– Sim, eu já estou aqui no escritório. - Confirmou Seulgi depois de colocar os fones de ouvido. Ela empurrou a porta do carro e acionou o alarme.
– Alguém está muito cedo para o escritório hoje, hein? São apenas 7h17 no meu relógio. - Wendy respondeu na outra linha.
– Eu sei, mas meu corpo acordou cedo, Wendy. Eu nem sei o porquê. - Seulgi continuou andando em direção à saída do estacionamento.
– Psshh ... você está animada para vê-la! - Wendy sussurrou.
– Suponho que sim. - Seulgi riu. Ela se sentiu sortuda de encontrar alguém a quem possa confiar tudo sobre Irene. Era mais fácil para ela contar a Wendy sobre isso, pois elas não têm amigos em comum. A última coisa que ela queria era que Irene descobrisse seus verdadeiros sentimentos.
–Você acha que ela vai gostar do seu novo penteado? - Perguntou Wendy.
– Eu não sei - Disse Seulgi, colocando o boné na cabeça. – Só estava com medo de que ela não falasse mais comigo se eu não fizer o que ela pediu. - Ela respondeu a garota.
– Oh, vamos lá, Seulgi. Ela não estava falando sério sobre isso, confie em mim. - Wendy a encorajou.
Seulgi tinha o cabelo cortado até abaixo dos ombros. Ela ainda estava com a franja.
– Eu só espero que você esteja certa. De qualquer forma, não importa se ela pediu ou não, eu realmente gostei do meu cabelo dessa maneira. - Ela comentou, sorrindo.
– Além disso, é uma boa maneira de começar o ano, certo? Mal posso esperar para vê-la, Seulgi. Gostaria de saber como você está agora. - Wendy confessou.
– Não se preocupe. Eu irei visitá-la um dia desses. - Disse Seulgi, entrando no elevador. Ela pressionou o 17 no painel.
– Espero que você traga uma certa amiga sua quando fizer isso. - Wendy falou naquele tom brincalhão.
– Eu não posso prometer isso, mas vou tentar. - A mais alta respondeu.
– Eu quero que você observe a reação dela quando ela ver você, ok? Descreva para mim depois. - Ela pediu calmamente.
– Isso é necessário? - Perguntou Seulgi, olhando para o chão.
B2 ... B1 ... 1 ...
O elevador parou no primeiro andar. Seulgi se afastou para dar espaço a quem estava prestes a entrar.
– É para seu próprio bem. Se você puder transmitir a reação exata dela para mim, eu posso lhe dar uma dica sobre os pensamentos dela. - Wendy a informou.
Seulgi ainda estava sorrindo de orelha a orelha quando a porta se abriu. Seu sorriso desapareceu quando viu a pessoa atrás da porta. Seus olhos se encontraram por um segundo, virando-se imediatamente depois.
A pessoa estava vestindo uma blusa branca com um laço de fita preto, em parceria com uma saia preta. Seulgi ficou tão hipnotizada que teve que desviar os olhos porque estava se sentindo sem ar. A pessoa, por outro lado, também ficou obviamente chocada ao ver Seulgi no elevador.
A pessoa ficou na direção oposta de Seulgi. O constrangimento encheu o local. Não era estranho como um elevador com capacidade para 15 pessoas ou mais possa estar lotado demais para seus dois passageiros agora?
– Seulgi? Você ainda está aí? - Wendy perguntou devido ao silêncio.
Seulgi não percebeu que tinha esquecido Wendy. – Sim, me desculpe. A linha estava cortando. -
– Você pode me ouvir agora?- Ela perguntou.
– Sim, alto e claro. - Respondeu.
– Você pode me dar o nome completo da Irene? Vou tentar procurá-la nas redes sociais. Estou realmente curiosa sobre a aparência dela. - Wendy pediu de um jeito carinhoso.
– Hummm, Wendy, eu não posso fazer isso.- Seulgi respondeu.
– Huh? Por quê? Só estou pedindo um nome. - Ela soltou.
– Exatamente, não posso dar agora. - Respondeu.
– E por que isto? - Wendy parecia indignada do outro lado da linha.
Seulgi respirou fundo e olhou ao redor do elevador, tentando evitar o contato visual com sua companheira de viagem. – Aqui. - Ela falou.
– Hã? - Wendy soltou.
– Eu disse AQUI. - Seulgi falou, dando ênfase na última palavra.
– Quem está aí? - Wendy perguntou.
– Minha amiga. - Seulgi falou, coçando a nuca em seguida.
– Sua amiga? Quem? - Então Wendy finalmente entendeu. – O que, Irene está no elevador com você? -
– Exatamente, Wendy. Bravo. - Seulgi olhou em volta para verificar o reflexo de Irene na parede espelhada, pensando se a última pode ouvir a conversa, mesmo que ela esteja usando fones de ouvido.
– Oh, sério? Vocês duas estão sozinhas ai? - Continuou Wendy.
– Sim. - Seulgi respondeu.
– Então por que você não a agarra e a beija? - Wendy falou com um tom diferente na voz.
– Agh! Você é louca, Wendy! - Uma emoção repentina no peito fez Seulgi reagir com tanta força.
– Estou só brincando. Você está exagerando.! Por que tenho a sensação de que você já está corando? - Ela falava e ria.
Seulgi não teve chance de se defender, e sim, ela estava corando. Ela se apoiou na parede, derrotada. – Oh, Wendy ... -
– Como ela está hoje? - Perguntou.
– Deslumbrante. Linda. Sempre. - Seulgi respondeu com um leve sorriso.
– Ela está olhando para você agora? - A garota continuava.
– Mmm. Acho que não. - Continou.
– Então, qual foi a reação inicial dela quando a viu? - Perguntou.
Seulgi levou a mão ao rosto para, de alguma forma, cobrir a sensação de estar exposta. – Não entendeu muito, mas ambas estávamos surpresas. - Respondeu.
– Então por que você não fala com ela agora, cumprimenta-a. - Wendy continuou a encorajando.
– Ugh, eu não posso, Wendy. - Seulgi falou.
– Vocês são amigas, certo? Você não precisa de um motivo para se cumprimentarem. - Ela disse.
– Eu sei, mas ... eu sou tímida ... - Seulgi sussurrou.
– Ugh, você é lenta, Seulgi. Que tal ela, ela cumprimentou você? - A curiosidade da amiga só aumentava.
– Não. Eu te disse que ela estava surpresa, certo? - Seulgi arqueou a sobrancelha.
– Nem um gesto para dizer oi? - Perguntou.
– Eu não tenho certeza. Mesmo que ela tivesse feito algo, eu não teria notado porque eu estava ... você sabe ... - Os olhos de Seulgi vagavam. Mas, assim como um metal que está sempre sendo puxado pelo ímã, ela não pode deixar de olhar para Irene de tempos em tempos. Ela se virou imediatamente quando viu o rosto de Irene na parede espelhada. Ela se perguntou por que Irene tinha que ser tão bonita.
– Ok, acho que tenho que sair de cena agora. - Wendy falou.
– Huh por que? - Seulgi perguntou.
– Você não vai fazer nada se estiver falando comigo agora. - Ela explicou.
– Eu realmente tenho que fazer uma jogada agora? - Perguntou.
Seulgi percebeu que ela disse isso em voz alta. Seu gesto inicial foi verificar a reação de Irene. Para sua surpresa, Irene já estava olhando para ela. Seus olhos se encontraram através do reflexo do espelho.
– Apenas aproveite o seu dia, ok? Ligue para mim ou eu te ligo em breve, eu tenho que ir. Boa sorte! - Wendy desligou o telefone imediatamente.
Seulgi ficou nervosa. O elevador estava no 10º andar e Irene e ela estavam subindo direto para o 17º andar, porque ainda não havia pessoas tão cedo no prédio.
Seulgi removeu o fone de ouvido para informar de alguma forma a Irene que ela terminou sua conversa telefônica. – Ei ... - ela chamou.
Os lábios de Irene alinharam um sorriso quando ela se virou. – Oi, Seulgi ... -
Seulgi quase derreteu. – Você chegou cedo, hein? -
– Sim, eu acordei cedo hoje ... - Irene a respondeu com a voz um pouco baixa.
Seulgi assentiu antes de dizer: – Eu também. - Um sorriso brotou no lábio dela também.
Houve um momento de silêncio. Seulgi queria dizer que sentia falta de Irene, mas não sabia ao certo como o última levaria essa informação.
– Então, você ... - Havia um pouco de timidez no tom de Irene. –você cortou o cabelo. - Ela falou, olhando para os fios de Seulgi que apareciam por baixo do boné.
Seulgi sentiu-se tímida e coçou a nuca. – Sim ... bem ... a chefe me pediu para cortar ... - Falou.
Irene riu baixinho. – Sua chefe é exigente, hein? - Ela falou, zombando.
– Um pouco. Mas o que posso fazer? Se esse é o pedido dela, preciso realizar. - Ela falava, dando de ombros.
– Que chefe difícil você tem. - Irene continuou, mesmo sabendo que era ela.
– Oh, que bom que você mencionou isso. Sim, ela é difícil. Mas eu gosto. - Seulgi soltou.
Irene riu novamente.
– Você acha que a chefe vai gostar? - Perguntou Seulgi, olhando para Irene com atenção.
Antes que Irene tivesse a chance de começar a dizer alguma coisa, a porta do elevador se abriu. Irene saiu primeiro e Seulgi a seguiu.
Seulgi ficou desapontada ao ver Irene caminhar diretamente para sua estação. Seulgi também foi direto ao seu departamento. Ela não tinha certeza se Irene estava com disposição para conversar agora.
– Seulgi ... - Irene chamou a mais alta.
Seulgi já estava longe quando ouviu o chamado. Ela se virou e viu a mulher ainda em pé na frente de seu terminal.
– Você poderia tirar o boné por um segundo? - Irene perguntou. Não tendo idéia do porquê, Seulgi apenas obedeceu. Irene cruzou os braços enquanto a observava. – Hmmm, eu não acho que sua chefe vai gostar do seu cabelo agora ... - Ela falou.
Seulgi baixou o olhar para o boné na mão, sentindo-se nervosa.
Ver a expressão de Seulgi atraiu um sorriso no rosto de Irene. – Mas tenho certeza que ela vai amar.- Irene falou em um tom baixo mas suficiente para Seulgi ouvir.
Isso imediatamente trouxe um sorriso largo no rosto de Seulgi. Ela balançou o boné para cima e para baixo enquanto seus olhos estavam correndo pela área.
Ela voltou os olhos para Irene e colocou o boné de volta. Ela acenou com a mão enquanto se virava para caminhar em direção ao seu departamento. Ela estava tão feliz que sentiu vontade de cantarolar até lá.
Irene também não conseguia tirar o sorriso do rosto. Ela não podia acreditar que Seulgi fez isso por ela.
Embora um boné estivesse sendo usado, Irene com certeza notaria a diferença no cabelo de Seulgi, porque ela memorizou a aparência dela de antes em sua cabeça.
Ela se surpreendeu em ver Seulgi mais cedo por dois motivos: primeiro, ela não esperava que Seulgi realizasse o seu pedido, considerando que Joy queria seu cabelo mais longo; segundo, ela foi pega desprotegida porque Seulgi era inegavelmente irresistível e mais linda com seu novo penteado.
Esse pensamento congelou Irene. Ela olhou para a direção do departamento gráfico, lembrando-se da conversa que teve com Jisoo na semana passada.
Mas então, ela imediatamente descartou a ideia. Era impossível. Ela sabe como é ter uma queda por alguém. E o que ela sentiu com Bogum antes difere do que ela está sentindo por Seulgi. Seulgi poderia ser apenas uma amiga íntima, uma amiga especial que por acaso ficou muito fofa com seu novo corte de cabelo.
Kling!
Irene sorriu quando ouviu a notificação da mensagem de bate-papo. Ainda não havia mais ninguém no escritório, exceto as duas. Ela certamente sabia de quem veio a mensagem no bate-papo.
– Ei, chefe, ainda é cedo. Quer pegar um café lá embaixo? - Perguntou.
Irene sorriu com o novo apelido e respondeu: – Sim, claro. Me pegue aqui assim que estiver pronta. -
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Sexta-feira.
Como Irene esperava, as fangirls ficaram mais loucas dessa vez. Irene não tinha mais certeza se o pedido para Seulgi cortar o cabelo foi uma boa ideia ou não. Muitas delas estavam visitando o departamento gráfico recentemente. E, segundo Krystal, havia até novas recrutas no clube de fãs de Seulgi.
Já passava das cinco horas da tarde e a maioria das pessoas estava animada para voltar para casa no fim de semana. Irene ainda estava em seu terminal fazendo um pequeno trabalho. Ela havia terminado o dia, mas esperava que Seulgi ou Krystal a pedissem para sair novamente para uma festinha como na última vez.
Desde que aquela noite aconteceu, os fins de semana de Irene começaram a ficar chatos. A única coisa que ela estava animada com o fim de semana era o fato de que ela não precisaria acordar cedo. Como era sexta-feira, e ainda faltavam dois dias para segunda-feira, ela esperava ter um pouco de união dessa vez antes de voltar para casa.
– Ei, Irene, Seulgi já foi para casa? - Taemin perguntou, consertando suas coisas.
– Eu não sei, eu não sou a guarda-costas dela. - Ela respondeu com um encolher de ombros.
Embora tenham estado perto ultimamente, não era algo que compartilhavam no escritório. Elas não falavam muito quando as pessoas estavam por perto. Era como se elas tivessem uma regra silenciosa para manter a amizade entre ambas. Não havia acordo sobre isso. Apenas começou a rolar assim. Não era como se elas negassem, mas também não queriam que isso ficasse muito óbvio, principalmente da parte de Irene, que não queria irritar as garotas.
– Eu sei que você não é a guarda-costas dela, mas por que você está agindo tão defensivamente? - Taemin perguntou, colocando a bolsa no ombro.
– Porque eu não sei nada sobre o paradeiro dela. Eu não sou sua namorada, Taemin. - Continuou.
Taemin ficou confuso. – Ei, eu só estou perguntando se você viu Seulgi. O que isso tem a ver com ser sua namorada? Além disso, você não precisa ser sua namorada para saber se ela foi embora ou não. - Ele dizia, gesticulando.
– Ugh, tudo bem. O que você quer afinal? - Irene perguntou.
– É para o nosso projeto de fevereiro. Imprimi os materiais e enviei a ela uma cópia eletrônica. Ela precisa ter essas cópias. - Disse Taemin, levantando alguns papéis. – Eu tentei conversar com ela, mas ela está ociosa há quinze minutos agora. -
– Então, basta levar os materiais para a estação dela e depois sair. - Irene falou, dando de ombros.
– Eu não posso, Irene. Meu namorado já está lá embaixo. Ele não quer que eu o deixe esperando. - Falou, olhando para a amiga.
Irene sorriu. – Se o seu namorado não pode esperar por você por mais cinco minutos, então você deve dar um fora nele. - Ela falou com um sorriso irônico no rosto.
– É fácil para você dizer isso. Ao contrário de você, não é todo dia que faço alguém gostar de mim do jeito que sou. - Ele falava todo pomposo.
Me dê eles, eu levo até lá. - A verdade é que Irene apenas viu isso como uma oportunidade de ir ao departamento de Seulgi.
– Sério? Wihihihi! Oh, Irene, você é tão legal! - Taemin chegou perto de dar um selinho na bochecha de Irene. – Você é tão linda! Eu realmente amo você, garota! Muwah! - Ele dizia.
– Ok, ok. Aproveite o seu encontro agora. - Ela falava gesticulando pra ele ir.
– Certamente, Irene! Obrigada! - Taemin saiu às pressas da área.
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Departamento Gráfico.
Ninguém estava na sala, exceto Eric. Irene foi direto para ele. – Ei, onde estão os outros? - Ela perguntou curiosa.
– Oh, olá, Irene. - Eric levantou-se, mas voltou a se sentar em seguida após cumprimentá-la. – Eles já foram embora. Como posso ajudá-la? - Perguntou.
Ela levantou os documentos e disse: – Taemin quer que Seulgi os tenha. É de algum projeto de ambos. - Falou.
– Oh. Deixe-me cuidar disso. - Eric colocou os papéis ao lado do computador.
Irene olhou ao redor da área e viu as coisas de Seulgi ainda em sua mesa. – Seulgi ainda não foi embora? - Arqueou a sobrancelha.
– A gerência ligou para ela. O fotógrafo faltou hoje, alegou estar doente e os modelos de uma campanha estão chegando a qualquer momento para algumas fotos. - Ele explicava.
Irene se inclinou sobre a mesa e cruzou os braços sobre o peito. – Ela vai tirar fotos hoje? - Perguntou.
– Sim. Foi uma situação de emergência. - Eric explicou.
– Isso é legal. Então, como está sua sexta-feira? - Perguntou.
– Como sempre, ocupado. Há muitas demandas para as edições de fevereiro, o Valentine's Day está chegando. - Ele dizia.
– Ouvi dizer que você tem recebido muitos visitantes ultimamente, hein? - Perguntou Irene. Seu principal objetivo era descobrir o que as fangirls estavam fazendo quando visitavam Seulgi.
Eric riu. – Ah, então você percebeu isso também? -
– Sim, é muito óbvio. Quero dizer, Krystal tem me informado com o que vê no corredor. - Explicou.
– É tudo culpa de Seulgi, você sabe, e essa chefe dela. - Ele dizia, gesticulando.
– A chefe dela? - Irene perguntou.
– Sim. Ouvi algumas garotas perguntando o porque do corte de cabelo e tudo mais, e o que ela diz é que foi um pedido de sua chefe. - Eric dizia.
Irene secretamente riu com isso. Ela não podia acreditar que Seulgi estava dizendo isso para suas fãs.
– Ela não esclareceu se essa chefe é uma namorada ou o quê. Essas garotas têm tanta inveja dela. - Continuou Eric.
Irene apertou os lábios para controlar o sorriso. – Talvez seja uma amiga especial dela. - Explicou.
– Amiga especial? Eu não compro isso, Irene. - Eric dizia, rindo.
– Por quê? - Ela perguntou.
– Não acho que seja apenas uma amiga. Tenho certeza de que é mais do que isso. - Ele continuou.
– Mais... como o quê? - Ela cruzou os braços.
– Bem, você sabe, provavelmente é a namorada de Seulgi. - Ele falou convicto.
Irene de repente se sentiu sufocada. – P-por que você acha isso? -
– Namoradas são aquelas que geralmente fazem esses pedidos. E para Seulgi obedecer, não acho que essa mulher seja apenas uma amiga. - Ele soltou, sem olhar para Irene.
Irene sentiu-se aliviada por Eric estar ocupado em seu computador. Ela não tinha certeza se estava corando, mas sentiu o rosto esquentar.
– Má sorte para elas. - Disse Eric, falando sobre as fangirls. – Alguém já conquistou o coração de Seulgi. -
– Mudando de assunto, essa sessão de fotos que Seulgi está fazendo agora, é para que? - Irene perguntou imediatamente para mudar de assunto. Ela não aguentava mais a pressão no peito.
– É a edição de fevereiro, especial de Valentine's Day. Eles não podiam cancelar as fotos de hoje porque os artistas estão muito ocupados. - Eric entregou o esboço da revista para Irene ver.
– Quem são os artistas? - Perguntou Irene, aliviada por seu batimento cardíaco voltar ao normal.
– Eu não tenho certeza. Seulgi e eu ainda não examinamos o esboço. Mas com base no que ouvi, será um casal. O tema da edição do próximo mês é intitulado 'The Couple'. - Eric explicou.
Irene percorreu as páginas do esboço. Ela visualizou as páginas uma por uma.
Artigo...
Corações ...
Flores ...
Chocolates ...
Casamentos ...
Os olhos dela se arregalaram quando viu a última página. – Oh meu... -
– O que foi? - Eric se assustou com a voz de Irene ao ver a última parte.
– Onde está sendo essa sessão de fotos? - Irene perguntou.
– Uh, está sendo na sala de sempre no 23º andar. Por quê? - Ele franziu a testa observando Irene sem entender nada.
– Nada. Eu tenho que ir. Obrigada, Eric. - Irene deixou o esboço da revista em cima da mesa e correu para fora.
Eric ainda não sabia o que Irene tinha visto. Ele checou as últimas páginas do esboço e viu as fotos e os nomes dos artistas.
Joy e Sungjae: casal modelo de Cingapura.
---
23º andar - sala de sessões de fotos.
Seulgi estava se preparando para as filmagens. Ela estava ajustando as configurações da câmera enquanto esperava pelos artistas. Ela soube que eles chegaram havia cerca de quinze minutos e estavam retocando a maquiagem.
– Oi! - Um homem bonito se aproximou dela. Com base em sua aparência, Seulgi sabia que ele era um dos modelos. – Eu assumi que você é a fotógrafa? - Ele apontou a câmera pendurada no pescoço de Seulgi.
Seulgi sorriu e estendeu a mão para apertar. – Sim. Eu sou Seulgi. -
– Eu sou Sungjae. - O modelo de rosto angelical se apresentou. – Muito prazer em conhecê-la. -
Eles apertaram as mãos. Seulgi sentiu-se à vontade. A aura de Sungjae era bem amigável.
Sungjae apertou os olhos e olhou para Seulgi por um momento. – Tem certeza de que está apenas tirando fotos aqui? Eu realmente acredito que você está mais qualificada para ser modelo. - Ele dizia, sem tirar os olhos de Seulgi.
Seulgi riu do elogio. – Agora você está brincando comigo, certo? -
– Não, estou falando sério, mesmo! - Ele dizia.
– Obrigada, porém, isso é um elogio muito grande para mim. - Seulgi deu um tapinha no ombro de Sungjae. – Então, vocês estão prontos?- Perguntou.
– Sim, sim. Estou muito animado. Este é o primeiro ensaio fotográfico de uma revista que vou fazer aqui na Coréia. - Ele dizia.
– Oh, sério? De onde você veio? - Perguntou curiosa.
– Eu também sou coreano, mas minha carreira de modelo começou em Cingapura.- Ele completou.
Seulgi lembrou-se de algo com isso. – Sério? -
Antes que Sungjae pudesse falar, seus olhos se voltaram para a mulher atrás de Seulgi que se aproximava deles.
– Ei, Sungjae, eu estou pronta agora. Vamos começar. - A mulher falou.
Seulgi franziu as sobrancelhas. Ela sentiu seu coração disparar. Ela conhecia muito bem aquela voz. Ela não podia estar enganada.
– Oh, aí está você, Joy. - Sungjae pediu licença para se aproximar da outra modelo. – Venha aqui, eu gostaria que você conhecesse nossa fotógrafa deslumbrante. - Ele dizia, animado.
Seulgi se virou e viu como Sungjae colocou o braço em volta da cintura de Joy para ajudá-la. Joy levantou a cabeça e o belo sorriso em seu rosto desapareceu quando ela encontrou os olhos da fotógrafa. O tempo parou.
Tik ... tok ...
Tik ... tok ...
Tik ... tok ...
– Uhhh ... pessoal ...? - Sungjae falava.
Joy quebrou o silêncio depois de voltar a seus sentidos. – Bear ... -
Seulgi ainda não havia se recuperado completamente, mas sentiu-se na obrigação de responder: – Oi, Joy. Que bom te encontrar aqui, hein? - Falou em um tom amigável.
– Hum, vocês duas se conhecem? - Perguntou Sungjae, sentindo-se deixado para trás pelas duas.
– Sim. Seulgi é uma boa amiga minha. Ela costumava tirar minhas fotos antes quando estávamos na faculdade. - Afirmou Joy.
Seulgi sorriu com o termo usado por Joy. Boa amiga, hein? Sim.
– Oh, sério? Isso é legal. - Seu telefone tocando interrompeu a excitação de Sungjae. Ele tirou do bolso e olhou para a tela. – Opa, com licença, eu preciso atender. - Apontou para o celular.
Seulgi e Joy foram deixadas sozinhas depois que Sungjae se afastou delas.
– Você trabalha aqui? - Joy começou a puxar conversa, recebendo um simples aceno de Seulgi como resposta. – Eu ... uh ... eu não sabia que você já havia se formado. - Completou.
– Ano passado. - Disse Seulgi, fingindo verificar algo na DSLR que ela estava segurando.
– Oh, isso é bom. Então, você finalmente voltou a faculdade, hein? - A modelo falava.
– Sim. Eu tive que repensar minha vida. - Seulgi a respondeu de forma direta.
Joy assentiu. – Então, quem estava com você durante a formatura? - Perguntou.
– Meu pai. - Disse Seulgi categoricamente. Lembrou-se de Joy prometendo a ela antes, quando ainda estavam bem, em frequentar sua formatura.
– Oh. Me desculpe se eu não fui capaz de fazer isso ... - Ela cruzou os braços ao falar tais palavras.
– Não se preocupe. Você estava ocupada com sua carreira. Eu entendo perfeitamente isso. - Seulgi deu de ombros.
– A propósito, minha agenda está louca no momento, é por isso que ainda não voltei ao seu apartamento. - Ela explicou, sabendo que provavelmente Seulgi estava pensando sobre isso.
– Não se preocupe. Eu também estou meio ocupada. - Soltou.
– Oh.- Joy olhou em volta primeiro e voltou para Seulgi. – Onde você estava na véspera de ano novo? -
– Taipei.- Respondeu rapidamente.
– Seu pai ainda está viajando muito, hein? -
– Sim, acho que ele nunca se cansará disso. - Seulgi a respondeu, fingindo um sorriso.
Houve um momento de silêncio depois disso. As duas sabiam que havia muito sobre o que precisavam conversar, mas ainda não era o momento e o lugar certo para essa conversa.
Seulgi não podia mais esconder sua curiosidade, então ela perguntou: – Sungjae é o seu ... -
– Namorado, sim. - Joy respondeu.
– Oh. - Foi o único som que saiu da boca de Seulgi.
– Sinto muito que tenhamos que nos encontrar dessa maneira. Eu estava planejando apresentá-lo a você mais cedo depois de conversarmos. - Explicou.
– Não se preocupe. - Seulgi fingiu um sorriso. Ela não queria parecer patética.
– Você está bem, Seulgi? - Joy perguntou.
Seulgi fechou os olhos por um segundo. O timbre da voz de Joy a fez sentir como se estivesse conversando com a velha Joy - a Joy que cuidava dela, sua garota. Era assim que Joy falava com ela durante o tempo que passaram. Ouvi-la falar assim de alguma forma desencadeou algo dentro de Seulgi.
Você está bem, Seulgi?
Você está bem, Seulgi?
Você está bem, Seulgi?
De repente, lampejos de lembranças apareceram em sua mente. Essa era a pergunta usual de Joy, qualquer que fosse a situação. Ouvir a mesma frase antiga daquela mesma pessoa usando o mesmo tom antigo apenas fez Seulgi sentir algo que ela não deveria sentir.
– Você está me perguntando se estou com ciúmes? Não estou. - Disse Seulgi, rindo levemente.
– Sim, por que você estaria? - Perguntou Joy.
Seulgi sentiu seu coração apertar. Ouvir o modo de falar de Joy trouxe de volta memórias quando elas ainda estavam perto. Era como se seus sentimentos pela garota que ela enterrava dentro explodissem das profundezas.
Então ela sentiu inveja de Sungjae. O sorriso de Joy era apenas dela antes; sua atenção, seus cuidados, seu carinho, tudo. Todas essas coisas agora pertenciam ao novo cara. Seulgi estava agora perto de finalmente admitir para si mesma. Ela sabia que estava perdendo a batalha. Ela sentiu os joelhos ficando mais fracos.
– Ei, Honey, eu tenho procurado por todos os lugares você. - Uma voz calma soou ao seu lado.
Seulgi voltou à realidade quando alguém por trás a chamou de Honey e se agarrou em seu braço esquerdo. Ela conhecia aquela voz. Ela virou a cabeça para se certificar de que não estava sonhando. Seus olhos se arregalaram quando ela percebeu que era real.
Sim, era realmente quem ela imaginou, Bae Irene.
FIM DO CAPÍTULO