Foi logo depois que Seulgi a deixou em casa que ela finalmente caiu em si sobre o que iria acontecer no dia seguinte.
Sim, ela aceitou sair com Seulgi amanhã, sozinha.
Irene rangeu os dentes. A ideia de estarem sozinhas novamente a fez tremer. Ela não sabia por que estava se sentindo assim. Elas fizeram uma viagem a Haeundae por dois dias e duas noites, mas ela nunca se sentiu tão consciente sobre isso.
Ela levou a mão ao peito enquanto olhava sem parar para o teto do quarto. Elas vão sair amanhã, sem formalidade nem nada. Vai ser como sair com uma amiga. Sim. Um encontro casual de amigas.
Ela se levantou da cama e caminhou em direção ao seu armário. Foi depois de alguns minutos olhando para ele que a idéia finalmente a atingiu.
Sim, ela apenas planejava separar o que vestir para amanhã.
Ela bagunçou os cabelos em frustração e voltou até a cama se sentando. Ela estava tentando se acalmar. Ela não havia feito isso antes: separado a roupa muito antes de sair com uma amiga.
– Não precisa ficar ansiosa com isso. É apenas Seulgi, ok? - Ela disse a si mesma.
Ela colocou a unha entre os dentes a mordendo quando percebeu que na verdade era Seulgi quem ela estaria saindo. A mesma Seulgi que todas as meninas do escritório caem de amores. É a mesma Seulgi que deixou Joy com ciúmes demais de Irene.
Irene se sentou na cama pensando. Em algum lugar no meio dos seus pensamentos, ela acabou adormecendo.
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Bip...
Os olhos de Irene se abriram ao som de alerta de mensagem recebida. Foi quando ela percebeu que adormeceu em uma posição desconfortável, ainda vestindo as roupas de ontem.
Ela rapidamente se sentou na cama e procurou o telefone debaixo dos travesseiros, ficando aliviada ao ver que era apenas sete e sete da manhã. Ela abriu a mensagem de texto e sorriu.
De: Seulgi
Mensagem: Bom dia! A que horas a princesa vai estar pronta para sairmos? :)
Irene riu depois de ler. Ela digitou sua resposta rapidamente.
Para: Seulgi
Mensagem: Bom dia, :) Me pegue por volta das 11 horas. Mamãe vai sair para alguma coisa, então ainda preciso fazer algumas tarefas de casa.
Ela continuava relendo a conversa curta até a nova mensagem chegar.
De: Seulgi
Mensagem: Perfeito! Vejo você mais tarde ;)
Ela rapidamente pulou da cama e desceu as escadas. – Nós vamos sair, vamos sair! - Irene repetia, com um sorriso nos lábios.
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9:57 da manhã.
Irene olhou para o relógio de parede enquanto secava o cabelo com uma toalha. A outra toalha estava enrolada em seu corpo. Ela vasculhou suas roupas novamente como na noite passada. Essa não era a primeira vez que ela saia com uma amiga, mas era a primeira vez que ela não conseguia decidir o que vestir.
– Aish. Por que eu sinto que isso é mais um encontro do que apenas uma saída amigável e casual? - Ela disse a si mesma.
Irene não era uma neófita no jogo de namoro. Na verdade, ela já havia saído com vários pretendentes - alguns homens que ela considerava irritantes, sempre os ignorando no final. Ela não sabia se o problema era da parte dela ou dos homens, mas era facilmente desligada quando sentia que um determinado cara estava fazendo amizade com ela com a única intenção de cortejá-la.
Mas era diferente com Seulgi. Seulgi era gentil com ela em alguns momentos, mas nunca a fez sentir que estava sendo tratada de forma romântica e com intenções. Depois de aprender como o encanto de Seulgi abalou a maioria da população feminina no escritório, Irene secretamente desejou que seus encantos funcionassem também em Seulgi, não porque ela gostava dela, mas porque se perguntava se poderia capturar a atenção de Seulgi para ela.
Depois de uma hora verificando seu reflexo e trocando de roupa a cada 5 minutos, Irene finalmente se acomodou com uma blusa branca simples e uma saia xadrez azul que ficava a alguns centímetros acima dos joelhos.
Próximo problema: Cabelo. Fazer um coque ou deixar solto?
Irene estava olhando para o espelho segurando o cabelo com uma mão, mudando de ângulo para ver qual penteado se encaixaria melhor com seu traje. Então ela ouviu o telefone tocar. Os olhos dela se arregalaram depois de ler a mensagem:
De: Seulgi
Mensagem: Sua motorista chegou, sua alteza. Estarei aqui esperando assim que você estiver pronta.
Os olhos de Irene se arregalaram. Ela atravessou a sala até a janela e viu a Suzuki Swift vermelha esperando por ela.
– Oh meu Deus! - Ela sussurrou.
Foi quando ela começou a entrar em pânico. Não havia como voltar agora. Seulgi já estava lá. Elas estavam realmente saindo de verdade dessa vez; sem peças, sem atuação, apenas saindo para se divertir juntas.
– Eu estou bem agora? Ela vai gostar do que eu estou vestindo? Ugh! Por que estou tão nervosa? - Ela falava sozinha.
Irene estava andando de um lado para o outro, abanando-se com a mão, sem saber mais o que fazer.
Ela soltou os cabelos. Rapidamente pegou sua bolsa de ombro na cama e correu, não querendo que Seulgi esperasse mais.
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– Ei... - Falou.
Irene abriu a porta do banco do passageiro apenas para ser recebida por Seulgi. – Ei, você ... - Ela disse enquanto se ajustava.
Houve um momento constrangedor de silêncio depois que ela fechou a porta. Era o oposto do que Irene imaginara. Ela podia ouvir Seulgi batendo com os dedos no volante enquanto fingia estar ocupada procurando algo dentro de sua bolsa.
– Umm ... você ... umm ... e-você está linda ... - Disse Seulgi.
Irene corou instantaneamente. De repente, o AC não estava frio o suficiente para esfriar o rosto em chamas da garota. – O-obrigada ... - Seus olhos voltaram a espiar Seulgi. – Você ... você está incrível ... - Ela respondeu, tentando sorrir.
Como o que ela sempre viu no escritório e em outros momentos, pela enésima vez em sua existência, ela ficou mais uma vez deslumbrada com o jeito de Seulgi, agradecida pelo fato de estar saindo com essa gostosa. A camisa preta e um capuz cinza que usava estavam combinando perfeitamente com o cabelo dela. Era tão simples, mas tão cativante.
– O-obrigado ... -Disse Seulgi.
Então houve outro silêncio constrangedor.
No que dizia respeito a Irene, esta era a primeira vez que ela se sentia desamparada diante de alguém. Ela queria iniciar uma conversa, mas não sabia como. Ela queria ficar com Seulgi e ao mesmo tempo ela queria fugir.
– Ugh ... - Seulgi se apoiou no volante, escondendo o rosto nos braços.
Isso foi o suficiente para chamar Irene de qualquer planeta em que sua mente estivesse no momento. – Algo errado? Você está bem? - Ela perguntou.
Seulgi acenou com a mão em resposta, ainda escondendo o rosto. – Sim, eu estou bem. Não se preocupe comigo. - Seulgi respondeu.
– Sua cabeça está doendo ou algo assim? - Perguntou Irene, esfregando levemente sua mão nas costas de Seulgi.
Seulgi balançou a cabeça novamente, não querendo mostrar seu rosto ainda.
– Tem certeza de que ainda quer sair? - Voltou a perguntar.
Seulgi finalmente virou a cabeça para olhar para Irene. – Claro que eu quero... -
– Então qual é o problema? - Irene perguntou a olhando.
Seulgi exalou primeiro antes de enterrar o rosto nos braços de novo. – É que eu estou tão nervosa agora. Ugh! - Ela respondeu.
Com todos os sentimentos estranhos que Irene estava tendo desde a noite passada, ela nunca imaginou que Seulgi estivesse no mesmo barco que o dela. – Nervosa? Por quê? - Perguntou curiosa.
– Eu não sei. Eu sei que não deveria, mas não posso evitar essa sensação. - Seulgi falou.
Irene riu. Ela subiu a mão pelas costas de Seulgi, passando pelo capuz que havia caído, e ao tocar os cabelos da mais alta os bagunçou levemente. – Ei, você quer saber um segredo? -
Seulgi levantou a cabeça um pouco para espiar. – Segredo? -
– Mmm-mmm. - Irene assentiu. – Só para constar, você é a única pessoa que me deixou nervosa para sair. -
A ponta dos lábios de Seulgi se curvaram em um pequeno sorriso. – Você está brincando comigo... - Ela falou, olhando para Irene ao seu lado.
– Eu não estou. - Ela respondeu firme.
– É sério? - Seulgi questionou.
– Sim, Kang, sim. Você não acredita em mim? - Irene perguntou.
– Eu acredito, mas é bom demais para ser verdade ... - Seulgi respondeu ainda sorrindo.
– Hah. Você está me dando muito crédito, Seul. - Disse Irene, balançando a cabeça. – – Quer uma prova que não está sonhando? - Irene falou.
Seulgi levantou a cabeça desta vez, parecendo curiosa.
– Que tal isso? - Irene se inclinou para frente para beliscar e mexer nas bochechas de Seulgi, inclinando a cabeça de um lado para o outro. – Mmmmmm! Quem é a garota fofa agora, hein? - Ea disse com uma voz bonitinha como se estivesse conversando com uma criança de cinco anos.
Seulgi riu. – Eu posso não ser mais uma criança, mas não vou discutir sobre eu ser fofo, hahaha! -
– Pirralha presunçosa ... - Disse Irene, batendo em Seulgi gentilmente.
Sentindo-se um pouco envergonhada, Seulgi coçou o topo da cabeça. – Eu estava brincando, ok? -
Vendo o cabelo de Seulgi levemente desarrumado, a mão incontrolável de Irene se moveu sozinha para arrumar a bagunça. Seulgi, embora tenha ficado surpresa, ficou parada, com medo de que qualquer movimento que ela fizesse estragasse o momento.
– Pronto. - Irene reclinou-se no encosto para admirar sua arte.
– Pareço alguém qualificada para sair em um encontro com você agora? - Perguntou Seulgi, colocando o indicador e o polegar no queixo.
Irene sorriu em resposta, não por causa da piada, mas por causa da palavra 'encontro'. – Acho que sim. -
Embora Irene possa não ter admitido isso para si mesma ontem à noite, ela agora estava convencida de que elas estavam saindo para um encontro real. Não adiantava mentir para si mesma, porque o que ela estava sentindo agora não era o que seus amigos a fazem sentir quando saem.
– Então, onde você quer ir? - A mão de Seulgi foi até a alavanca de câmbio.
– Você não planejou o que iriamos fazer ainda? - Perguntou Irene.
– Tenho planos, mas só quero ter certeza de ouvir o que você tem em mente primeiro. - Seulgi pegou algo no painel e entregou dois bilhetes a Irene. – O que você acha?-
Irene olhou os bilhetes atentamente. – Parque temático? -
Seulgi fez uma careta, com medo de que sua "date" não fosse fã do que ela havia preparado. – Não é muito de parques? -
– Definitivamente amo Parques. Você acha que consegue me acompanhar? - Disse Irene, sorrindo.
– Claro, eu posso. São apenas brinquedos, pfff. Estou mais preocupada com você. No caso de não gostar. - Deu de ombros.
– Apenas "brinquedos", hein? - Irene levantou as mãos para fazer gestos entre aspas com os dedos. – Fui criada em um parque temático, Seulgi. Tem certeza de que pode acompanhar? - Ela arqueou a sobrancelha.
– Ha! Eu ando no lado selvagem. Eu rio na cara do perigo. HAHAHA! - Disse Seulgi, imitando a voz de Simba no filme O Rei Leão.
– Vamos ver então. Vamos. - Irene ria, enquanto Seulgi finalmente acelerava rumo ao destino delas.
FIM DO CAPÍTULO