Operação Luthor

By _BiaSantos

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Uma coisa é de conhecimento comum para todos os agentes do FBI: Lionel Luthor fabrica drogas ilícitas. Mas o... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 39 parte 2
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51

Capítulo 10

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By _BiaSantos

Oi,

Capítulo na visão da Lena e vamos ter uma conversa "séria" com Sam.

Boa leitura :)

Ela se contorceu debaixo do edredom e resmungou quando o despertador do celular apitou ás sete da manhã.

Com um bocejo e um pouco de coragem Lena afastou as cobertas e esticou os braços para cima e alongou o pescoço para os lados enquanto tentava manter os olhos cansados abertos.

Grunhido suavemente ela se levantou e caminhou em direção ao banheiro. Ela ainda tinha alguém para acordar, e algo lhe dizia que essa pequena pessoa já devia estar saltitando pelo quarto e bagunçando tudo.

Ela tomou um banho rápido prendendo o cabelo em um coque solto para não molhar e enquanto ensaboava o corpo a noite passada lentamente rastejou de volta para sua mente.

Lena se lembrava principalmente do rosto pálido de Kira quando ela apareceu na sala de estar.

Ela parecia à única a ter reparado que Kira e Manoel haviam ficado para trás. E contrariando todas as expectativas dela de que eles fugiriam para o jardim ou mesmo para a garagem, Manoel entrou na sala poucos minutos depois. Lena estava tão surpresa que o observou por tempo suficiente para perceber que ele massageava discretamente o abdômen como se estivesse sentindo dor, mas ela não havia sido a única a reparar, Rhea também tinha notado e fez pelos menos sete perguntas tentando adivinhar o que havia de errado com o filhinho dela.

Lena gostava de Rhea, gostava de verdade, Rhea a tratava como se ela fosse a filha dela, mas a consideração dela sobre a médica acabava no instante em a mulher começava a falar sobre o filho como se ele fosse um santo de ouro, ela literalmente colocava o rapaz em um pedestal.

Mas Lena não reclamaria de Manoel, não quando ele fazia algo por ela, indiretamente, mas fazia. Ele mantinha Kira ocupada e longe, e isso era o suficiente para fazer Lena gostar um pouco dele.

Mas a expressão no rosto de Kira quando ela entrou na sala na noite passada a tinha deixado levemente preocupada. Kira estava assustada, mas também estava zangada, algo havia ocorrido mal no encontro deles.

E o que quer que fosse tinha consumido grande parte da noite de sono de Lena.

Porque ela querendo ou não os relacionamentos amorosos de Kira impactavam muito sobre ela, e Lena não estava com disposição para aturar os olhares famintos de Kira novamente, a mulher a olhava como se ela fosse um pedaço de carne suculenta.

Eles deviam ter discutido deus sabe por que e Kira havia grudado nela como um carrapato durante o restante da noite e Lena havia tido que aturar os olhos de Manoel a esfaqueando.

E havia Alana, a puta gananciosa havia passado toda a noite a olhando como se quisesse a cabeça dela tostada e em uma bandeja de prata.

Lena revirou os olhos.

Porque os dois simplesmente não cortavam Kira ao meio e cada um pegava uma metade? Iria a livrar de uma dor de cabeça enorme.

No fim da noite Lex havia sido a única vitima. Ele tinha permanecido quieto durante toda a conversa, segurando a mão da esposa como se assim pudesse fazê-la ver que ele estava ali, mendigando sua atenção.

Lex vivia em uma relação doentia e ela já havia chegado varias vezes a conclusão de que era pior que seu próprio casamento. Ela pelo menos não estava apaixonada por Kira, as traições dela não eram nada para ela, mas Lena via o irmão morrer um pouco mais a cada vez que via a esposa priorizar Kira.

Ela vinha calculando há anos o momento em que Lex explodiria e cometeria um erro que o colocaria atrás das grades e a obrigasse ir a um velório.

Ele havia chegado muito perto no natal retrasado, quando Kira e Alana sumiram antes da ceia e foram encontradas na casinha da piscina juntas. Pelo menos elas estavam vestidas, a desculpa esfarrapada era a de que estavam bêbadas e acabaram adormecendo.

Que ótimo lugar para dormir.

Lex havia ficado furioso, mas então Alana subira com ele para o segundo andar e no dia seguinte ele era o marido mais educado e carinhoso que Lena já tinha visto.

Lex era apenas um bonequinho na mão da esposa, e Alana era o brinquedinho de Kira.

Havia dias em que Lena mal conseguia olhar nos olhos do irmão. Não se passava um instante sem que ela se lembrasse de que ela tinha trazido aquela parasita para dentro de casa.

Mas Lena não era estúpida ao ponto de jogar toda a culpa em Kira. Na verdade ela odiava admitir, mas desde que Kira havia voltado até onde ela tinha percebido ela parecia estar mantendo distância de Alana. Kira até mesmo havia trocado de lugar na mesa e havia ignorado todas as deixas de Alana durante a noite passada.

Lena não fazia a mínima idéia do que ela estava aprontando, mas era melhor que Kira resolvesse logo porque ela já era obrigada a aturá-la, Lena não precisava de mais dois idiotas nos calcanhares dela.

Lena se enrolou na toalha e saiu do banheiro.

Ela vestiu rapidamente a calça jeans e a camiseta cinza, calçou o tênis e arrumou rapidamente o cabelo antes de sair do quarto.

Lena tinha dito a Sam que Kira estava estranha mais de uma vez naquela semana e Sam tinha a chamado de paranóica. Mas depois da noite passada e das pequenas coisas que ela vinha observado quase sem querer durante todos os jantares, Lena tinha quase certeza de que algo estava errado.

Ela deveria estar enlouquecendo.

Ela estava evitando a todo custo dar atenção a todas as coisas que tinha percebido, porque se ela realmente não fizesse isso, ela iria direto para o manicômio, porque elas eram completamente desconcertantes, e ninguém, absolutamente ninguém além dela parecia ter notado aquelas coisas insignificantes que ao mesmo tempo eram gritantes.

Mas o problema era que o cérebro dela as havia analisado.

Na noite anterior quando ela bateu na porta do quarto de Kira ela já tinha se preparado para o olhar devorador com o qual Kira varreria o corpo dela, e Kira definitivamente havia feito isso, mas tinha sido diferente, tinha sido quase... Respeitoso, algo que Lena nunca esperaria vindo de Kira.

E durante as discussões que haviam tido ela não tinha vistos os olhos de Kira escurecerem para o azul cobalto como sempre tinham feito desde que a conhecia, estranhamente eles tinham ficado elétricos, como se pequenos raios dançassem pelas íris.

E ainda havia alguma coisa naquele sorriso, ela apenas não conseguia identificado o que era exatamente.

Não que ela tivesse dito qualquer uma dessas coisas para Sam, porque se dissesse Sam a olharia como se ela tivesse um parafuso a menos, e Lena mentiria se dissesse que não tinha esse pressentimento também.

Kira tinha voltado com o intuito de deixá-la louca e estava conseguindo.

Ela abanou levemente a cabeça ao parar em frente ao quarto da filha, mas antes de abri-la Lena lançou um olhar cauteloso por cima do ombro para o quarto de Kira. A porta pesada estava fechada e nenhuma luz escapava de dentro. A preguiçosa estava dormindo, provavelmente só acordaria depois das duas da tarde.

Era melhor assim, Lena decidiu.

Silenciosamente ela abriu a porta do quarto e acendeu a luz.

Um montinho debaixo do edredom a informou que a filha ainda não tinha se levantado.

Lena se sentou na beirada da cama e então puxou levemente o edredom para baixo.

— Não quero!– Luna resmungou antes de puxar o edredom para cobrir a cabeça novamente.

— Hoje é sábado Luna, é dia de jogo – Lena puxou o edredom novamente— Achei que estivesse animada, o que houve?

A filha se virou e Lena conseguiu afastar o edredom para encarar um rosto emburrado e com cabelos escuros jogados na frente dos olhos.

— Não quero ir.

—Posso saber por quê?– Lena afastou os fios de cabelo do rostinho pálido e encarou os olhos verdes da filha com uma sobrancelha levantada.

— Não quero perder de novo. – A criança murmurou tão baixinho que Lena quase não conseguiu ouvir.

Ela teve que sorrir do biquinho que surgiu na boca da filha, o que só piorou o humor de Luna.

O time de Luna não havia se saído muito bem nos últimos três jogos, a treinadora havia tentando levantar a moral dos pequenos jogadores com uma tarde na sorveteria, mas mesmo depois de um pote inteiro de sorvete de chocolate Luna ainda tinha o mesmo rosto azedo.

— Parece que temos uma má perdedora aqui– Lena cantarolou com diversão.

— Tio Lex disse que um Luthor nunca perde. – Luna disse empinando o queixo com determinação.

— Ah, Lex, é claro– Lena murmurou quase revirando os olhos— O que ele não te contou é que ele mesmo nunca ganhou um jogo de futebol na vida.

— O que?!– Luna se sentou na cama como se tivesse tomado um banho de água fria.

Estava na hora da filha aprender algumas verdades sobre a vida, principalmente sobre o tio.

— Isso mesmo– Lena sorriu quase malignamente— Seu tio é um perna de pau, o pior que já deve ter existido.

— De verdade?– Luna perguntou e parecia realmente chocada.

Lena balançou a cabeça suavemente.

Tão inocente.

—De verdade, quando ele ia jogar não saia do banco de reserva. – Lena não diria para Luna, mas Lex não era apenas ruim, ele era péssimo, até nos dias atuais ela tinha medo de quando o via perto de uma bola ou segurando uma, ela se arrepiava toda.

— Perna de pau– Luna murmurou com um pequeno sorriso.

— Ele é. Agora– Lena tocou a ponta do nariz na filha— Vamos falar sobre ser um Luthor.

Luna se mexeu desconfortável na cama.

— Olhe para mim– Lena ergueu o rosto da filha com carinho para que ela a olhasse— Ser um Luthor não é tão importante assim.

— Não é?– Luna perguntou com os olhos arregalados.

— Não, e quer saber por quê?– A menina concordou com a cabeça rapidamente, com os olhos muito parecidos com os de Lena ansiosos, Lena olhou para a filha com uma firmeza terna— Porque o nosso sobrenome foi moldado pelas pessoas, pelo que disseram, pelo o que dizem, e pelo o que dirão a nosso respeito. Eles não nos conhecem, não sabe quem somos. E sei que você ainda é jovem, mas a maioria dessas pessoas nunca vai tentar nos ver com seus próprios olhos, porque estão tão acostumadas a olhar com os olhos dos outros. E o que dizem nem sempre vai ser bom. – Luna abaixou a cabeça suavemente e Lena a ergueu novamente— Mas o que realmente importa é quem somos de verdade, quem Luna é, se aproxime das pessoas que vão te ver realmente por quem você é e tudo vai ficar bem, ok?– Lena sorriu para os olhos contemplativos da filha e deslizou o dedo pelo pequeno nariz até a ponta— E acredite, ninguém é tão perfeito ao ponto de nunca ter perdido em algum momento da vida, pode ter sido um jogo, ou milhares de outras coisas. Todas as pessoas perdem algo em algum momento, faz parte de crescer, e crescer nunca é fácil, mas se você for inteligente como tenho certeza que é você vai transformar cada um de seus erros em um novo aprendizado.

— Então não há problema em perder?

— Quando perder não a faz desistir de seus sonhos, não.

— Hum – Luna murmurou e olhou para baixo por um segundo, então levantou a cabeça novamente com uma careta— Ainda não gosto de perder.

Lena gargalhou e tentou domar os cabelos rebeldes da filha, Luna sorriu de volta para ela.

— Ninguém gosta meu amor– Lena disse— Digo por experiência própria– Se Lex era o maior perna de pau de todos os tempo ela era a pior perdedora— Mas agora— Ela se levantou— para o banho porque já estamos atrasadas.

A menina fez uma pequena careta, mas se levantou com um pulo e correu para o banheiro no canto do quarto.

Lena balançou a cabeça suavemente , um pequeno sorriso nos lábios e então se aproximou do armário para escolher a roupa da criança e arrumar a mochila dela, normalmente ela deixaria Luna fazer isso sozinha, mas se deixasse para ela fazer naquele momento, Luna provavelmente iria demorar muito e iria socar toda a roupa dentro da mochila, Lena ainda não tinha vencido a luta "organização" com filha.

Trinta minutos depois elas já tinham decido e Lena só estava esperando Luna terminar o café da manhã sentada na mesa da cozinha enquanto James andava de um lado para o outro fazendo o café da manhã do restante da família que deviam se levantar por volta das oito.

— Animada para o jogo?– James perguntou com um sorriso para Luna que terminava de mastigar o ultimo pedaço do lanche.

— Mais ou menos – A criança resmungou com as bochechas estufadas de comida.

— Vou estar torcendo por você– James sorriu.

Luna levantou o polegar para ele e o cozinheiro riu suavemente e Lena revirou os olhos.

— Pronto?– Lena perguntou e a filha e se levantou da cadeira e pegou a mochila aos pés. — Até amanhã James.

O cozinheiro se despediu e depois de Luna dizer "tchau", elas caminharam para a sala.

Lena quase teve um ataque quando viu quem estava na sala de estar.

Só podia ser uma piada.

Kira estava lá, sentada com as pernas cruzadas, vestindo calça jeans, uma camiseta branca justa que mercava a barriga malhada e os seios enquanto mexia distraidamente no celular.

Você, acordada?– Lena guinchou.

Um dia tudo bem, mas dois?

Kira abaixou o aparelho celular e olhou para ela com os olhos azuis, um sorriso já se espalhando pelos lábios.

— Faz parte da minha recuperação, estou levando uma vida mais saudável.

Ah, claro a "doença" dela.

— Que ótimo– Lena resmungou.

— Eu ouvi isso– Kira cantarolou e olhou para Lena— Onde você está indo?

— Meu jogo de futebol– Luna respondeu e Kira abaixou os olhos para ela.

— Nem tinha te visto ai mini Lena.

Lena estudou o sorriso provocador que Kira lançou a sua filha, uma parte dela queria arrancar ele do rosto dela com as unhas, mas o sorriso não estava diferente? Não estava quase... Não, não, ela iria parar com aquilo.

— Pare de colocar apelidos na minha filha– Ela grunhiu severamente.

— É só brincadeira Lena, meu anjo– Kira olhou para ela com os olhos brilhantes apesar das olheiras mal escondidas pela a maquiagem— Sabe que eu amo nossa filha.

— Você não é minha mãe– Lena ouviu Luna dizer baixinho e Kira também deve ter ouvido porque abaixou os olhos para a menina.

— Tenha um bom dia– Lena desejou duramente e pegou a mão da filha para sair da sala.

— Você também meu anjo e Luna, querida, faça alguns gols por mim! – Kira gritou quando já estavam na porta.

Ela bufou e desejou bom dia a Kevin quando encontrou o motorista no pátio.

Lena deixou a filha no vestiário quando chegou à escolinha de futebol e seguiu junto com Sam para a arquibancada cheia de mães e pais.

— Como foi o jantar ontem?– Sam perguntou levando o cachorro quente a boca— Kira e Manoel ficaram trocando gracejos nojentos novamente? Ainda não entendo como você consegue comer enquanto eles fazem isso.

—Não, – Lena respondeu com um suspiro. — e não é tão difícil quando você ignora a existência miserável deles.

— Não?– Sam se virou para olhá-la com a boca aberta e o cachorro quente a centímetros de uma mordida.

Lena balançou a cabeça e olhou para as crianças entrando no campo procurando a filha no mar de camisetas vermelhas e pretas.

— Como não?– Sam perguntou novamente.

— Não do tipo mal olhou para ele– Lena resmungou.

— Não olhou para o Manoel?!– Sam quase gritou e Lena resmungou para ela calar a boca.

— Acho que eles brigaram.

— Brigaram?

Lena lançou um olhar a ela que dizia: Será que da para parar de repetir tudo o que eu falo?

— Isso é estranho– Sam murmurou mordendo o lanche– Muito estranho.

— Eu te disse que havia alguma coisa estranha nela há dois dias. – Lena resmungou e então sorriu e acenou quando viu Luna no meio do campo.

— E eu acho que estou começando a acreditar em você.

— O que?– Lena se virou para Sam como se ela de repente tivesse criando um olho no meio da testa.

— Eu disse... Não me olhe assim!

— Assim como?

— Como se eu fosse um alienígena.

— Você ouviu o que acabou de dizer?

— É claro que ouvi– Sam revirou os olhos.

— E o que te fez parar de questionar minha saúde mental?

— Eu não... Deixa pra lá. – Ela murmurou— Só que ontem vi algo... Estranho.

— E o que isso tem haver com Kira?– Lena perguntou distraidamente abrindo a garrafa de água que tinha trazido.

— Eu a vi ontem– Lena se esqueceu da água— Quer dizer, acho que era ela, com duas pessoas que definitivamente não fazem parte do circulo social dela.

— Aonde?– Lena tampou a garrafa.

— Noona's.

— E aonde é isso?

— Uma cafeteria, perto do porto.

— E o que você estava fazendo lá?

— Corrida matinal– Lena arqueou uma sobrancelha para ela— O que? Você devia tentar. Duas vezes por semana fazem milagres. Mas voltando, entrei na cafeteria para comparar o café da manhã de Ruby e então eu vi uma mulher de capuz cinza e óculos escuros e juro que a boca planificada dela era igual à de Kira. E depois chegaram os outros dois estranhos, e a ultima vou te contar estava um caco, toda suja, tinha até penas.

— Kira estava usando um moletom cinza quando chegou ontem de manhã. – Lena murmurou.

— Estou te dizendo que era ela.

— E como eram as pessoas com quem ela se encontrou?

— O homem era grande, pele negra e se vestia como um trabalhador simples, e a mulher eu tenho quase certeza que era a tal Srta. Danvers, a magricela que quase me atropelou. Eles eram o grupo mais estranho que já vi.

Lena mordeu o lábio enquanto considerava. Não era a companhia usual de Kira. Geralmente ela preferia milionários que levavam uma vida muito parecida com a dela, preguiçosa e cercada de luxos. E desde quando Kira se escondia atrás de moletons?

— Não me parece o tipo de pessoas que Kira estaria interessada, o moletom pode ser apenas coincidência– Lena olhou para ao campo de futebol com os olhos semicerrados.

— Eu tenho quase certeza que era ela, e se Kira conhece aquela mulher, pode ser ela que mandou aquela magricela me matar!

Alguém pigarreou um degrau acima e elas olharam por cima do ombro para um senhor de cabelo branco, Sam murmurou um pedido de desculpas nenhum pouco arrependido e o homem lançou um olhar severo de volta.

— Agora acho que você é a pirada aqui– Lena disse em tom baixo— Você não tem provas nenhuma de que era Kira lá. E porque Kira mandaria te matar? Você não tinha dito que a rua estava intrafegável por conta do acidente?

No campo o juiz apitou e o jogo começou, o coração de Lena pesou um pouco com a preocupação de Luna se machucar.

— Sim, mas isso não muda o fato de ela ter jogado o carro para cima de mim e da sra. Brown. E Kira me odeia e você sabe disso. Eu não esqueci que ela roubou meu namorado na faculdade, e felizmente ela não deve ter esquecido do banho de tinta que dei nos dois no vestiário.

Lena revirou os olhos e bufou.

— Isso foi há anos atrás.

Sam deu uma cotovelada na costela dela forte o suficiente para que Lena se engasgasse e se escolhesse um pouco.

— Sua bruta!

— Estou tentando ter uma conversa seria aqui– Sam murmurou zangada — Ontem tive tempo suficiente para reparar na Srta. Danvers – Ela disse o nome com arrogância e Lena escondeu um sorriso por um motivo que nem ela sabia— E a mulher parecia barra pesada, aquelas roupas escuras e toda suja e andando como se fosse dona do lugar e ela não parecia nada contente quando saiu, nem quando entrou para falar a verdade.

— Se ela realmente se encontrou com Kira não posso julgá-la– Lena murmurou— Os encontros com Kira nunca são agradáveis.

Houve uma comemoração abaixo no campo, o time adversário havia marcado e Lena procurou Luna no meio das crianças de uniformes vermelhos e preto, ela a encontrou olhando para o gol com uma careta.

— O cara também parecia estranho no fim da conversa e ele entregou algo para Kira, mas não consegui ver o que era– Sam disse agitada e gesticulando— Podem ser drogas ou quem sabe uma arma?

— O que tinha nesse cachorro-quente?– Lena perguntou olhando para o lanche na mão de Sam.

— Faz muito sentido.

— Claro que faz– Lena concordou.

— Escute aqui Sra. Luthor– Sam grunhiu— Sou advogada e conheço esse tipo de gente.

—Tudo bem – Lena cedeu— E como você planeja descobrir o que era? Vai seguir Kira?

— Esse é o espírito!– Sam exclamou e ganhou outro resmungo do senhor acima e dessa vez foi ela que lançou um olhar assassino para ele, o homem não pareceu muito impressionado.

— Pense, pode ser sua chance de liberdade, se descobrirmos que ela está mexendo com coisas ilícitas você pode conseguir o divorcio sem um escândalo, se Kira nos ameaça nós a ameaçamos de volta!

— Parece loucura– Lena murmurou para si mesma.

Se a teoria maluca de Sam fosse mesmo verdadeira, se fosse era bom demais para ser verdade, mas se fosse... Ali estava sua chance de se ver livre de Kira para sempre. Mas era piração total.

Mas o que mais você tem? Aquela voizinha que Lena havia apelidado de "impertinente" sussurrou baixinho no canto da mente dela.

— Você quem sabe, — Sam disse despretensiosa — achei que você queria se livrar dela.

A ansiedade era um buraco no estomago de Lena, ela queria, é claro que queria, apenas... Não era exatamente aquilo que ela havia imaginado.

E se Kira estivesse envolvidas com pessoas realmente perigosas?

Melhor então, ela vai embora mais rápido.

Não, ela não estava pensando direito.

Vai esperar ela terminar de te destruir? Destruir Luna?

Não era exatamente assim.

Não vai demorar muito para Luna descobrir sobre Kira e Alana, você vai esperar sua filha pegar as duas no ato?

Lena grunhiu e se virou para Sam.

— Eu acho que você enlouqueceu – Ela disse— Mas eu acho que fiquei maluca há dias atrás, e sinceramente se você estava procurava alguém para tirar essa maluquice da sua cabeça você procurou a pessoa errada.

— Então nós vamos fazer isso?– Sam perguntou baixinho e animada como se já tivesse entrado no clima de investigação.

Lena hesitou, mas foi por menos de um segundo.

— Podemos tentar— Ela suspirou—Se não der em nada pelo menos vou parar de ficar questionando minha saúde mental e procurar logo um psiquiatra e marcar uma consulta para você também, talvez eles deixem a gente fazer juntas.

— É isso ai!– Sam exclamou e levantou a mão no ar— Toca aqui parceira! Vamos acabar com a vadia!

Lena não teve tempo de fazer nada porque uma balde de batata frita de repente foi despejado sobre a cabeça de Sam e uma maldição resmungada quando o senhor sentado no degrau de trás se afastou batendo as sandálias.

Sam olhou para ela chocada enquanto Lena tentava segurar a gargalhada.

Sam lentamente ergueu os olhos para as costas do senhor que já estava a pelo menos cinco metros de distância e seu rosto passou de vermelho a roxo em um segundo e então ela subitamente se levantou do acento e apontando um dedo acusador para o homem berrou:

— Eu vou te processar por isso, seu idiota! Eu sou advogada e vou te processar, pode esperar um convite para o tribunal seu ignorante! Bruto!

Lena não conseguiu mais segurar a gargalhada.

— Meu cabelo, Lena!– Sam choramingou— Ele vai me pagar por isso, aquele velho gordo! Meu cabelo...

Enquanto voltava para a casa, Lena chegou a conclusão que loucura passava, e a dela havia passado para Sam e talvez por conta disso elas fossem fazer a maior burrada de toda as suas vidas.

Mas iria valer à pena, a voizinha sussurrou novamente quando Lena olhou pelo espelho retrovisor e viu o sorriso quase tímido de Luna, o time dela havia conseguido empatar nos últimos minutos, ainda era um tipo de vitoria.

Lena faria qualquer coisa para ver a filha crescer longe daquela parasita plastificada, qualquer coisa pela liberdade dela.

E ai? Curtiram?

Em minha defesa (sobre a conversa de Lena com Luna) não sou mãe e provavelmente nunca serei considerando que mal consigo cuidar de mim mesma :)

O que vocês acham de Sam? Eu particularmente acho ela meio maluca, gosto bastante :) 

Votem no capítulo galera! ;)

See you later! :)

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