LOVE-MALÉVOLA E DIAVAL

Autorstwa RadijhaR

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LIVRO 2 DA SÉRIE MALÉVOLA E DIAVAL Malévola e Diaval descobriram o real amor entre si,e agora,podiam finalmen... Więcej

Epígrafe
Apresentação e agradecimentos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51 -FINAL

Capítulo 48

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Autorstwa RadijhaR

Os dias seguintes foram marcados por muita dor e tristeza. Angústia e lágrimas inconsoláveis estampavam as faces de todos os seres vivos de Moors. O céu ficou escuro e nublado, a luz do sol e da lua se retraíram. Até mesmo as estrelas perderam seu gracioso brilho.

Malévola estava desolada. Ela não conseguia comer, beber nem dormir. Todas as noites, tudo o que fazia era ir até a varanda de nosso dormitório e chorar. Eu a pedia para que tentasse descansar mas sempre como resposta recebia uma batida de porta na minha cara.

Seu comportamento me preocupava bastante pois agora ela não era mais a fênix imortal que podia massacrar a si mesma com seus ataques de pânico e tristeza e ficar por isso. Ela era uma fada trevosa comum que precisava se alimentar, se hidratar e descansar para viver bem. Até mesmo quando não era mortal, ela ficava debilitada ao deixar de fazer essas atividades essenciais.

Tinha de admitir que era difícil ajudar Malévola não só pelo seu temperamento complicado, mas também porque eu estava arrasado da mesma maneira que ela. Claro, eu comia, só que bem menos. Bebia água, só que de forma esporádica e dormia, só que quase nada preocupado com minha esposa.

Para mim, era como se Sophie não tivesse partido. Gostava de imaginar que ela estava apenas brincando de fazer joias no rio ou se divertindo por alguma outra parte da floresta encantada. Eu não aceitava que ela se fora para sempre. Eu não aceitava que tinha perdido as suas risadas, seus abraços amorosos e suas belas declarações de amor e devoção por mim e sua mãe que ela fazia todo santo dia.

Sophie tinha nos deixado de verdade. Para sempre.

Ela morrera tranquila nos braços de sua mãe enquanto voávamos e nos divertíamos no céu. A criança se foi ao passo que seus lindos cabelos loiros eram assanhados pela ventania das asas de Malévola mista as brisas frias que nos cercavam a cada vez que íamos mais longe.

Minha esposa não sorrira em nenhum instante quando experimentamos o alto dos céus junto a nossa filha. A trevosa estava tão preocupada, tão receosa que tudo que conseguia fazer era apenas bater violentamente as suas belas asas. Cada vez que Sophie tossia, Malévola descontava a dor de estar perdendo a filha em movimentos agressivos em seu par de órgãos alados.

Quando estávamos voando nós três juntos, pude ver, mesmo que de forma embaçada, lágrimas escorrendo pelo rosto de Malévola e sendo enxutas pelos ventos. Sophie agarrava-se a mãe e parecia cochichar algo para ela. Provavelmente boas palavras, ou uma despedida.

Até que sua hora chegou. E antes de partir, ela me acenou com sua mãozinha gorda e pequena. Um largo sorriso inundou seus lábios e neles eu pude ler a frase "eu te amo,pai".

O fôlego dela foi tirado de seu corpo. O seu ar foi embora, junto aos ventos. Sua alma partiu para um outro lugar.

Com certeza, um lindo paraíso.

Malévola percebeu na hora que Sophie tinha morrido,pois as mãos da garotinha se afrouxaram de seu pescoço e seu corpinho frágil por pouco não foi derrubado chão abaixo.

Minha esposa se desesperou tanto que perdeu completamente seu equilíbrio e se entregou a uma queda livre.

Eu a segui, crunindo agoniado. As asas dela pararam completamente de bater. A fada não tinha expressão ou reação alguma.A única coisa que ainda conseguia fazer era apertar Sophie entre seu peito enquanto ia despencando para mais e mais baixo.

Ela caiu.

Mas não em um lugar perigoso.

Malévola tinha caído em um emaranhado de arbustos que aplacaram seu acidente,idênticos aos que eu caí no dia em que ela fora baleada por uma aliada de Ingrith nos céus.

Cruni alto diversas vezes ao perceber que minha esposa não saíra do lugar em nenhum instante. Eu não conseguia vê-la em meio as plantas. Fiz muito barulho e saí pela floresta pedindo ajuda. Felizmente consegui.

Ela tinha desmaiado.

As fadinhas a socorreram e notaram a criança já morta nos seus braços. Todos ficaram desacreditados.

Sophie foi levada para ter seu corpo embalsamado e Malévola ficou sendo cuidada pela sua espécie até acordar, coisa que demorou poucas horas.

Lembro perfeitamente o como ela despertou agoniada, procurando por nossa caçula. Aurora não pôde acreditar quando soube a notícia. Mesmo que estivéssemos todos esperando desde sempre que Sophie iria partir um dia, ainda nos permitimos nutrir falsas esperanças. Eu mesmo tinha feito muito isso.

Mas não deveríamos.

Na cerimônia de despedida do dia seguinte, Malévola praticamente foi arrastada para participar. Ela não conseguia ver o corpo de sua filha sem vida. Não queria.

As trevosas fizeram uma linda homenagem para nossa caçula e ela foi transformada em uma flor da morte, assim como acontecia com todas as fadas da espécie de sua mãe.

Tereza foi a primeira a falar em meio a todo o silêncio que a dor da perda causara nos presentes da cerimônia:

-Sophie partiu... -começou ela, claramente sentindo dificuldades para prosseguir seu discurso –Ela precisou nos deixar, mas antes disso...conseguiu...conseguiu nos ensinar preciosas lições... -as lágrimas a calaram.

Vendo isso, Maynon seu filho deu continuidade:

-Mesmo com pouca idade,Sophie nos ensinou que devemos viver e aproveitar o hoje, pois o amanhã pode não chegar. -ele fez uma pausa, detendo seu olhar no "túmulo" mágico onde as fadas faziam o corpo de minha caçula tornar-se uma vegetação florida  –Ela nos ensinou a vivermos um dia de cada vez da melhor maneira que pudermos.

Olhei para ele e assenti com a cabeça;Maynon conhecera Sophie mas convivera pouco com ela. Só que pelo visto, esse pouco fora o bastante.

Daisy, sua então noiva, começou:

-Sophie ensinou a cada um de nós aqui a viver de verdade. -disse ela –Muitas vezes, podemos achar que somos experientes, que já sabemos de tudo nessa vida e que não precisamos de conselho, mas a verdade é que nós não...não sabemos de nada... -a fada trevosa olhou para baixo – Sophie nos mostrou que o melhor da vida não é ter conhecimentos, riquezas, poder...o melhor da vida... é apenas vivê-la.

Malévola,ao meu lado, cruzava os braços entre si, parecendo distante. Ela observava as fadas soltarem magia pelo corpo de Sophie e a transformarem aos poucos em uma linda flor.

Me vi na obrigação de abraçá-la segurando a parte de trás de seus ombros e colocando minha cabeça em um deles. Gostaria muito de ter boas palavras para dizer a ela, mas não possuía nenhuma sequer. A dor em meu peito também estava imensa.

-Uma vez eu estava com Sophie,observando ela desenhar coisas abstratas em uma pedra – Rustolf embalou as mãos e deu um passo para frente –Ela me convidou para entrar na brincadeira e eu disse que aquilo era coisa de criança...

A atenção de todos se voltou para o rapaz.

-Então...então ela me respondeu que... - ele chorou e espremeu os olhos com os dedos. Aquela que parecia ser sua mãe ao seu lado fez um carinho em suas costas,próximo ao tronco de suas asas –Ela me respondeu que... -ele se recuperou –ser criança é ser feliz e que gostaria de compartilhar essa felicidade comigo. Desde então, descobri que gosto de pintar. E desde esse dia, descobri que a felicidade não é inalcançável. Isso porque ela está nas coisas mais simples da vida.

Eu só não bati palmas porque a ocasião realmente não era apropriada e também não tinha forças para fazê-lo. Digamos que eu não sabia dessa história.

Olhei para Malévola, que permanecia imóvel. Me preocupei se ela estava passando mal e fiquei atento para qualquer emergência. A fada já tinha vomitado diversas vezes aquela manhã e sua pele estava amarelada.

-Sophie nos ensinou a amar intensamente –eu me ouvi dizer –Coisa que muitos demoram anos pra aprender.

Desviei a atenção para o chão. Nossa filha já era uma flor com um brilho inigualável.

Aurora não parava de chorar. Philip também estava abatido. Os pais de Malévola não sabiam nem como reagir, mas estavam claramente tristes.

Malévola ajoelhou-se em frente ao "túmulo" da filha e tocou na flor que agora tinha a essência da garota.

Por um tempo, ela ficou apenas observando, quieta. Até que conseguiu dizer baixinho:

-Eu te amo,Sophie. -sibilou - Sempre te amei e pra sempre vou te amar.

Me aproximei de minha esposa e fiz o seu gesto:

-Descanse em paz, princesa – falei – Desejamos que você se divirta bastante no paraíso que sempre merecestes.

Malévola chorou.

A cerimônia foi finalizada e todos nós fomos para nossas casas. Nenhuma fada trabalhou naquele dia. Não houve magia, luz, alegria ou cor. Apenas o pesar da infelicidade, da inconformidade, da escuridão.

E mesmo hoje, dois meses após a morte de nossa pequena, Malévola continuava tão esmorecida quanto antes.

-Quer comer, amor? -perguntei para ela entrando no nosso quarto. Tinha feito uma visitinha na cozinha e pegado algumas das frutas favoritas de minha esposa para tentar fazê-la se alimentar.

Ela estava na varanda observando o céu daquela manhã. Os dias continuavam nublados e frios, e eu me perguntava se mesmo não sendo mais a fênix, Malévola ainda tinha influência sobre o tempo da floresta com suas emoções.

A fada não me respondeu ou virou-se para mim. Ela fingiu que eu não existia. Resolvi me aproximar com o prato em minhas mãos e fiquei do seu lado.

-Come um pouco –ofereci uma frutinha para ela que negou prontamente com a cabeça.

-Já disse que não tenho fome,Diaval.

Eu bufei. Coloquei o prato em uma mesinha que tinha disposta ao lado e sacudi o corpo de Malévola pelos ombros,a deixando de frente para mim.

-Amor, me escute! -a minha voz saiu mais alta do que deveria –Se continuar assim, você vai adoecer, se é que já não está doente. E se você adoecer, pode acabar partindo também e eu...eu não suportaria isso, estou preocupado contigo. -fiz uma pausa -Você não come, não bebe, não dorme direito a dois meses! Nem sei como consegue ficar em pé!

A trevosa olhou para mim e se afastou.

-Eu não quero conversar, me deixa sozinha –replicou.

-Não,Malévola! -gritei, nervoso –Eu não posso te deixar definhar desse jeito –coloquei o rosto dela entre as palmas de minhas mãos -Sophie não gostaria nem um pouco de te ver assim, querida. Eu sei que ela não está mais entre nós, mas...tenho certeza que nos observa de onde estiver. Se você continuar desse jeito, Malévola, pode deixá-la triste...você tem pessoas aqui que te amam e querem seu bem.Eu,Aurora,seus pais,todos estamos preocupados...se não quiser ao menos comer um pouco por nós,faça por Sophie!

Se soltando de minhas mãos, Malévola ficou pensativa por um tempo. Ela não me respondeu, nem fez menção de tocar nas frutas que eu tinha trago.

Resolvi que esperaria que ela mesma quebrasse o silêncio. Mordi os lábios pensando se não tinha sido ignorante ou bruto em minhas palavras. Aquela não era minha intenção.

Eu só queria que Malévola...voltasse a viver.

-Desculpe... -murmurou ela, sem olhar para mim.

Arqueei as sobrancelhas.

-O quê? -questionei.

-Desculpe, Diaval... -a fada levou a mão até a cabeça -Eu ainda sinto muito a perda de nossa filha, mas não sabia que estava deixando vocês tão aflitos com meu comportamento.

-Você está mesmo pedindo descul...

-Sim,por favor me escuta –ela me interrompeu, levando seus dedos aos meus lábios -Eu só...ainda não consigo aceitar. -disse dando de ombros –O meu estômago fechou, não sinto fome, sede e muito menos sono, você...você entende? -suas pupilas pareceram brilhar. Assenti com a cabeça -Não sabia que o que eu estou fazendo também atingia a vocês todos. 

Não evitei ficar boquiaberto.

Malévola...ela estava...pedindo desculpas? Estava se abrindo?

-Nós nos preocupamos muito com você,amor,é... -gaguejei

-Eu sei, eu sei -a fada não me permitiu continuar -Mas a dor não estava me deixando ver o quão insensível me tornei depois da morte de nossa filha. Esqueci completamente que ainda tinha várias criaturas maravilhosas perto de mim que sentiam-se preocupadas com meu estado. -seus olhos encontraram os meus -E peço desculpas de verdade.

Minha esposa não era de pedir desculpas,por favor ou falar obrigada. Eu sentia que suas palavras estavam saindo do fundo de seu coração.

-Andei pensando muito nessa semana... -continuou ela –Realmente acho que tenho de seguir com minha vida. Com nossa vida –especificou. Por alguma razão, resolvi tocar na mão dela – Vou melhorar,prometo –garantiu -Não só por Sophie, mas por cada um de vocês que estão sempre ao meu lado -suspirou -É isso que eu sempre deveria ter feito.

Balancei a cabeça, perplexo. Não sabia o que dizer.Mas tinha a certeza de que Malévola iria mesmo lutar para melhorar a partir de então.

Isso porque ela tinha prometido. E ela nunca deixava de cumprir com uma promessa.

Apenas continuei a observando, admirado e sem saber o que falar, sem saber como respondê-la.

Então simplesmente a abracei.

Nossos corpos foram enlaçados, eu me embriaguei em seu perfume. Ela fez um carinho em meus cabelos. Toquei no tronco de suas asas e as alisei. Esqueci completamente que esse gesto de vez em quando a incomodava, pois causava arrepios por toda sua pele.Era uma parte sensível sua, afinal.

Sensível como sua alma.

Malévola poderia ser durona, ou tentar ser indiferente, mas no fundo, ainda era apenas uma garotinha que precisava amar e ser amada, cuidar e ser cuidada.

E eu faria isso por ela.

Todos os dias de minha vida.

Beijei seu pescoço,seus ombros e outros lugares, parando minha cabeça em seu peito, para me aconchegar mais em nosso enlace.

Seus braços...eram o único local que eu queria estar.

Ela também me beijou,passando as suas mãos por entre mim em toda a parte. Por um momento, senti como se estivéssemos voltando para o dia de nosso casamento, um dos dias mais felizes de nossas vidas.

Eu toquei a sua cintura e um pouco mais abaixo dela.Eu a abracei mais forte e murmurei que a amava muitas e muitas vezes. Murmurei que ela era linda, que ela era tudo que eu precisava e que iria cuidar dela enquanto vivesse.

E consegui fazê-la sorrir. Um sorriso que a muito tempo,muitos meses ,não tinha se permitido dar.

Ela estava sorrindo.

Fiquei tão perplexo que parei todas as nossas carícias apenas para olhá-la,nossas respirações se misturando uma com a outra, o calor de nossos corpos próximos nos esquentando ainda mais.

-O que foi? -perguntou ofegante, os cabelos meio emaranhados por conta das mãos que eu havia passado neles.

-Você é linda –respondi e a beijei novamente –Linda,linda,linda -minha voz saiu abafada contra o seu rosto.

Uma risada mais forte. Aquilo era tudo o que eu queria escutar,tudo.

-Você também é lindo... -conseguiu dizer, suas presas a mostra.

Toquei em seu rosto, contente.

Vê-la feliz era o que me fazia feliz. E agora, eu sentia que iria conseguir fazê-la melhorar.Aliás, ela iria se permitir melhorar. Ela iria voltar a viver de novo.

Nós não nos afastamos em nenhum momento durante toda aquela manhã. Os nossos corpos ficaram unidos e nossas almas pareceram se conectar ainda mais.

Parecia que a vida, o sol, a lua e as estrelas...

Haviam voltado a brilhar pra gente.

E eu sabia que onde quer que estivesse...Sophie estaria pulando de felicidade pelo simples fato de nos ver sorrir outra vez.




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