

— Ah, mas é claro que me ensinaram– Lena deu um passo à frente ameaçadoramente— E acredite vou usar toda a minha habilidade para arrancar todos os dentes da sua boca.

— Luna está bem, não está?– Kira perguntou olhando para a camiseta que segurava na frente do tronco e então lentamente a deixou cair. — Aposto que está mais feliz do que antes.

— Você usou minha filha!– A vontade de Lena era afogar Kira na privada.

— O que?

Lena soltou um grunhido animalesco.

— Luna me contou sobre o jardineiro! E juro que vou demitir aquele idiota e seria ótimo se você fizesse o favor de ir com ele para a sarjeta!

Kira piscou.

— Will, certo – Os olhos azuis se abaixaram brevemente para o olhar para próprio tronco semi nu e Lena sentiu seu sangue pinicar de raiva.— Mas não estou fazendo favores ultimamente, a menos que seja um favor intimo, é claro– Ela sorriu— que seja para você.

Lena apertou os dentes com toda força que tinha, o sangue havia parado de circular em seus punhos cerrados.

Se ela pudesse teria desmembrado Kira com as próprias mãos naquele instante.

Nunca antes ela tinha sido tão irritante, tão engraçadinha, nunca antes Lena tinha sentido tanta vontade de matá-la.

Ela soltou o ar por entre os dentes e então se aproximou lentamente, sua voz era capaz de cortar aço quando disse a menos de trinta centímetros do rosto dela:

— Você não vai voltar a se aproximar de Luna.

— O anão das trevas? Por quê? Ela gosta de mim.

— Por quê? – Lena sorriu— Porque eu te mato se você chegar perto dela novamente.

Kira fixou seus olhos azuis nos olhos de Lena, os olhos verdes estavam crus e escuros, e entre as sombras se agitavam pensamentos assustadores.

—Você não seria capaz– Kira disse baixinho, a respiração quente bateu sobre os sábios de Lena.

—Você não vai querer me testar. Apenas ouse pensar na minha filha e eu vou te ensinar por que meu sobrenome é Luthor.

Kira abriu a boca como se fosse retrucar, mas então a fechou e segurou seu olhar. Pequenos raios piscaram nas íris azuis.

— Se é apenas isso, pode sair– Ela murmurou e tentou dar um passo para o lado— Feche a porta.

— Não estou brincando– Lena agarrou o braço bronzeado com força. — Se você ou qualquer um de sua corja de amigos nojentos se aproximar da minha menina, vou fazer questão destruir um por um com minhas próprias mãos.

Uma leve perturbação se acendeu no rosto de Kira e em um movimento muito sutil e quase imperceptível os olhos azuis de repente passaram a estudar o rosto de Lena cuidadosamente, como se estivesse procurando alguma coisa.

Lena a desafiou com os olhos, e ela teria obrigado Kira a abaixar os olhos se sua atenção não tivesse sido roubada por uma pequena cicatriz em cima da sobrancelha loira esquerda.

Tinha pouco mais de um centímetro e era lisa, sem bordas vermelhas, o que significava que era velha. Ela sempre estivera ali? Havia maquiagem no rosto de Kira, provavelmente a maquiagem de cima da cicatriz havia saído com o suor.

Imagens percorreram sua mente, era seu cérebro tentando se lembrar da cicatriz.

— Eu vou tentar– Kira murmurou em um tom divertido abaixando a cabeça e os fios suados da franja deslizaram sobre sua a testa e esconderam a pequena extensão pálida e lisa dos olhos analisadores de Lena.

Os olhos de Lena fizeram um curto caminho para as presa de Kira, uma havia se fincado na lateral do lábio inferior, exatamente no meio daquela curvatura convencida.

A presa era pontuda.

Até onde ela se lembrava Kira usava lentes de contato nos dentes, e Lena tinha certeza de que elas não eram pontudas. A menos que ela tenha trocado de lentes durante a viagem.

Kira lambeu o lábio inferior subitamente e fechou a boca e então simplesmente se livrou de sua mão e deu um passo para o lado e para o banheiro.

Lena permaneceu parada no mesmo lugar se sentindo um pouco atordoada.

Sua mente estava dando um nó.

Ela tinha passado quase todo o dia no apartamento de Branic, sobrevivendo com pizza e café, e em frente a um laptop com adesivos bizarros de alienígenas garimpando informações sobre Alex Danvers em todos os sites e plataformas existentes, e viu o pior se concretizar diante de seus olhos. Não havia quase nada sobre a mulher, e o que havia não servia para nada.

O medo que havia brotado dentro de Lena naquela cafeteria estava criando raízes muito mais rápido do que ela podia controlar.

Quem era Alex Danvers e porque não havia informações sobre ela? O que ela era para Kira?

Lena precisava de algo concreto, algo em que se apoiar, precisava da segurança de que tudo o que tinha ouvido não passava de uma confusão de uma conversa escutada pela metade e que Alex Danvers não era ninguém.

Lena ouviu o barulho da água enchendo a banheira e então se apressou para sair do quarto.

Ela não iria aguentar um convite nojento para se juntar a Kira.

Mas quando fechou a porta do quarto atrás de si, Lena se questionou por um segundo se aquele convite realmente viria.

E ai? Curtiram?

Se você gostou do capítulo, deixe seu voto!

Esse deveria ser o último capítulo na visão da Alex, mas andei revendo algumas coisas e vou acrescentar mais uma coisinha que acho que será necessária.

See you later! 

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