Operação Luthor

By _BiaSantos

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Uma coisa é de conhecimento comum para todos os agentes do FBI: Lionel Luthor fabrica drogas ilícitas. Mas o... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 39 parte 2
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51

Capítulo 5

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By _BiaSantos

Oi,

Esse é um dos capítulos que mais gostei de escrever, e uma parte dele é na visão da Lena.

Boa leitura :) 


— O jardineiro?– Winn perguntou surpreso e com... Asco?

— Sim o jardineiro– Ela confirmou baixinho pelo celular, o estômago dela ainda estava se contorcendo.

Winn havia ligando quando Kara estava subindo as escadas e ela havia se apressado para entrar no quarto e então deslizado até a poltrona circular e macia posicionada no canto da varanda. Os sapatos de salto tinham sido jogados em um canto desleixadamente.

Achei que Kira tivesse um gosto mais refinado– Ele resmungou— Acha que ela se interessa por nerds?

— O que?!– Kara exclamou baixinho— Ficou maluco?

O que? Ela é intensa.

— Seria como namorar uma versão minha... Só que mais venenosa e peçonhenta.

E mais delicada e mais estilosa e–

— Ah, cale a boca— Kara grunhiu. — Seria muito estranho e... E nojento.

Acho que sou eu quem tem que decidir isso.

— Você não tem dinheiro nem para sustentar um dia de compras dela. — Kara suspirouE, por favor, vamos fingir essa conversa nunca aconteceu.

— Tudo bem– Winn suspirou— Mas e ai, o jardineiro é melhor pessoalmente do que nas fotos?

— Porque não vem conferir – Kara rosnou— Quem sabe ele não te leva para dar uma volta do jardim do éden!

Conversar com Winn sem querer gritar era impossível.

Para quê? Se ele já encontrou a Eva dele!– Kara ouviu Winn gargalhar irritantemente do outro lado.

— Eu vou desligar. E pedir para Papa Bear colocar Pikachu no seu lugar.

Ela iria manter os codinomes idiotas, por mais que tivesse quase certeza que ninguém podia escutar a conversa. O próprio Winn tinha programado o software do celular e estava vigiando a rede telefônica.

Você não sabe brincar– Ele murmurou do outro lado.

— Chapeuzinho vermelho está com você?

Posso ouvi-la quebrando a cozinha neste momento. Está desesperada tentando entrar em contato com Papa Bear, mas ele não atende.

— Antes de mim, suponho.

Sinceramente vocês duas precisam se acertar logo, não vou aguentar chapeuzinho vermelho por muito mais tempo, eu acho que aconteceu o contrario da historia aqui, quem comeu o lobo foi ela.

— Eu não duvidaria.

Você já enfrentou o dragão hoje?

Lena?– Kara mordeu o lábio suavemente, o apelido não era ruim, na tarde passada Lena parecia muito capaz de cuspir fogo— Não, ela está no trabalho. Mas tenho certeza que quando ela chegar vai querer minha cabeça.

Ao fundo da ligação uma porta bateu e alguém grunhiu.

Kara quase revirou os olhos, Alex devia estar insuportável, bem, insuportável ela já era.

"É ela?" Alex grunhiu do outro lado e Kara ficou muito tentada a desligar a chamada.

Ela não ouviu a resposta de Winn, mas ouviu uma serie de grunhidos e barulhos estranhos do outro lado, quando alguém voltou a falar, foi a voz de Alex que cuspiu furiosa:

Eu sabia que você era estúpida garota, mas sua estupidez está surpreendendo até mesmo a mim!

Como foi o café da manhã?– Kara perguntou ousadamente.

Cale a boca!

— Talvez você devesse comer alguns dos doces desta cesta Chapeuzinho– Kara disse se recostando no encosto da poltrona e olhando despretensiosa para as unhas— Ouvi dizer que ajuda a esquecer os problemas e ajuda no mal humor.

A gargalhada de Winn soou ao fundo seguida de um som de estrangulamento.

Sabe o que também ajuda a esquecer os problemas? Uma bala de 38 bem no meio da testa, ouvi dizer que te faz descansar para sempre.

— Pelo menos os doces vão te deixar mais feliz Chapéu.

— Se continuar com esse apelido estúpido nunca mais você vai poder comer um doce sem fazer uma analise de resíduos primeiro.

Kara bufou levemente.

— Se pegou o telefone para me chamar de estúpida pode devolver para o Super Mario.

Você vai ter muito tempo para conversar com ele amanhã, quando voltar para casa.

— Eu não sei da onde você tirou isso, mas é melhor esquecer.

Veremos até quando sua confiança se mantém.

Kara se sentou tensa na poltrona.

Não vou discutir com você.

Talvez devêssemos trazer sua outra irmãzinha, quem sabe com ela você queira discutir.

Kara ofegou suavemente no silencio que se seguiu, então desligou o telefone rapidamente.

Lentamente ela deslizou pela poltrona circular e encolheu as pernas para caber dentro.

Se Alex queria a fazer se sentir uma merda podia ter mencionado o incidente no baile no último ano.

Ela suspirou e olhou para a lâmpada pendura em uma estrutura de bronze no teto da varanda, marcando as curvas e os entalhes do metal mentalmente.

John havia sugerido gentilmente um exame de DNA quando Kara viu Kira pela primeira vez, quando ela quase caiu da cadeira do escritório.

Contrariando as expectativas de Kara e de todos depois de conhecer a personalidade extravagante, ambiciosa e sem vergonha de Kira, a mulher parecia evitar as câmeras, era por isso que Kara nunca a tinha visto antes. E como não fazia parte da equipe oficialmente a obrigação dela havia sido ajudar a investigar a mansão em si, conseguir informações sobre os funcionários que trabalhavam para os Luthor, Alex e Winn haviam ficado responsáveis pelos membros da família. Mas até onde Winn havia lhe contado, eles haviam descartado Kira no inicio da investigação depois de algumas horas de pesquisa, quando ela não parecia acrescentar nada de útil a eles. Winn havia dito que eles apenas haviam visto duas fotos, uma onde Kira era jovem demais e outra em que o rosto dela estava maquiado e em um ângulo estranho, ele também admitiu que tinha achado ela parecida com Kara, mas não tanto e não parecia importante, quer dizer, ele pensou em fazer algumas piadas, mas só isso.

Kira Luthor apenas se tornou importante para eles quando desembarcou silenciosamente em Metrópoles depois de uma longa viagem e não em National City como esperado e rumores estranhos começaram a surgir.

Então eles foram até ela e armaram um encontro acidental e Kira tinha feito a proposta que Kara recusou como havia sido aconselhada a fazer, seria suspeito demais aceitar prontamente. Eles precisavam que Kira acreditasse que ela estava no poder, que a tinha nas mãos com o plano estúpido dela.

Mas Kira já tinha provado que eles a tinham subestimado.

Kara havia evitado pensar no exame de DNA porque ele levantava muitas questões adormecidas, perguntas que a cutucaram por muito tempo como um espinho infamado do qual não conseguia se livrar, até que ela decidiu que realmente não se importava com as respostas.

A maioria das pessoas que a conhecia sabia que ela havia sido abandonada horas depois de nascer na porta de um orfanato e vivido até os dois anos na instituição ate ser adotada por Jeremias e Eliza, um casal que havia tido problemas para engravidar depois do primeiro filho.

E depois de tantos anos quase dar de cara com alguém que possivelmente podia ter um grau de parentesco biológico muito próximo com ela fazia o estômago de Kara se revirar, principalmente quando a pessoa era a cópia cuspida dela.

Ela tinha pegado a fixa de Kira, ela sabia que a mulher havia nascido apenas um dia antes dela, na verdade se os médicos tivessem acertado à hora do próprio nascimento dela, Kara e Kira tinham apenas algumas horas as separando.

Aquela altura ela nem sabia mais se precisava de um exame.

Kara havia olhado todas as fotos que conseguiu e em algum momento da vida Kira havia tido os mesmo cabelos dourado escuro que ela, apesar de não parecer gostar muito deles, e Kara ficava grata por isso.

Ela não havia achado nenhuma foto de quando Kira era bebê, mas sabia que elas provavelmente eram quase idênticas.

Um suspiro pesado saiu dos lábios dela e Kara afastou a franja da testa.

A mãe dela nem mesmo fazia idéia sobre tudo aquilo. Aparentemente obsessão dela era apenas por Lilian Luthor, Kara estava de certa forma aliviada por isso também.

Quando tudo aquilo acabasse as coisas iriam ser... Estranhas.

Uma pancada na porta de vidro forte o suficiente para quebrar o material a fez saltar para fora da poltrona com o coração disparado.

Quando ela procurou o responsável pelo barulho encontrou olhos verdes escuros e desafiantes a observando por trás do vidro.

Lena deslizou a porta da varanda com força e seus saltos pretos clicaram no chão antes dela parar na frente de Kara.

— Bom dia, querida– Kara disse sentindo como se tivesse um beija-flor dentro peito em vez de um coração.

—Tenho certeza que será – Lena sorriu com afetação— Agora venha para dentro, querida.

Kara mordeu o lábio nervosamente e então seguiu Lena com a sensação de que iria ter uma dor de cabeça terrível quando terminassem.

Lena parou no centro do quarto com os braços cruzados em baixo dos seios e com os olhos ardentes queimando um buraco no rosto de Kara.

— E então?– Ela perguntou tediosamente, sentindo a maceis do tapete sobre seus pés descalço.

— E então que você vai embora ainda hoje – Lena disse simplesmente como se fosse uma coisa óbvia e Kara fosse burra por perguntar.

Lena pegou uma bolsa preta que Kara não havia reparado sobre a mesa de cabeceira e se ocupou procurando algo dentro.

Ali estava a chance dela de ir embora. A chance que Alex a mataria por desperdiçar.

Bem, Alex já podia começar a preparar os preparativos para o enterro, porque ela não iria ceder tão fácil assim.

— Não me lembro de ter dito isso– Kara respondeu com um sorrisinho, por mais que estivesse revirando as palavras e as poucas informações que tinha em busca de argumentos, ela achava que não tinha muitos para poder ficar na mansão sem despertar a desconfiança de Lena.

Eu disse– Lena grunhiu arrancando uma agenda impacientemente de dentro da bolsa e a colocando com violência na mesa antes de voltar a mexer na bolsa— Você vai embora nem que eu tenha que te enfiar a força dentro do avião.

—Eu vou se você vier comigo– Kara disse por reflexo, as palavras simplesmente pularam para fora. Ela esperou a resposta de Lena como alguém que espera uma bomba estourar.

Porem quando Lena olhou para ela, a bolsa esquecida, o ódio que Kara viu nos olhos dela acendeu uma esperança de que ela pudesse ter dito a coisa certa, no caso errada, então ela sorriu e completou:

— Saiba que dá para fazer muitas coisas dentro de um avião. Podemos nos divertir tanto juntas, meu anjo.

Kara quis rir da expressão possessa que transformou o rosto de Lena, mas em vez disso deixou um sorriso lento se espalhar pelos lábios, o mesmo sorriso que tinha visto Kira lançar para um pobre garçom e fazê-lo tropeçar nos próprios pés.

— Continue brincando e vai viajar na classe econômica– Lena grunhiu.

Kara fingiu uma expressão de choque horrorizado antes de soltar uma risadinha tão parecida com a de Kira que fez os próprios cabelos dela se arrepiarem.

— Não seja tola, meu anjo – Ela bufou— Eu não vou embora, muito menos na classe econômica.

Pela expressão de Lena, ela estava fazendo um ótimo trabalho por enquanto.

— Por que você voltou afinal?– Lena perguntou voltando a agarra a bolsa.

— Estou doente– Kara repetiu a desculpa.

Lena soltou uma risada depreciativa.

— E não podia ficar com sua suposta "doença" onde estava?

— Eu não ia poder aproveitar minhas férias, iria, meu anjo?

Kara viu Lena cerrar a mandíbula com força e então largar a bolsa sobre a mesa de cabeceira com um envelope pardo na mão.

Kara apenas passou os olhos por ele com desinteresse, por mais curiosa que estivesse para saber o que havia dentro.

— Achei que seria melhor me tratar em uma cidade familiar, junto com minha família – Ela acrescentou levantando uma sobrancelha.

— Não sou sua família e muito menos me importo se você esta doente– Lena deu passo para mais perto e acrescentou tão fria quanto uma geleira– Por mim você poderia muito bem estar a beira da morte.

Havia tanta certeza naquela sentença que Kara hesitou por um segundo.

— Mas deveria– Ela replicou suavemente—, considerando que sou sua esposa meu bem estar deveria ser sua prioridade.

— Para mim você não passa de uma parasita– Lena grunhiu.

— Mas para todos os outro somos um casal lindo. E no final é isso que importa. – Kara respondeu curvando os lábios graciosamente.

— Você é uma cadela– Lena declarou lentamente.

— Assim você parte meu coração– Kara ronronou.

Lena encarou os olhos dela sem vacilar no silêncio tenso que se seguiu. Kara sustentou os olhos dela com determinação, se ela quebrasse seria o fim. Por mais que olhos verdes parecessem uma floresta fechada e escura e depois de alguns segundos ela se sentisse se perdendo dentro deles.

Lena Luthor tinha olhos perigosos.

— O que você quer?– Lena finalmente perguntou depois de um longo minuto.

— O que?– Kara perguntou um pouco perdida.

— O que você quer?– Lena repetiu com irritação.

— Nada.

— Posso te dar mais dinheiro.

— Acho que já tenho isso –Ela suspirou entediada e examinou as unhas com um pequeno sorriso.— Está querendo me comprar, meu anjo?

—Achei que você nunca tivesse o suficiente – Lena disse entre dentes.— E não achei que putas gananciosas que estão dispostas a dormir com o primeiro que esfregar um anel diamante em sua cara se importassem com isso.

— E o que isso faz de você?– Kara levantou uma sobrancelha em zombaria— Você não é muito diferente dessas pessoas, é? Me oferecendo dinheiro em troca de alguma coisa.

Kara achou que Lena iria pular no pescoço dela e bater com a cabeça dela no chão, os olhos e o corpo de Lena diziam isso.

Kara estava decidida a não levar outro tapa na cara.

Mas Lena não se moveu um centímetro, ela se manteve onde estava dura como uma pedra.

—Chega– Lena disse roucamente segundos depois, uma aura assassina a envolvendo, ela deu alguns passos para perto de Kara e então estendeu o envelope para ela— Apenas pegue e suma da minha frente.

Kara olhou para o envelope em silêncio, depois de alguns segundos deu um passo à frente e o pegou.

Ela olhou cuidadosamente para Lena antes de abri-lo.

Havia dois papeis dentro. O primeiro era uma passagem de avião com destino a França, o vôo saia às oito da manhã do dia seguinte.

Kara trocou um olhar com Lena antes de cuidadosamente retirar a última folha de dentro do envelope.

Era um cheque, um que valia por cinco anos do serviço dela para o FBI. Era muito dinheiro. E era a primeira e provavelmente a última vez que ela segurava um cheque com aquele valor em toda sua vida.

Cuidadosamente ela ergueu os olhos para Lena, que parecia muito satisfeita com o interesse obvio dela no valor do cheque.

Mas a satisfação durou pouco, Kara assistiu com um pequeno prazer o rosto de Lena cair lentamente quando ela ergueu a passagem e o cheque na altura do rosto, com olhos fixos nos olhos verde e então rasgou os dois papeis lentamente em dois, depois em quatro, em oito até que o papel ficou pequeno demais para ser rasgado, então ela pegou os pedaços e os colocou dentro do envelope e deu os dois pequenos passos que a separavam de Lena.

Kara pegou a mão gelada na dela e depositou o envelope dentro dela.

— Não estou à venda, meu anjo – Kara sussurrou a trinta centímetros do rosto de Lena— E vou ficar ao lado da minha família até quando eu achar que devo.

Os olhos de Lena de surpresos e atordoados passaram a dançar com labaredas e ela puxou a mão quase instantaneamente do aperto de Kara, mas Kara apertou os dedos em volta do pulso pálido e macio como uma algema.

— Agora escute, meu anjo– Ela murmurou puxando o pulso de Lena para perto usando um pouco de força quando Lena tentou se afastar, até que o rosto dela estivesse a quinze centímetros do de Lena, até que a respiração ofegante e raivosa de Lena estivesse atingindo a bochecha dela em rajadas quentes e os olhos verdes fossem fornalhas de labaredas verdes capazes de derreter ossos.— Vou ficar aqui– Kara repetiu lentamente mantendo os olhos o tempo todo nos de Lena— E vamos fingir ser um casal apaixonado, caso contrario teremos um escândalo na família, aposto que a mídia iria adorar receber algumas informações sobre a família Luthor, me pergunto como isso iria afetar a Luthor-Corp?

Ela estava blefando.

É claro que ela desconfiava que depois de um casamento de quase oito anos Kira soubesse algumas coisinhas escandalosas sobre os Luthor, não que ela tivesse contado a ela.

Lena apenas precisava enfrentá-la, fazê-la cuspir as informações para que o plano dela caísse no chão como lama e fizesse uma sujeira que ninguém poderia limpar.

Kara a desafiou com os olhos, procurando maneira de ganhar tempo, mas a mente dela parecia um enxame de abelhas barulhentas.

— Não ouse me ameaçar!– Lena rosnou entre dentes, tentando puxar o braço de volta, mas Kara o segurou firmemente.

O barulho dentro da cabeça dela diminuiu com a resposta de Lena e de repente ela sabia exatamente o que dizer.

—Não serão necessário ameaças se brincarmos de casinha direito– Kara sussurrou e desviou os olhos de propósito para os lábios pintados de vermelho de Lena, quando olhou novamente para cima os olhos verdes estavam cheios de nojo e repulsa e o corpo dela estava inclinado o mais longe possível que o aperto de Kara permitia— Agora encene o papel da boa esposa que está feliz pela volta de sua amada e linda companheira depois de uma longa viagem e tudo vai ficar bem.

— Um dia você vai pagar por cada maldito dia que estou tendo que passar ao seu lado– A voz de Lena parecia uma lamina afiada envolta em seda, suave e cortante— e quando esse dia chegar irei te destruir até que não sobre nada para que alguém se lembre de sua existência miserável.

— Quando desse dia chegar veremos– Kara murmurou segurando o olhar dela— mas ate lá você será a esposa que todos pedem a deus.

Kara esperou, esperou que Lena a atirasse pela varanda, que tirasse um punhal da cintura da saia, que a estraçalhasse com as próprias mãos, mas não estava pronta para que ela desistisse e a deixasse ficar.

—Um passo em falso Kira, apenas um– Lena rosnou— E juro que jogo a reputação e todo o resto para o inferno e você vai voltar para o mesmo buraco sujo e fedorento de onde te tirei.

Lena se livrou do aperto dela que havia se afrouxado pelo choque e caminhou para fora do quarto.

Kara se sentou na cama atordoada e preocupada.

Kira sabia coisas sobre os Luthor, coisas que fizeram Lena, que realmente a odiava, que a queria morta, a deixar ficar.

O que Kira sabia?

Os saltos dela colidiram com o chão com mais força do que normalmente enquanto atravessava o hall de entrada da Luthor–Corp.

Lena nem precisou fingir ignorar os olhares lançados na direção dela e as respirações presas. A mente dela estava muito ocupada planejando maneiras dolorosamente lentas de torturar Kira para se preocupar com os idiotas que achavam interessante observá-la dia e noite como se ela fosse um projeto complexo que precisasse de atenção 24 horas.

Seus companheiros de equipe tiveram o bom senso de deixá-la passar sem emitir um piu e os estagiários pularam para fora do caminho dela como se Lena fosse a sete pragas do Egito juntas e tentaram se misturar a parede.

Ela apenas balançou a cabeça para o comprimento da secretaria antes de entrar no escritório e fechar a porta com força. Ela deixou a bolsa sobre a mesa de vidro e se sentou na cadeira elegante de couro que gemeu suavemente sob o peso dela.

A porta do escritório se abriu no segundo seguinte e Lena quis assassinar a pessoa que ousava incomodá-la com a caneta cara que estava sob a mesa.

—É relativamente muito cedo ainda para já estar ligada no modo cadela assassina– Lena suspirou quando Sam entrou e fechou a porta— Não se esqueça que você tem pelo menos mais quatro horas de trabalho pela frente.

— Cedo porque você não vive debaixo do mesmo teto que aquela vadia– Lena grunhiu exasperada abaixando as mãos e quase permitindo que os cotovelos deslizassem pelo vidro da mesa e sua testa se encostasse ao vidro frio.

Cada frase que Kira havia soltado parecia um verme que havia entrado pelo ouvido dela e rastejado até seu cérebro, Lena jurava que podia sentir as pequenas mordidas em forma de pontadas na têmpora.

Ela massageou as laterais da cabeça suavemente.

Cada vez que Kira voltava parecia três vezes mais irritante do que antes, mas dessa vez ela parecia estar se superando.

A vadia não podia simplesmente pegar o dinheiro dela, calar a boca e embarcar naquele maldito avião?

E ainda tivera a coragem de ameaçá-la! Não era a primeira vez, mas havia sido... Diferente.

Havia sido a única vez em que Kira tinha dito em todas as palavras literalmente a quinze centímetros da cara dela, os olhos dela haviam brilhado de um modo que Lena nunca tinha avisto antes.

Mas o que não descia pela garaganta dela era o que ela havia feito: Ela tinha rasgado um cheque.

Lena esperava literalmente qualquer coisa de Kira, menos que ela rasgasse um cheque.

Ela tinha certeza que tinha visto Kira se tornar outra pessoa enquanto rasgava aquele cheque e a passagem de avião, e então havia tanta confiança no que havia dito em seguida:

Não estou à venda, meu anjo.

A hipocrisia em carne e osso.

Lena amassou um dos papeis que estava ao lado da mão dela.

O que ela precisava fazer para que aquela coisa fosse embora? Ela não estava exatamente na posição de oferecer mais dinheiro. Tinha que haver outro jeito! Não era possível que ela tivesse que carregar aquela vadia pelo resto da vida!

— O que a lambisgóia fez?

Sam se acomodou na cadeira em frente à Lena com um suspiro.

Lena balançou suavemente a cabeça e começou a analisar e organizar os pedidos e relatórios que a secretaria havia deixado sobre a mesa dela.

— O de sempre – Ela murmurou olhando para os erros gramaticais do relatório de um dos estagiários — Transformou minha vida em um inferno em menos de 24 horas.

— Você já tentou chutar o traseiro dela?– Sam perguntou com os olhos castanhos avelã atentos.

Lena não respondeu, mas os olhos traidores dela se desviaram para a marca vermelha no pulso direito a lembrando da tentativa falha.

— Ela te machucou?!– O rosnado indignado e os pés da cadeira raspando com violência pelo chão fizeram Lena desviar os olhos para Sam que já estava ao lado dela em um piscar de olhos.

— Não foi nada – Ela assegurou com um suspiro cansado.

— Nada?!– Sam agarrou o braço dela e examinou a marca— Você deveria denunciá-la! Se ela aparecer na minha frente juro que vou arrancar aquele sorriso vagabundo com minhas próprias mãos!

— Realmente não foi nada– Lena puxou o braço com delicadeza da mão de Sam— Sabe que não posso denunciá-la, e de qualquer forma eu a agredi primeiro.

— Você bateu nela?–Sam parecia incrédula.

— Sim, ontem – Lena gemeu envergonhada e deixou a cabeça cair nas mãos novamente— Ainda não acredito que fiz isso.

— Como foi a sensação?– Sam perguntou— Me diga que aproveitou, deve ter sido tão satisfatório, cinco dedinhos naquela cara plastificada dela.

— Não diga isso– Lena gemeu novamente— Eu nunca havia chegado a esse ponto antes, acho que ela está mexendo com a minha cabeça.

— Querida, você aguentou até tempo de mais, se fosse eu teria soltado os cachorros em cima dela um mês depois do casamento quando ela começou a chantageá-la.

— Você não entende Sam– Lena levantou rosto para olhar para a amiga— Cada vez que desço ao nível dela eu perco. Eu queria tanto acabar com ela no aeroporto, juro que se tivesse uma arma naquele momento Kira já estaria morta. – Ela suspirou— E esses pensamentos me assustam Sam, me assustam porque no fundo sei que não são meros pensamentos fantasiosos.

Sam esticou o braço e agarrou a mão dela carinhosamente.

—Não a quero perto de Luna, não quero mais motivos para Lionel infernizar minha vida mais do que ele já faz. Não quero me sentir exausta, derrotada, estou cansada disso. E não faz nem um dia que aquela maldita chegou.

Sam apertou a mão dela com força.

—Vai ficar tudo bem, Lena– Ela sorriu— Tudo bem, precisamos de um novo plano, mas não é como se o primeiro estivesse funcionando de qualquer forma. E se eu fosse você não me preocuparia tanto com Luna, vamos ser sinceras aqui, a menina é uma peste– Um pequeno sorriso curvou a boca de Lena — E ela realmente teve a quem puxar, e a verdade é que Lionel nunca precisou de um motivo para ser um babaca. A Lena que eu conheço esmaga vadias plastificadas com um salto de dez centímetros. Então vamos acabar com ela.

— Você esta certa– Lena suspirou, a mente dela estava um pouco mais limpa e os pensamentos lógicos estavam lentamente perfurando a neblina de ódio e desespero que Kira havia criado na cabeça dela.

— É isso ai, garota– Sam sorriu e os olhos dela brilharam.

O toque de um celular interrompeu qualquer coisa que Sam fosse dizer em seguida e depois de murmurar algo sobre ser a diretora da escola da filha ela se afastou para o canto da sala.

Lena tentou voltar a se concentrar no relatório que tinha nas mãos, ignorando a conversa de Sam ao fundo, mas a cada frase que lia, os olhos de Kira passavam pela mente dela e se materializavam no papel que tinha nas mãos, como se o cérebro dela quisesse que ela visse alguma coisa que havia ignorado antes.

Era irritante e depois de acontecer cinco vezes ela simplesmente jogou o relatório no lixo sem ler, ela mandaria o estagiário refazer e escrever realmente em inglês dessa vez, porque os olhos dela quase sangravam com tantos erros gramaticais.

Quando Sam voltou apressada e avisou que tinha quer ir porque tinha um compromisso, Lena olhou para ela e fez a pergunta somente porque a cabeça dela parecia um disco riscado que a estava obrigando a reviver infinitas vezes os malditos olhos azuis.

— Você percebeu algo de diferente em Kira?– Ela perguntou hesitantemente.

Sam terminou de colocar a bolsa no ombro e estudou o rosto de Lena brevemente antes de responder.

— Fora aquele corpo horrivelmente gostoso? E a plástica no maxilar e no nariz? Não.

— Estou falando serio Sam– Lena revirou os olhos.

— Eu também! Queria saber o que ela fez para ficar com aquele corpo, eu posso desprezar aquela lambisgóia, mas tenho que admitir que a vadia voltou com tudo, quem você acha que é o cirurgião dela?

— Estou falando sobre... — Lena procurou o que havia despertado aquela sensação estranha dentro dela, talvez os olhos? As sobrancelhas?

— O quê?

— Não sei exatamente!– Ela bufou— Mas tem alguma entranha nela, percebi quando a vi no aeroporto...

— Não percebi nada– Sam deu de ombros— Preciso ir agora, mas prometo que vou ajudá-la com o plano.

— Obrigada, te vejo depois?

— Com certeza.

Sam fechou a porta suavemente quando saiu.

Lena olhou para o porta retrato preto sobre a mesa de vidro onde uma foto de Luna sorridente de três anos brincava com vários dinossauros em uma caixa de areia, suja igual a uma porquinha.

As coisas iriam mudar de agora em diante.

Kira poderia ter ganhado uma batalha, mas não a guerra, e ela definitivamente não iriam continuar vivendo o conto de fadas ao qual estava acostumada. Lena fechou os dedos na caneta sobre a mesa e apertou ate cortar a circulação do sangue dos dedos. Se ela queria continuar sendo a esposa de uma Luthor já havia passado da hora de ela assumir os deveres de uma.

Se Kira se achava no direito se quebrar as regras, Lena mostraria a ela que também sabia jogar esse jogo.

Ela faria Kira se contorcer em almoços de negócios, festas irritantes, premiações e todas as coisas entediantes que ela era obrigada a fazer desde sempre, e das quais Kira nunca precisou ou mesmo gastou um segundo da vida se preocupando em comparecer a menos que Lena se recusasse a lhe dar qualquer uma das coisas fúteis que queria no momento, ai ela aparecia e no outro dia uma encomenda de milhares de dólares chegava em forma de colares ou brincos na porta dela.

A diversão iria acabar para Kira.

Ela havia acabado de pegar uma pasta particularmente grossa com papeis pulando para fora quando a secretaria ligou. Dez segundos depois alguém bateu na porta e em seguida um rapaz moreno carregando uma bandeja com dois copos sorriu para Lena.

— Café madame?– Jack ofereceu com um olhar brincalhão.

— Por favor, Jack– Lena pediu sorrindo suavemente e o sorriso do rapaz se alargou enquanto entrava na sala, os olhos escuros nunca abandonando o rosto de Lena.

Os olhos de Kira não a atormentaram pelo resto do dia.


E ai? Curtiram?

Gostaram da Lena? E quanto a Kara, ela representou, não?

Se tiverem qualquer dúvida comentem e tentarei responder.

See you later! :)

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